AntônioEstava chegando na empresa, onde todos os meus irmãos estavam reunidos, até mesmo André. Ele não faz mais parte dos trabalhos, mas continua se metendo. A pauta era nosso pai doente e eu. Eles querem que eu me decida o que fazer com Cora porque uma hora a identidade dela será revelada, se não fizéssemos nada.Fui o último a chegar e fui logo sentando. Apenas a mulher de Alexandre estava presente. A de André não.― Nosso pai teve alguns problemas de saúde e me avisaram que ele anda esquecendo as coisas. Eu gostaria de acreditar que o primeiro Rodrigues viveria eternamente e sempre estaria aqui para nos ensinar tudo que precisamos saber sobre a vida, mas não é assim. Acabaremos perdendo o homem que nos fez quem somos. Por isso, aproveitem e passem bastante tempo com ele. ― Alexandre falou assim que teve a atenção de todos. Ele estava de pé, atrás da cadeira onde sua mulher estava sentada.Concordamos com ele, claro que concordamos.― Quanto a Cora... ― Ele começou a falar e olhou
CoraTalvez até tenha feito errado em procurar esse homem e não a polícia. Mas errado ou não me sinto segura com ele.Não insisti para ficar com o sofá. Vou me aproveitar da culpa dele o máximo que eu puder, e se alguém me julgar que vá tomar bem no meio do que achar melhor. Fui eu quem fui torturada, por erro ou não.Me instalei como podia e tomei um banho.Quando entrei na cozinha ele estava cozinhando algo com um cheiro delicioso e Caos estava em um canto, indeciso entre comer sua ração ou rosnar para ele. Ele não era muito de latir para estranhos, gostava mais de rosnar. E também não atacava sem ordem para isso. Era muito bem treinado. Fiz questão de adestrá-lo ao máximo para que pudesse ser meu parceiro com as crianças.― Dem... Antônio ― Quase o chamei de demônio loiro. Ele me olhou com a sobrancelha levantada. ― Peguei essa camisa, tudo bem?― Claro. Ficou ótima em você. E quem é Dem? Tive a impressão que me chamaria por outro nome.O desgraçado sabe muito bem. Foi ele quem sal
Cora Eu não sabia que ele namorava.Mas é claro que um homem com esses traços ou estaria namorando ou aproveitando sua beleza para pegar todas que quisesse, ou os dois.― Que surpresa! ― ela falou toda empolgada, ainda com os braços ao redor do pescoço dele, que parecia surpreso e irritado.Eu é que não ia querer receber um olhar desse do meu namorado.Vera não disse nada. Muito menos eu.Antônio simplesmente tirou as mãos dela de si, me entregou as sacolas e saiu arrastando a mulher até um canto afastado. Não afastado o bastante para que eu não ouvisse a voz dela ou visse seus sinais.Ele fez alguns gestos e ela respondeu:― Eu estava com saudades. Não vejo problemas em demonstração de carinho.Ele fez mais sinais.― Por que? Eu vi como estava olhando aquela puta. Está comendo ela também? Aposto que não teria problema nenhum em comer ela na frente das crianças.Mais sinais. Dessa vez pude sentir raiva exalando de cada gesto. Eu também tive raiva dela colocar crianças em sua briga. O
CoraDessa vez voltei ao orfanato sozinha. Antônio só me levou até a porta e deixou alguns seguranças, além dos dois que já eram fixos do lugar.Apresentei Caos a Vera. Ela ficou com medo. E como o ambiente era estranho o mantive preso na coleira. Só deixei as crianças mais corajosas se aproximarem sob minha supervisão. Não é porque Caos sempre foi dócil com crianças que vou facilitar em um ambiente estranho. Cuidado é essencial.A tal de Miriam me olhava como se eu fosse um inimigo próximo a atacar. Se ela soubesse que subi no colo do “seu” homem já estaria em cima de mim.Começou uma rotina que eu já conhecia. Atendia já faz um pouco mais de uma semana. Todos os dias quando chegava, uma cabeleira ruiva me esperava. Não demorou muito para ser mais de uma cabeleira, de várias cores e tamanhos.Caos já se sente em casa e rola com as crianças no consultório. Algumas ainda tem medo. E eu ainda fico de olho.― Fui informada que você só faria um trabalho voluntario. ― Uma voz amarga se fez
AntônioVou te mostrar como as tripas dela são feias. ― Ela sorria com seu olhar angelical enquanto Cora estava parada ao lado dela, como se estivesse paralisada. Só seu olhar demostrava todo o desespero que sentia.Não, por favor. Jessica, não faça... ― implorei. Foi em vão.Nãoooo. ― meu gritou ecoou enquanto ela sorria e estripava a própria irmã. O corte havia sido na barriga, porém Jessica segurava o coração de Cora na mão. Dentro do pesadelo eu sabia que não era real, porém a dor em mim era real.Ela olhava o coração como se analisasse.Olha! Não te disse. Você se apaixonou por uma mulher tão feia por dentro ― disse e esmagou o coração da irmã.Nãooo...O grito ficou preso em minha garganta ao acordar desse maldito pesadelo onde Jessica me mantinha amarrado enquanto esfaqueava a irmã e arrancava seus órgãos.Sem pensar, levantei do sofá e fui até meu quarto. Acendi a luz, mas isso não foi o suficiente para acordar Cora. E se realmente tivesse acontecido algo com ela?Me aproxime
CoraNão acredito no que quase fiz. Eu estava sim disposta a fechar os olhos e abrir as pernas. Desejei muito sentir aquele homem por inteiro. Se ele não tivesse dito merda, eu teria ido até o fim.Quem esse cara pensa que é? Christian Grey? Se quer alguém para amarrar e bater pode procurar em outro lugar. É cada uma!Por sorte agora tenho meu trabalho temporário para ocupar a mente.Indiquei todos os meus pacientes para uma amiga. Ela não gostou muito da ideia de atender vários de graça, mas aceitou depois que implorei bastante e disse que pagaria a consulta deles. Ainda estou com o cartão de Antônio e ainda não achei que gastei o suficiente para pagar os meu danos físicos e morais.Agora estou aqui nessa casa. Passo quase vinte e quatro horas pensando no demônio loiro. Se não fosse as crianças no orfanato tenho certeza que já estaria surtada com esse desejo fora de hora. Fico só pensando que beijei o demônio loiro em três ocasiões, beijos que me deixaram de pernas bambas, e que quas
CoraNão entendi nada do que Antônio disse.― Por que? ― perguntei confusa. Não quero mais festa por hoje. Estou morta, só agradecendo por não ter ido a nenhuma balada.Ele veio para cima de mim, dizendo:― Simplesmente porque eu vou tirar.A festa que Antônio tinha em mente era bem diferente da que imaginei. Ele avançou em meus lábios. Seu beijo macio e lento era provocante demais.Quando finalmente se afastou, me dando chance de um lapso de lucidez, não havia nada que me impedisse de querer mais.― Agora sim é um feliz aniversário ― falou sorrindo contra os meus lábios, antes de devorá-los novamente.Ele me empurra contra a parede e começa a desabotoar a própria blusa enquanto me beija.— Não mudei de ideia — consegui falar.— Não quer?— Do seu jeito não.— Então me ensina o seu.Antônio me joga na cama, tira a blusa desabotoada e me beija, descendo o beijo e a minha blusa junto.Ele não brinca em serviço, sua boca já captura meu seio e chupa sem cerimônia. Só depois de experimenta
CoraAbri os olhos e a primeira coisa que encontro são os olhos de Antônio.Ele leva a sua mão até meu rosto e o toca, mas desvio o olhar e me afasto dele, saindo da cama. Não vou me arrepender do que fiz, muito menos vou me envolver na enrascada que seria me apaixonar por esse homem.― O que foi?― Eu vou ser bem sincera com você e espero que entenda. ― Para não ficar tão exposta e ele parar de encarar cada pedaço do meu corpo, visto sua camisa e abotoo enquanto falo. ― Sim, eu seria idiota se negasse que sinto uma atração por você. Mas não vou virar um clichê podre de mocinha que se apaixona por sequestrador.― Você não foi sequestrada. Estou tentando te manter a salvo. Te deixei ir, se lembra?― Tanto faz. Isso, não vai rolar. Enquanto estivermos sob o mesmo teto é possível que acabemos transando em algum momento, mas é só. Não vou me iludir e não quero que se iluda. Apesar de que acho isso impossível.― Cora... Você que está se iludindo. ― Segurou o meu braço e me puxou de volta p