No intervalo, encontrei Sarah em nossa mesa, Mason já estava ao seu lado e os dois estavam conversando e rindo juntos como se já se conheciam a vida toda. Mason percebeu a minha chegada antes de Sarah.
- Oi, Megan - cumprimentou-me ele com um sorriso.
- Oi. – Sentei-me do lado de minha amiga e ela me deu uma maçã das duas que ela havia trazido. Fiquei surpresa por ela não ter trazido uma para o Mason também.
- Como foi a aula? – quis saber ele.
- O mesmo de sempre. – Mordi a maçã e olhei da minha melhor amiga para Mason sentado à minha frente. – Aconteceu alguma coisa?
Os dois se olharam.
- Mason só estava me contando da infância dele. Se comparada à nossa, a dele foi mil vezes mais divertida.
Ok. Por um momento achei que estavam falando de mim, mas se estavam falando da infância do Mason que, pela reação de Sarah deveria ser muito legal mesmo, estava tudo bem.
- Então, o que tinha na sua infância de tão extraordinário?
Ver o túmulo do pai do Mason me deixou nauseada. E o pior de tudo era que ele tinha morrido no dia em que eu nasci. Eu sei que aquilo era apenas uma coincidência, mesmo assim era estranho ver que você nasceu no mesmo dia em que alguém, próximo a uma pessoa que você conhece, morreu. Como se a morte dele desse início à minha vida, ou se o meu nascimento tivesse causado a morte dele. Estranhamente eu me sentia culpada ao ver aquela lápide. Como se fosse culpa minha Michael ter morrido. O sobrenome Collins não me era estranho, eu já o tinha ouvido e algum lugar, mas não me lembrava onde. Acho que aconteceu um acidente em uma igreja onde eu costumava ir quando era criança, mas o acidente havia acontecido antes de eu nascer. Acho que a igreja tinha pegado fogo ou algo assim. A igreja demorou alguns anos para ser reconstruída e meus pais levaram minha irmã e eu na inauguração. O acidente tinha algo a ver com o nome Collins, mas eu não sabia o que havia acontecido realmente
Depois de ver o túmulo do pai, Mason ficou um tempo no estacionamento dentro do BMW preto. Tempo o bastante para avistar Megan Halloran saindo do cemitério e indo até o seu carro do outro lado do estacionamento. Ela passou reto pelo caro de Mason e não o viu. Ele ficou quieto em seu assento não querendo chamar atenção desnecessária. Viu quando Megan saiu com seu carro, passando na frente do BMW sem perceber a presença de Mason. Depois de uns minutos de espera no estacionamento, Mason saiu com o seu carro e foi para casa sem se preocupar com o motivo de Megan estar no cemitério no mesmo dia que ele e na mesma hora. Enquanto percorria o longo caminho até a propriedade dos Collins, Mason pensou em Megan e no fato de ela estar no cemitério no mesmo dia que ele. Ele sabia que ela tinha ido visitar a família dela. Os pais e a irmã que morrera no acidente uns cinco anos atrás. Mason entendia o sofrimento de Megan, mas sabia que isso iria passar um dia, e a única coi
06 de novembro. Tia Stella me acordou cedo no domingo e pediu que eu me arrumasse, dizendo que iriamos à igreja. Como uma boa sobrinha (e única), eu vesti meu melhor vestido, passei um pouco de rímel nos cílios, calcei um par de sapatilhas que a tempos eu não usava e saí com ela em seu carro. No caminho, finalmente, percebi que pela primeira vez parecíamos uma família normal. Conversamos sobre o trabalho dela, a escola, Sarah e eu até mencionei Mason em nossa conversa. Mas chegamos na igreja antes de podermos nos aprofundar no assunto. Ainda havia pessoas chegando com seus carros caros no estacionamento, algumas pessoas da escola passavam por nós e acenavam, do mesmo jeito os colegas de trabalho de Stella. - Por que quis vir hoje a igreja? - perguntei a ela enquanto saíamos do carro. - Não sei. Acho que foi Deus que colocou essa vontade no meu coração de estar na casa dele. - E quando foi que você se tornou tão religio
“Eu a vi. Tenho certeza que era ela. Estava do lado daquela humana desprezível que a tirou da igreja. A tirou de perto de mim. Pelo menos pude vê-la. Infelizmente tenho que admitir que ela tem os olhos da mãe, negros como a noite, diferente dos olhos da irmã, que são mais amendoados.” “Megan não deve se lembrar de mim. Ela era muito pequena desde a última vez que nos vimos. E por culpa de Mary, não tivemos mais oportunidades de nos ver.” Mas ali, naquela igreja, onde tudo aconteceu, Mason e Jason estão sentados ao lado de Amélia e ela sabe exatamente o que eles estão pensando. Estranhamente não é Mason que está pensando no pai, mas Jason. Ele olha cada pilar da igreja e tenta imaginar tudo pegando fogo. “Agradeço ao Michael por tudo o que ele fez por mim. Se não fosse por ele, eu não teria visto Megan hoje. Nem teria alguém para ver se não fosse ele.” Os pensamentos de todos na igreja começam a invadir a mente de Amélia. Ela
“Isso não devia estar acontecendo. Eles não deveriam ter voltado. Por que voltaram? Não vão tirar ela de mim como tentaram tirar dos pais dela antes. Não vou deixar isso acontecer.” “Megan é minha única família e eu sou a única família que ela tem. Tenho que protegê-la a todo custo.” Stella não conseguia pensar em outra coisa. Ela estava com medo de perder a única família que ela tinha. E com mais medo ainda de Megan descobrir a verdade sobre o mundo em que viviam. Ela havia feito de tudo para proteger sua sobrinha durante os cinco anos que foi a guardiã dela. Nenhum monstro a encontrou e ela pode ter uma vida normal, humana, com outros humanos, sem nada de sobrenatural para estragar a inocência dela. Mas a presença de Amélia na cidade colocava Megan em perigo. Stella sabia que o perigo seguia os Collins onde quer que iam. “Como eu pude me distrair e deixar isso acontecer? Estávamos tão bem. Megan parecia
Tia Stella ficou em silêncio por todo o caminho até nossa casa, percebi que ela estava nervosa, mas eu não sabia o que falar além de perguntar o por que ela tinha saído da igreja daquele modo e me levado consigo. Quando eu perguntei ela me mandou calar a boca, então resolvi fazer isso antes que minha tia me empurrasse para fora do carro em movimento. Tive medo da reação dela, confesso. Aquela foi a primeira vez que eu vi minha tia daquele jeito. Quase descontrolada, mas sã o suficiente para chegar em casa sem bater em um poste. - Preciso que faça algo pra mim, Megan - disse ela quando eu estava prestes a sair do carro. Fiquei feliz de ela estar falando comigo em seu tom normal. - Pode falar. - Eu quero que entre na casa, vá até o seu quarto e pegue suas coisas. Dinheiro, documentos, algumas roupas, fotos, se quiser, mas seja rápida - disse ela saindo do carro e batendo a porta. Segui ela até a porta da casa com o cenho franzido, sem entender nada do q
Entrei no carro e dei a partida. Saí com o carro da garagem sem problemas e comecei o caminho até o cemitério. O percurso durou apenas quinze minutos e tive que esperar Mason por mais oito minutos. Fiquei andando de um lado para o outro do lado do carro até ele chegar, cada minuto pareceram horas de espera. Eu temia que minha tia chegasse mais cedo do que o previsto e pegasse a casa vazia, sem minhas coisas no armário. Ela com certeza surtaria e viria atrás de mim. Mas ela não sabia onde eu estava, ou seja, ela iria até a casa da Sarah para ver se ela sabia onde eu estava. Ela iria atrás de mim por que não poderia me deixar pra trás. A fuga repentina da cidade era por minha causa. Por que alguém queria me tirar dela. Por alguma razão, Mason e a família dele estavam no meio dessa história. Minha tia conhecia ele e a mãe dele. Finalmente o carro de Mason apareceu no estacionamento do cemitério. Ele parou o carro do lado do meu e quando saiu do carro, veio para
Mason falou tão sério, sem desviar os olhos nem aparentar nervosismo, que eu não tinha outra opção a não ser acreditar nele e absorver todas as informações. Mas nada parecia certo. Minha mãe nunca me contara que tinha uma irmã. Adotiva ou não. Se isso era mesmo verdade, minha mãe tinha escondido isso de mim e da minha irmã. Esse tipo de coisa não se faz. Você não pode simplesmente esconder sua família, suas origens.- Por que ela nunca me disse que tinha uma irmã?- Acredite, Mary tinha seus motivos para fazer isso. Ela tinha que proteger você e sua irmã. Ainda tem muitas coisas que você não sabe, mas não cabe a mim contar. Se quiser eu posso te falar o que você quiser, responder as suas perguntas, se as respostas estiverem no meu alcance, claro.Em minha cabeça eu comecei a montar o quebra cab