Encarei seu olhar azul sobre mim aguardei certa de que ele acenaria para seus guardas para me pegarem, mas ele não fez isso.
Em vez disso permaneceu sentado em seu trono com uma expressão de triunfo me observando calmamente.- Olhe!- exclamou Angelos virando-me para o salão.
Procurei o motivo de sua euforia mas não vi nada de diferente.- O que foi? - perguntei sem entender, ele apontou para um grupo de vampiros que entrava e vi um deles um homem alto e pálido que trazia ao seu lado Valentina.
Meus olhos se arregalaram ao ver sua expressão assustada, o olhar percorrendo todo o salão até seus olhos cruzarem com os meus e vi a esperança surgir em seu rosto.Ela vestia um vestido preto e era conduzida até uma mesa pelo homem.Avancei em direção a eles e Angelos veio atrás de mim, segurou em meu braço me puxando para ele e me envolvendo em outra de suaO vampiro me olhava com interesse enquanto eu narrava uma história completamente falsa de como eu acordei a anos atrás jogada em um beco completamente sem memória e quando uma sede terrível.- Mas quem foi o selvagem que fez isso a você?!- ele não estava realmente perguntando embora parecesse, estava mais comentando completamente chocado com o que eu contava.Segundo Taus era extremamente proibido transformar em alguém em vampiro sem antes tomar para si a responsabilidade de cuidar daquela pessoa.- Isso é extremamente selvagem, esse vampiro que fez isso a você deveria ser levado a justiça do nosso príncipe.- exclamou parecendo revoltado e temi que ele continuasse nesse assunto por muito tempo e eu cometesse algum deslize.Eu era de fato uma mentirosa habilidosa, tinha aprendido a ser ao longo dos anos mas uma coisa que aprendi é que quanto menos você permanece no assunto do qual você mente, menos chances de cometer algum erro que expõ
Taus permaneceu me olhando impassível enquanto certamente pensava em minhas palavras, sua face completamente diferente. Observei como seu rosto era perfeito, suas feições eram de uma simetria perfeita e vi como seus olhos me fitavam e um lampejo de indignação brilhou neles.Mas ele foi rápido em afasta-lo.- Interessante suas preferências.- se limitou a dizer e vi que ele havia entendido completamente errado.É claro, eu usei a palavra errada.Acabei dando a entender o tipo de atração errada para ele, olhei para Angelos que tentava sem sucesso disfarçar seu riso.Estava rindo de mim.- Creio que não me expressei bem.- falei com cuidado e seu olhar que havia se dirigido para os corpos que dançavam voltou curioso para meu rosto atento a cada palavra que eu dizia.- Creio que você entendeu que eu me referia a outro tipo de atração, mas a atração da qual me refiro receio que seja mais uma questão digamos que de nature
Não preciso nem dizer o que meu comentário maluco causou.Taus me olhou com olhar furioso, sua pele pálida pareceu se tornar ainda mais pálida enquanto ele assimilava o que eu havia dito.Os outros vampiros que o acompanhavam que antes não haviam prestado tanta atenção em mim agora me encaravam como se quisessem arrancar minha cabeça.A guarda do príncipe também virou o olhar para mim, um olhar hostil.O príncipe ao ouvir minhas palavras parou o ato na hora, virou o rosto devagar para mim e não consegui identificar sua expressão.- Ela não quis dizer o que disse.- se apressou em cortar o silêncio mortificado de todos Angelos.- Eu quis dizer exatamente o que disse.- falei com determinação, os olhos de Valentina estavam arregalados para mim.Taus que parecia começar a se recuperar do choque Inicial começou a falar.- Isso é
Nickolas me olhou parecendo se divertir com minha provocação, não demonstrou se sentir ofendido ou abalado.Segurou sua taça de vinho e bebeu devagar, depois olhou para mim e mais uma vez eu me senti trêmula e um pouco tonta.O efeito de seu olhar azul era desconcertante, ele me olhava como se olhasse muito além de mim, seu olhar me fazia me sentir vulnerável e eu odiei essa sensação.Já havia sido vulnerável tempo demais.Desviei o olhar para o rosto temeroso de Valentina.- Eu tenho que admitir que você quase me fez rir chamando sua amiga de prostituta.- comentou ele calmamente e eu quase tive um avc quando ouvi a palavra amiga, Valentina no susto deixou sua taça cair no chão que se quebrou e espalhou vinho por todo o chão brilhante.O príncipe olhou de mim para ela.- Porque ficaram tão surpresas? Achavam que eu não sabia?- murmurou.- Não conheço essa mulher.- menti.- Ah não? T
As palavras dele me atingiram em cheio, olhei em seus olhos azuis e percebi que dentre todas as chances ele parecia de alguma forma muito improvável saber exatamente o que eu sentia.Porque eu realmente estava quebrada por dentro, de um modo completamente irremediável.Mas ainda assim ele não era confiável, pessoas confiáveis não sequestram ninguém lembrei a mim mesma mentalmente.- O que quer príncipe? - perguntei indo direto ao assunto, ele queria algo isso era claro para mim.- O que eu quero? A pergunta é o que você quer e até onde vai para ter isso?- respondeu e odiei como ele criou mais perguntas do que respostas.Porque não simplesmente ia direto ao assunto?- O que você quer?- repeti.O vinho agora começava a querer fazer efeito e senti-me um pouco mole, como assim vampiros ficam bêbados? - Porque você
Ele não poderia saber dessas coisas.Não era possível isso.Encarei aqueles olhos tão profundamente azuis e senti que ele sabia exatamente o que dizia.Como se de alguma forma pudesse ver tudo que eu havia passado, ele se aproximou mais de mim e sua mão se aproximou da minha.Eu quis recuar mas ao mesmo tempo não quis e minha inércia deu tempo o suficiente para que Nickolas segurasse minha mão.Estremeci ao seu toque, no momento em que fui tocada por ele vi seu olhar azul escurecer de uma forma nada natural, mas também o que era natural em um príncipe vampiro?Fui tomada por lembranças que há muito eu tentava esquecer.Era como se eu estivesse sendo sugada por um furacão e não conseguisse resistir, todas as minhas lembranças ruins vindo a tona de uma vez.Eu me vi criança enquanto era levada pelos traficantes de crianças, arrastada do rio e jogada em um carro.Vi eu mesma acordando no cativeiro e outras crianças como eu assustadas de
- Uma reunião de familia?- disse o príncipe e se serviu demais vinho enquanto nos observava com atenção.Tentei ignorar o divertimento em sua voz, continuei olhando aqueles olhos familiares, eu tinha confiado neles não tinha?E éramos familia? Com certeza algo forte nos ligava eu podia sentir.Estava por causa da sua decisão de me ajudar naquela floresta, sua decisão naquele dia me trouxe aqui e mudou tudo.Tudo foi modificado para sempre.- Onde estão os outros?- perguntei mas não era isso que eu queria perguntar.Eu queria saber se eles não se preocuparam em me resgatar, se ao menos não cogitaram essa idéia.Eles por acaso acharam que não me deviam isso?Eu era uma vampira por causa deles e de alguma maneira nenhum deles se sentia responsável por mim? Eu não sabia nada do que era ser uma vampira e por um momento me senti parte de seu clã, de sua familia.- Estão com o rei.- respondeu seco.Continuei encarando-o espe
Parte da sua familia.Eram essas suas palavras enquanto me encarava.Fiquei parada no mesmo lugar encarando-o e pesando cada palavra que ele disse.Pensei em como eu não fazia parte de nada agora, séculos me separavam da minha verdadeira familia e quem havia me transformado não parecia me querer.Mas aqui estava o príncipe que eu julguei ser mal e ainda não tinha certeza se ele realmente não era me fazendo essa proposta.Mas porque ele iria querer tanto assim que eu ficasse aqui, aprendi cedo demais que tudo tinha um preço. - O que você quer em troca?- perguntei.- Lealdade, sinceridade, amor.- essas coisas que as familias compartilham.- respondeu e se aproximou de mim.- Eu não destronei um rei, eu voltei para casa Nina, sei que dizem que sou mal e cruel mas por vezes eu precisei ser mal e cruel para poder sobreviver.- suas palavras não faziam sentido para mim