WillowDois meses depois...― Acha mesmo que está pronta? ― questiona. A tensão no quarto é um misto de preocupação e tesão.― O médico já liberou. Acabou o castigo. Eu espero que o senhor esteja realmente de castigo porque se eu souber que andou se enfiando em outras por aí, Vitor vai ficar sem pai. ― Cruzo os braços. Só de imaginar Alexandre com outra, minha ira aflora.― Calma, pequena Will! O meu pau é só seu. E o resto também, se quiser. ― Me vira, me segurando pela cintura, por trás, e beijando meu ombro.― Também foi um castigo para mim ― murmuro, ficando excitada apenas com esse abraço. ― Você sabe.― Claro que sei. Nossa fase de voltar a adolescência me deixava louco ― fala perto da minha orelha, me deixando louca.― Vamos devagar, tá bom. Não vai destruir minha cirurgia com esse pau exagerado. ― Percebo que estou caindo em uma armadilha. ― Ei, espera! Estou falando para hoje à noite, não agora. ― Tinha planejando uma noite romântica para o nosso retorno ao sexo, e pelo visto
Todas as vezes que eu errei foi tentando acertarSe eu te deixar sem meu amor declarar A sua dor me afogaráAmandaLogo após o sequestro de WillowEstranhei a reação de André quando Alexandre falou sobre o traidor. Foi tão forte o seu sentimento de culpa que o segui quando ele saiu.Nos últimos meses venho sentindo emoções estranhas emanando do meu irmão. Ele não quis conversar a respeito e não insisti porque somos assim, aceitamos o espaço do outro. Mas agora está indo longe demais.― O que foi isso que senti? Culpa? ― chamei sua atenção antes que entrasse no carro.Ele parou, mas não se virou para mim, ficou segurando a porta aberta.― Eu vou embora da cidade por um tempo. Preciso resolver uma coisa. ― Ignorou minha pergunta.― Você tem algo a ver com o que aconteceu com a mulher do nosso irmão? ― fui direta.― Fique fora do que acontecer comigo, Amanda. ― Novamente ele não respondeu. Mas eu não precisava de respostas diretas e ele devia se lembrar disso.― Somos uma família. Você
BeatrizMeses antes do casamento do WillowÉ tão bom chegar em casa. Não via a hora do avião aterrissar e encontrar minha família. É quase cinco anos sem vê-los. Férias não conta. Gosto de ficar com meus pais, meus tios, principalmente minha prima Marcela.Há tempos ela não me manda uma mensagem, nem me liga. Vai ter que me dar uma ótima explicação. Simplesmente parou de responder minhas mensagens e ligações.― Seja bem-vinda, senhorita. ― Clovis, o senhor de setenta anos, veio me receber. Já aposentado, ele ainda trabalha como nosso mordomo. Diz não conseguir deixar a casa onde conheceu sua esposa, que também continua trabalhando aqui. Eles se tornaram da família. Como não fazem nada pesado ou prejudicial na idade, mamãe e tia Vivi deixam que continuem conosco.― Obrigada, Clovis. ― Sorri para ele. ― Como o senhor está? Cuidando da saúde?Ele devolveu o sorriso.― Estou bem, menina. Sempre cuidando para viver até os cem anos.― Você vai conseguir passar disso.Entrei sorrindo na sala
BeatrizDe acordo com o detetive que ainda está no caso da minha prima, Marcela passou alguns meses em uma pensão do Brás com alguns viciados que ela sustentava. E por uma confusão eles foram expulsos. Também soube que dois dos viciados dessa época voltaram a pensão e não sabem do paradeiro dela. Dizem que eles foram em uma boate cara e foi a última vez que se viram. Perguntei qual era a boate e a resposta foi: Rodrigues.Tudo decidido. Da mesma forma que meus pais e meus tios esconderam de mim, farei escondido. Vou encontrar Marcela.Informei que voltaria para a França. Não conseguiria ficar em casa enquanto eles não tratassem o sumiço de Marcela como desaparecimento e envolvessem a polícia.Depois de muita conversa sem sentido, eles me deixaram ir. Pareciam até aliviados com a minha decisão.O taxi parou na porta do aeroporto. Onde peguei outro e segui de volta para o centro, em direção ao Bras. Logo estava como moradora da pensão onde minha prima ficou.Dividia o quarto com mais du
André― Veio se entregar? ― fui logo falando ao entrar na sala e encontrar Sampaio sentado na minha cadeira. Já havia sido avisado que ele estava me esperando. É muita cara de pau dele estar aqui quando seu nome está na lista negra dos Rodrigues. ― Fiquei sabendo que tem muita gente querendo sua cabeça.Ele não pareceu abalado. Isso disparou um alarme em mim.― Quis ser o primeiro a te parabenizar.― Por? ― encarava cada detalhe dos seus movimentos. Teria que ficar esperto. Esse tipo é ardiloso.― Pensar mais com o pau que com a cabeça de cima. ― Ele riu.― Vai direto ao assunto.― Parabéns, papai. Seu filho é a sua cara.Não falei nada.― Você deve estar pensando: mas eu não tenho filho. Tem sim. E o mais legal é que a mãe o chamou de Ângelo. Deve ser para seguir a linha dos Rodrigues. Ridículo todos vocês como nomes iniciados com A.― Se eu tenho um filho ou não, onde você se encaixa? Comi alguma parente sua por acaso? ― debochei.― Acontece que se o seu irmão colocar as mãos em mim
AndréChegamos na mansão dos Albuquerque pouco depois que sai da delegacia, fomos direto para eles. Já estavam avisados da nossa visita. O lugar é imenso, só perde para a mansão do meu pai que sempre quis ter tudo melhor e maior que os outros.Os Albuquerque nos receberam muito bem. Até falarmos sobre Marcela e a proposta.― Infelizmente não será possível. Nossa filha está na França com a prima, estudando. Não retornarão tão cedo.Amanda me cutucou. Mas não precisava nem de poderes mágicos para saber que eles estavam escondendo algo. A tensão ficou quase palpável de uma hora para outra.― Que pena! Ter Marcela em nossa divulgação daria uma grande visibilidade. Pelo nome da família de vocês e pela beleza espetacular dela. ― Amanda falou, fingindo não notar a mudança no clima.Conversamos um pouco mais e, quando saímos, Amanda disse o que eu estava pensando.― Eles estão escondendo alguma coisa.― Também percebi. O senhor Albuquerque chegou a suar nesse clima gelado.― A senhora disfarç
AndréMeses que descobri que tenho um filho e que esse filho está nas garras do inimigo. Daqui a pouco ele será adolescente e não o terei resgatado.Regularmente recebo atualizações dos dois e chantagens. O desgraçado do Sampaio estava a solta e a culpa é minha. O pior é que ele matou um dos nossos. Disse que não o faria e fez. E eu não pude fazer nada. Não posso fazer nada enquanto eles estiverem com meu filho.Luiz está me ajudando na busca. Ele é o único que sabe. Confio que ele não contará nem para o seu namorado.Até agora nem uma pista de onde encontrar Marcela e meu filho. E pelas fotos que recebo, ela não parece nada bem. Cheguei a ver marcas de agulhas em seus braços em uma delas. Parecia recente.Assim que conseguir salvá-los, vou tirar meu filho dela. Essa mulher precisa se tratar antes de ser tornar responsável pela vida de alguém.O cerco estava se fechando ao redor de Sampaio. Com ou sem minha ajuda ele acabaria pego. O desgraçado se expõe, como se me chantagear o tornas
AndréAlexandre está uma fera. O tipo de fera desesperada. Não posso mais jogar em seus ombros minha traição.Eu vou sozinho resgatar o meu filho e sua mãe. E vou agora.Enquanto ele falava sobre termos um traidor, sai da casa.Não foi surpresa Amanda me seguir. Ela já deve ter sentido mais de uma vez a culpa que me corrói. É intensa demais para que não perceba e hoje chegou ao limite.― O que foi isso que senti? Culpa? ― chamou minha atenção antes que entrasse no carro.Eu parei, mas não tinha vontade de olhar para ela, fiquei segurando a porta do carro aberta.― Eu vou embora da cidade por um tempo. Preciso resolver uma coisa. ― Ignorei sua pergunta.― Você tem algo a ver com o que aconteceu com a mulher do nosso irmão? ― foi direta como sempre.Ela era outra que poderia ter se machucado por uma traição minha. Deixar dois trastes a solta quando facilmente poderiam ser pegos por eles quase causou várias tragédias. Nesse momento, a mulher do meu irmão está no hospital com o filho, ass