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Querido diário.
Os pesadelos têm piorado. A cada noite que se passa eu acho que estou ficando louca. Não sei o que está acontecendo comigo. Tenho medo. Sinto saudades. As lembranças de alguém que já viveu me atormentam. Por que ela não pode me deixar em paz para viver minha vida? O que ela quer de mim?
Preciso de ajuda. Não alguém com quem conversar, mas sim, alguém que acabe de uma vez por todas com esses sonhos. É impossível, eu sei. Mas eu não quero ter que recorrer à ajuda psicológica novamente. Da primeira vez já foi um pesadelo ter que falar para uma estranha sobre o acidente e o que aconteceu comigo depois disso. A verdade é que eu nunca superei. Acho que nunca vou superar. É doloroso demais. Só de pensar nas coisas que Melanie e eu poderíamos ter f
Miranda puxou Amélia pelo braço até uma saleta, deixando Dominic sozinho no quarto com os meninos. Amélia só foi com sua mãe pois sabia que seu pai não tentaria mais machucar seu filho, nenhum deles. Nem tentar apagar ou vasculhar nenhuma memória. - Por que você não nos contou sobre Jason? - disparou Miranda depois de trancar a porta. - Ele me pediu que não contasse a ninguém da família. Alguns dos amigos dele da Academia sabem, mas eles não comentam com ninguém pois sabem do problema de Jason. - Que “problema”? Amélia respirou fundo, desviou os olhos por um segundo e voltou a olhar para sua mãe. - Ele não sabe usar o poder dele. O semblante de Miranda se contorceu de medo e ressentimentos. Fragmentos de pensamentos escorregaram para dentro da cabeça de Amélia e ela viu e pode entender o motivo do medo de sua mãe. - Ele ainda tem tempo para aprender a controlar - adiantou-se Amélia dando um passo para frente. Sua mãe a
※※※※31 de outubro.※※※※ Passei a noite de Halloween em casa, trancada em meu quarto. Tia Stella ficou de entregar os doces a todas as crianças que batessem em nossa porta. A noite foi tranquila, apenas alguns adolescentes idiotas gritando nas ruas feito loucos enquanto eu tentava ler um bom livro no conforto do meu quarto. No fim da noite, não resisti e fui até a cozinha comer o que restara dos doces. Para minha sorte, Stella não havia enfeitado a casa com abóboras, teias de aranhas, esqueletos e outras coisas, como as outras casas, senão eu sabia que a tarefa de limpar tudo depois iria ficar toda para mim. Sarah havia me convidado para ir à uma festa, mas eu disse a ela que preferia ficar trancada no meu quarto o resto da semana a me encontrar em um lugar com várias pessoas desconhecidas, das quais eu tinha certeza de que não iria gostar. Ela, como sendo minha melhor e única amiga, me entendeu, mas ficou me mandando fotos a noite toda, para tentar, e
Encontrei Sarah no refeitório comendo uma maçã na nossa mesa de sempre. Sentei-me do seu lado e peguei meu sanduíche na bolsa. - Adivinha quem está na aula de Inglês comigo - pediu ela antes de dar uma mordida na maçã. Eu já sabia de quem ela estava falando, nem precisava adivinhar para saber que ela se referia a Mason. - Demi Lovato? - Ergui uma sobrancelha, ela franziu o cenho e deu risada. - Não, sua boba. Mason… Alguma Coisa. - Collins. - Isso. Como sabe? - quis saber ela. - Ele está na minha aula de Química, estamos dividindo a mesa essa semana até Alene voltar. - Ahh… - Sarah bateu as unhas no tampo da mesa ritmicamente enquanto mordia o lábio inferior. - Você o achou bonito? - Achei. Mas ele não faz o meu tipo, pode ficar tranquila. Sarah parou de bater as unhas e deu risada. - Desde quando você não gosta de homens? - Haha, engraçadinha. - O que? Eu preciso saber. Vai que eu te con
“Ela é completamente diferente de como eu imaginei que seria”, pensou Mason. “O jeito como ela me olhou no refeitório, como se entendesse minha dor.... Sei que ela também sofreu. Perdeu os pais e a irmã em um incêndio, ninguém deveria sentir a dor de perder toda a família desse jeito.” Depois de comer ele foi para a próxima aula que estava marcada em seu novo horário de aulas. Física. Ele detestava essa matéria. Pelo menos podia dormir durante a aula como fez na maioria das outras. Aquele dia parecia não acabar nunca. Pelo menos já estava quase acabando. Dentro de algumas horas Jason estaria no estacionamento esperando para levá-lo para casa, para um descanso merecido. “Como se minha mãe fosse mesmo me deixar descansar. Com certeza assim que eu entrar dentro da casa ela já vai começar com as perguntas. Ainda não entendo o porquê ela queria que eu encontrasse essa garota. Não sei o que Megan pode ter de especial, para mim ela pareceu uma garota c
No fim da aula, Sarah e eu fomos para o estacionamento, jogamos nossas coisas no banco de trás do carro, entramos e começamos a sair do estacionamento. Havia muitos carros saindo ao mesmo tempo e acabamos demorando mais do que o normal. Quando enfim saímos do estacionamento da escola fomos envolvidas pelo trânsito de fim de tarde de quarta-feira. Quando paramos em um sinaleiro, Sarah apoiou o braço na janela do carro e apontou para fora. - Aquele é Mason? - perguntou ela. Segui a direção que seu dedo apontava e vi Mason atravessando a rua na faixa de pedestres. - Ele não tem carro? - Acho que não, se não ele não estaria indo a pé para casa. - Vamos dar uma carona a ele. Olhei minha amiga como se ela estivesse louca. Nem conhecíamos esse Mason Collins e ela já queria dar carona a ele. - Não. - Por que não? – quis saber ela. - Porque o carro é meu e eu não quero dar carona a ele. - Você é má. - Esse e meu nome do
Eu não sabia o que falar. No fim das contas acabei perdendo o apetite, fiquei olhando a caixa de cereal na minha frente e me senti enjoada. Levantei-me e joguei o suco de laranja no ralo da pia substituindo por água da torneira. Tomei a água achando que iria me sentir melhor, mas apenas me deixou com o estômago embrulhado. - Eu os vi na loja de conveniência na terça passada - contei a minha tia. - O que você viu? - quis saber ela. - Nada demais. Só os vi na sessão de bebidas, eles estavam rindo e se abraçando. Não pareciam bêbados nem nada do tipo. - Você saiu antes deles? - Sim. Lembro de ter esbarrado com um cara na saída... - Em minha cabeça eu comecei a encaixar as peças do quebra-cabeça. Aquele homem que esbarou em mim na loja era muito estranho, lembrei-me do meu comentário em relação ao visual dele. E se ele ficou com raiva e descontou matando o casal? Ele seria capaz disso? Mas então por que o dono da loja parece não saber de nada? Ele
“Pela primeira vez, Megan foi gentil comigo. Em meu segundo dia até que eu estou me dando bem. Mil vezes melhor do que Jason. Tenho certeza de que ele entraria na sala de Megan, a jogaria em seu ombro e a levaria direto para a Academia. Conheço meu irmão.” Com a ajuda de Megan, Mason encontrou a sala que estava procurando. Ele ficou pensando nela durante toda a aula. Em como deve ter sido sua vida sem saber da existência dos Hunters. Ele havia tentado conversar com Amélia sobre Megan, mas ela não respondeu nenhuma das suas perguntas. Mas em compensação, lhe fez mil e uma perguntas sobre ela. Amélia precisava entender que isso era uma via de mão dupla, se ela ainda quisesse a ajuda dele teria que lhe dizer mais do que o nome de alguém e a escola onde estuda. Ele não sabia quase nada sobre a garota com quem tinha que fazer amizade e nem sabia o porquê tinha que fazer amizade com ela. “Estar em uma escola normal é estranho para mim. Fui criado para
No intervalo, encontrei Sarah em nossa mesa, Mason já estava ao seu lado e os dois estavam conversando e rindo juntos como se já se conheciam a vida toda. Mason percebeu a minha chegada antes de Sarah. - Oi, Megan - cumprimentou-me ele com um sorriso. - Oi. – Sentei-me do lado de minha amiga e ela me deu uma maçã das duas que ela havia trazido. Fiquei surpresa por ela não ter trazido uma para o Mason também. - Como foi a aula? – quis saber ele. - O mesmo de sempre. – Mordi a maçã e olhei da minha melhor amiga para Mason sentado à minha frente. – Aconteceu alguma coisa? Os dois se olharam. - Mason só estava me contando da infância dele. Se comparada à nossa, a dele foi mil vezes mais divertida. Ok. Por um momento achei que estavam falando de mim, mas se estavam falando da infância do Mason que, pela reação de Sarah deveria ser muito legal mesmo, estava tudo bem. - Então, o que tinha na sua infância de tão extraordinário?