Livy Clarke Eu estava tão brava. Eu cruzei os meus braços, enquanto esperava dentro de um carro preto trancado. Eu via aqueles homens praticamente me prendendo ali dentro. Eu sabia que estava como uma prisioneira. Eu não queria estar ali. Eu não queria conversar. E eu não queria falar sobre as mulheres com que ele se envolveu. Era uma... Covardia? Isso, com certeza não conseguia traduzir peso do que ele havia feito. Então, um dos seguranças começou a falar no telefone. – Por favor, senhora... – Ele abriu a porta pelo lado de fora. Aparentemente, era a única maneira, considerando que eu tentei escapar uma porção de vezes. Eu estava tão brava que poderia ter pulado do carro em movimento se não estivesse gravida. Eu nem sabia se ele atiraria em mim caso eu corresse. Eu estava com tanta vergonha. Ainda usava uma camisola longa, solta, e eles não deixaram que eu trocasse de roupas. O Lewis não deixou sequer que eu vestisse algo por cima. Ele tinha medo que eu fugisse dele? Tinha razão!
Hardin Holloway. Eu dirigi devagar por toda a cidade. Mesmo sabendo que eu devia encontrar Livy, ainda tinha que manter a minha filha em segurança. Maive dormia no bebê conforto, no banco atrás de mim. Fazia algum tempo desde que eu dirigia, enquanto a levava comigo. Eu mal me lembrava da última vez em que fiz aquilo, e ainda assim, tinha a minha esposa ao lado. Quando o sinal fechou, eu me virei e olhei a minha pequena dormindo. Ela tinha os mesmos traços finos da mãe. Tão linda, mas as bochechas... Ah, elas pareciam duas maçãs bem macias e rechonchudas. Eu sentia vontade de beija-la sempre que olhava para ela. Me virei e voltei a dirigir. Quando o carro finalmente chegou ao local, parei exatamente na frente. O restaurante estava cheio, como habitualmente, exceto por uma mesa vazia. Eu olhei ao redor, mas não a vi ali. Aquele homem disse que se encontrariam no lugar habitual, e esse era o local onde o presidente costumava frequentar sempre que estava na cidade. Eu tinha as minhas
Maila Eu senti uma pontada forte na barriga mais uma vez. Eu estava deitada na minha cama, me contorcendo de dor. Minha cabeça estava entrando em um conflito severo. Eu odiava Livy Clarke. Eu queria que ela pagasse por tudo que eu perdi. Eu desejava isso, mas, ao mesmo tempo, eu perdi tudo por minha causa. Então, eu deveria me vingar de mim mesma também? – Minha mãe ligou. Ela quer saber se posso mandar mais dinheiro. Eliot me encarou. – Mais dinheiro? Aquela puta velha quer mais? Nós já não mandamos o suficiente. – Por favor, não fale assim da minha mãe. Sabe que ela passa dificuldades financeiras. – É claro que eu sei. E o que eu tenho a ver com isso? Eu o encarei, estreitando os olhos. Estava sentindo a dor ainda mais forte naquele momento. – Você sabe muito bem que eu só estou fazendo tudo isso por que você concordou que ajudaria. Se não enviar mais, eu juro, Eliot... Eu vou contar tudo! Ele me olhou como se eu fosse um animal portador de alguma doença contagiosa. Eu vi exa
Hardin Holloway. Eu me sentia tão decepcionado. Soava ridículo dizer isso? Quer dizer, eu esperava que ela seguisse em frente, mas não tão rápido. Eu dirigi até a minha casa, sentindo como se o meu peito sangrasse. Eu ainda levava a minha filha no banco de trás. Eu bati a minha mão, espancando o volante algumas vezes. Eu tentei não chorar algumas outras. Eu desci do meu carro e a peguei, entreguei para a babá assim que a vi. Quando eu entrei no banheiro, senti que o meu mundo inteiro estava desmoronando. Eu sentia uma forte tensão no peito, quase como um aperto, mas era muito mais intenso. Eu ri de mim mesmo em algum momento, por que eu sabia. Eu merecia que ela fosse de outro. Mesmo assim eu não queria ter visto aquela cena. Eu não quero imaginar o que eles fizeram depois... Eu sei que um homem como ele jamais esperaria para leva-la para a cama. Eu deixaria de ser o único em toda a vida, que já tocou na Livy intimamente. E porra, isso doía para um inferno. Era como se eu estivesse
Maila Eu não conseguia compreender como tudo aconteceu. Eu só conseguia me lembrar de pensar o quanto ele estava sendo um idiota por tentar colocar o cinto, quando o bebê pretendia sair a qualquer momento. Não me importava que ele fosse prematuro. Aquela criança precisava sair, e eu tinha que permitir. Mas agora, eu só conseguia ver aquele momento em que o caminhão surgiu do nada, atravessando a avenida tão lentamente, como se nada o afligisse. E o Hardin estava tão rápido. Não houve tempo para parar, mas não adiantaria, de qualquer maneira. Era engraçado, por que eu já não sentia mais dor. Dor alguma. Isso podia ser bem assustador, especialmente quando as pessoas se juntavam ao seu redor, para observar a grávida que atravessou o para-brisa de um carro. Metade de mim estava partida por vidro, e eu sentia medo pelo bebe. Se essa coisa estava me cortando, ele estava sofrendo? O trabalho de parto parou? Eu vi quando Hardin saiu do carro. Apenas a cabeça dele estava sangrando. Também ha
Hardin Holloway Eu segurei a mão dela o tempo todo. Eu estava bem ali ao lado, no meio próprio mundo. Eu estava tentando me afastar, tentando não pensar que deixei a minha filha em casa. Eu tentei focar naquele beijo maldito.. eu queria qualquer coisa que não fosse a minha realidade, por que, pensar que Maila e meu filho morreria, me fazia morrer por dentro Eu fui o culpado. Eu sabia disso no momento em que disse para ela se deitar. Eu nunca deveria ter tirado os olhos da estrada. E se eu nunca tivesse dirigido tão rápido? Se ela morrer, eu ... Eu ficaria louco de tanta culpa. E eu sei disso por que, enquanto ela gritava de dor, eu dirigia rápido, mas eu também pensava na Livy, e nunca vou conseguir me perdoar por isso. Doía demais pensar que eu podia me tornar um assassino sem nunca ter puxado o gatilho. Doía ainda mais pensar que eu teria matado uma mulher e seu filho. Eu teria matado o meu filho? Eu pensei em ligar para ela. Eu queria alguém comigo, mas Livy provavelmente estav
Livy Holloway Eu beijei outro homem e me senti uma traidora. Eu toquei no rosto dele, e senti que estava traindo a mim mesma. Quem eu queria enganar? Eu não amava outro. Eu amava o Hardin, e sempre o amaria. Mas, o que eu deveria fazer? Eu precisava seguir em frente. O Juan sempre falava sobre como era necessário um amor, para se esquecer de outro. Bom, esse era um conselho que eu estava decidida a seguir. Eu sei, ele parecia controverso, mas eu entendia bem pelo que ele estava passando. Politicas sempre foram sujas, e ele era um concorrente. Não importava o que estivesse por vir, sabíamos que manchariam a reputação dele a qualquer custo. Isso era doloroso, por que, mesmo que eu não o amasse, ainda éramos amigos. E talvez Lewis estivesse certo. Talvez o amor venha em ondas, com o tempo. Talvez um dia eu fosse intensamente apaixonada por ele. Quer dizer, que mulher não o amaria? Ele era engraçado, e nada caótico, como o Hardin. Mas o Hardin... Ah, ele era temperamental e maravilhosam
Livy Clarke. Estava em um horário que o Lewis habitualmente me telefonava, e o meu celular não parava de tocar na bolsa. Eu não podia atender. Haviam coisas mais urgentes para resolver naquele momento. Eu dirigi tão devagar quanto o Juan, agradecendo mentalmente por ele ser tão ruim quanto eu. No mundo da lua, ele sequer viu quando o meu carro parou praticamente ao lado dele. Juan cantava uma música, mas não parecia bem humorado. Eu, por outro lado, fechei os vidros escuros e me abaixei. Estava torcendo para que ele não reconhecesse o meu carro. Mas quando o sinal abriu, ele ainda estava no mundo da lua, tão distraído quanto eu. Quase causei um acidente ao ir atrás dele, e não parei para ouvir os xingamentos do motorista que parou o trânsito ao frear do nada. Juan parou em frente ao hospital. Ele nem mesmo estacionou o carro. Juan simplesmente desceu, sem se importar se as coisas seriam roubadas na capota aberta. O meu amigo estava doente? Não, eu não podia perde-lo. Assim que o