Amélia saiu do quarto de Megan e começou o caminho para o seu quarto.
Ela estava feliz por saber que Megan estava gostando do lugar. A garota estava viva e bem, estava se interessando pelas aulas e queria conhecer mais. Amélia quase não conseguia acreditar em como tudo estava dando certo. Tudo era bom demais para ser verdade.
Amélia subiu o elevador sozinha direto para o seu apartamento. Assim que ela entrou, já começou a tirar o blazer cinza e a desabotoar a camisa branca.
- Connor, você ainda está aqui? – perguntou ela, jogando a blusa no chão e abrindo o zíper da saia, que caiu aos seus pés.
- No mesmo lugar em que você me deixou. – A voz dele vinha do quarto, com um leve tom de divertimento.
Amélia atravessou a sala e abriu a porta do quarto, apenas usando a lingerie preta de renda com detalhes em branco. Connor, deitado na cama, nu sob as cobertas, colocou o livro que estava lendo sobre o criado-mudo ao lado da cama. O quarto era iluminad
21 de novembro. Acordei com os primeiros raios de sol que entraram pela minha janela. Era até estranho não ter mais pesadelos todas as noites. Me mexi sob as cobertas, mas continuei deitada por mais uns minutos, vendo como os raios de sol atravessavam a cortina e iluminava o quarto. Eu ouvia os sons dos pássaros lá fora, passos de meninas passando pelo corredor em direção ao banheiro, algumas vozes abafadas e risonhas. Pelo visto as segundas-feiras eram tão animadas ali na Academia quanto as sextas. Antes que começasse o dia, eu queria e precisava fazer algo que já não fazia a muito tempo. Levantei-me e fui até o meu baú, pegando o meu diário. ※※※※ Querido diário. Desde que conheci Mason Collins a minha vida tem mudado drasticamente. Eu quase morri, várias vezes, mas agora eu estou bem. Me sinto estranha com esse sentimento em meu peito que diz que eu abandonei m
Entrei e fechei a porta, indo até ela. - Aconteceu alguma coisa? – perguntei, me sentando na cadeira de frente para sua mesa. A maquiagem de Amélia estava borrada nos olhos, mas ela inda estava linda. Ela estava usando um terninho preto parecido com o da noite anterior, seus sapatos de salto estavam jogados embaixo da mesa e havia vários lenços de papel sobre a mesa. - Nada que eu não possa resolver – disse ela, tentando sorrir. Ela pegou mais um lencinho em uma caixinha decorada com coraçõezinhos e secou abaixo dos olhos. - Sabe que pode conversar comigo – falei, sem querer ser intrometida, mas querendo ajudar. - Eu sei. Só que isso é um pouco mais delicado. – disse ela, então assoou o nariz e limpou a mesa, jogando todos aqueles lencinhos amaçados em uma lixeira. – Mas é bom que você esteja aqui. - A senhora pediu que eu viesse. - Sim. – Ela sorriu e digitou alguma coisa no computador. – Como você está bem para começar as aul
- Quer ir comigo? – perguntou Amélia. - Participar da sua aula? – ela balançou a cabeça, afirmando. – Claro, vai ser um prazer. Ela checou em um espelho para ver se a maquiagem estava boa e então saímos da sala. Enquanto andávamos pelos corredores em direção à sala onde Amélia lecionava, ela me contou qual fora o assunto que estavam estudando na última aula, algo sobre uma Hunter que teve que matar todos os seus filhos antes que eles se transformassem em vampiros. Não me lembro do nome da Hunter porque fiquei imaginando se Amélia teria coragem de matar seus filhos se eles começassem a se transformar em vampiros. Ou mesmo se ela teria coragem de me matar caso fosse comigo. Ao invés de ir para uma sala de aula tradicional, fomos para o terceiro andar, para uma sala ampla, cheia de quadros nas paredes e nos pilares. Havia bancos compridos por todo lado e pedestais com objetos estranhos em cúpulas de vidro com uma plaquinha de “cuidado” na lateral. Era co
Amélia voltou para a sua sala e mandou uma mensagem para Connor, pedindo que ele fosse até a sala dela antes do horário do almoço acabar. Ele recebeu a mensagem, mas não respondeu, e ela ficou sentada no sofá balançando o pé impacientemente até ele chegar. Ou até ele dar o bolo nela. Amélia se controlou o suficiente para não roer as unhas, pois sabia que isso era um péssimo hábito, mas acabou se levantando e andando de um lado para o outro por quase dez minutos. Enfim, Connor bateu duas vezes na porta antes de entrar. Ele olhou envolta até ver Amélia parada perto do sofá olhando para ele com expectativa. - Você queria falar comigo? – perguntou ele, fechando a porta para os dois não serem interrompidos. Amélia deu a volta no sofá, mas não se aproximou de Connor. - Eu queria ter falado com você hoje de manhã, mas quando acordei você não estava mais lá – disse ela, torcendo os dedos para tentar se acalmar. - Quando você disse que
Quando percebi, o jantar já havia acabado e Kelsy e eu estávamos voltando para o quarto. Ela estava cansada e por isso foi direto para a cama. Depois de um banho, eu também me deitei para descansar. Havia chamadas perdidas da minha tia Stella, mas já estava tarde e eu resolvi ligar para ela só no dia seguinte. Durante a noite, tive bons sonhos, coisas normais como sonhar que a minha amiga Sarah estava falando do novo cara que ela estava ficando. O sonho só fez a saudade pela minha casa aumentar, e acordei com uma pontada no coração. Eu já estava me acostumando com o meu novo quarto, meu novo lar e a minha nova vida, mas ainda era difícil esquecer do passado. ※※※※22 de novembro.※※※※ Quando eu acordei pela manhã, uma hora mais cedo do que o necessário, abri o meu baú e peguei um diário antigo. A primeira página havia sido escrita por mim em 2007, pouco antes de eu fazer nove anos. Havia algumas fotos coladas de um
Depois do almoço, voltamos para a Arena, para a mesma sala onde estivéramos antes. Agora, Kelsy me ensinava a quebrar outros ossos do corpo, como braços e pernas. Ela disse que quebrar a coluna de um vampiro também o deixava desacordado, mas para isso eu precisaria ter a força, a agilidade e a rapidez de um vampiro, coisa que eu não tinha. O boneco Joe tinha uma parte oca no peito para treinar o estaqueamento (técnica de enfiar uma estaca em alguém). Eu só consegui depois de pelo menos umas dez tentativas antes de conseguir cravar uma estaca no coração do Joe. Minhas mãos já estavam doloridas e meio inchadas quando o treinamento acabou. Eu realmente estava cansada e acabei nem indo jantar, apenas tomei um café com meus amigos depois do treino e então fui para o meu quarto, com intenção de ligar para a minha tia e ir dormir mais cedo. Ela atendeu rápido e disse que estava com saudades. Brigou comigo por demorar para ligar e por não ter mandado nenhuma mensagem
※※※※24 de novembro. ※※※※ Acordei com mais dor no corpo do que no dia anterior. O dia estava nublado, e parecia que ia chover. Com relutância, eu me vesti já preparada para o treino. Fiz uma trança no cabelo e o prendi em um coque na nuca. Quando eu sai do quarto para ir no banheiro, Kelsy saiu do quarto dela, com o cabelo bagunçado e o rosto marcado pelo travesseiro. Ela murmurou um bom dia e foi direto para o chuveiro. Eu até queria ter tomado um banho antes de ir tomar café, para talvez me livrar daquela dor nos ombros, pescoço, coluna e pernas, mas colocar a roupa foi difícil e eu estava com preguiça de tirar e ter que colocar novamente. Em meu quarto, eu encontrei um remédio para dor, mas não pude tomar pois sabia que ele dava sono, e eu precisava ficar acordada para aprender a dar socos em vampiros. Eu não sei se era por causa do clima nublado, mas parecia que todos haviam acordado com o pé esquerdo. Durante o café da manhã, todo
- Megan, vamos? – chamou Kelsy, com os olhos inchados como se tivesse dormido ao invés de ler o livro. Olhei no relógio e vi que o tempo havia passado rápido enquanto estávamos ali. Kelsy devolveu o livro que havia pego e fomos até a porta principal, nos despedindo de Tátia na saída. Ela olhou do livro pra mim, mas não disse nada. Ao sair da biblioteca para o corredor e em direção as escadas, esbarrei sem querer com o instrutor Jackson, que estava indo para a biblioteca com dois livros pequenos em mãos. Ele estava usando roupas parecidas com as que eu o vira usar durante o treino de Andrea. Ele pediu desculpas por ter se esbarrado em mim, mas não me olhou nos olhos e logo deu as costas, com o rosto sério. Kelsy nem percebeu que ele passara. Ela estava com o meu livro na mão, lendo a sinopse, ocupada demais até para perceber que o professor mais gato da escola, ou pelo menos dos que eu conhecia, tinha se esbarrado em mim.