- A última coisa que ela me disse foi que voltaria pra mim.
Sequei minhas lágrimas com as mãos. A dor estava ali novamente.
Me arrependi de ter contado ao Mason sobre o pior dia da minha via, mas eu tinha que ser justa, Mason também me contara sobre seu pai e, mesmo que ele não tivesse nada a ver com a morte da minha irmã, ele merecia saber. Admito que foi bom falar com ele e finalmente pôr pra fora toda aquela dor. Era libertador dividir a tristeza. Eu sabia sobre o pai dele, e ele sabia sobre a minha irmã e meus pais. Estávamos quites. Não tínhamos mais segredos a esconder. Pelo menos da minha parte eu não tinha mais nada a esconder.
Eu tinha muitas perguntas para fazer, tanto à Mason, quanto à Amélia. Eu sentia que estava faltando alguma coisa em toda aquela história de família, Hunter, vampiros e lobisomens.
Eu queria saber se os meus sonhos tinham alguma coisa a ver com o fato de eu ser uma Hunter. Queria saber se para os Hunters era normal sonha
- Quando Megan ganhará alta? – perguntou Mason. Maria o olhou como se não fosse a primeira vez que ele fazia aquela pergunta, mas então olhou pra mim e sorriu. - Se você estiver se sentindo bem, eu posso falar com Amélia e te dar alta amanhã de manhã. Mas eu preciso que você fique aqui mais esta noite em observação. Assenti com um aceno de cabeça. Mariyah sorriu, se virou e saiu do quarto. Mason se levantou da poltrona e se sentou na cama, cuidando para não me machucar. - Amanhã eu quero te apresentar a alguém – disse ele sorrindo. - Quem? - É uma surpresa – respondeu ele. - Tem umas pessoas aqui na Academia que estão loucos para te conhecer. - Já andou falando de mim por aí? - Só para algumas pessoas. Nada com que se preocupar. - Espero que sim. Mason deu um sorriso tímido e se levantou. - Infelizmente eu tenho que ir. Minha mãe me pediu que trouxesse essa bolsa pra você. – Ele apontou para uma
Dez minutos depois eu já tinha escovado os dentes e vestido as roupas que Amélia pegara na minha mala. Coloquei meu All Star preto que estava dentro da bolsa e saí do banheiro. Encontrei Mason no corredor me esperando. Fomos até a recepção, onde encontramos Mariyah conversando com outras duas mulheres que eu não tinha visto ainda ali na enfermaria, mas pelas roupas que as duas estavam usando, estava na cara que também eram enfermeiras. Mariyah pediu que eu assinasse um papel, que era uma declaração de que eu estava bem para sair da enfermaria. Assinei o papel, me despedi de Mariyah e segui Mason para fora dali. Me lembrei do dia em que Stella foi me buscar no hospital, quando ganhei alta depois do acidente. Enquanto eu passava pelos corredores do hospital, me despedia de todas as enfermeiras que havia conhecido durante minha estadia lá. Me forcei a esquecer aquele episódio e continuei seguindo Mason pelos corredores. Algumas pessoas passavam por nós, mas poucos prest
O romance deles era lindo. Mas eu não era obrigada a ver aquilo. Mason e Andrea estavam jogando na minha cara o quanto se amavam. Ver aquilo era pior do que ver Sarah com seus “ficantes”. Com ela, eu pelo menos sabia que acabaria em menos de um mês, ou até que ela se cansasse deles. Mas o namoro de Mason e Andrea, parecia ser o típico relacionamento que durava anos, talvez até levasse a um casamento que duraria toda a vida. Eu não sabia o que falar sobre toda aquela demonstração de afeto, então resolvi ficar na minha e não dar um comentário maldoso. Não entendi o porquê dessa reação ao relacionamento deles. Eles pareciam felizes um com o outro e, por mais que tivesse acabado de conhecer a namorada do meu primo, ela parecia ser uma boa pessoa. Era bonita e parecia ser inteligente, meiga, carinhosa e extrovertida. Ela me lembrava um pouco a Sarah na aparência, mas quando ela falava, parecia ser uma garota doce e agradável. Não que Sarah não fosse, mas as duas tinham a personal
A nossa direita, havia três salas separadas do corredor apenas por um mostruário de vidro. A primeira sala tinha um mostruário com armas, de todos os tipos e tamanhos. Na segunda sala, vários arcos estavam à mostra com diferentes tipos de flechas. Na terceira, havia um mostruário cheio de estrelas ninjas, facas, adagas e qualquer outra coisa que pudesse ser lançada a vinte e cinco metros de distância. Paramos na frente do terceiro mostruário e Andrea me pediu para escolher qualquer coisa que estivesse ali. Olhei um por um e escolhi uma estrela ninja de três pontas, que formava um triangulo, com um pequeno buraco no centro. A mulher do outro lado, que parecia ter quase cinquenta anos e uns dez centímetros a menos que eu, pegou três daquelas e entregou a Andrea. - Quer tentar uma vez? – perguntou Andrea para mim. - Eu não sei atirar essas coisas – admiti. - Eu te ensino. Andrea foi até um estande vazio, se posicionou, esticou o braço para mirar
Entramos no refeitório onde várias pessoas já se acomodavam em seus lugares com suas bandejas. Segui Andrea até o lado do salão onde estava uma mesa comprida com vários tipos de pratos. Pegamos nossas bandejas e nos servimos. Andrea comia como um passarinho, colocando bastante salada, um pedaço pequeno de carne grelhada e um pouco de arroz. Quando perguntei quem fazia a comida, ela disse que a Academia contratava empregados humanos, como os jardineiros, as faxineiras e cozinheiras. Peguei macarrão, carne, salada, bolinhos de carne, um molho vermelho que coloquei por cima do macarrão e fui para a mesa com Andrea. Kelsy e Roy já estavam lá, mas Mason ainda não. Nos sentamos na mesa e Andrea cumprimentou Kelsy com um beijo no rosto. Dei um breve “olá” para todos e me sentei. Eu estava morrendo de fome e ataquei o meu prato. Todos na mesa começaram a conversar, deixando-me comer sozinha. Só falaram comigo quando Mason se sentou na mesa conosco, alguns minutos depois. Ele
Ela tirou a calça jeans e colocou uma legging preta com desenhos coloridos nas barras da perna que subiam até sumir na altura dos joelhos. Andrea era magra e curvilínea, muito atraente para o sexo oposto. Ela havia colocado um top no lugar do sutiã e parecia que seus peitos haviam diminuído de tamanho, mesmo assim, eram maiores que os meus. Andrea pegou as roupas que tinha tirado e as dobrou, colocando-as na ponta da cama. Em seguida, trançou o cabelo loiro comprido e fez um coque na nuca, prendendo com alguns grampos. Para quem só estava indo treinar, ela estava muito linda. - Onde eu posso ficar enquanto você treina? – perguntei, não querendo ser um incômodo para ela o dia todo. - Como assim? Você vai comigo – disse ela. – Será bom se você ver como são os treinamentos. Ela disse a mesma coisa que Mason me dissera no refeitório. E passou pela minha cabeça que, mesmo conversando com Kelsy, ela tenha escutado toda a minha conversa com o seu namorado.
A mesma turma seguiu para outra sala, onde um instrutor os aguardava. Apenas um dos alunos não havia nos seguido até ali, pois havia caído e torcido o tornozelo na aula anterior. Após Tânia lhe falar sobre ele treinar mais o equilíbrio, ele foi levado para a enfermaria. Essa sala era como a primeira, com armários no canto, dois bancos largos na parede e o resto da sala vazia. - Para quem não me conhece, meu nome é Connor. – Ele falava sem olhar para a turma. Connor era jovem, menos de trinta anos, com cabelo castanho e olhos cinzentos. Ele era lindo e tinha um sorriso maravilhoso, as meninas pareciam babar por ele. Era pouco centímetros mais alto que eu. – Hoje vamos treinar com bastões. Quero dois voluntários. Ele foi até um armário e pegou dois bastões de bambu. Dois alunos se levantaram e pegaram os bambus da mão do instrutor. Era legal ver que todos ali estavam dispostos a apanhar, era bem inspirador. Os dois apertaram as mãos um do outro e se pos
A porta de Amélia estava a centímetros de mim e eu sabia que ela estava lá do outro lado daquela porta. Eu esperara tanto para falar com ela, e tinha tantas perguntas, que nem sabia por onde começar quando a visse.Para o meu alívio, Andrea bateu na porta delicadamente, esperando a resposta de Amélia, que veio um segundo depois. Andrea abriu a porta e me deixou entrar, assim que eu passei pelo batente da porta, ela a fechou, para dar privacidade para Amélia e eu.A mulher de cabelos negros e um terninho cinza, parecia mais uma mulher de negócios do que uma matadora de vampiros. Ela estava de costas para mim, falando com alguém no telefone.- Eu sei que é estranho, mas é verdade. Eu tenho fotos que provam o que eu estou falando, só preciso que você acredite em mim. – Ela esperou um segundo, ouvindo a pessoa do outro lado da linha. – Posso te mandar as fotos pelo