Pensando rápido, Haidar passou a mão direita sobre os cabelos aproveitando para deixar o cotovelo sobre o travesseiro, impedindo qualquer questionamento da irmã quanto aquilo ali. — Disse que estou atrasado? — perguntou, olhando para o lado, onde a irmã estava. — Sim. Estamos atrasados. Lembra que hoje me levaria para a escola? Foi por isso que veio. — diz distraída com a conversa dele, não notou nada estranho agora, acreditou ser por ouvir tarde a frase o alertando sobre o atraso de ambos. — Achei que tinha vindo porque estava com saudades de mim. — Lila soltou um breve riso. — Claro que sentir sua falta, eu te amo mais que tudo!!! — ela ameaçou se aproximar novamente. Haidar tentou não transparecer nada. — Acabo de acordar e estou atrasado. Mais atrasado que você, aliás. — fez ela concordar compreensivamente, evitando um abraço além da aproximação.Lila tinha em mente a distância mais tarde percorrida, quase do outro lado da cidade, depois voltar para a faculdade. — Vou esperar
Os pneus haviam arranhado o chão, o barulho de cada um deles chamou atenção das pessoas ao redor, até mesmo aquelas que estavam em suas residências. Haidar estava cheio de adrenalina, conseguiu evitar o estresse comum do acontecimento, se recompondo rapidamente, soltou o volante do automóvel parado, saiu do carro indo até aquela que por pouco não virou uma vítima de atropelamento. O celular dela estava no chão assim como ela, sentada com o coração acelerado e os olhos vidrados nele, era notório o estado de choque que se encontrava.Se agachando na frente dela ele investigou seu estado físico com os olhos, sem tocá-la, também se atentou a perguntar sobre algo que poderia não ver por causa da abaya usada por ela. — Você está bem? Zahraa anui meio confusa. — Eu penso que sim… Vendo as pessoas os rodeando curiosas, Haidar tentou contornar a situação, a notícia não seria bem recebida pelo sheik, então tratou de não se preocupar mais com a universidade depois daquilo. — Ele não vai so
— Não faça nada estúpido! — Haidar não diminuiu a velocidade do carro, demonstrando não estar preocupado. — Não é estupidez ter vontade própria. — ela reclamou imediatamente. — Não me parece inteligente, então é estupidez. — diz ele. — Eu não preciso ouvi-lo mais. — ameaçou abrir a porta com o carro em movimento. — Precisa e o fará! — o príncipe tinha certeza do que dizia. — Vamos ver! — tentou realmente abrir a porta, por várias vezes quis chutar, empurrar, forçar e persistir na ação. — Mais que droga! — irritou ao limite, os olhos pegavam fogo quando ouviu o som da gargalhada curta de Haidar. — Isso não é engraçado, você está me levando contra minha vontade, está me sequestrando. — diz ela. — Se eu estivesse não levaria você para seu pai em primeiro lugar, qual sequestrador leva sua vítima para o hospital? Fazer inspeção do "produto?" Qualidade? — desatou a rir sem ao menos ter parado.Zahraa bufou, o ameaçando com o olhar afiado, por mais que o som belo da gargalhada dele fo
— O que está acontecendo aqui? — Zahraa ouviu a voz de Haidar, ela havia caído de lado em cima da cadeira que antes estava sentada, ambas caíram fazendo muito barulho, Haidar se agachou perto dela tentando averiguar o que havia acontecido com seu corpo. Youssef não respondeu a pergunta do príncipe imediatamente, apenas minutos depois. — Tive de ensinar uma lição a ela. — tentou trazer aprovação para seu lado.Haidar o encarou, depois tentou ajudar Zahraa a levantando com um abraço sem má-intenção por trás. Então verificou o rosto dela, onde o lenço escorregava, deixando os cabelos negros a mostra. Notando que a cor de seus fios lhe chamou atenção, ele tentou focar no que era necessário. — Não se trata dessa forma, aqui tem marcas. Isso é um sinal de violência física, agressão, não castigo, desta forma está violando os direitos dela. — mostrou o rosto de Zahraa com o lado direito inteiro vermelho, até as marcas de seus dedos estavam cravados na pele dela, os olhos marejados alertavam
Quando Zahraa achou que não poderia mais escapar dele, o telemóvel dele tocou no bolso de sua calça. Haidar parou, ainda a olhando intensamente, virou e se afastou para atender o aparelho. — Venha imediatamente! — ouviu a voz de seu pai do outro lado. Haidar bufou assim que a ligação foi encerrada. — Tenho que ir. Aproveite o tempo aqui, depois alguém a levará em casa! — avisou já se dirigindo a porta. Pelo silêncio ele se voltou para ela, Zahraa observava o jardim do outro lado, mas ela tinha ouvido suas palavras.Haidar suspirou, acreditou ser o momento de deixá-la sozinha. Saiu do espaço indo até um dos atendentes, explicou a situação de forma resumida, depois deu as ordens: — Deixe um carro preparado para levá-la em casa. Enquanto isso não importa o que ela pedir, dê a ela e caso ela não peça, apenas leve a melhor escolha do cardápio, depois disso não a incomodem! — o outro engoliu em seco, foi tanta informação de uma só vez que apenas concordou. Assim que o príncipe deu as c
Zahraa quase foi obrigada a ficar no restaurante, por ordens do príncipe. Não querendo ser vista por curiosos ela conseguiu pensar em algo que os beneficiaram, mas antes deixou o homem falar o que estava tentando a alguns minutos. — …Se príncipe souber que não seguir as palavras dele não terei emprego em nenhum lugar desta cidade… Por favor senhorita, estou apelando! — Era óbvio o desespero do homem.Zahraa estava de costas para ele, então se virou deixando-o ver apenas um lado do rosto, escondendo com o lenço o outro. — Então faremos um acordo! — o homem esguio à sua frente suspirou de alívio. — Qualquer coisa! — juntou as mãos na frente do corpo. — Não precisa disso, peço desculpas por ter demorado tanto a aceitar algo, estava apenas fazendo seu trabalho. Mas só quero uma coisa… Pode me conseguir um kit de maquiagem? — o homem ficou confuso, mas logo recordou-se das palavras do príncipe, não incomodá-la. Zahraa foi persuadida a comer pelo menos algo do cardápio, para mostrar ao
— Você está machucada? — Margaret perguntou preocupada enquanto a acompanhava de volta ao camarim. — Desculpe por isso, senhora Saeed! — pediu envergonhada. Margaret fechou a porta de seu camarim temerosa por ter algo haver com Omar. — Quem fez isso com você? — Meu pai. — a resposta de Zahraa trouxe um pouco de alívio para Margaret, no fundo ela cogitou a possibilidade de ter sido Omar. — Ah, eu sinto muito! — foi sincera. — Eu agradeço. — Zahraa tirou o lenço lhe sorrindo. — Qualquer coisa que precisar, pode contar comigo. Irei pedir alguns dias para você a Ismael. — Zahraa tentou protestar, foi impedida gentilmente. — Primeiro se cuide, depois conversamos. Fique ciente que qualquer pessoa que a conhece fora daqui saberia ser você por causa de tudo isso. — abriu os olhos de Zahraa. — Desejo que você e seu pai se entendam logo! Vou indo, tenho que checar as outras garotas. — avisou.Zahraa a viu sair, mas ouviu sua voz no corredor. — Omar, a deixe por agora, depois você tra
Zahraa parou de recuar, no fundo se abalava com a aproximação dele, afinal, ainda o amava muito, estava cheia de receio pelo passado, no momento não tinha outra opção a não ser ceder ao príncipe.Haidar retirou o lenço com cuidado, não se importando se estava próximo demais de Zahraa, notava o quanto mexia com ela, além do receio visível nas íris verdes dela. Quando retirou o lenço, se afastou, seus olhos não acreditaram no que viram. — Ele fez de novo. Como pôde? — apertou o lenço dela na palma. Zahraa baixou os olhos depois de perceber que não conseguia decifrar nada nos verdes cinzentos dele, além de raiva e decepção, não querendo ter falsas esperanças depois do que seu pai lhe disse, procurou não saber a quem aquele sentimento era dirigido. — Ele não tem mais o direito de fazer isso. — diz irritado. — Tecnicamente, sim, amo. — murmurou humilhada. — Não sou seu amo. — murmurou, Zahraa não o incomodou com perguntas quanto aquilo, apenas aceitou. — Não, não se trata mais dele, n