Como eu não tinha nada de melhor para fazer o resto da tarde, resolvi começar a me arrumar mais cedo. Tomei banho, lavei o cabelo e depilei as pernas. Quando voltei para o quarto, fui direto ao meu baú ao pé da cama, ao lado do baú de minha irmã. Abri com a chave pendurada em meu pescoço e tirei de lá meu secador de cabelo, chapinha, e o babyliss. Me sentei na escrivaninha, de frente para o espelho e comecei a arrumar o cabelo. Peguei uma tesoura e cortei alguns centímetros do cabelo, sentindo a necessidade de mudar o visual, sequei e fiz cachos nas pontas, penteando com os dedos para soltá-los. Fiz a maquiagem, coloquei a roupa e passei perfume. Coloquei os brincos que Kelsy me ajudara a escolher e então eu estava pronta. Uma hora antes de sair.
Resolvi sair do quarto e dar uma volta pela Academia, cuidando para não me perder nos corredores. Peguei meu celular e um pouco de dinheiro que eu tinha guardado e coloquei dentro de uma das botas, onde ficaria protegido co
- Nossa, eu estou morta da fome – disse Kelsy. Saímos do carro e nos juntamos à Mason e Andrea. Entramos na lanchonete, sentamos em uma mesa e fizemos nossos pedidos. Andrea era magra e bonita, e nunca passaria pela minha cabeça uma imagem dela comendo tudo aquilo que ela pediu. Achamos que ela havia pedido para Mason também, mas ele fez seu pedido separado. Quando a comida chegou, comi feliz o meu hambúrguer com batata frita. - Nossa, parece que faz séculos que eu não como isso. – Kelsy parecia prestes a colocar o hambúrguer de bacon e frango num altar, mas a fome era tanta que ela preferia comer. - Estou cansada de comer salada todos os dias – disse Andrea. – Essa vida fitness não é pra mim. Eu nasci para comer pizza e hambúrguer todos os dias. - O que eu não daria por uma lasanha de frango agora – disse Roy, com olhos sonhadores. – Ou uma torta da vovó. - A comida da Academia é boa, mas seria bom se eles fizessem algo diferente as vezes. Pe
Ela se arrumou e passamos no banheiro antes de ir para a Arena. Foi bom sair de manhã. O dia estava ensolarado, o ar estava fresco, quando saímos para fora sentimos o cheiro de grama recém aparada. Como o dia estava meio quente, algumas pessoas nadavam na piscina do primeiro andar da Arena. As portas estavam abertas e eu podia vê-los jogando algum jogo aquático que eu não conhecia. Kelsy disse que a piscina era aberta nos fins de semana para os alunos se divertirem e, que quando estava frio, a piscina virava uma espécie de hidromassagem gigante. Subimos para o segundo andar. Aurora não estava em sua mesa, mas havia um bilhete preso com fita sobre sua mesa. ※※※※ Peguem os protetores e entrem. O armário está aberto. _Aurora. ※※※※ Kelsy pegou os protetores de ouvido no armário, dois óculos de proteção, logo que iríamos usar armas de f
Kelsy me ensinou a desmontar e a montar uma arma e me fez repetir o processo várias vezes, até que eu não hesitasse mais. Ela ficava dizendo que quanto mais rápido eu fizesse, mais chances eu teria de sobreviver. Ela me contou como foi atirar pela primeira vez depois de se transformar e de como as aulas de balística parecia ser mais fácil para ela do que para os outros alunos. Ela disse que no início não tinha entendido como era aquela habilidade, mas que agora fazia parte dela tanto quantos os órgãos dentro do seu corpo. Dava para ver e sentir a paixão de Kelsy pelas armas. Ela conseguia desmontar e montar uma arma em segundos, enquanto eu demorava quase cinco minutos. Ela disse que eu precisava treinar meus reflexos, dizendo que eu era muito lenta, e que precisava malhar para ganhar músculos e deixar meus braços mais firmes. Depois do almoço, voltamos para a Arena. Kelsy ainda não me deixara atirar, mas dizia que quando visse que eu estivesse pronta, ela deixaria.
Mason foi com Roy até o dormitório masculino, esperou o amigo entrar no quarto para ir dormir e voltou para o alojamento feminino em silêncio. Ele teve que atravessar toda a Academia duas vezes e quando estava perto da porta principal do dormitório das meninas, ele teve que se esconder trás de um pilar para não ser visto pela sua mãe, que saia sorridente pelas portas principais. O coração de Mason estava acelerado, mas ele não ia desistir agora que faltava tão pouco. Não havia restrições de garotos no alojamento das meninas durante a noite, mas Mason sabia que se sua mãe o visse ali, faria alguma lei que restringisse aquilo que ele estava prestes a fazer. Amélia passou por Mason e não o viu, de tão distraída que estava naquele momento. Mason esperou que sua mãe virasse no corredor à esquerda, antes de entrar no dormitório feminino, segurando a porta para que não rangesse. Ele subiu as escadas depressa, pulando de dois em dois degraus. Chegou em segund
Amélia saiu do quarto de Megan e começou o caminho para o seu quarto. Ela estava feliz por saber que Megan estava gostando do lugar. A garota estava viva e bem, estava se interessando pelas aulas e queria conhecer mais. Amélia quase não conseguia acreditar em como tudo estava dando certo. Tudo era bom demais para ser verdade. Amélia subiu o elevador sozinha direto para o seu apartamento. Assim que ela entrou, já começou a tirar o blazer cinza e a desabotoar a camisa branca. - Connor, você ainda está aqui? – perguntou ela, jogando a blusa no chão e abrindo o zíper da saia, que caiu aos seus pés. - No mesmo lugar em que você me deixou. – A voz dele vinha do quarto, com um leve tom de divertimento. Amélia atravessou a sala e abriu a porta do quarto, apenas usando a lingerie preta de renda com detalhes em branco. Connor, deitado na cama, nu sob as cobertas, colocou o livro que estava lendo sobre o criado-mudo ao lado da cama. O quarto era iluminad
21 de novembro. Acordei com os primeiros raios de sol que entraram pela minha janela. Era até estranho não ter mais pesadelos todas as noites. Me mexi sob as cobertas, mas continuei deitada por mais uns minutos, vendo como os raios de sol atravessavam a cortina e iluminava o quarto. Eu ouvia os sons dos pássaros lá fora, passos de meninas passando pelo corredor em direção ao banheiro, algumas vozes abafadas e risonhas. Pelo visto as segundas-feiras eram tão animadas ali na Academia quanto as sextas. Antes que começasse o dia, eu queria e precisava fazer algo que já não fazia a muito tempo. Levantei-me e fui até o meu baú, pegando o meu diário. ※※※※ Querido diário. Desde que conheci Mason Collins a minha vida tem mudado drasticamente. Eu quase morri, várias vezes, mas agora eu estou bem. Me sinto estranha com esse sentimento em meu peito que diz que eu abandonei m
Entrei e fechei a porta, indo até ela. - Aconteceu alguma coisa? – perguntei, me sentando na cadeira de frente para sua mesa. A maquiagem de Amélia estava borrada nos olhos, mas ela inda estava linda. Ela estava usando um terninho preto parecido com o da noite anterior, seus sapatos de salto estavam jogados embaixo da mesa e havia vários lenços de papel sobre a mesa. - Nada que eu não possa resolver – disse ela, tentando sorrir. Ela pegou mais um lencinho em uma caixinha decorada com coraçõezinhos e secou abaixo dos olhos. - Sabe que pode conversar comigo – falei, sem querer ser intrometida, mas querendo ajudar. - Eu sei. Só que isso é um pouco mais delicado. – disse ela, então assoou o nariz e limpou a mesa, jogando todos aqueles lencinhos amaçados em uma lixeira. – Mas é bom que você esteja aqui. - A senhora pediu que eu viesse. - Sim. – Ela sorriu e digitou alguma coisa no computador. – Como você está bem para começar as aul
- Quer ir comigo? – perguntou Amélia. - Participar da sua aula? – ela balançou a cabeça, afirmando. – Claro, vai ser um prazer. Ela checou em um espelho para ver se a maquiagem estava boa e então saímos da sala. Enquanto andávamos pelos corredores em direção à sala onde Amélia lecionava, ela me contou qual fora o assunto que estavam estudando na última aula, algo sobre uma Hunter que teve que matar todos os seus filhos antes que eles se transformassem em vampiros. Não me lembro do nome da Hunter porque fiquei imaginando se Amélia teria coragem de matar seus filhos se eles começassem a se transformar em vampiros. Ou mesmo se ela teria coragem de me matar caso fosse comigo. Ao invés de ir para uma sala de aula tradicional, fomos para o terceiro andar, para uma sala ampla, cheia de quadros nas paredes e nos pilares. Havia bancos compridos por todo lado e pedestais com objetos estranhos em cúpulas de vidro com uma plaquinha de “cuidado” na lateral. Era co