Percebendo que a mulher não o responderia, ficou ansioso, mesmo ansiando por ouvir a voz dela, compreendeu ser uma perca de tempo, recordou-se da conversa que escutou no salão, entre o patrocinador dela e o desconhecido, dizer a ele acabaria com o mistério, talvez não pudesse, pois provavelmente tinha um contrato com um termo que a proibisse de fazê-lo. — Preciso falar com você. — disse Haidar dando o segundo passo a frente, na tentativa de se aproximar dela. Desta vez continuou quieta parada, como uma boneca. — Podemos conversar por um instante? — insistiu ansioso.Zahraa sentia sua ansiedade, mesmo estando muito nervosa nada veio à mente, a não ser, a recordação de que ela não deveria se mostrar a ele. “Como sair desta situação?” A única resposta era o desejo de correr. Ao longe ela ouviu o som do apresentador anunciando a abertura da apresentação, era a vez dela, era a única chance que teria de escapar dele. Seus pés pareciam ter vida própria naquele momento, pois correu ao enc
— Não entendo por que ficou envergonhada, espero que não seja eu o culpado. — sorriu lindamente para ela. Zahraa ficou rubra, ele ainda era suficientemente bonito, assim como no primeiro dia. Por sorte a cor em suas bochechas não foram percebidas pelos olhos avelã, graças ao véu branco cobrindo seu rosto. — Então não tenha medo de mim! — pediu fitando a dançarina. “Ele percebeu. Que vergonhoso.” queria se fundar naquele chão firme qual pisava, como se fosse as dunas mais volumosas do deserto causando a ilusão de ser sugada, ou que a tempestade de areia a engolisse rapidamente. — Sim, senhor Al-Baghdadi. — foi profissional, não sabia como se comportar. — Sejamos menos formal, por obséquio, desta forma ficarei mais relaxado. — notou a dúvida nos olhos de Zahraa. “Também estaria desconfortável comigo? Com meu comportamento?” estava impressionada. Ambos ouviram o som de alguém se aproximando perto dali, só então Zahraa lembrou que não devia ser vista por ninguém, mesmo que isso já t
34 — Minha mãe tinha algumas terras, essas foram passadas para mim em sua morte, então as administrei, fiz algumas negociações e criei uma pequena fortuna com o que conquistei. — disse com um olhar sugestivo, um sorriso de canto surgia na mente dele, por fora, apenas a satisfação era notória. — Sinto muito por sua perda, senhor! — Zahraa foi sincera. — Tudo bem. Já faz um tempo. — Recostou as costas na cadeira confortável. — Acho que é justo que pergunte sobre mim agora. — a dançarina sentiu seu rosto queimar com o olhar profundo que recebeu. — Fora a sua identificação, as demais coisas são um mistério para mim. — mostrou interesse pela história dela.“Devo seguir o exemplo e ser um pouco vaga?” pensou com certa euforia. — O que acontece entre você e o príncipe? — pegou-a de surpresa. “Está bem, as demais coisas devem ter sido estudadas por ele.” se convenceu que ele sabia mais do que dizia. — Qual a próxima pergunta? — ela não cedeu, aquilo o surpreendeu.“Então você também t
Se levantou rapidamente, seu primeiro pensamento foi que Omar havia voltado, a tinha ouvido chorar e agora ela seria questionada do motivo, sendo vista como fraca. “Isso não!” pediu internamente. Havia se forçado a passar confiança a todos, a ser firme, para tudo cair por terra. — Omar? — foi tudo que veio a sua mente, chamá-lo pelo primeiro nome, mesmo tão de repente. "Droga, o que estou fazendo? Chamá-lo pelo nome?" Reclamou consigo mesma. A pessoa do outro lado não respondeu, porém ela sabia que permanecia ali, podia sentir. — Quem está aí? — ela soou mais firme, mesmo com a voz rouca pelo choro. — Você estava chorando? — a voz calma a fez franzir o cenho em confusão. — Quem é? — ela repetiu a pergunta. — Eu não queria interromper seu momento, mas se não está bem, deveria pedir ajuda. — aquela voz bonita e preocupada não lhe era estranha. — Quem sabe eu não possa ajudá-la. Não é conveniente, eu sei, mas poderia me deixar entrar? — insistiu do outro lado. — Não é apropriad
Samir desceu as escadas novamente, enquanto todos estavam se preparando para dormir, ele tinha um desejo diferente dos outros. Estava chegando na sala, ouvindo os próprios passos ao som do solado do sapato pelo chão, todo o resto era puro silêncio, estava prestes a sair para se encontrar com sua noiva quando avistou os típicos cabelos castanhos de sua sobrinha no sofá, sentada com as pernas cruzadas, ela encarava as folhas de um livro frente ao rosto, parecia um romance qual ela estava muito interessada. Samir percebeu que a sobrinha estava tão distraída que não deveria ter verificado as horas ainda, já era bastante tarde para estar lendo na sala. Por isso se aproximou, se abaixou quase se agachando para ler o título do livro, a capa estava à mostra o dando facilidade. — Alf Lailah Oua Lailah. — anunciou perto dela. Lila levantou os olhos distraída, mas esses brilharam quando o viram. Samir estava perto, apenas o livro os separava, o coração dela acelerou, o perfume dele, a respiraçã
Haidar estava disposto a descobrir o que acontecia entre Omar e Zaya, por isso o perguntou diretamente, mesmo esperando uma resposta agradável.Omar pensou que não deveria falar a verdade no momento, pois alguém poderia questionar suas palavras.— Nada além do profissional. — diz mascarando a mentira.Haidar mirou diretamente em suas avelãs, por mais que o loiro fosse alto, estava sendo encarado da mesma altura, não era um bom sinal. O príncipe além de ter mais poder financeiro que ele por causa do sheik e seus antepassados, os dois ainda tinham a mesma massa corporal, altura e coragem, se fosse considerar uma luta física, sem levar em conta a idade e as posses, seriam iguais. Omar poderia apenas esperar o próximo passo dele, nada mais. Viu Haidar apertar a mandíbula o fitando com irritação. — Posso perguntar o que houve? — teve de perguntar, pois não parecia que o príncipe diria primeiro. — É o que quero saber. — O tom duro do mais jovem não o intimidou, ele era igual quando tin
Zahraa não encontrou táxi para levá-la para casa, isso a deixava mais nervosa que o comum. Relembrou o momento que teve que se esconder do noivo quando saia para a rua acreditando estar longe dele, teve que voltar a se esconder, por sorte ele não a viu, esse era mais um dos motivos de está parada na calçada esperando um carro, havia passado tempo demais atrás da parede, acalmando seus batimentos cardíacos. Ouviu o som de pneus parando ao seu lado, o vidro foi abaixado, no início ficou receosa, depois sentiu-se aliviada, Omar sorriu para ela. — Vamos?! — A última oportunidade de não ser vista era entrar naquele carro com ele. Foi o que fez. — Agradeço… — Zahraa murmurou depois de pôr o cinto e colocar a mochila sobre as pernas. — É um prazer. — diz o loiro. "Estamos apenas começando." Pensou escondendo o sorriso de canto presente apenas em seu íntimo.Logo deixaram o hotel para trás. A noite estava calma o suficiente para se apreciar o clima, porém, Zahraa preferia deixar o vidro da
Zahraa tentou dormir, mesmo com a mente cheia das recordações de poucas horas, a vergonha e a adrenalina, tudo que absorveu de cada situação. Agarrou o lençol cobrindo o rosto, agora parecia está em um casulo quente, o clima não estava tão quente quando da noite anterior, talvez o ar gelado do deserto estivesse soprando para aquela direção, para sua sorte, pelo menos a noite era fria o bastante para ser agradável fora do deserto, nele não era do mesmo modo, era extremamente quente durante o dia e muito gelado a noite.Por isso, ela se aconchegou no seu lugar, pensou positivo, mesmo tendo muitas dificuldades pela frente, acreditou que precisava descansar enquanto podia. fechou os olhos, o sono não veio.Era o mesmo processo de insônia, a mente da dançarina estava cheia, como o mar em turbulência, relembrou que já tinha Haidar como pretendente, mas ele corria atrás de Zaya, além daquilo significar que ela não teria muito tempo para seguir seu sonho, logo ele a colocaria na parede. Como e