Encontrei Sarah no refeitório comendo uma maçã na nossa mesa de sempre. Sentei-me do seu lado e peguei meu sanduíche na bolsa.
- Adivinha quem está na aula de Inglês comigo - pediu ela antes de dar uma mordida na maçã. Eu já sabia de quem ela estava falando, nem precisava adivinhar para saber que ela se referia a Mason.
- Demi Lovato? - Ergui uma sobrancelha, ela franziu o cenho e deu risada.
- Não, sua boba. Mason… Alguma Coisa.
- Collins.
- Isso. Como sabe? - quis saber ela.
- Ele está na minha aula de Química, estamos dividindo a mesa essa semana até Alene voltar.
- Ahh… - Sarah bateu as unhas no tampo da mesa ritmicamente enquanto mordia o lábio inferior. - Você o achou bonito?
- Achei. Mas ele não faz o meu tipo, pode ficar tranquila.
Sarah parou de bater as unhas e deu risada.
- Desde quando você não gosta de homens?
- Haha, engraçadinha.
- O que? Eu preciso saber. Vai que eu te con
“Ela é completamente diferente de como eu imaginei que seria”, pensou Mason. “O jeito como ela me olhou no refeitório, como se entendesse minha dor.... Sei que ela também sofreu. Perdeu os pais e a irmã em um incêndio, ninguém deveria sentir a dor de perder toda a família desse jeito.” Depois de comer ele foi para a próxima aula que estava marcada em seu novo horário de aulas. Física. Ele detestava essa matéria. Pelo menos podia dormir durante a aula como fez na maioria das outras. Aquele dia parecia não acabar nunca. Pelo menos já estava quase acabando. Dentro de algumas horas Jason estaria no estacionamento esperando para levá-lo para casa, para um descanso merecido. “Como se minha mãe fosse mesmo me deixar descansar. Com certeza assim que eu entrar dentro da casa ela já vai começar com as perguntas. Ainda não entendo o porquê ela queria que eu encontrasse essa garota. Não sei o que Megan pode ter de especial, para mim ela pareceu uma garota c
No fim da aula, Sarah e eu fomos para o estacionamento, jogamos nossas coisas no banco de trás do carro, entramos e começamos a sair do estacionamento. Havia muitos carros saindo ao mesmo tempo e acabamos demorando mais do que o normal. Quando enfim saímos do estacionamento da escola fomos envolvidas pelo trânsito de fim de tarde de quarta-feira. Quando paramos em um sinaleiro, Sarah apoiou o braço na janela do carro e apontou para fora. - Aquele é Mason? - perguntou ela. Segui a direção que seu dedo apontava e vi Mason atravessando a rua na faixa de pedestres. - Ele não tem carro? - Acho que não, se não ele não estaria indo a pé para casa. - Vamos dar uma carona a ele. Olhei minha amiga como se ela estivesse louca. Nem conhecíamos esse Mason Collins e ela já queria dar carona a ele. - Não. - Por que não? – quis saber ela. - Porque o carro é meu e eu não quero dar carona a ele. - Você é má. - Esse e meu nome do
Eu não sabia o que falar. No fim das contas acabei perdendo o apetite, fiquei olhando a caixa de cereal na minha frente e me senti enjoada. Levantei-me e joguei o suco de laranja no ralo da pia substituindo por água da torneira. Tomei a água achando que iria me sentir melhor, mas apenas me deixou com o estômago embrulhado. - Eu os vi na loja de conveniência na terça passada - contei a minha tia. - O que você viu? - quis saber ela. - Nada demais. Só os vi na sessão de bebidas, eles estavam rindo e se abraçando. Não pareciam bêbados nem nada do tipo. - Você saiu antes deles? - Sim. Lembro de ter esbarrado com um cara na saída... - Em minha cabeça eu comecei a encaixar as peças do quebra-cabeça. Aquele homem que esbarou em mim na loja era muito estranho, lembrei-me do meu comentário em relação ao visual dele. E se ele ficou com raiva e descontou matando o casal? Ele seria capaz disso? Mas então por que o dono da loja parece não saber de nada? Ele
“Pela primeira vez, Megan foi gentil comigo. Em meu segundo dia até que eu estou me dando bem. Mil vezes melhor do que Jason. Tenho certeza de que ele entraria na sala de Megan, a jogaria em seu ombro e a levaria direto para a Academia. Conheço meu irmão.” Com a ajuda de Megan, Mason encontrou a sala que estava procurando. Ele ficou pensando nela durante toda a aula. Em como deve ter sido sua vida sem saber da existência dos Hunters. Ele havia tentado conversar com Amélia sobre Megan, mas ela não respondeu nenhuma das suas perguntas. Mas em compensação, lhe fez mil e uma perguntas sobre ela. Amélia precisava entender que isso era uma via de mão dupla, se ela ainda quisesse a ajuda dele teria que lhe dizer mais do que o nome de alguém e a escola onde estuda. Ele não sabia quase nada sobre a garota com quem tinha que fazer amizade e nem sabia o porquê tinha que fazer amizade com ela. “Estar em uma escola normal é estranho para mim. Fui criado para
No intervalo, encontrei Sarah em nossa mesa, Mason já estava ao seu lado e os dois estavam conversando e rindo juntos como se já se conheciam a vida toda. Mason percebeu a minha chegada antes de Sarah. - Oi, Megan - cumprimentou-me ele com um sorriso. - Oi. – Sentei-me do lado de minha amiga e ela me deu uma maçã das duas que ela havia trazido. Fiquei surpresa por ela não ter trazido uma para o Mason também. - Como foi a aula? – quis saber ele. - O mesmo de sempre. – Mordi a maçã e olhei da minha melhor amiga para Mason sentado à minha frente. – Aconteceu alguma coisa? Os dois se olharam. - Mason só estava me contando da infância dele. Se comparada à nossa, a dele foi mil vezes mais divertida. Ok. Por um momento achei que estavam falando de mim, mas se estavam falando da infância do Mason que, pela reação de Sarah deveria ser muito legal mesmo, estava tudo bem. - Então, o que tinha na sua infância de tão extraordinário?
Ver o túmulo do pai do Mason me deixou nauseada. E o pior de tudo era que ele tinha morrido no dia em que eu nasci. Eu sei que aquilo era apenas uma coincidência, mesmo assim era estranho ver que você nasceu no mesmo dia em que alguém, próximo a uma pessoa que você conhece, morreu. Como se a morte dele desse início à minha vida, ou se o meu nascimento tivesse causado a morte dele. Estranhamente eu me sentia culpada ao ver aquela lápide. Como se fosse culpa minha Michael ter morrido. O sobrenome Collins não me era estranho, eu já o tinha ouvido e algum lugar, mas não me lembrava onde. Acho que aconteceu um acidente em uma igreja onde eu costumava ir quando era criança, mas o acidente havia acontecido antes de eu nascer. Acho que a igreja tinha pegado fogo ou algo assim. A igreja demorou alguns anos para ser reconstruída e meus pais levaram minha irmã e eu na inauguração. O acidente tinha algo a ver com o nome Collins, mas eu não sabia o que havia acontecido realmente
Depois de ver o túmulo do pai, Mason ficou um tempo no estacionamento dentro do BMW preto. Tempo o bastante para avistar Megan Halloran saindo do cemitério e indo até o seu carro do outro lado do estacionamento. Ela passou reto pelo caro de Mason e não o viu. Ele ficou quieto em seu assento não querendo chamar atenção desnecessária. Viu quando Megan saiu com seu carro, passando na frente do BMW sem perceber a presença de Mason. Depois de uns minutos de espera no estacionamento, Mason saiu com o seu carro e foi para casa sem se preocupar com o motivo de Megan estar no cemitério no mesmo dia que ele e na mesma hora. Enquanto percorria o longo caminho até a propriedade dos Collins, Mason pensou em Megan e no fato de ela estar no cemitério no mesmo dia que ele. Ele sabia que ela tinha ido visitar a família dela. Os pais e a irmã que morrera no acidente uns cinco anos atrás. Mason entendia o sofrimento de Megan, mas sabia que isso iria passar um dia, e a única coi
06 de novembro. Tia Stella me acordou cedo no domingo e pediu que eu me arrumasse, dizendo que iriamos à igreja. Como uma boa sobrinha (e única), eu vesti meu melhor vestido, passei um pouco de rímel nos cílios, calcei um par de sapatilhas que a tempos eu não usava e saí com ela em seu carro. No caminho, finalmente, percebi que pela primeira vez parecíamos uma família normal. Conversamos sobre o trabalho dela, a escola, Sarah e eu até mencionei Mason em nossa conversa. Mas chegamos na igreja antes de podermos nos aprofundar no assunto. Ainda havia pessoas chegando com seus carros caros no estacionamento, algumas pessoas da escola passavam por nós e acenavam, do mesmo jeito os colegas de trabalho de Stella. - Por que quis vir hoje a igreja? - perguntei a ela enquanto saíamos do carro. - Não sei. Acho que foi Deus que colocou essa vontade no meu coração de estar na casa dele. - E quando foi que você se tornou tão religio