Maila Eu não conseguia compreender como tudo aconteceu. Eu só conseguia me lembrar de pensar o quanto ele estava sendo um idiota por tentar colocar o cinto, quando o bebê pretendia sair a qualquer momento. Não me importava que ele fosse prematuro. Aquela criança precisava sair, e eu tinha que permitir. Mas agora, eu só conseguia ver aquele momento em que o caminhão surgiu do nada, atravessando a avenida tão lentamente, como se nada o afligisse. E o Hardin estava tão rápido. Não houve tempo para parar, mas não adiantaria, de qualquer maneira. Era engraçado, por que eu já não sentia mais dor. Dor alguma. Isso podia ser bem assustador, especialmente quando as pessoas se juntavam ao seu redor, para observar a grávida que atravessou o para-brisa de um carro. Metade de mim estava partida por vidro, e eu sentia medo pelo bebe. Se essa coisa estava me cortando, ele estava sofrendo? O trabalho de parto parou? Eu vi quando Hardin saiu do carro. Apenas a cabeça dele estava sangrando. Também ha
Hardin Holloway Eu segurei a mão dela o tempo todo. Eu estava bem ali ao lado, no meio próprio mundo. Eu estava tentando me afastar, tentando não pensar que deixei a minha filha em casa. Eu tentei focar naquele beijo maldito.. eu queria qualquer coisa que não fosse a minha realidade, por que, pensar que Maila e meu filho morreria, me fazia morrer por dentro Eu fui o culpado. Eu sabia disso no momento em que disse para ela se deitar. Eu nunca deveria ter tirado os olhos da estrada. E se eu nunca tivesse dirigido tão rápido? Se ela morrer, eu ... Eu ficaria louco de tanta culpa. E eu sei disso por que, enquanto ela gritava de dor, eu dirigia rápido, mas eu também pensava na Livy, e nunca vou conseguir me perdoar por isso. Doía demais pensar que eu podia me tornar um assassino sem nunca ter puxado o gatilho. Doía ainda mais pensar que eu teria matado uma mulher e seu filho. Eu teria matado o meu filho? Eu pensei em ligar para ela. Eu queria alguém comigo, mas Livy provavelmente estav
Livy Holloway Eu beijei outro homem e me senti uma traidora. Eu toquei no rosto dele, e senti que estava traindo a mim mesma. Quem eu queria enganar? Eu não amava outro. Eu amava o Hardin, e sempre o amaria. Mas, o que eu deveria fazer? Eu precisava seguir em frente. O Juan sempre falava sobre como era necessário um amor, para se esquecer de outro. Bom, esse era um conselho que eu estava decidida a seguir. Eu sei, ele parecia controverso, mas eu entendia bem pelo que ele estava passando. Politicas sempre foram sujas, e ele era um concorrente. Não importava o que estivesse por vir, sabíamos que manchariam a reputação dele a qualquer custo. Isso era doloroso, por que, mesmo que eu não o amasse, ainda éramos amigos. E talvez Lewis estivesse certo. Talvez o amor venha em ondas, com o tempo. Talvez um dia eu fosse intensamente apaixonada por ele. Quer dizer, que mulher não o amaria? Ele era engraçado, e nada caótico, como o Hardin. Mas o Hardin... Ah, ele era temperamental e maravilhosam
Livy Clarke. Estava em um horário que o Lewis habitualmente me telefonava, e o meu celular não parava de tocar na bolsa. Eu não podia atender. Haviam coisas mais urgentes para resolver naquele momento. Eu dirigi tão devagar quanto o Juan, agradecendo mentalmente por ele ser tão ruim quanto eu. No mundo da lua, ele sequer viu quando o meu carro parou praticamente ao lado dele. Juan cantava uma música, mas não parecia bem humorado. Eu, por outro lado, fechei os vidros escuros e me abaixei. Estava torcendo para que ele não reconhecesse o meu carro. Mas quando o sinal abriu, ele ainda estava no mundo da lua, tão distraído quanto eu. Quase causei um acidente ao ir atrás dele, e não parei para ouvir os xingamentos do motorista que parou o trânsito ao frear do nada. Juan parou em frente ao hospital. Ele nem mesmo estacionou o carro. Juan simplesmente desceu, sem se importar se as coisas seriam roubadas na capota aberta. O meu amigo estava doente? Não, eu não podia perde-lo. Assim que o
Hardin Holloway Ver a Livy ali, na minha frente, tão preocupada não servia para nada além de um lembrete doloroso. Eu estaria lidando com o fardo de cuidar de uma mulher que eu destruí, enquanto via a mulher que eu amava ser consertada por outro homem. Eu nem mesmo conseguia olhar para ela por muito tempo. Eu sentia uma intensa angústia dentro de, e que não passava, não importava o que eu fizesse. – Senhor Holloway? – Hardin... – Eu a corrigi. Eu odiava esse sobrenome, e eu odiava ainda mais o dia em que ele me adotou naquele lugar imundo. – Senhor Hardin, o exame... O olhar da médica parecia triste. – Do meu filho? – Sim, senhor... Eu estava interessado, mas ao mesmo tempo, sentia que não tinha escolha. Ele era um bebê, e o Daren estava na prisão. O outro pai... Ah, ele não tinha interesse, nem mesmo veio aqui. Quem cuidaria da criança, se não o assassino da mãe dela? – E então? – Eu enfiei as minhas mãos nos bolsos, tentando esconder o quanto estavam suadas. Eu disfarcei a
Hardin Holloway – Eu vi! Livy arregalou os olhos, colocou as mãos na boca. – Viu? Como? Quer dizer, eu nunca... – Fiquei preocupado com você quando sumiu do próprio apartamento. Eu sei que tipo de mãe você é, e eu sei que não teria deixado sua filha. Então, eu pergunto, Clarke. Você quer esse tipo de homem para você. Ela me olhou como se não compreendesse. – Que tipo? As acusações são falsas. Eu já passei por isso. Sei que você pode compreender como funciona. As pessoas podem ser cruéis... – Você sabe que eu não estou falando sobre isso.– Não? E sobre o que estamos falando? – Sobre a sua liberdade. Quer mesmo se entregar a alguém que vai tirar isso de você? Por que, Clarke, ele vai... Ele vai te levar de um lugar para o outro quando desejar, e vai te arrastar como uma sombra, ao lado dele. Eu já vi isso acontecer antes. A ex mulher dele... – Não quero falar sobre isso, Hardin. Desculpe. É tão estranho. Nós ainda... Eu não sei, eu sinto algo por você, e eu não quero brigar. Eu
Livy Clarke. Eu via aquela multidão de pessoas. Segurando a minha filha, eu estava no meio de um palanque eleitoral. Eu me sentia uma idiota futio, acenando para as pessoas, como se eu fosse a primeira dama. Vestidos caros, sapatos caros, bolsas caras, e nada extravagantes. Eu era como aquelas mulheres esnobes que só usavam Chanel, mas Lewis pediu gentilmente que eu colocasse esse vestido hoje. Acho que não tinha muita opção, quando nenhuma das minhas roupas na mala chegaram a tempo ao hotel. Nós ainda não havíamos dormindo juntos. Eu simplesmente não podia, considerando que estava grávida de outro homem. Teria sido muito estranho. Eu me perguntava como ele faria para justificar que a namorada estava grávida de outro homem. Eu me perguntava como ele diria que era o padrasto de uma criança agora, considerando o quanto parecia conservador. Tudo para ele tinha que ser exatamente como deveria. Tudo certo. Talvez por isso eu o tenha aceitado. Eu precisava de um pouco de estabilidade. A
Hardin Holloway. Eu havia voltado para a empresa a exatas três horas, e me sentia estranho. Duas semanas praticamente vivendo no hospital, e aquilo parecia a rotina certa. A minha sala estava estranha. Os funcionários eram esquisitos. Eu me sentei e não senti conforto naquele lugar. Tudo estava exatamente igual a um ano atrás, e porra, era exatamente esse o meu problema. Eu não estava realmente preocupado com a Maila. Havia telefonado para a familia, e eles viriam aqui, no meu escritório hoje. Eu pagarei a eles para que cuidem da própria filha, e talvez eu me sinta um pouco melhor por isso. Desde aquele acidente, eu me senti como um monstro. Eu sempre fiz tudo errado, mas esse... Ah, essa merda com certeza foi o meu maior deles. E agora, eu sabia que ela nunca mais voltaria a se mexer novamente. Maila seria um grande fardo para quem quer que cuidasse dela. E eu imagino que ela odiaria viver dessa maneira. Se eu pudesse, se eu ao menos soubesse que ela teria o desejo de morrer, ter