A nossa direita, havia três salas separadas do corredor apenas por um mostruário de vidro. A primeira sala tinha um mostruário com armas, de todos os tipos e tamanhos. Na segunda sala, vários arcos estavam à mostra com diferentes tipos de flechas. Na terceira, havia um mostruário cheio de estrelas ninjas, facas, adagas e qualquer outra coisa que pudesse ser lançada a vinte e cinco metros de distância.
Paramos na frente do terceiro mostruário e Andrea me pediu para escolher qualquer coisa que estivesse ali. Olhei um por um e escolhi uma estrela ninja de três pontas, que formava um triangulo, com um pequeno buraco no centro. A mulher do outro lado, que parecia ter quase cinquenta anos e uns dez centímetros a menos que eu, pegou três daquelas e entregou a Andrea.
- Quer tentar uma vez? – perguntou Andrea para mim.
- Eu não sei atirar essas coisas – admiti.
- Eu te ensino.
Andrea foi até um estande vazio, se posicionou, esticou o braço para mirar
Entramos no refeitório onde várias pessoas já se acomodavam em seus lugares com suas bandejas. Segui Andrea até o lado do salão onde estava uma mesa comprida com vários tipos de pratos. Pegamos nossas bandejas e nos servimos. Andrea comia como um passarinho, colocando bastante salada, um pedaço pequeno de carne grelhada e um pouco de arroz. Quando perguntei quem fazia a comida, ela disse que a Academia contratava empregados humanos, como os jardineiros, as faxineiras e cozinheiras. Peguei macarrão, carne, salada, bolinhos de carne, um molho vermelho que coloquei por cima do macarrão e fui para a mesa com Andrea. Kelsy e Roy já estavam lá, mas Mason ainda não. Nos sentamos na mesa e Andrea cumprimentou Kelsy com um beijo no rosto. Dei um breve “olá” para todos e me sentei. Eu estava morrendo de fome e ataquei o meu prato. Todos na mesa começaram a conversar, deixando-me comer sozinha. Só falaram comigo quando Mason se sentou na mesa conosco, alguns minutos depois. Ele
Ela tirou a calça jeans e colocou uma legging preta com desenhos coloridos nas barras da perna que subiam até sumir na altura dos joelhos. Andrea era magra e curvilínea, muito atraente para o sexo oposto. Ela havia colocado um top no lugar do sutiã e parecia que seus peitos haviam diminuído de tamanho, mesmo assim, eram maiores que os meus. Andrea pegou as roupas que tinha tirado e as dobrou, colocando-as na ponta da cama. Em seguida, trançou o cabelo loiro comprido e fez um coque na nuca, prendendo com alguns grampos. Para quem só estava indo treinar, ela estava muito linda. - Onde eu posso ficar enquanto você treina? – perguntei, não querendo ser um incômodo para ela o dia todo. - Como assim? Você vai comigo – disse ela. – Será bom se você ver como são os treinamentos. Ela disse a mesma coisa que Mason me dissera no refeitório. E passou pela minha cabeça que, mesmo conversando com Kelsy, ela tenha escutado toda a minha conversa com o seu namorado.
A mesma turma seguiu para outra sala, onde um instrutor os aguardava. Apenas um dos alunos não havia nos seguido até ali, pois havia caído e torcido o tornozelo na aula anterior. Após Tânia lhe falar sobre ele treinar mais o equilíbrio, ele foi levado para a enfermaria. Essa sala era como a primeira, com armários no canto, dois bancos largos na parede e o resto da sala vazia. - Para quem não me conhece, meu nome é Connor. – Ele falava sem olhar para a turma. Connor era jovem, menos de trinta anos, com cabelo castanho e olhos cinzentos. Ele era lindo e tinha um sorriso maravilhoso, as meninas pareciam babar por ele. Era pouco centímetros mais alto que eu. – Hoje vamos treinar com bastões. Quero dois voluntários. Ele foi até um armário e pegou dois bastões de bambu. Dois alunos se levantaram e pegaram os bambus da mão do instrutor. Era legal ver que todos ali estavam dispostos a apanhar, era bem inspirador. Os dois apertaram as mãos um do outro e se pos
A porta de Amélia estava a centímetros de mim e eu sabia que ela estava lá do outro lado daquela porta. Eu esperara tanto para falar com ela, e tinha tantas perguntas, que nem sabia por onde começar quando a visse.Para o meu alívio, Andrea bateu na porta delicadamente, esperando a resposta de Amélia, que veio um segundo depois. Andrea abriu a porta e me deixou entrar, assim que eu passei pelo batente da porta, ela a fechou, para dar privacidade para Amélia e eu.A mulher de cabelos negros e um terninho cinza, parecia mais uma mulher de negócios do que uma matadora de vampiros. Ela estava de costas para mim, falando com alguém no telefone.- Eu sei que é estranho, mas é verdade. Eu tenho fotos que provam o que eu estou falando, só preciso que você acredite em mim. – Ela esperou um segundo, ouvindo a pessoa do outro lado da linha. – Posso te mandar as fotos pelo
Normalmente Amélia tinha que se concentrar para entrar na mente de alguém e ver algo, ao invés de só ouvir, como o habitual. Mas dessa vez, Megan lançou seus pensamentos com tanta força na cabeça de Amélia que ela tropeçou e quase caiu. Amélia se apoiou no peitoril da janela e tentou respirar o ar puro, mas sua cabeça começou a ser bombardeada por vozes, imagens, alguns eram sonhos, outros eram lembranças. Como aconteceu na casa de sua mãe, quando Amélia entrou na cabeça de Miranda e quase a matou, o poder de Amélia se expandiu por toda a sala e entrou na cabeça de Megan. Amélia ouviu o grito da garota e o som de seus joelhos batendo no chão. As imagens que vieram até a mente de Amélia não eram borradas e opacas como se fosse um sonho. Eram vívidas como uma lembrança, mas estava tudo errado. Não havia como Megan ter se encontrado com Michael na igreja na noite do acidente. Naquele instante ela estava nascendo na casa dos Collins. Mas Amélia sabia que poderia ser verd
- Megan, acorda. Olhe para mim – disse uma voz, mas parecia estar a quilômetros de distância de mim. – Por favor não me deixe. – Aquela era a voz que eu havia ouvido depois do acidente e em meus sonhos. Aquela era a voz de Amélia. Abri os olhos e vi seu rosto à um palmo do meu. - O que aconteceu? – perguntei. Amélia sorriu e tocou meus lábios com os dedos gentilmente e eu adormeci. Não sei quanto tempo se passou, mas quando eu acordei, o céu já estava escuro. Amélia estava fechando as janelas e as cortinas, vestia a mesma roupa de antes, mas agora ela prendera o cabelo em um coque, deixando alguns fios soltos. Ela se virou pra mim no mesmo instante em que eu me sentei no sofá onde estava deitada até então. Antes de dizer qualquer coisa, ela encheu um copo com água e entregou a mim. Esperou que eu bebesse pelo menos metade do copo antes de falar: - Como você está se sentindo? - Como se minha cabeça tivesse sido ati
Amélia disse que tinha uma surpresa para mim. O humor dela havia mudado um pouco, para melhor, claro. Ela andou comigo pelos corredores até o dormitório feminino na ala Leste. Como Andrea havia me dito, o segundo andar estava cheio, mas os andares superiores tinham vários quartos vazios, mesmo assim, Amélia me levou até o quarto andar. Ela me mostrou onde era o banheiro, no fim do corredor e depois abriu a porta de número nove. O quarto era grande, parecido com o quarto de Andrea. Mas o papel de parede atrás da cama era diferente, os edredons de cor marfim, as cortinas brancas de fundo e outra sobreposta de um marrom claro que combinava com a escrivaninha e o armário. Meus livros estavam ali, todos os que eu trouxera de casa e mais alguns que não eram meus, todos organizados em ordem alfabética, como se Andrea tivesse ido ali e arrumado ela mesma. Os baús, meu e da minha irmã, estavam ao pé da cama, um ao lado do outro, com aquelas marcas negras dos lados que eu já e
Amélia chegou em silêncio até o quarto andar da torre dos instrutores, na torre Norte. Ela se sentia desesperada, mais do que antes. E tudo era por causa da garota. Amélia estava escondendo muitos segredos dela e isso estava complicando algumas coisas. Amélia entrou em seu apartamento, que era todo o quarto andar da torre. Ela tinha sua própria cozinha, banheiro com hidromassagem, sala com uma enorme televisão de tela plana, três quartos e um closet. Amélia esfregou a nuca com a mão e se dirigiu ao banheiro, mas parou antes de abrir a porta. Uma luz fraca passava por debaixo da porta do banheiro e um cheiro doce vinha lá de dentro. Ela empurrou a porta de leve, a luz se abrindo aos seus pés. - Até que enfim você chegou. – Veio uma voz masculina lá de dentro. Amélia abriu o resto da porta e viu um homem sentado dentro de sua banheira. Havia pétalas de rosas por todo o chão, da porta até a banheira, onde Connor esperava por Amélia. A luz fraca vinha das velas e