— Eu também acredito nisso, Ksênia. — Afirmei. — Nada nos impõe a viver sofrendo violências, maus tratos de pessoas que deveriam nos amar e nos proteger ou de ninguém. Nem os nossos pais, namorados, maridos, ou filhos, nenhum deles tem o direito de nos ameaçar ou agredir.— A maioria se cala por medo.— Sei disso, fui parte dessa maioria… — Balancei a cabeça em negativo. — Se todas soubessem que o silêncio é uma arma contra nós. Romper com esse silêncio e o próprio medo são o primeiro passo para se libertar da humilhação e do sofrimento.— Mas não com qualquer pessoa, concorda?— Com toda certeza. — Olho para a câmera. — Encontre alguém que você confie e peça ajuda, mas precisa ser alguém de sua extrema confiança.— Ótimo conselho, Elisa. Muitas de nós têm sofrido esse tipo de violência e ouvir algo assim pode ajudá-las, sobre tudo, aqui na Rússia, um país machista cheio de pais e maridos violentos.— Somos mais fortes quando torcemos umas pelas outras. — Declarei com e ela concordou
— Com toda certeza. — Acredito. — Começo a dizer contendo o riso. — Andrei costuma dizer que, em uma escala normal, ele diria que sete, talvez oito, mas conhecendo o ministro, é certo que o número onze chega mais perto! — O ministro gargalhou com gosto. — Vocês me conhecem muito bem, minha deusa. — Ele disse divertido, beijando a minha face esquerda. — Os dois são muito lindos juntos. — Ouço a Ksênia dizer e olho em sua direção. — Eu me vejo velhinha ao lado do ministro, nossas filhas realizando os sonhos delas e o meu amor por esse homem. — Toco na mão direita do ministro e sorriu. — Só faça crescer mais e mais. — Meu amor por você não envelhecerá nunca, Elisa. — O ministro afirmou acariciando minha face com sua mão livre. — Sabe o que gosto além de um Chardonnay? — Ksênia perguntou com um sorriso travesso nos lábios. — Não! — Respondo surpresa pela pergunta com o tom divertido. — Amor e sexo. — Fala com a maior naturalidade. Eu já disse que amo essa mulher? Vergonha não é p
— Pelo amor de Deus, dá para você sentar cara? Ficarei louco com você andando para lá e para cá. — Andrei pediu impaciente. — É melhor você me deixar quieto, Andrei, eu estou nervoso, então não me irrite ainda mais. — Vociferei frustrado. Já fazem exatamente meia hora que cheguei com Elisa ao hospital. Não me deixaram entrar com ela… Quero dizer: Aquela enfermeira insuportável não me deixou entrar. Só não fiz uma cena devido à Elisa, apenas por ela! Então, fiquei aguardando na sala de espera, tentando conter meu mau-humor, até chegar alguma notícia. Notícia essa que ainda não chegou. Aos poucos, nossos amigos foram chegando. Serguei já estava ao meu lado me fitando a todo instante preocupado. Ele chegou a uns dez minutos, com os avós de Elisa e os pais de Kátia que estavam hospedados na casa dos pais de Vladimir, Vlad e Anna. Ania e Iolanda chegaram a pouco e se juntaram aos outros que se acomodaram nos sofás e poltronas espalhados pela sala de espera. Kátia está chegando de s
— Essa enfermeira não quer me deixar entrar… Quero ver quem vai me impedi de entrar nesse quarto. Saia da minha frente. — Katia bradou apontando o dedo para a enfermeira Pavlova. — Só pode uma pessoa por vez, senhora. São as regras. — Deixe-a entrar. — Falei com firmeza. — Mas senhor… — Eu disse: deixe-a entrar. Eu não repetirei outra vez. — Você não precisa falar assim com ela, ministro. — Ouço Elisa dizer atrás de mim e me abraçar por trás. Respiro fundo, buscando paciência de onde eu não sei, toco nos braços de Elisa e torno a olhar para enfermeira que estava com os olhos cheio de lágrimas. — Por favor. Pedir com calma. — Apenas ela entrará. Prometo. — Ela afirmou e deixou Katia Passar com um sorriso vitorioso. Elisa se afastou de mim e eu me afastei da porta dando passagem para Kátia passar. A mesma entrou indo direto para Elisa e eu a parei no caminho. — Vista a roupa. — Ordenei sério. Revirando os olhos, ela faz o que mando. — DEUSA! — Kátia exclamou alto, quase me deixa
— Deusa, você está péssima. — Kátia disse ao entrar no quarto sendo seguida pelos demais. Prostrando ao meu lado esquerdo, o Ministro a fitou de cara feia e eu seguro em sua mão direita. — KÁTIA! — Tia Luciana a repreendeu. — Deixa tia. — Pedir rindo. — Quero ver você dá à luz a duas crianças e ainda permanecer glamorosa. Não há maquiagem que resolva gata. — Falei divertida. — Deus me livre, um só já basta… Parece até dejavú essa nossa conversa. — Talvez porque você disse o mesmo, quando entrou mais cedo, sua besta. — Ela faz uma careta e eu sorriu. — Verdade, havia esquecido amiga. — Sei! — O ministro murmurou e eu apertei a sua mão, ele me fitou e sorriu para mim. — Pare de provocá-la. — Sussurrei para ele retribuindo ao seu lindo sorriso. — Lisa, onde está as gêmeas? — Ania perguntou eufórica. — Quero muito segurar elas. — Claro que depois de mim, afinal sou a madrinha. — Kátia informou possessiva. Revirei meus olhos em desagrado. — A Nanda também é madrinha. — Ania diz za
4 anos depois! — Você está nervosa Elisa? — Ouço Aline me perguntar, desvio meus olhos da estrada e foco na mesma, que dirigia atentamente, usando calça jeans, blusa social branca e, sobretudo marrom, que combinava perfeitamente com a sua bota de cano longo também na cor marrom. Os anos se passaram, mas Aline continua a mesma mulher gentil e extrovertida e gata. O tempo fez bem a ela, pois a mesma continua mais linda. O tempo fez bem a muitos próximos a nós e comigo não diferiu, afinal, tudo parece se encaixar. Tenho um marido maravilhoso e duas filhas lindas que, ao contrário do que o ministro imaginou, elas não nos dão problemas. Realizei meu sonho de estudar dança com uma das melhores professoras da companhia Bolshoi a pedido do ministro, a professora Galina Petipa. Ela é uma senhora ranzinza e autoritária, mas uma profissional excelente. Seus ensinamentos me fizeram ter ainda mais amor por ensinar. Graças a ela e ao ministro, me sinto apta para isso Ministro… Ele fez e ainda
— Vamos Lisa? — Aline perguntou. — Pedirei a um dos seguranças que coloque o carro no estacionamento. — Certo! Vamos! — Retruquei fechando a porta do carro. Assim que fechei a porta, os repórteres nos cercaram gritando perguntas em minha direção. Sorrir para eles escondendo o susto. — Afastem-se! — Aline exclamou para eles com a fisionomia séria. Eles se afastaram, mas continuaram gritando perguntas sem parar. — Calma um de cada vez. — Pedi sem desfazer o sorriso. Estou tão feliz, que nenhum deles estragará o meu momento de felicidade. Os repórteres pareciam eufóricos. Entre eles reconheci Alina, a namorada de Nikolai. Ela sorriu para mim e eu retribuir. — Senhora Volkova? — Um repórter gritou estendo o microfone com o símbolo do Brasil em minha direção. — Sim? — Feliz por sua conquista? — Muitas coisas me fazem feliz no momento, a academia é apenas uma delas. Mas sim, eu estou eufórica. — A senhora sabe que o Brasil te ama? — O mesmo repórter diz me deixando surpresa por s
Pai? Serei pai outra vez? Perguntei-me novamente. Parece um sonho. Eu e Elisa estamos tentando ter outro filho há três anos, mas ela nunca desistiu. O nosso garoto chegou no tempo certo. Com toda certeza, Viktor Volkova soa muito bem. — Está feliz, em Dmi? — Andrei perguntou ao meu lado, segurando o Adrian no colo que brincava com um computador de brinquedo. Tirando os cabelos cacheados que puxaram o da mãe, o garoto é a cópia fiel do Andrei. — Sua fisionomia não nega. — Andrei tornou a dizer bagunçando os cabelos do filho carinhosamente. — Claro que ele está feliz. — Iuri rebateu divertido. — Logo eu também estarei segurando a minha Georgiana. — Vladimir diz segurando seu filho Alexander no colo também. O garoto dele é a cópia da mãe, mas seus cabelos ruivos são idênticos aos cabelos do pai e avô. Estávamos no camarote, esperando o espetáculo começar. Ao nosso lado direito, Luanda, sua mãe, Akin e minhas filhas, seguido dos pais de Vladimir, os avós de Elisa e a mãe de Liliane