Mason e Roy apertavam os botões nos controles e tiros disparavam na tela da televisão. Eles trocavam de armas, recarregavam e voltavam a atirar, fazendo manchas de sangue aparecerem nas laterais da tela.
Os dois estavam sentados no chão, de frente para a TV enquanto jogavam videogame.
- Acha que elas já voltaram? – perguntou Roy.
Mason olhou no relógio na parede.
- Não sei – disse ele, voltando a sua atenção para o jogo. – Eu pedi que Andrea me ligasse quando chegasse. Então acho que elas ainda devem estar na cidade.
- Fazendo o que será?
- Provavelmente no shopping comprando várias roupas, ou em algum salão de beleza arrumando o cabelo e fazendo a unha.
- A Megan parece estar no meio entre Andrea e Kelsy. Ela não é tão menininha quanto a sua namorada, mas também não parece ser tão despojada quanto Kelsy.
- Despojada, tipo ao ponto de pintar o cabelo e fazer tatuagens?
- Exatamente. Megan não parece ser o tipo d
Eu não estava acreditando naquilo que estávamos prestes a fazer. Eu havia pedido por aquilo, mas o plano não era todo meu. E o plano era uma merda. Sem querer ofender a genialidade de Kelsy e Andrea, mas alguém poderia morrer por causa daquilo. Kelsy havia parado o carro à duas quadras de onde estivéramos antes. De lá nós iríamos a pé até encontrar os vampiros, se é que eles ainda estivessem lá. Kelsy me garantiu que ela poderia sentir quando os vampiros estivessem por perto. Era algo dos Hunters que elas, e todo mundo, havia esquecido de me contar. Sempre que um vampiro estava à vinte ou trinta metros de um Hunter, este Hunter conseguia sentir a presença do vampiro. Infelizmente não funcionava com lobisomens, mas dava uma boa chance aos Hunter para se preparem para lutar, ou para correr. O início do plano era simples, eu só teria que andar perto do local onde Kelsy o havia sentido. Só que a parte ruim dessa primeira parte do plano era que eu teria que estar
Tudo estava indo de acordo com o plano. O primeiro vampiro já estava morto e agora era só tirar a estaca de seu corpo e cravar no coração do vampiro que estava caído no chão à alguns metros dali. Mas o outro vampiro não estava mais caído no chão. Ele estava parado, em pé, atrás de Megan. Com uma mão, ele segurou ela pela cintura, e com a outra ele puxou a cabeça dela com força para o lado, deixando seu pescoço totalmente exposto. Kelsy e Andrea gritaram, chamando a atenção de Megan, mas já era tarde demais. O vampiro já estava mordendo seu pescoço e drenando seu sangue. Andrea foi a primeira a reagir, ela pegou sua faca de caça e enfiou nas costas do vampiro, obrigando-o a soltar o pescoço de Megan. Ela logo arrancou a faca, espirrando sangue para todo lado no beco. O vampiro cambaleou para trás e Megan caiu no chão, inconsciente. Andrea pegou sua faca e cortou a garganta do vampiro. Por ele ter mais de um ferimento, aquele estava demorando um pouco mais para
Mason e Roy passaram no quarto de Andrea para pegar a chave do carro dela antes de sair correndo para a Arena. Por sorte, eles não foram parados nem repreendidos por ninguém que os via correr pelos corredores. Eles chegaram rápido no estacionamento, entraram no carro e Mason saiu rápido dali, com medo de que não conseguisse chegar a tempo. O portão parecia deslizar mais devagar que o normal, mas Mason sabia que não podia sair quebrando o portão com o Porshe de sua namorada. Ele respirou fundo e esperou que o portão abrisse completamente para poder sair. Mason dirigia rápido, mesmo sabendo que era perigoso. Roy precisou chamar várias vezes a sua atenção, principalmente nas curvas, com medo de que Mason batesse com o carro. Minutos depois, Mason parou o carro ao lado da caminhonete que ganhara de sua avó. Kelsy e Andrea estavam do lado de fora, encostadas no capô do carro, esperando-os. - Até que enfim vocês chegaram – disse Kelsy, usando apenas uma regata bran
※※※※27 de novembro. ※※※※ Eu senti a dor lancinante e então era como se eu não estivesse mais naquele beco. Não era completamente dor, era algo a mais, mas eu não sei explicar como exatamente me senti. Foi estranho, nada parecido com nada do que eu já tinha passado. Eu não sabia a origem daquela dor, quase não conseguia me mexer, sabia que tinha algo de errado, mas não sabia o que era, e nem conseguia pedir ajuda. Lembro quando a escuridão me engoliu, mas não lembro quando aquele entorpecimento passou. Eu acordei pouco depois do nascer do sol e me sentia estranhamente vazia, como se faltasse alguma coisa. Eu não conseguia levantar, só fiquei lá parada, sem fazer nada, olhando o nada. Esperando Kelsy ou Andrea aparecerem na porta do meu quarto para me levar à força para tomar o café da manhã. Mas elas não apareceram. Quando eu resolvi levantar, a minha visão ficou escura, a minha cabeça girou e eu quase cai, mesmo ainda estando sentada
A primeira tontura ocorreu enquanto descíamos a escada. Kelsy e Roy estavam na minha frente e não perceberam que eu parei um pouco de segui-los. A minha visão ficou um pouco escura e a minha respiração ficou pesada, como se tivesse algo pressionando o meu peito, me impedindo de respirar. Eu segurei no corrimão com força e fiquei parada até aquela sensação ruim passar, o que não durou mais do que alguns segundos. E então eu podia enxergar e respirar novamente. Continuei a segui-los, sem contar que eu quase havia desmaiado na escada bem em cima deles. - Será que a gente tem permissão para mostrar à Megan o covil dos lobisomens? – perguntou Kelsy entrelaçando o braço ao de Roy. - Podemos perguntar à Amélia se podemos mostrar aquele lugar à Megan. - Melhor não. Eu não paro de pensar no que aconteceu ontem e eu não quero correr o risco de pensar no assunto perto dela e ela descobrir tudo. Roy riu. - Existe uma coisa chamada celular que as p
Eu não sei explicar direito o que aconteceu. Assim que saímos da floresta, de debaixo da sombra das árvores, eu fui atingida pelo sol novamente, mas dessa vez parecia que o sol estava mais quente, fazendo meu sangue ferver dentro do meu corpo. - Megan, você está bem? – perguntou Roy, tocando o meu braço. Eu quis dizer que não, que na verdade eu estava bem mal, mas acabei balançando a cabeça positivamente, fazendo o sorrir e se afastar para andar ao lado de Kelsy. Em seguida tudo piorou. Minha visão começou a escurecer, meu peito doeu, não consegui respirar e então eu caí. - Megan? – Kelsy se virou com a expressão assustada. Ela e Roy esticaram a mão para me segurar, mas já era tarde demais. Apaguei antes de atingir o chão, mas senti a dor do impacto. A primeira pessoa que vi quando acordei foi Amélia. Ela estava sentada em uma cadeira, de cabeça baixa, ao lado da minha cama na enfermaria. Ela estava
※※※※28 de novembro. ※※※※ Eu não dormi. Fiquei a noite toda acordada, com medo de sonhar com algo ruim. Em certos momentos, o sono quase me vencia, mas aí eu levantava, andava de um lado para o outro no quarto, pegava um livro, lia um pouco, olhava fotos antigas nos meus antigos diários, ou fazia qualquer outra coisa que me mantivesse acordada. Quando o sol nasceu, eu estava apoiada na janela, ouvindo os passarinhos cantarem, os Guardiões trocando de turno no gramado do lado de fora e um dos instrutores saindo para correr na floresta sozinho. Era segunda-feira de manhã. Eu não queria acordar Kelsy mais cedo pois sabia que ela teria treino na parte da tarde e queria que ela dormisse mais um pouco, mas ela acabou batendo no meu quarto, já vestida para ir tomar café da manhã, antes do horário normal que ela costumava acordar. Como ainda era cedo, passamos no quarto de Andrea para falar com ela. Estranhamente, ela não estava no quarto. Mas
Eu estava deitada na cama de Mason enquanto Stella conversava com Amélia na sala, contando o que acontecera aquela tarde. Mason estava apoiado no batente da porta me olhando, eu sentia seus olhos nas minhas costas, mas não me importava. Eu não queria falar com ele. Sobre nada no momento. Eu estava com muito sono, mas não queria dormir ali. Queria ir para o meu quarto e ficar sozinha. Ouvi passos se aproximando e o som da porta se fechando. Alguém se sentou do meu lado na cama e ficou em silêncio por alguns segundos, pensando no melhor jeito de puxar assunto. - Sei que é difícil Megan – disse Amélia, com as costas apoiadas contra as minhas. – Stella e eu estamos preocupadas com você. Achamos que seria melhor se você ficasse na enfermaria. Mariyah conseguiria te dar remédio para a dor. - Não estou sentindo dor. - Ainda. Você vai piorar e, por mais que eu queira que você fique aqui, eu não posso fazer muito por você daqui. - Então eu vou