Amélia voltou para a sua sala e mandou uma mensagem para Connor, pedindo que ele fosse até a sala dela antes do horário do almoço acabar. Ele recebeu a mensagem, mas não respondeu, e ela ficou sentada no sofá balançando o pé impacientemente até ele chegar.
Ou até ele dar o bolo nela.
Amélia se controlou o suficiente para não roer as unhas, pois sabia que isso era um péssimo hábito, mas acabou se levantando e andando de um lado para o outro por quase dez minutos.
Enfim, Connor bateu duas vezes na porta antes de entrar. Ele olhou envolta até ver Amélia parada perto do sofá olhando para ele com expectativa.
- Você queria falar comigo? – perguntou ele, fechando a porta para os dois não serem interrompidos.
Amélia deu a volta no sofá, mas não se aproximou de Connor.
- Eu queria ter falado com você hoje de manhã, mas quando acordei você não estava mais lá – disse ela, torcendo os dedos para tentar se acalmar.
- Quando você disse que
Quando percebi, o jantar já havia acabado e Kelsy e eu estávamos voltando para o quarto. Ela estava cansada e por isso foi direto para a cama. Depois de um banho, eu também me deitei para descansar. Havia chamadas perdidas da minha tia Stella, mas já estava tarde e eu resolvi ligar para ela só no dia seguinte. Durante a noite, tive bons sonhos, coisas normais como sonhar que a minha amiga Sarah estava falando do novo cara que ela estava ficando. O sonho só fez a saudade pela minha casa aumentar, e acordei com uma pontada no coração. Eu já estava me acostumando com o meu novo quarto, meu novo lar e a minha nova vida, mas ainda era difícil esquecer do passado. ※※※※22 de novembro.※※※※ Quando eu acordei pela manhã, uma hora mais cedo do que o necessário, abri o meu baú e peguei um diário antigo. A primeira página havia sido escrita por mim em 2007, pouco antes de eu fazer nove anos. Havia algumas fotos coladas de um
Depois do almoço, voltamos para a Arena, para a mesma sala onde estivéramos antes. Agora, Kelsy me ensinava a quebrar outros ossos do corpo, como braços e pernas. Ela disse que quebrar a coluna de um vampiro também o deixava desacordado, mas para isso eu precisaria ter a força, a agilidade e a rapidez de um vampiro, coisa que eu não tinha. O boneco Joe tinha uma parte oca no peito para treinar o estaqueamento (técnica de enfiar uma estaca em alguém). Eu só consegui depois de pelo menos umas dez tentativas antes de conseguir cravar uma estaca no coração do Joe. Minhas mãos já estavam doloridas e meio inchadas quando o treinamento acabou. Eu realmente estava cansada e acabei nem indo jantar, apenas tomei um café com meus amigos depois do treino e então fui para o meu quarto, com intenção de ligar para a minha tia e ir dormir mais cedo. Ela atendeu rápido e disse que estava com saudades. Brigou comigo por demorar para ligar e por não ter mandado nenhuma mensagem
※※※※24 de novembro. ※※※※ Acordei com mais dor no corpo do que no dia anterior. O dia estava nublado, e parecia que ia chover. Com relutância, eu me vesti já preparada para o treino. Fiz uma trança no cabelo e o prendi em um coque na nuca. Quando eu sai do quarto para ir no banheiro, Kelsy saiu do quarto dela, com o cabelo bagunçado e o rosto marcado pelo travesseiro. Ela murmurou um bom dia e foi direto para o chuveiro. Eu até queria ter tomado um banho antes de ir tomar café, para talvez me livrar daquela dor nos ombros, pescoço, coluna e pernas, mas colocar a roupa foi difícil e eu estava com preguiça de tirar e ter que colocar novamente. Em meu quarto, eu encontrei um remédio para dor, mas não pude tomar pois sabia que ele dava sono, e eu precisava ficar acordada para aprender a dar socos em vampiros. Eu não sei se era por causa do clima nublado, mas parecia que todos haviam acordado com o pé esquerdo. Durante o café da manhã, todo
- Megan, vamos? – chamou Kelsy, com os olhos inchados como se tivesse dormido ao invés de ler o livro. Olhei no relógio e vi que o tempo havia passado rápido enquanto estávamos ali. Kelsy devolveu o livro que havia pego e fomos até a porta principal, nos despedindo de Tátia na saída. Ela olhou do livro pra mim, mas não disse nada. Ao sair da biblioteca para o corredor e em direção as escadas, esbarrei sem querer com o instrutor Jackson, que estava indo para a biblioteca com dois livros pequenos em mãos. Ele estava usando roupas parecidas com as que eu o vira usar durante o treino de Andrea. Ele pediu desculpas por ter se esbarrado em mim, mas não me olhou nos olhos e logo deu as costas, com o rosto sério. Kelsy nem percebeu que ele passara. Ela estava com o meu livro na mão, lendo a sinopse, ocupada demais até para perceber que o professor mais gato da escola, ou pelo menos dos que eu conhecia, tinha se esbarrado em mim.
Amélia ficou esperando por Mason por mais de uma hora. Quando ele chegou, ela estava andando de um lado para o outro na sala de estar. As portas do elevador se abriram e Mason veio direto para a sala, onde sua mãe o esperava. - O que você conseguiu? – perguntou Amélia já estendendo a mão. Mason enfiou a mão no bolso e tirou um papel dobrado. - Só consegui uma foto. Caiu do diário dela e ela não percebeu que eu peguei – disse ele, entregando a foto dobrada para sua mãe. - Perfeito. – Ela pegou abriu a fotografia e viu as gêmeas Megan e Melanie sentadas em um píer com Mary e Garyson Halloran. Eles pareciam felizes na foto. – Tem certeza de que ela não percebeu que você pegou a foto? - Absoluta – disse Mason, se sentando no sofá e vendo sua mãe olhando para a foto, prestando atenção em todos os detalhes. – Pela grossura do diário devia ter tanta foto que ela nem vai sentir falta dessa. - Que bom. – Amélia olhou para o seu filho co
※※※※25 de novembro. ※※※※ Pela primeira vez na semana eu tive um sonho estranho. Não era nada assustador, mas posso dizer que eu não entendi nada. Eu estava correndo em um corredor branco em direção a portas duplas grossas. O sonho acabou antes de eu conseguir tocar na maçaneta e eu acordei com a respiração acelerada como se realmente tivesse corrido. Acordei um pouco mais cedo do que precisava e pude ficar mais tempo no chuveiro com a água quente correndo pelas minhas costas e relaxando os meus músculos doloridos. Eu fechei os olhos e coloquei a cabeça embaixo da água por alguns minutos. Quando acabei o banho eu fui para o quarto e me troquei. Coloquei uma roupa confortável e um tênis, amarrei o cabelo em um rabo-de-cavalo e sai. Kelsy estava saindo do quarto dela no mesmo momento que eu e quase esbarramos uma na outra. - Bom dia – falei enquanto íamos em direção a escada e ela ia arrumando o cabelo olhando no reflexo da tela do celul
Mostrei a Mason minhas técnicas com o boneco Joe. Eu lembrava dos movimentos e eles saiam quase perfeitos. Parecia que Mason era mais perfeccionista do que Kelsy, mas não me importei muito, pelo menos eu estava aprendendo alguma coisa. Mason queria saber como se fazia para quebrar o pescoço do Joe com ele em pé, ao invés de ajoelhado, que era a posição que Kelsy o havia colocado quando me ensinou aquele golpe. Eu disse ao Mason que só sabia quebrar o pescoço do Joe com ele de joelhos, aí Mason teve que me ensinar várias técnicas para quebrar o pescoço dele com ele em pé, ou maneiras de derruba-lo de quatro, para que eu conseguisse a melhor posição, que era o Joe de joelhos. Mason praticou os golpes em mim, quase em câmera lenta para que eu entendesse como funcionava. Ele me explicou onde eu tinha que colocar o meu peso e quando eu tinha que fazer mais força. Mason imitou perfeitamente um golpe que eu vira Andrea fazer quando eu fui no treino dela no primeiro dia. Ele
※※※※26 de novembro. ※※※※ - Vocês vão sair hoje? – perguntei logo após cuspir a pasta de dente na pia do banheiro. Andrea, que estava de pijama e pantufas se encostou na beirada da pia do banheiro e ergueu as sobrancelhas. - Mason e Roy vão ficar ocupados o dia todo jogando videogame, se vocês quiserem a gente pode dar uma volta na cidade – disse ela, olhando de mim para Kelsy, que estava do meu lado tentando domar o cabelo. - Pode ser, mas com que carro a gente vai? – perguntou Kelsy. – Roy não tem carro para nos emprestar e o Porshe é apertado. - A gente pode pegar a caminhonete da mãe da Amélia – sugeri, erguendo as sobrancelhas. – Acho que as chaves devem estar com o Mason. Andrea pegou o celular no bolso do pijama. - Eu vou ligar para o Mason para ver se a chave está com ele – disse ela já colocando o celular na orelha e esperando que Mason atendesse, o que não demorou muito. – Oi, amor. – Ela sorriu e espe