Os dois lados eram rodeados por árvores grandes e horripilantes que, com o ar fresco do fim de tarde, parecia se mover em uma dança lenta. Senti uma estranha sensação de estar sendo vigiada de perto enquanto o portão se fechava atrás de mim. Andei apenas alguns metros para longe do portão e então parei o carro e saí. Pensei que seria melhor que eu continuasse a pé até a casa onde eu esperava encontrar Mason me esperando pacientemente, mas aquela sensação de estar sendo vigiada apenas cresceu enquanto eu andava pela rua de cascalho. Olhei em volta para garantir que não havia ninguém entre as árvores me espionando, mas não consegui ver nada.
Cheguei a ouvir sons de passos entre as árvores, mas quando olhei para onde vinha o som, não vi nada. Olhei ao longe e vi a casa branca. Ela não parecia estar abandonada, na verdade a casa parecia estar
Mason ficou me olhando, esperando um comentário ou qualquer reação. Mas a única reação que eu tive foi respirar fundo e processar tudo aquilo. Eu não sabia se acreditava ou não. Tudo estava estranho demais pra mim desde o momento em que eu conhecera Mason Collins, filho de um assassino de crianças. Mason não se parecia com um assassino, ele era... bom, eu acho. Não sabia como defini-lo em uma palavra pois não o conhecia muito bem ainda. Em todo caso, eu não podia confiar nele. Talvez eu acreditasse um pouco nele, mas como eu poderia saber se os homens que estavam do lado de fora da casa eram vampiros mesmo ou se estavam apenas fantasiados por ordem de Mason para me dar um susto? Bom, não tinha como saber qual era a verdade até alguém morder o meu pescoço e me drenar até me matar. Jason desceu as escadas e se juntou a nós no hall da casa com outras duas pessoas. Lembrei de Amélia tê-los chamado de Miranda e Dominic. Pela aparência cansada, a bengala que Dominic usava
Depois de pensar em um plano. Subimos para o primeiro andar novamente. Dominic estava lá nos esperando, Mason me explicara que ele havia sido ferido na semana anterior e ainda estava em recuperação, mas voltaria a andar normalmente em uma semana. Convenci Amélia a me dar uma arma e uma estaca de madeira e ela ainda me deu mais duas facas. Eu não estava tão pronta quanto eles, mas estava motivada. De alguma forma, eu mostraria aos Collins que eu poderia fazer parte da família deles. Miranda foi gentil comigo e me ensinou a segurar uma arma e a atirar, mas com a arma descarregada para garantir a sobrevivência das pessoas à minha volta, disse ela com uma risada. Eu tinha que admitir que estava nervosa e com medo. A cena que se desenrolava a minha volta era bizarra demais para ser verdade. Mesmo assim, ali estava eu, no hall da casa das pessoas que eu acabara de conhecer, prestes a matar um vampiro. A realidade, pela primeira vez, era pior que meus pesadelos. Em meus son
O vampiro que corria atrás do carro com a espada pulou alguns metros no ar e eu o perdi de vista, em seguida algo atingiu a parte de cima do carro e eu sabia que era ele. Fiquei olhando o teto do carro por um segundo até que a ponta da espada atravessou o teto e quase atingiu o meu braço. Jason se assustou com o ataque e começou a andar em ziguezague para tentar fazer com que o vampiro perdesse o equilíbrio, mas agora o vampiro tinha onde se segurar e não iria cair facilmente. Ele puxou a espada e voltou a atacar, dessa vez a espada foi mais para perto de Jason, ele conseguiu abrir as pernas a tempo de não perder... aquilo. Jason perdeu o controle do carro e saiu da pista, em direção à algumas pedras grandes perto das árvores que rodeavam a rua dos dois lados. Puxei o cinto de segurança e o prendi antes que nós batêssemos. Jason olhou pra mim e eu pra ele, ele não estava usando o cinto de segurança. A espada foi removida do teto do carro antes que atingíssemos as ped
A primeira coisa que vi foi Amélia enfiando uma estaca no coração de Gabriel. Ele gritou e suas veias ficaram visíveis por debaixo da pele fina. Sua pele começou a enrugar e a ficar desbotada, e então ele parecia um cadáver, como deveria ser. A espada estava caída ao lado do seu corpo, mas Amélia nem fez questão de pegar. - Esse era velho. - A voz de Mason era música para os meus ouvidos. Eu estava petrificada, ainda olhando o cadáver que, segundos antes, era o vampiro que estava tentando me matar. - Você está bem, Megan? Assenti com um aceno. Minha garganta estava doendo por causa do aperto e eu ainda estava respirando com certa dificuldade. Amélia e Mason estavam com as roupas sujas de sangue e havia algumas gotas manchando seus belos rostos. Me lembrei de Jason e olhei na direção onde vira o seu corpo. Ao longe, havia alguém debruçado sobre ele. Amélia e Mason seguiram o meu olhar e começaram a correr. Levantei-me e fui atrás deles, um pouco
Voltamos para a mansão com o Jipe que estava estacionado perto de uma árvore. Miranda dirigiu e Amélia foi no carona, deixando-me dividir o banco de trás com Mason e Jason. Fomos embora em silêncio, todos estavam cansados, mas sabíamos que a noite não tinha acabado ainda. Não demoramos muito para passar pelos portões abertos e entrar na propriedade dos Collins. Quase não consegui reconhecer o lugar. As árvores estavam com os galhos quebrados e havia algumas que haviam sido derrubadas, tinha corpos de vampiros mortos por todo lugar, alguns até encima de arvores, pendurados ou empalados pelos galhos. O sangue cobria o chão até a entrada da casa onde o fogo havia sido contido. Dominic estava sentado na escada da varanda com algo nas mãos, parecia ser uma bola de futebol. Quando Miranda parou o carro e todos nós saímos, Dominic deixou a bola de lado e se levantou. Nos aproximamos dele e, ao olhar mais de perto, percebi que a tal bola na verdade era a cabeça decapitada de
Amélia fuzilou Stella com os olhos, fazendo minha tia se mexer na cadeira, desconfortável. - Eu nunca machucaria, Megan. Nem mentiria pra ela. - Depois de tudo o que aconteceu eu não sei se consigo confiar na sua família pra cuidar de alguém da minha. Vocês já tiraram alguém de mim, não podem tirar Megan também. Minha tia estava chorando, eu também estava. Nós nunca falávamos daquele dia, quando Stella perdeu alguém que ela amava por culpa de um Collins. Eu não sabia, e ela nunca falava, quem tinha feito aquela atrocidade. Mas eu descobri quando encontrei a caixa no sótão. - Do que você está falando? - perguntou Amélia. - Eu tinha uma filha. O nome dela era Sophie... Seu marido a matou naquele maldito incêndio. E agora você está aqui na minha casa querendo levar a minha única família para longe de mim. - Stella se curvou para frente e sussurrou para Amélia. - Eu sei o que a sua família é. Sei o que vocês fazem. E eu não quero isso para a Megan
Jason estava no banco do carona e Mason estava atrás comigo. Meia hora depois já estávamos fora da cidade, Amélia dirigia rápido pelas ruas desertas, estava tarde e todos estavam cansados. Ela disse que dormiríamos em uma pousada e pela manhã continuaríamos a viagem. - Para onde vamos? - perguntei enquanto Amélia dirigia. - Estamos voltando para a Academia Nephilim - respondeu Mason. - O que é isso? Uma escola? - Praticamente. Só que não é uma escola comum. - Mason sorriu ao olhar pela janela. - O que tem de especial lá? - A Academia Nephilim foi fundada para treinar Hunters. É lá que temos as aulas de luta que eu te falei e minha mãe leciona lá. - Eu achei que vocês saíam pelo mundo caçando vampiros - comentei. - Está decepcionada? - perguntou Amélia me olhando pelo espelho retrovisor. - Não decepcionada. Só achei que vocês eram matadores profissionais ou coisa parecida. - Por que achou isso? -
※※※※ Quando eu abri os olhos eu sabia que estava sonhando. A madeira escura das portas duplas brilhavam com as gotas de chuva, eu estava do lado de fora da igreja, encharcada pela chuva. A água escorria pelo meu rosto e pingava das pontas do meu cabelo e do meu queixo. Eu estava com frio, podia ver as casas ao redor da igreja com enfeites de natal, mas não sabia em que dia estava. Para tentar me proteger do temporal que me cercava, tentei abrir a porta da igreja, mas ela estava trancada por dentro. Ouvi sons estranhos vindo de dentro da igreja e corri pelo gramado ao redor dela. Tentei olhar pelas janelas, mas eram todas de vitrais e eu não conseguia enxergar muito bem o lado de dentro, apenas algumas luzes fracas, como velas ou algo assim. Lembrei que atrás da igreja tinha uma porta dos fundos, onde dava em uma sala de reuniões. Pra minha sorte aquela porta estava destr