Livy Clarke. Eu desliguei a chamada pela milésima vez. Como ele pôde ter escondido algo assim? Eu estava segura do a minha filha nos braços, quando a campainha tocou. Eu fiquei aquele rosto familiar. Não deveríamos estar nos encontrando, mas eu esqueci de avisar que Maive estava com febre. Eu estava sozinha. Juan viajou, e agora, eu não tinha ajuda. – Oi, desculpa... Eu esqueci de avisar. Não vou poder entrega-la hoje. Sinto muito! – Empurrei a porta para bate-la. Hardin colocou o pé na frente, impedindo que fosse completamente fechada. Aquilo me assustou. Eu o encarei com um semblante de “ que diabos pensa que está fazendo?”, mas aquele ainda era o final de semana dele com a nossa filha. Isso me deixava angustiada. Ele poderia exigir se quisesse. – O que está acontecendo? – Hardin perguntou, enfiando as mãos nos bolsos. Eu sentia que ele tinha um olhar tão triste. Eu sabia que estava exatamente da mesma maneira a algumas semanas atrás. – Maive está doente. Está com febre. Since
Livy Clarke Eu corri em direção ao meu quarto. Eu precisava de um minuto longe dele. Fechei a porta e coloquei a mão no meu peito. Meu coração estava a beira de um infarte. Eu respirei lento várias vezes, tentando voltar a estabilizar a minha sanidade... Um pouco de calma... Apenas respire... Respire...E então, meus olhos se arregalaram completamente. O pouco de tranquilidade que havia se reestabelecido, sumiu totalmente. Eu corri para o telefone no meu quarto, e digitei 001. – Olá . Boa noite. – Boa noite, senhora. Estamos verificando as câmeras. Ninguém saiu. Vamos ligar para a policia. A senhora sabe quem era o homem? – É sobre isso que quero falar. Ele estava aqui. Eu só entrei em pânico. Sinto muito. Me desculpem pelo incômodo. – Entendido, senhora. Sem polícia... Tenha uma boa noite! Eu não conseguia ao menos rir da situação A verdade, é que eu estava tão chateada com o Hardin que nem mesmo o procurei pela casa, antes de sair por todos os cantos, acusando-o de todas as f
Hardin Holloway Eu acordei no dia seguinte. As minhas costas estavam me matando. Eu senti o meu peito todo molhado. Olhei para baixo. Maive ainda dormia sobre mim. Ela não estava tão quente, mas começava um quadro preocupante de tosse. Eu me levantei, e a coloquei no berço. Nem notei que estava usando um cobertor, até que ele caísse no chão. Eu estava tão confuso. Livy me deixou dormir na casa dela, e não me perguntou como eu sabia de tantos detalhes. Eu estava aliviado. Eu sentia tanta preocupação. Seria muito errado dizer que havia uma câmera dentro dessa casa? E antes que me julguem. Não! Eu não instalei nada. O Juan fez isso. O Juan me deu as senhas, enquanto estivesse fora. Acontece que a forma vazia com a qual Livy agia, estava começando preocupar todos nós. Mas eu nunca violei a privacidade dela. A imagem era escura, e eu quase não conseguia ver de outro ângulo, senão, por cima de varias cabeças. Claro que eu não teria escolhido equipamentos tão ruins, mas Juan não entende d
Livy Clarke Eu estava tão brava. Eu cruzei os meus braços, enquanto esperava dentro de um carro preto trancado. Eu via aqueles homens praticamente me prendendo ali dentro. Eu sabia que estava como uma prisioneira. Eu não queria estar ali. Eu não queria conversar. E eu não queria falar sobre as mulheres com que ele se envolveu. Era uma... Covardia? Isso, com certeza não conseguia traduzir peso do que ele havia feito. Então, um dos seguranças começou a falar no telefone. – Por favor, senhora... – Ele abriu a porta pelo lado de fora. Aparentemente, era a única maneira, considerando que eu tentei escapar uma porção de vezes. Eu estava tão brava que poderia ter pulado do carro em movimento se não estivesse gravida. Eu nem sabia se ele atiraria em mim caso eu corresse. Eu estava com tanta vergonha. Ainda usava uma camisola longa, solta, e eles não deixaram que eu trocasse de roupas. O Lewis não deixou sequer que eu vestisse algo por cima. Ele tinha medo que eu fugisse dele? Tinha razão!
Hardin Holloway. Eu dirigi devagar por toda a cidade. Mesmo sabendo que eu devia encontrar Livy, ainda tinha que manter a minha filha em segurança. Maive dormia no bebê conforto, no banco atrás de mim. Fazia algum tempo desde que eu dirigia, enquanto a levava comigo. Eu mal me lembrava da última vez em que fiz aquilo, e ainda assim, tinha a minha esposa ao lado. Quando o sinal fechou, eu me virei e olhei a minha pequena dormindo. Ela tinha os mesmos traços finos da mãe. Tão linda, mas as bochechas... Ah, elas pareciam duas maçãs bem macias e rechonchudas. Eu sentia vontade de beija-la sempre que olhava para ela. Me virei e voltei a dirigir. Quando o carro finalmente chegou ao local, parei exatamente na frente. O restaurante estava cheio, como habitualmente, exceto por uma mesa vazia. Eu olhei ao redor, mas não a vi ali. Aquele homem disse que se encontrariam no lugar habitual, e esse era o local onde o presidente costumava frequentar sempre que estava na cidade. Eu tinha as minhas
Maila Eu senti uma pontada forte na barriga mais uma vez. Eu estava deitada na minha cama, me contorcendo de dor. Minha cabeça estava entrando em um conflito severo. Eu odiava Livy Clarke. Eu queria que ela pagasse por tudo que eu perdi. Eu desejava isso, mas, ao mesmo tempo, eu perdi tudo por minha causa. Então, eu deveria me vingar de mim mesma também? – Minha mãe ligou. Ela quer saber se posso mandar mais dinheiro. Eliot me encarou. – Mais dinheiro? Aquela puta velha quer mais? Nós já não mandamos o suficiente. – Por favor, não fale assim da minha mãe. Sabe que ela passa dificuldades financeiras. – É claro que eu sei. E o que eu tenho a ver com isso? Eu o encarei, estreitando os olhos. Estava sentindo a dor ainda mais forte naquele momento. – Você sabe muito bem que eu só estou fazendo tudo isso por que você concordou que ajudaria. Se não enviar mais, eu juro, Eliot... Eu vou contar tudo! Ele me olhou como se eu fosse um animal portador de alguma doença contagiosa. Eu vi exa
Hardin Holloway. Eu me sentia tão decepcionado. Soava ridículo dizer isso? Quer dizer, eu esperava que ela seguisse em frente, mas não tão rápido. Eu dirigi até a minha casa, sentindo como se o meu peito sangrasse. Eu ainda levava a minha filha no banco de trás. Eu bati a minha mão, espancando o volante algumas vezes. Eu tentei não chorar algumas outras. Eu desci do meu carro e a peguei, entreguei para a babá assim que a vi. Quando eu entrei no banheiro, senti que o meu mundo inteiro estava desmoronando. Eu sentia uma forte tensão no peito, quase como um aperto, mas era muito mais intenso. Eu ri de mim mesmo em algum momento, por que eu sabia. Eu merecia que ela fosse de outro. Mesmo assim eu não queria ter visto aquela cena. Eu não quero imaginar o que eles fizeram depois... Eu sei que um homem como ele jamais esperaria para leva-la para a cama. Eu deixaria de ser o único em toda a vida, que já tocou na Livy intimamente. E porra, isso doía para um inferno. Era como se eu estivesse
Maila Eu não conseguia compreender como tudo aconteceu. Eu só conseguia me lembrar de pensar o quanto ele estava sendo um idiota por tentar colocar o cinto, quando o bebê pretendia sair a qualquer momento. Não me importava que ele fosse prematuro. Aquela criança precisava sair, e eu tinha que permitir. Mas agora, eu só conseguia ver aquele momento em que o caminhão surgiu do nada, atravessando a avenida tão lentamente, como se nada o afligisse. E o Hardin estava tão rápido. Não houve tempo para parar, mas não adiantaria, de qualquer maneira. Era engraçado, por que eu já não sentia mais dor. Dor alguma. Isso podia ser bem assustador, especialmente quando as pessoas se juntavam ao seu redor, para observar a grávida que atravessou o para-brisa de um carro. Metade de mim estava partida por vidro, e eu sentia medo pelo bebe. Se essa coisa estava me cortando, ele estava sofrendo? O trabalho de parto parou? Eu vi quando Hardin saiu do carro. Apenas a cabeça dele estava sangrando. Também ha