História do André - Capítulo 30

Beatriz

Não acredito. Amanhã preciso conversar com Marcela. Podemos inventar a desculpa que for, mas deixar uma desconhecida enterrada em seu lugar não é certo.

Como não conseguiria dormir tão cedo, peguei meu material e comecei a desenhar um sobretudo masculino que surgiu na minha mente, bem sombrio. Só parei quando bateram na porta.

― Está aberta ― informei.

André passou pela porta logo em seguida.

― A sua prima já foi embora. Pedi ao motorista para levá-la ― informou.

― Tudo bem.

― Ainda estou chateada?

― Indignada que pensem assim. É como se só importassem vocês, a família de vocês. Outras pessoas também têm famílias.

― Eu vou descobrir quem ela é e procurar a família dela. Não precisa explodir.

― Foi um dia cheio. É melhor dormirmos. ― Sei que ele esperava que isso significasse sexo, podia ver em seu olhar, mas me ouvi dizendo: ― Cada um em sua cama.

― Claro. Boa noite, Bia!

E ele se foi sem reclamar.

Odeio quando me chama de Bia. Na sua boca, e apenas nela, soa bem mais pessoal
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