MailaEu era amarga, e sabia bem disso. Eu olhei para o homem sentado na minha frente, e não tive coragem de revelar a verdade. Como eu diria para ele que tentei me livrar de um problema duas vezes? Era claro que aquele remédio não mataria o meu bebê, mas ele seria capaz de me matar. E sim, eu queria morrer. Ru precisava. Eu sentia que estava preso em uma gaiola, assim como um pássaro, que ao se iludir com o que via, se deixou aprisionar. Eu me sentia uma tola. Burra! Eu nunca fui viciada. Estar drogada não era para mim. Eu me sentia bem antes. Eu era feliz quando estava pobre. Maldito dia em que conheci o Eliot. Eu o amava, e sempre que pensava nele, sentia o meu coração doer intensamente. Eu sempre o amaria, e sempre faria qualquer coisa por ele. Por isso. Por isso eu queria me livrar desse sentimento, mas a única forma de parar de sentir, seria fazendo o meu coração parar de bater. Era doloroso admitir algo assim, mas não passava da pura e simples realidade. Nós estávamos sentad
Livy clarke A música lenta me fazia sentir um certo sono. Estar grávida não facilitava nos meus encontros. Na realidade, o presidente não fazia ideia da barriga que eu escondia em baixo do vestido. Não havia intenção alguma de relacionamentos amorosos, mas eu precisava de amigos! Eu andei na direção dele, e Lewis se levantou no mesmo instante. Eu notava quando ele se movimentava, por que dúzias de homens mal escondidos, também se levantavam sempre que ele ficava de pé, ou ia ao banheiro. Ou resolvia cumprimentar alguém em outra mesa. Mas, um grupo de jovens usando ternos pretos e fones de ouvido, deixava tudo bastante obvio. Ele sorriu para mim, quando o alcancei. Segurando a minha mão, ele a beijou mais de uma vez. Eu estava sorrindo, mas não sabia se seria uma conversa fácil. Eu entendia bem os sentimentos dele por mim, mas não eram recíprocos. Eu não tinha qualquer interesse pelo presidente.– Livy Clarke, linda como sempre... Eu sorri ainda mais, cumprimentando ele. Estar com
Hardin Holloway.Um grupo de coreanos me acompanhava para dentro do restaurante elegante. A música suave me fazia pensar na Livy, mas eu tinha que tentar esquecer. Eu precisava distanciar aquela mulher as minha mente. Da minha vida. Depois de tudo que eu fiz, seria uma imprudência continuar alimentando esse amor. – Por aqui! – Indiquei. Eles acenaram com a cabeça, me seguindo logo depois. Eu andei em direção a mesa reservada. Eu estava apenas olhando o cardápio, mesmo sem ter fome. Eu tinha certeza que havia perdido um quilo ou outro. Eu olhava para aqueles nomes, e a minha mente fugia. Ela simplesmente voltava ao ponto em que pensava nela, outra, e outra, e outra vez. Eu estava angustiado naquele ponto. Provavelmente estava começando enlouquecer, considerando que podia ouvir a voz dela tão perto de mim. O riso. Eu olhei para o lado, e jurava que a via também. Eu esfreguei os meus olhos, mas Livy não desapareceu. Na realidade, estava ainda mais nítida naquele ponto. Droga... – E en
Livy Clarke. Eu desliguei a chamada pela milésima vez. Como ele pôde ter escondido algo assim? Eu estava segura do a minha filha nos braços, quando a campainha tocou. Eu fiquei aquele rosto familiar. Não deveríamos estar nos encontrando, mas eu esqueci de avisar que Maive estava com febre. Eu estava sozinha. Juan viajou, e agora, eu não tinha ajuda. – Oi, desculpa... Eu esqueci de avisar. Não vou poder entrega-la hoje. Sinto muito! – Empurrei a porta para bate-la. Hardin colocou o pé na frente, impedindo que fosse completamente fechada. Aquilo me assustou. Eu o encarei com um semblante de “ que diabos pensa que está fazendo?”, mas aquele ainda era o final de semana dele com a nossa filha. Isso me deixava angustiada. Ele poderia exigir se quisesse. – O que está acontecendo? – Hardin perguntou, enfiando as mãos nos bolsos. Eu sentia que ele tinha um olhar tão triste. Eu sabia que estava exatamente da mesma maneira a algumas semanas atrás. – Maive está doente. Está com febre. Since
Livy Clarke Eu corri em direção ao meu quarto. Eu precisava de um minuto longe dele. Fechei a porta e coloquei a mão no meu peito. Meu coração estava a beira de um infarte. Eu respirei lento várias vezes, tentando voltar a estabilizar a minha sanidade... Um pouco de calma... Apenas respire... Respire...E então, meus olhos se arregalaram completamente. O pouco de tranquilidade que havia se reestabelecido, sumiu totalmente. Eu corri para o telefone no meu quarto, e digitei 001. – Olá . Boa noite. – Boa noite, senhora. Estamos verificando as câmeras. Ninguém saiu. Vamos ligar para a policia. A senhora sabe quem era o homem? – É sobre isso que quero falar. Ele estava aqui. Eu só entrei em pânico. Sinto muito. Me desculpem pelo incômodo. – Entendido, senhora. Sem polícia... Tenha uma boa noite! Eu não conseguia ao menos rir da situação A verdade, é que eu estava tão chateada com o Hardin que nem mesmo o procurei pela casa, antes de sair por todos os cantos, acusando-o de todas as f
Hardin Holloway Eu acordei no dia seguinte. As minhas costas estavam me matando. Eu senti o meu peito todo molhado. Olhei para baixo. Maive ainda dormia sobre mim. Ela não estava tão quente, mas começava um quadro preocupante de tosse. Eu me levantei, e a coloquei no berço. Nem notei que estava usando um cobertor, até que ele caísse no chão. Eu estava tão confuso. Livy me deixou dormir na casa dela, e não me perguntou como eu sabia de tantos detalhes. Eu estava aliviado. Eu sentia tanta preocupação. Seria muito errado dizer que havia uma câmera dentro dessa casa? E antes que me julguem. Não! Eu não instalei nada. O Juan fez isso. O Juan me deu as senhas, enquanto estivesse fora. Acontece que a forma vazia com a qual Livy agia, estava começando preocupar todos nós. Mas eu nunca violei a privacidade dela. A imagem era escura, e eu quase não conseguia ver de outro ângulo, senão, por cima de varias cabeças. Claro que eu não teria escolhido equipamentos tão ruins, mas Juan não entende d
Livy Clarke Eu estava tão brava. Eu cruzei os meus braços, enquanto esperava dentro de um carro preto trancado. Eu via aqueles homens praticamente me prendendo ali dentro. Eu sabia que estava como uma prisioneira. Eu não queria estar ali. Eu não queria conversar. E eu não queria falar sobre as mulheres com que ele se envolveu. Era uma... Covardia? Isso, com certeza não conseguia traduzir peso do que ele havia feito. Então, um dos seguranças começou a falar no telefone. – Por favor, senhora... – Ele abriu a porta pelo lado de fora. Aparentemente, era a única maneira, considerando que eu tentei escapar uma porção de vezes. Eu estava tão brava que poderia ter pulado do carro em movimento se não estivesse gravida. Eu nem sabia se ele atiraria em mim caso eu corresse. Eu estava com tanta vergonha. Ainda usava uma camisola longa, solta, e eles não deixaram que eu trocasse de roupas. O Lewis não deixou sequer que eu vestisse algo por cima. Ele tinha medo que eu fugisse dele? Tinha razão!
Hardin Holloway. Eu dirigi devagar por toda a cidade. Mesmo sabendo que eu devia encontrar Livy, ainda tinha que manter a minha filha em segurança. Maive dormia no bebê conforto, no banco atrás de mim. Fazia algum tempo desde que eu dirigia, enquanto a levava comigo. Eu mal me lembrava da última vez em que fiz aquilo, e ainda assim, tinha a minha esposa ao lado. Quando o sinal fechou, eu me virei e olhei a minha pequena dormindo. Ela tinha os mesmos traços finos da mãe. Tão linda, mas as bochechas... Ah, elas pareciam duas maçãs bem macias e rechonchudas. Eu sentia vontade de beija-la sempre que olhava para ela. Me virei e voltei a dirigir. Quando o carro finalmente chegou ao local, parei exatamente na frente. O restaurante estava cheio, como habitualmente, exceto por uma mesa vazia. Eu olhei ao redor, mas não a vi ali. Aquele homem disse que se encontrariam no lugar habitual, e esse era o local onde o presidente costumava frequentar sempre que estava na cidade. Eu tinha as minhas