- Acha que eu tenho poderes iguais aos seus? – fui direto ao assunto, logo que parecia que Mason era meio lento para pensar.
Ele me encarou como se aquilo fosse a coisa mais idiota de se dizer.
- Já conversamos sobre isso, Megan – disse ele, como se estivesse falando com uma criança. Eu odiava quando as pessoas faziam isso. – E mesmo que fosse o caso, você ainda não fez aniversário, então não tem como ser isso.
E novamente ele destruía as minhas esperanças.
- A minha mãe sabe disso? – perguntou.
Dei de ombros.
- Sei lá. Mas como eu achava que tinha sido você que tinha me curado, eu meio que disse isso a ela e a Andrea.
- E elas acreditaram?
- Bom, como eu não sabia da verdade então tecnicamente eu não estava mentindo. Então acho que fui convincente ao ponto do instrutor Connor deixar eu lutar com Andrea na aula usando bastões.
Mason deu alguns passos para trás e arregalou os olhos.
- Você fez o quê?
Megan ficou olhando Mason andar de um lado para o outro na sala. Mason ficou calado por um bom tempo, sem saber o que dizer perante a tudo aquilo. Ele achava que o fato de estar acontecendo essas coisas estranhas com Megan era o fato de ela não ser uma Hunter Mestiça comum. Até onde Mason sabia, Megan podia ter genes de lobisomem, isso com certeza explicaria o fato de ela estar se curando perto dos dezoito anos, mas Garyson não era um lobisomem e Mason não podia dizer à Megan ainda que ela não era uma Hunter comum. Não seria Mason a pessoa que contaria isso a Megan. “Eu sou amigo dela e não posso magoá-la.” Mason andou até a janela vendo o sol se pôr. “Já contamos a ela que ela é uma Hunter como minha mãe e eu, mas que sem os poderes. Se dissermos que ela não é na verdade uma Hunter, o que ela deve achar de nós? Droga. Não faço a mínima ideia do que fazer.” - O que você está pensando? – perguntou Megan. Mason s
Eu mal conseguia acreditar que tinha dado certo. Fiquei feliz, claro. Muito feliz. Eu finalmente me sentia saldável novamente. O ar à minha volta parecia estar mais puro, as luzes mais vibrantes e meu corpo parecia ter sido restaurado. E tudo graças ao meu primo Mason. Eu sabia que ele me curara meio que para mudar de assunto quando eu disse que sabia que ele e sua família estavam escondendo coisas de mim, mas ainda assim, foi um gesto e tanto. Sinceramente eu não tinha esperanças de que fosse realmente dar certo. Mas deu. E eu estava eufórica, querendo gritar para o mundo todo que eu estava viva e que continuaria assim até depois do meu décimo oitavo aniversário. A porta da sala se abriu e Amélia entrou. Ela olhou de Mason pra mim e sua expressão de preocupada se transformou em felicidade quando ela viu meu sorriso. - Deu certo? – perguntou ela, alternando o olhar entre Mason e eu. Mason respondeu por mim assentindo com a cabeça e sorrindo pa
Mason nem bateu na porta antes de entrar no quarto do irmão. Jason se assustou e o livro que ele segurava caiu no chão. Ele se levantou e tirou os fones do ouvido. - Desde quando você simplesmente entra assim no meu quarto? – perguntou Jason ao irmão. Mason estava tomado pela raiva e pegou o irmão pela camisa e o atirou contra a parede. Jason perdeu o ar por um segundo, mas se recuperou e tentou empurrar seu irmão para longe dele, sem sucesso. - Por que você atacou a Megan hoje de manhã? – perguntou Mason, quase gritando, mas tentando controlar a voz para não chamar atenção indesejada. A expressão de Jason passou de raiva para escárnio. - É sobre isso que você veio falar? Veio defender a honra da sua amiguinha? – Jason cuspiu as palavras na cara do irmão, aproveitando que era mais alto que Mason, ele se aprumou e deu um passo à frente. – Se ela quiser, ela que venha falar comigo, porque você não tem nada a ver com isso. Mason s
Eu não estava acreditando naquilo que estava vendo. Jason estava sentado na minha cama, virado para a janela aberta, apoiando os antebraços nos joelhos. Ele se virou para mim e pude ver uma marca envolta de seu olho esquerdo, como se ele tivesse levado um soco recentemente. Meu coração começou a acelerar ao lembrar o que acontecera na última vez em que ficamos em um quarto sozinho. A primeira vez não tinha sido muito legal e eu duvidava que a segunda seria. Fiquei segurando a maçaneta da porta aberta, querendo que alguém passasse por ali, para ir ao banheiro ou sei lá. Só queria ter certeza de que eu não estava sozinha no quarto andar com o psicopata do filho da minha tia. Respirei fundo, olhei o corredor vazio atrás de mim e quase cogitei fugir e me trancar no quarto de Andrea, onde provavelmente Jason não sabia onde era. Jason não falou nada, apenas ficou lá me encarando. Fiquei parada, sem fazer movimentos bruscos ou qualquer coisa que o fizesse co
Comi a salada de frutas enquanto pensava nos milhares de homens e mulheres treinando para matar vampiros e lobisomens. E nos outros milhares espalhados pelo mundo fingindo ter uma vida normal enquanto as pessoas ao seu redor nem desconfiam que o sobrenatural existe. Como eu, quando conheci Mason. Eu até poderia acha-lo estranho, mas nunca me passaria pela cabeça a verdadeira vida que ele levava por trás da faixada de estudante transferido que só queria fazer amizade com as excluídas da escola. - Então você topa? – perguntou Kelsy, ainda animada. - Topo o quê? – Elas estavam me deixando confusa falando coisas pela metade. - Ir com a gente até a cidade – respondeu Andrea. Pensei no assunto. Elas poderiam me mostrar a cidade, logo que eu ficaria ali por quatro anos, seria melhor conhecer as redondezas. - Claro, vai ser legal. A que horas vocês vão? As duas se entreolharam. - Perto da sete – disseram elas. - Da noit
Andrea comeu metade do meu café da manhã, dizendo que não era pra eu comer muito porque dali a pouco seria servido o almoço e não era para eu perder. Arrumei o quarto e coloquei todas as minhas roupas sujas em uma mala para lavar. Andrea e Kelsy já haviam feito a limpeza em seus quartos e me mostraram onde eu poderia pegar os produtos que precisaria. Deixei as coisas em meu quarto e me troquei para ir com elas almoçar. Encontramos Mason e Roy já sentados na mesa, nos esperando. Fizemos nossos pratos e nos juntamos a eles. Mason olhou pra mim e eu sorri pra ele. Graças a ele eu estava viva e continuaria assim. Eu estava me sentindo muito bem desde o encontro com ele no dia anterior. - Até que enfim vocês chegaram – reclamou Roy. Ele recebeu um beijo no rosto de Kelsy, mas estava olhando pra mim. – Boa tarde, senhorita Megan. Até que enfim a senhorita nos deu a honra de sua presença. - Eu precisava do meu sono de beleza depois de quase morrer – falei, s
Como eu não tinha nada de melhor para fazer o resto da tarde, resolvi começar a me arrumar mais cedo. Tomei banho, lavei o cabelo e depilei as pernas. Quando voltei para o quarto, fui direto ao meu baú ao pé da cama, ao lado do baú de minha irmã. Abri com a chave pendurada em meu pescoço e tirei de lá meu secador de cabelo, chapinha, e o babyliss. Me sentei na escrivaninha, de frente para o espelho e comecei a arrumar o cabelo. Peguei uma tesoura e cortei alguns centímetros do cabelo, sentindo a necessidade de mudar o visual, sequei e fiz cachos nas pontas, penteando com os dedos para soltá-los. Fiz a maquiagem, coloquei a roupa e passei perfume. Coloquei os brincos que Kelsy me ajudara a escolher e então eu estava pronta. Uma hora antes de sair. Resolvi sair do quarto e dar uma volta pela Academia, cuidando para não me perder nos corredores. Peguei meu celular e um pouco de dinheiro que eu tinha guardado e coloquei dentro de uma das botas, onde ficaria protegido co
- Nossa, eu estou morta da fome – disse Kelsy. Saímos do carro e nos juntamos à Mason e Andrea. Entramos na lanchonete, sentamos em uma mesa e fizemos nossos pedidos. Andrea era magra e bonita, e nunca passaria pela minha cabeça uma imagem dela comendo tudo aquilo que ela pediu. Achamos que ela havia pedido para Mason também, mas ele fez seu pedido separado. Quando a comida chegou, comi feliz o meu hambúrguer com batata frita. - Nossa, parece que faz séculos que eu não como isso. – Kelsy parecia prestes a colocar o hambúrguer de bacon e frango num altar, mas a fome era tanta que ela preferia comer. - Estou cansada de comer salada todos os dias – disse Andrea. – Essa vida fitness não é pra mim. Eu nasci para comer pizza e hambúrguer todos os dias. - O que eu não daria por uma lasanha de frango agora – disse Roy, com olhos sonhadores. – Ou uma torta da vovó. - A comida da Academia é boa, mas seria bom se eles fizessem algo diferente as vezes. Pe