Mason e Roy passaram no quarto de Andrea para pegar a chave do carro dela antes de sair correndo para a Arena. Por sorte, eles não foram parados nem repreendidos por ninguém que os via correr pelos corredores.
Eles chegaram rápido no estacionamento, entraram no carro e Mason saiu rápido dali, com medo de que não conseguisse chegar a tempo. O portão parecia deslizar mais devagar que o normal, mas Mason sabia que não podia sair quebrando o portão com o Porshe de sua namorada. Ele respirou fundo e esperou que o portão abrisse completamente para poder sair.
Mason dirigia rápido, mesmo sabendo que era perigoso. Roy precisou chamar várias vezes a sua atenção, principalmente nas curvas, com medo de que Mason batesse com o carro. Minutos depois, Mason parou o carro ao lado da caminhonete que ganhara de sua avó. Kelsy e Andrea estavam do lado de fora, encostadas no capô do carro, esperando-os.
- Até que enfim vocês chegaram – disse Kelsy, usando apenas uma regata bran
※※※※27 de novembro. ※※※※ Eu senti a dor lancinante e então era como se eu não estivesse mais naquele beco. Não era completamente dor, era algo a mais, mas eu não sei explicar como exatamente me senti. Foi estranho, nada parecido com nada do que eu já tinha passado. Eu não sabia a origem daquela dor, quase não conseguia me mexer, sabia que tinha algo de errado, mas não sabia o que era, e nem conseguia pedir ajuda. Lembro quando a escuridão me engoliu, mas não lembro quando aquele entorpecimento passou. Eu acordei pouco depois do nascer do sol e me sentia estranhamente vazia, como se faltasse alguma coisa. Eu não conseguia levantar, só fiquei lá parada, sem fazer nada, olhando o nada. Esperando Kelsy ou Andrea aparecerem na porta do meu quarto para me levar à força para tomar o café da manhã. Mas elas não apareceram. Quando eu resolvi levantar, a minha visão ficou escura, a minha cabeça girou e eu quase cai, mesmo ainda estando sentada
A primeira tontura ocorreu enquanto descíamos a escada. Kelsy e Roy estavam na minha frente e não perceberam que eu parei um pouco de segui-los. A minha visão ficou um pouco escura e a minha respiração ficou pesada, como se tivesse algo pressionando o meu peito, me impedindo de respirar. Eu segurei no corrimão com força e fiquei parada até aquela sensação ruim passar, o que não durou mais do que alguns segundos. E então eu podia enxergar e respirar novamente. Continuei a segui-los, sem contar que eu quase havia desmaiado na escada bem em cima deles. - Será que a gente tem permissão para mostrar à Megan o covil dos lobisomens? – perguntou Kelsy entrelaçando o braço ao de Roy. - Podemos perguntar à Amélia se podemos mostrar aquele lugar à Megan. - Melhor não. Eu não paro de pensar no que aconteceu ontem e eu não quero correr o risco de pensar no assunto perto dela e ela descobrir tudo. Roy riu. - Existe uma coisa chamada celular que as p
Eu não sei explicar direito o que aconteceu. Assim que saímos da floresta, de debaixo da sombra das árvores, eu fui atingida pelo sol novamente, mas dessa vez parecia que o sol estava mais quente, fazendo meu sangue ferver dentro do meu corpo. - Megan, você está bem? – perguntou Roy, tocando o meu braço. Eu quis dizer que não, que na verdade eu estava bem mal, mas acabei balançando a cabeça positivamente, fazendo o sorrir e se afastar para andar ao lado de Kelsy. Em seguida tudo piorou. Minha visão começou a escurecer, meu peito doeu, não consegui respirar e então eu caí. - Megan? – Kelsy se virou com a expressão assustada. Ela e Roy esticaram a mão para me segurar, mas já era tarde demais. Apaguei antes de atingir o chão, mas senti a dor do impacto. A primeira pessoa que vi quando acordei foi Amélia. Ela estava sentada em uma cadeira, de cabeça baixa, ao lado da minha cama na enfermaria. Ela estava
※※※※28 de novembro. ※※※※ Eu não dormi. Fiquei a noite toda acordada, com medo de sonhar com algo ruim. Em certos momentos, o sono quase me vencia, mas aí eu levantava, andava de um lado para o outro no quarto, pegava um livro, lia um pouco, olhava fotos antigas nos meus antigos diários, ou fazia qualquer outra coisa que me mantivesse acordada. Quando o sol nasceu, eu estava apoiada na janela, ouvindo os passarinhos cantarem, os Guardiões trocando de turno no gramado do lado de fora e um dos instrutores saindo para correr na floresta sozinho. Era segunda-feira de manhã. Eu não queria acordar Kelsy mais cedo pois sabia que ela teria treino na parte da tarde e queria que ela dormisse mais um pouco, mas ela acabou batendo no meu quarto, já vestida para ir tomar café da manhã, antes do horário normal que ela costumava acordar. Como ainda era cedo, passamos no quarto de Andrea para falar com ela. Estranhamente, ela não estava no quarto. Mas
Eu estava deitada na cama de Mason enquanto Stella conversava com Amélia na sala, contando o que acontecera aquela tarde. Mason estava apoiado no batente da porta me olhando, eu sentia seus olhos nas minhas costas, mas não me importava. Eu não queria falar com ele. Sobre nada no momento. Eu estava com muito sono, mas não queria dormir ali. Queria ir para o meu quarto e ficar sozinha. Ouvi passos se aproximando e o som da porta se fechando. Alguém se sentou do meu lado na cama e ficou em silêncio por alguns segundos, pensando no melhor jeito de puxar assunto. - Sei que é difícil Megan – disse Amélia, com as costas apoiadas contra as minhas. – Stella e eu estamos preocupadas com você. Achamos que seria melhor se você ficasse na enfermaria. Mariyah conseguiria te dar remédio para a dor. - Não estou sentindo dor. - Ainda. Você vai piorar e, por mais que eu queira que você fique aqui, eu não posso fazer muito por você daqui. - Então eu vou
Ir para a enfermaria foi a escolha certa a se fazer. Mariyah já estava lá arrumando meu quarto quando eu cheguei. Ela colocara uma televisão na parede para eu assistir caso não tivesse sono ou ficasse entediada. Havia uma lata de lixo ao lado da cama para eu vomitar e um jarro de água perto da cabeceira da cama. Mariyah já havia separado os sedativos para mim. Ela disse que assim que eu começasse a sentir dor, era para pedir a medicação. Ela havia colocado uma segunda cama em meu quarto para Stella ficar comigo. Para não perturbar minha tia durante a noite eu tentei dormir. Pelo menos um pouco. ※※※※ Eu acordei no meio da noite por causa dos sons que vinham do lado de fora do quarto. Havia alguém gritando. Na verdade, parecia ser mais de uma pessoa. Eram gritos apavorados, de medo. Gritos que pediam por ajuda. Levantei-me da cama com calma, sem fazer barulho e fui até a porta do quarto, abrin
Amélia dormiu tão profundamente naquela noite que parecia até que havia tomado remédios para trazer o sono. Mas não era isso. Ela havia usado tanto do seu poder nos últimos dias que se passasse mais de cinco segundos com os olhos fechados já pegava no sono, para sua mente se recuperar. No meio da madrugada Amélia recebeu uma ligação de Mariyah. Acontecera algo com Megan, mas ela estava bem. Mesmo com a notícia, Amélia conseguiu dormir como uma pedra até que amanhecesse. Se preocupando de manhã, quando acordou e se arrumou para ver a menina. Assim que saiu do quarto, deu de cara com Connor entrando na sala. Por mais que estivesse com presa, seu coração bateu forte e ela sorriu. - O que está fazendo aqui? – perguntou ela, parando perto do sofá. - Vim tomar café da manhã com a minha namorada ainda não oficial – disse ele, sorrindo. O sorriso de Amélia murchou. - Infelizmente eu já estava de saída – falou ela, mordendo o lábio. Tud
※※※※29 de novembro. ※※※※ Eu estava com muito frio e calor ao mesmo tempo. Sentia o suor escorrer pela minha pele ao mesmo tempo que meus ossos tremiam. Essa era a única dor que eu sentia. E era horrível. Depois de algumas horas, eu consegui adormecer, mas sonhos ruins ficavam me atormentando. Pela manhã, acordei por causa de um som alto no quarto. Assim que eu abri os olhos vi Stella parada ao lado da minha cama encarando a porta como se ela tivesse feito algo errado. Stella olhou para mim. - Bom dia querida, está com fome? – perguntou ela, com olhos brilhantes. Não consegui falar, apenas balancei a cabeça negando o café da manhã. Eu estava enjoada e não queria começar o dia vomitando. Minha tia entendeu que eu não estava me sentindo bem e deixou a bandeja de café da manhã de lado. Ela veio até o meu lado e colocou a mão em minha testa. - Você ainda está com febre alta – disse ela, com o rosto coberto de preocu