O balcão estava cheio e as mesas ainda vazias. Enquanto Telma e João pegavam as bebidas me sentei com Dani, cansadas e pancadas. O pó que estava vendendo e usando era um tipo de Cocaína que quanto mais a gente se agitava mais ela mostrava seu efeito e quem tinha as neuroses ficava de cara torta. Precisava beber alguma coisa, e avaliar o lugar melhor e com calma. A visão dali era privilegiada. Dava para ver o mar de gente bem na nossa frente! E em frente ao Coluna era o local dos gays, só gays se reuniam ali. Não que eles não estivessem em outras partes do point Galeria Alaska que era um reduto gay famoso na noite carioca e as tribos se espalhavam por toda a quebrada, mas aquele espaço era único e exclusivo deles.
E tinha gay de tudo que era jeito. Fantasiados com perucas coloridas, de terno e gravata, camisetas e jeans, unhas e bocas pintadas, divas em vestidos de b
Mas olhando em volta todos os dançarinos estavam acompanhados de pessoas que eram da produção do show. Uns maquiavam, outros oleavam o corpo, faziam alongamento, alguns experimentavam os figurinos, todo mundo envolvido com suas apresentações e passamos despercebidos Aqueles deuses nus perambulando a minha volta era um oásis para os meus olhos! Homens sarados, pauzudos, gostosos! Uma loucura!Foi nessa hora que eu percebi alguns dos Leopardos se masturbando ou sendo masturbados, preparando-se para o show. E o Duda viu minha cara de espanto e tentou explicar o que estava acontecendo enquanto Luciana saia de fininho com um gostosão vestido de bombeiro. Como a cena final era de ereção eles se esvaziavam para não ficarem de pau duro em meio ao espetáculo já que eram apalpados de todo jeito. E o Duda explicando a coisa toda e rindo era demais!&
Ele foi se aproximando até encostar seu corpo no meu. Era bem mais alto e eu adorava isso. Agarrei com as duas mãos aquela cabeleira loura cheia de tesão e beijei sua boca com força. Ele me puxou para si com o pau tão duro que dava para sentir sobre a calça jeans que vestia. Apertou forte minha cintura e me levantou do chão. Senti como se estivesse levitando no ar!Ele se encaixou bem no meio das minhas pernas. No susto lembrei que estávamos na pista de dança rodeada de pessoas e o empurrei de leve com as duas mãos em seu peito. Duda foi me fazendo escorregar calmamente sobre seu corpo até meus pés tocarem o chão novamente e num movimento rápido prendeu meus pulsos e saiu me puxando, rindo safadamente. E eu zonza de tesão não tinha forças para resistir!- Resistir pra que? – pensei, sentindo um tor
Pacheco reconheceu o moço e apertando a sua mão disse empolgado:- Te vi no teatro. Que show maravilhoso! Parabéns! Vocês são lindos! Amei! – Elogiou o dançarino se desmunhecando todo. Parecendo uma lombriga veia!- Que viado ridículo! – Pensei.Achava ridículo o cara se contorcendo todo e falando com aquela voz afinada na marra. Pô! Maior forçação de barra! Senti até vergonha!Pacheco levou Duda até o quarto dos fundos e fizeram negócio em uma rapa de cinco gramas de Cocaína da melhor qualidade. Cochichou no meu ouvido na volta:- Esse matuto é gay???? – disse surpreso.- É sim – respondi.Nos olhamos e não conseguimos conter as gargalhadas! Foi legal!Tirei as botas e me joguei no sofá da sala
Detestava Carnaval! A porra da festa da carne. Toda a bagunça que parecia eterna nessa época do ano me entediava. Não se via nem se falava em outra coisa e isso era muto chato. Odiava a loucura coletiva que tomava conta das ruas, das casas, das famílias e da TV. Minhas lembranças da época de menina eram muito ruins pois nessa época do ano Marta trabalhava dobrado e até viajava e lá em Copacabana passava uma semana inteira por conta dos cuidados da Chica e morria de medo de Madame Severina me colocar na roda de prostituição ou fazer leilão da minha pureza. Eram dias e noites de agonia e incerteza. E durante a minha adolescência o movimento do Bordel triplicava e meu ir e vir era complicado. Para minha segurança Mainha proibia minhas saídas e eu ficava refém dentro do apartamento sempre acompanhada e vigiada por alguém de confi
Então era isso que eu vinha notando de diferente na Galeria, no ap., no João. Também a bicha velha do Claudio, o síndico, estava diferente. Sempre tão rabugento e quando usava Cocaína ficava mudo e torto e do nada todo bonzinho, socializando.Era a Heroína!Voltamos a festa e a maioria dos convidados dançavam ao som do rock do Nirvana, muito doidos e felizes. Passei por eles desviando dos sapatos, saltos, gravatas e casacas jogados pelo chão. Nem me notaram. Cruzei a saleta e fui me debruçar no janelão que dava para a Avenida Copacabana. Lá embaixo o povo brincava numa farra ecumênica regada a alegria brasileira. De qualquer forma acabara de conhecer um outro tipo de alegria e ainda sentia os efeitos no corpo. Bem no meio das minhas pernas. A sensação de orgasmo que senti com a Heroína me fez lembrar da festa na
Pensei em desistir do negócio, pensei até em voltar para o Baixo Gávea. Sei lá! Dentro de mim os instintos de aranha apitavam querendo me avisar do perigo envolvido em toda aquela história. Mas eu já estava muito na onda do desafio. No fundo eu sabia que não iria ser um simples negócio! Maninho foi de cerveja, se levantou e serviu-se mostrando intimidade com o lugar, o Índio bebia wiske com gelo num copo maior que a sua mão. Podia saber que era pelo cheiro. Eu amava wiske! Ficamos nessa bebendo enquanto ele mostrava em um telão pendurado no teto o que rolava ali no seu castelo, se referia assim ao casarão e com muito orgulho. A propaganda de última geração era fantástica e em inglês, apresentava o Clube Privê como casa de entretenimento e descanso. Em verdade um puteiro com jogos de azar e consumo d
4ª PARTESe despediu me pedindo juízo, me abençoou e mandou os mil beijos de Marta. Falei com meu filho e com Maria. Matei a saudade, mas não consegui arrancar dela sobre a saúde de minha irmã. Alguma coisa apertava o meu coração. Não saí nem atendi mais nenhum telefonema, também não consegui chorar Pacheco andava louco atrás de mim e pediu a Telma que fizesse eu atender o telefone. Meus clientes de Cocaína me procuravam loucamente e esperavam por mim lá no Bar Coluna e por fim compravam suas drogas com outros traficantes. Ele estava perdendo uma grana considerável. E eu nem aí!- A boca do Maninho deve estar bombando! Foda-se! – Falei alto enquanto tirava o fone do gancho.Pelo celular liguei para o Giovani e fiz a encomenda do Índio para daí dois dias, em seguida l
Eu ainda vivia a ilusão de poder conviver com a Heroína na veia assim como vivi com a Cocaína por tantos anos. usar drogas sempre me emburreceu.Nós éramos nordestinas! Fortes por natureza! Iríamos vencer essa guerra também! Fosse o que fosse! Seríamos felizes juntas!Três meses de Clube Prive e eu trocava as cabines de jogo pelas grandes e confortáveis almofadas do salão da escuridão depois de algumas aplicações. Esse era o melhor jeito de sentir o clímax da onda. O uso da Heroína na veia causa um torpor paralisante que ainda não tinha me alcançado, porém ao meu redor era comum ter muitos usuários desmaiados, delirantes e fora de si e eu estava cansada em ver mulheres jogadas pelas almofadas serem abusadas sexualmente por todo tipo de pessoa. Homens, mulheres, grupos. Sem prote&cce