Mason nem bateu na porta antes de entrar no quarto do irmão.
Jason se assustou e o livro que ele segurava caiu no chão. Ele se levantou e tirou os fones do ouvido.
- Desde quando você simplesmente entra assim no meu quarto? – perguntou Jason ao irmão.
Mason estava tomado pela raiva e pegou o irmão pela camisa e o atirou contra a parede. Jason perdeu o ar por um segundo, mas se recuperou e tentou empurrar seu irmão para longe dele, sem sucesso.
- Por que você atacou a Megan hoje de manhã? – perguntou Mason, quase gritando, mas tentando controlar a voz para não chamar atenção indesejada.
A expressão de Jason passou de raiva para escárnio.
- É sobre isso que você veio falar? Veio defender a honra da sua amiguinha? – Jason cuspiu as palavras na cara do irmão, aproveitando que era mais alto que Mason, ele se aprumou e deu um passo à frente. – Se ela quiser, ela que venha falar comigo, porque você não tem nada a ver com isso.
Mason s
Eu não estava acreditando naquilo que estava vendo. Jason estava sentado na minha cama, virado para a janela aberta, apoiando os antebraços nos joelhos. Ele se virou para mim e pude ver uma marca envolta de seu olho esquerdo, como se ele tivesse levado um soco recentemente. Meu coração começou a acelerar ao lembrar o que acontecera na última vez em que ficamos em um quarto sozinho. A primeira vez não tinha sido muito legal e eu duvidava que a segunda seria. Fiquei segurando a maçaneta da porta aberta, querendo que alguém passasse por ali, para ir ao banheiro ou sei lá. Só queria ter certeza de que eu não estava sozinha no quarto andar com o psicopata do filho da minha tia. Respirei fundo, olhei o corredor vazio atrás de mim e quase cogitei fugir e me trancar no quarto de Andrea, onde provavelmente Jason não sabia onde era. Jason não falou nada, apenas ficou lá me encarando. Fiquei parada, sem fazer movimentos bruscos ou qualquer coisa que o fizesse co
Comi a salada de frutas enquanto pensava nos milhares de homens e mulheres treinando para matar vampiros e lobisomens. E nos outros milhares espalhados pelo mundo fingindo ter uma vida normal enquanto as pessoas ao seu redor nem desconfiam que o sobrenatural existe. Como eu, quando conheci Mason. Eu até poderia acha-lo estranho, mas nunca me passaria pela cabeça a verdadeira vida que ele levava por trás da faixada de estudante transferido que só queria fazer amizade com as excluídas da escola. - Então você topa? – perguntou Kelsy, ainda animada. - Topo o quê? – Elas estavam me deixando confusa falando coisas pela metade. - Ir com a gente até a cidade – respondeu Andrea. Pensei no assunto. Elas poderiam me mostrar a cidade, logo que eu ficaria ali por quatro anos, seria melhor conhecer as redondezas. - Claro, vai ser legal. A que horas vocês vão? As duas se entreolharam. - Perto da sete – disseram elas. - Da noit
Andrea comeu metade do meu café da manhã, dizendo que não era pra eu comer muito porque dali a pouco seria servido o almoço e não era para eu perder. Arrumei o quarto e coloquei todas as minhas roupas sujas em uma mala para lavar. Andrea e Kelsy já haviam feito a limpeza em seus quartos e me mostraram onde eu poderia pegar os produtos que precisaria. Deixei as coisas em meu quarto e me troquei para ir com elas almoçar. Encontramos Mason e Roy já sentados na mesa, nos esperando. Fizemos nossos pratos e nos juntamos a eles. Mason olhou pra mim e eu sorri pra ele. Graças a ele eu estava viva e continuaria assim. Eu estava me sentindo muito bem desde o encontro com ele no dia anterior. - Até que enfim vocês chegaram – reclamou Roy. Ele recebeu um beijo no rosto de Kelsy, mas estava olhando pra mim. – Boa tarde, senhorita Megan. Até que enfim a senhorita nos deu a honra de sua presença. - Eu precisava do meu sono de beleza depois de quase morrer – falei, s
Como eu não tinha nada de melhor para fazer o resto da tarde, resolvi começar a me arrumar mais cedo. Tomei banho, lavei o cabelo e depilei as pernas. Quando voltei para o quarto, fui direto ao meu baú ao pé da cama, ao lado do baú de minha irmã. Abri com a chave pendurada em meu pescoço e tirei de lá meu secador de cabelo, chapinha, e o babyliss. Me sentei na escrivaninha, de frente para o espelho e comecei a arrumar o cabelo. Peguei uma tesoura e cortei alguns centímetros do cabelo, sentindo a necessidade de mudar o visual, sequei e fiz cachos nas pontas, penteando com os dedos para soltá-los. Fiz a maquiagem, coloquei a roupa e passei perfume. Coloquei os brincos que Kelsy me ajudara a escolher e então eu estava pronta. Uma hora antes de sair. Resolvi sair do quarto e dar uma volta pela Academia, cuidando para não me perder nos corredores. Peguei meu celular e um pouco de dinheiro que eu tinha guardado e coloquei dentro de uma das botas, onde ficaria protegido co
- Nossa, eu estou morta da fome – disse Kelsy. Saímos do carro e nos juntamos à Mason e Andrea. Entramos na lanchonete, sentamos em uma mesa e fizemos nossos pedidos. Andrea era magra e bonita, e nunca passaria pela minha cabeça uma imagem dela comendo tudo aquilo que ela pediu. Achamos que ela havia pedido para Mason também, mas ele fez seu pedido separado. Quando a comida chegou, comi feliz o meu hambúrguer com batata frita. - Nossa, parece que faz séculos que eu não como isso. – Kelsy parecia prestes a colocar o hambúrguer de bacon e frango num altar, mas a fome era tanta que ela preferia comer. - Estou cansada de comer salada todos os dias – disse Andrea. – Essa vida fitness não é pra mim. Eu nasci para comer pizza e hambúrguer todos os dias. - O que eu não daria por uma lasanha de frango agora – disse Roy, com olhos sonhadores. – Ou uma torta da vovó. - A comida da Academia é boa, mas seria bom se eles fizessem algo diferente as vezes. Pe
Ela se arrumou e passamos no banheiro antes de ir para a Arena. Foi bom sair de manhã. O dia estava ensolarado, o ar estava fresco, quando saímos para fora sentimos o cheiro de grama recém aparada. Como o dia estava meio quente, algumas pessoas nadavam na piscina do primeiro andar da Arena. As portas estavam abertas e eu podia vê-los jogando algum jogo aquático que eu não conhecia. Kelsy disse que a piscina era aberta nos fins de semana para os alunos se divertirem e, que quando estava frio, a piscina virava uma espécie de hidromassagem gigante. Subimos para o segundo andar. Aurora não estava em sua mesa, mas havia um bilhete preso com fita sobre sua mesa. ※※※※ Peguem os protetores e entrem. O armário está aberto. _Aurora. ※※※※ Kelsy pegou os protetores de ouvido no armário, dois óculos de proteção, logo que iríamos usar armas de f
Kelsy me ensinou a desmontar e a montar uma arma e me fez repetir o processo várias vezes, até que eu não hesitasse mais. Ela ficava dizendo que quanto mais rápido eu fizesse, mais chances eu teria de sobreviver. Ela me contou como foi atirar pela primeira vez depois de se transformar e de como as aulas de balística parecia ser mais fácil para ela do que para os outros alunos. Ela disse que no início não tinha entendido como era aquela habilidade, mas que agora fazia parte dela tanto quantos os órgãos dentro do seu corpo. Dava para ver e sentir a paixão de Kelsy pelas armas. Ela conseguia desmontar e montar uma arma em segundos, enquanto eu demorava quase cinco minutos. Ela disse que eu precisava treinar meus reflexos, dizendo que eu era muito lenta, e que precisava malhar para ganhar músculos e deixar meus braços mais firmes. Depois do almoço, voltamos para a Arena. Kelsy ainda não me deixara atirar, mas dizia que quando visse que eu estivesse pronta, ela deixaria.
Mason foi com Roy até o dormitório masculino, esperou o amigo entrar no quarto para ir dormir e voltou para o alojamento feminino em silêncio. Ele teve que atravessar toda a Academia duas vezes e quando estava perto da porta principal do dormitório das meninas, ele teve que se esconder trás de um pilar para não ser visto pela sua mãe, que saia sorridente pelas portas principais. O coração de Mason estava acelerado, mas ele não ia desistir agora que faltava tão pouco. Não havia restrições de garotos no alojamento das meninas durante a noite, mas Mason sabia que se sua mãe o visse ali, faria alguma lei que restringisse aquilo que ele estava prestes a fazer. Amélia passou por Mason e não o viu, de tão distraída que estava naquele momento. Mason esperou que sua mãe virasse no corredor à esquerda, antes de entrar no dormitório feminino, segurando a porta para que não rangesse. Ele subiu as escadas depressa, pulando de dois em dois degraus. Chegou em segund