Depois de uma semana, Mason estava mais preocupado com Megan do que já estivera antes. A fuga dela no meio da noite fez com que as enfermeiras a colocassem em coma induzido até que ela se curasse. Megan estava dormindo a uma semana.
Amélia estava quase perto de estar histérica. Ela tirara Megan da casa da tia e agora a garota estava quase morrendo por causa de uma facada misteriosa que levara na barriga. Dois centímetros para baixo e Megan nunca iria poder ter filhos. Dois centímetros acima e ela teria tido um colapso pulmonar e morrido antes deles conseguirem chegar na Academia. Ela perdera muito sangue por ter corrido no meio da floresta e isso piorou seu estado.
Parte da culpa era de Mason. Na noite em que ela saiu era para ele ter ido vê-la na ala hospitalar, mas ele resolveu deixar isso para o dia seguinte e ficar com Andrea até mais tarde. Se ele tivesse ido ver como ela estava, provavelmente os pontos dela não teriam aberto e ela não teria perdido tanto sangue
- Será que você poderia fazer um favor para a sua velha mãe? - perguntou Amélia, piscando os cílios para o filho. - De velha a senhora não tem nada - disse Mason. - O que quer que eu faça? Amélia andou até um armário grande no canto da sala atrás dos sofás, abriu uma das portas e pegou uma bolsa de tecido escuro. - Leve isto até a enfermaria, entregue à Megan e diga a ela, se ela estiver acordada, que assim que possível eu irei vê-la. Mason pegou a bolsa da mão de sua mãe. - Mais alguma coisa? - perguntou ele. Amélia sorriu. - Por enquanto é só isso. Obrigada, Mason. - Não há de quê - respondeu ele ao se virar e andar em direção a porta. Ele sentiu os olhos de sua mãe nas suas costas até ele sair da sala e fechar a porta atrás de si. Mason entrou na enfermaria e pediu autorização para ver Megan Halloran. A mulher atrás do balcão da recepção disse em qual quarto ela estava e o deixou
※※※※14 de novembro.※※※※ Abri os olhos lentamente, sentindo o meu corpo pesado contra o colchão macio. Não havia dor alguma, apenas um leve formigamento na ponta dos dedos. Eu estava no mesmo quarto em que acordara da última vez, mas a diferença era que agora Mason estava sentado na poltrona ao meu lado. Como sempre, ele estava todo vestido de preto, mas com uma camisa branca de gola V no lugar da tradicional camisa preta. Ele estava com o olhar vago, perdido em pensamentos. Por um momento ele pareceu triste, depois arrependido. Me remexi embaixo dos lençóis e ele olhou pra mim, abrindo um sorriso enorme. - Oi, Bela Adormecida - disse ele enquanto puxava a poltrona para mais perto da cama. Sorri para o meu amigo barra primo. Ele apertou minha mão e esfregou meus dedos, sua mão estava quente enquanto a minha estava fria. Apertei sua mão de volta. - Como você está? - perguntou-me ele. Pigarreei antes de falar. - Estou bem
- Fiquem aqui, meninas. Acho que seu pai quebrou um copo e eu não quero que vocês se machuquem. – Ela sorriu e beijou o alto da minha cabeça enquanto afagava o rosto de Melanie. Mamãe se levantou e foi até a cozinha ajudar meu pai. Tudo ficou em silêncio por alguns segundos, com o som de Melanie e eu mastigando a pipoca, até que ouvimos sussurros vindos da cozinha, do meu pai, da minha mãe e de outra pessoa. Parecia que eles estavam discutindo baixinho para não chamar atenção, provavelmente minha e de minha irmã. Melanie apertou a minha mão, olhei para ela e vi ela erguer um dedo na frente dos lábios, pedindo que eu ficasse em silêncio. Assenti com a cabeça, ela soltou a minha mão e engatinhou até a porta da cozinha, deu uma olhada no que estava acontecendo lá, se virou para mim e sorriu. Eu não entendi o motivo de seu sorriso, mas não fiz perguntas. No momento em que ela estava engatinhando de volta para perto de mim, ouvimos nossa mãe gritar algo que não conseguimos entend
- A última coisa que ela me disse foi que voltaria pra mim. Sequei minhas lágrimas com as mãos. A dor estava ali novamente. Me arrependi de ter contado ao Mason sobre o pior dia da minha via, mas eu tinha que ser justa, Mason também me contara sobre seu pai e, mesmo que ele não tivesse nada a ver com a morte da minha irmã, ele merecia saber. Admito que foi bom falar com ele e finalmente pôr pra fora toda aquela dor. Era libertador dividir a tristeza. Eu sabia sobre o pai dele, e ele sabia sobre a minha irmã e meus pais. Estávamos quites. Não tínhamos mais segredos a esconder. Pelo menos da minha parte eu não tinha mais nada a esconder. Eu tinha muitas perguntas para fazer, tanto à Mason, quanto à Amélia. Eu sentia que estava faltando alguma coisa em toda aquela história de família, Hunter, vampiros e lobisomens. Eu queria saber se os meus sonhos tinham alguma coisa a ver com o fato de eu ser uma Hunter. Queria saber se para os Hunters era normal sonha
- Quando Megan ganhará alta? – perguntou Mason. Maria o olhou como se não fosse a primeira vez que ele fazia aquela pergunta, mas então olhou pra mim e sorriu. - Se você estiver se sentindo bem, eu posso falar com Amélia e te dar alta amanhã de manhã. Mas eu preciso que você fique aqui mais esta noite em observação. Assenti com um aceno de cabeça. Mariyah sorriu, se virou e saiu do quarto. Mason se levantou da poltrona e se sentou na cama, cuidando para não me machucar. - Amanhã eu quero te apresentar a alguém – disse ele sorrindo. - Quem? - É uma surpresa – respondeu ele. - Tem umas pessoas aqui na Academia que estão loucos para te conhecer. - Já andou falando de mim por aí? - Só para algumas pessoas. Nada com que se preocupar. - Espero que sim. Mason deu um sorriso tímido e se levantou. - Infelizmente eu tenho que ir. Minha mãe me pediu que trouxesse essa bolsa pra você. – Ele apontou para uma
Dez minutos depois eu já tinha escovado os dentes e vestido as roupas que Amélia pegara na minha mala. Coloquei meu All Star preto que estava dentro da bolsa e saí do banheiro. Encontrei Mason no corredor me esperando. Fomos até a recepção, onde encontramos Mariyah conversando com outras duas mulheres que eu não tinha visto ainda ali na enfermaria, mas pelas roupas que as duas estavam usando, estava na cara que também eram enfermeiras. Mariyah pediu que eu assinasse um papel, que era uma declaração de que eu estava bem para sair da enfermaria. Assinei o papel, me despedi de Mariyah e segui Mason para fora dali. Me lembrei do dia em que Stella foi me buscar no hospital, quando ganhei alta depois do acidente. Enquanto eu passava pelos corredores do hospital, me despedia de todas as enfermeiras que havia conhecido durante minha estadia lá. Me forcei a esquecer aquele episódio e continuei seguindo Mason pelos corredores. Algumas pessoas passavam por nós, mas poucos prest
O romance deles era lindo. Mas eu não era obrigada a ver aquilo. Mason e Andrea estavam jogando na minha cara o quanto se amavam. Ver aquilo era pior do que ver Sarah com seus “ficantes”. Com ela, eu pelo menos sabia que acabaria em menos de um mês, ou até que ela se cansasse deles. Mas o namoro de Mason e Andrea, parecia ser o típico relacionamento que durava anos, talvez até levasse a um casamento que duraria toda a vida. Eu não sabia o que falar sobre toda aquela demonstração de afeto, então resolvi ficar na minha e não dar um comentário maldoso. Não entendi o porquê dessa reação ao relacionamento deles. Eles pareciam felizes um com o outro e, por mais que tivesse acabado de conhecer a namorada do meu primo, ela parecia ser uma boa pessoa. Era bonita e parecia ser inteligente, meiga, carinhosa e extrovertida. Ela me lembrava um pouco a Sarah na aparência, mas quando ela falava, parecia ser uma garota doce e agradável. Não que Sarah não fosse, mas as duas tinham a personal
A nossa direita, havia três salas separadas do corredor apenas por um mostruário de vidro. A primeira sala tinha um mostruário com armas, de todos os tipos e tamanhos. Na segunda sala, vários arcos estavam à mostra com diferentes tipos de flechas. Na terceira, havia um mostruário cheio de estrelas ninjas, facas, adagas e qualquer outra coisa que pudesse ser lançada a vinte e cinco metros de distância. Paramos na frente do terceiro mostruário e Andrea me pediu para escolher qualquer coisa que estivesse ali. Olhei um por um e escolhi uma estrela ninja de três pontas, que formava um triangulo, com um pequeno buraco no centro. A mulher do outro lado, que parecia ter quase cinquenta anos e uns dez centímetros a menos que eu, pegou três daquelas e entregou a Andrea. - Quer tentar uma vez? – perguntou Andrea para mim. - Eu não sei atirar essas coisas – admiti. - Eu te ensino. Andrea foi até um estande vazio, se posicionou, esticou o braço para mirar