WillowNo sábado, me vesti com uma das roupas que comprei com Amanda. Um vestido vinho sem decote e com uma fenda um pouco ousada.― Está linda! ― Alexandre comenta me comendo com os olhos. ― Se não fosse um jantar com meu pai, a festa seria só nós dois na cama.― Quero ver se vai ter esse fogo todo quando eu estiver imensa ― brinco para aliviar a tensão.― Vai ver, prometo.Pelo olhar dele, chego a sentir sua mente funcionando, calculando se teríamos tempo para uma rapidinha.― Vamos de uma vez. Nem pense em bobagens! ― Pego minha bolsa e ando até a porta.Ele vem atrás e segura minha cintura.― A noite está só começando, pequena Will. Ainda farei muitas “bobagens” com você.O que eu iria adorar. Mas não respondi. Deixei que me guiasse até o carro com motorista e seguimos até uma mansão imensa. Lá encontramos os irmãos de Alexandre, que me trataram muito bem. Logo um senhor chegou. Ele tem cabelos grisalhos, é bastante magro e tem um bigode branco engraçado, além de olhos azuis que p
Alexandre― Seu pai me disse sobre ensinar. Você me disse. Amanda me disse. Sinto que não tem nada a ver com regras de etiqueta. Pode me dizer? Ou tem a ver com regras de etiqueta e estou fantasiando? ― No dia seguinte ao jantar, Willow me pergunta.Está na hora.― Eu vou te apresentar a verdadeira família Rodrigues. Vamos fazer um passeio.A levo de volta a mansão.― Por que estamos nessa casa onde aconteceu o jantar com sua família? Vamos nos encontrar com seu pai? Ele mora aqui?― Não. Ele não mora e não vamos nos encontrar com ele. Hoje é só nós dois. Hoje quero que conheça quem realmente sou. E se quiser desistir, talvez até possa tentar aceitar.Ela se mostra confusa, mas logo entenderia.Ando com ela pela casa, e decido começar mostrando o meu passado mais distante. A levo ao calabouço e deixo que escute a minha história. Aquela que ouvia sempre que precisava ser castigado.Quando a voz cessa, ela está chorando.― Esse fui eu. Um menino abandonado, assassino desde criança, que
WillowSinceramente, não sei o que fazer. Alexandre não me toca mais há dias e sei que ele teme ser recusado. Ele abriu sua alma para mim naquela casa. Tive pena do menino que ele foi e da forma dolorosa como se tornou homem, mas isso não justifica ele matar pessoas por dinheiro. Amanda me contou coisas tão assustadoras. Ela disse que não matam inocentes, mas como podem julgar quem é culpado e quem é inocente?Como posso viver com um homem assim? E se isso prejudicar nosso filho? Se ele se machucar? É uma situação tão difícil. E a cada dia em que ele dorme sem sequer encostar em mim, parece que um pedaço meu morre. Em algum momento esse homem se impregnou em mim de uma forma que não sei explicar.Se eu quiser me afastar de tudo que ele representa terei que conviver com meus pedaços mortos.Talvez eu tenha que fazer isso, pelo bem-estar do meu filho. Eu disse a ele que se continuássemos vivendo juntos acabaria me apaixonando. E adivinha? Me apaixonei. O amo tanto que sinto falta de ar
AlexandreO dia chegou. Os convidados foram hospedados no próprio castelo, assim como minha família.Até conheci a mulher que colocou Willow na minha vida. O nome dela é Bia. Não são exatamente amigas, mas colegas da pensão onde ela morava. Ela convidou algumas pessoas quando eu disse que mesmo que não levasse ninguém o avião seguiria com pessoas conhecidas da família, que era melhor ela levar pessoas que conhecia que André levar seus amigos de bebedeira.Ela levou duas meninas da pensão e um rapaz que namorava uma delas.O lugar estava um caos, assim como meu interior.― Calma, irmão. A noiva não vai fugir. Temos seguranças para garantir isso. ― Amanda me provoca o tempo todo.Eu não me acalmaria enquanto Willow não me dissesse sim no altar.Quando isso aconteceu? Quando uma transa no meu camarote da boate se tornou eu andando de um lado para o outro esperando uma mulher? Eu me tornei dependente do seu sim, do seu desejo, dela toda.― Não provoque seu irmão, Amanda. Devia ver como a
WillowDe todo o casamento, três palavras ficaram ecoando em minha cabeça: “eu te amo”. Foi tão bom ouvir Alexandre dizer isso. Ele não diria se não fosse real. É a personalidade dele. Então ele realmente sente o que disse. Nosso sexo casual se tornou oficialmente amor.Várias pessoas vieram nos cumprimentar e desejar felicidades. Não conheço quase ninguém, mas eles parecem realmente felizes com o casamento.― Se eu soubesse onde estaria hoje nunca que te deixaria sozinha naquela boate. Eu iria junto para tentar fisgar o gato. ― Bia comenta depois de desejar felicidades aos noivos.― Ainda não sei se te perdoo por me meter nessa enrascada ― brinco. Tudo me parece motivo para sorrir.Troco de vestido por algo mais confortável e volto para a festa. Alexandre avisou que queria ir logo, ansioso pela lua de mel.Ficamos um pouco entre os convidados.Observo seu pai conversando com alguns senhores, Antônio em um canto sozinho. André com duas mulheres e Amanda entre os seguranças. Ela sempre
AlexandreLogo que voltei de lua de mel, o caos se instalou.Antônio havia encontrado Sampaio. Ficou com ele em sua cobertura até eu voltar e ordenar como queria me livrar do canalha. Segundo ele, não quis me atrapalhar na lua de mel e até gostou de morar na cobertura do canalha por alguns dias. Teve ideias para mudar a decoração da sua casa.Ordenei que fosse considerado suicídio e deixei nas mãos dele.No dia seguinte a notícia se espalhava:“Jogador de basquete, suspeito de matar e esquartejar modelo grávida, comete suicídio após ficar dias isolados em sua residência. O corpo foi encontrado eletrocutado na banheira e perto dele uma carta confessando o crime que assustou a população. A polícia ainda vai investigar o ocorrido para descartar assassinato.”A polícia vai investigar e confirmar o suicídio. Se tem uma coisa que Antônio não deixa são rastros.Com essa pendência resolvida, fomos procurados por muitos, porém em sua maioria era busca por se livrar de testemunhas de seus crime
WillowDesde que fui morar com Alexandre que ele nunca me deixou sair de casa sem seguranças. Nem para ir até a padaria, coisa que eu nunca fazia. Quando acordava o café da manhã já estava na mesa e o mesmo acontecia no almoço e no jantar. Eu só não surtei por a Nina me deixar ajudar em algumas coisas. Agora isso mudou. Trabalhando vou ocupar melhor meu tempo.Depois de perceber que eu não desistiria, que gostei do trabalho, Alexandre comentou que eu poderia comprar roupas para o meu novo cargo. E quando eu reclamei de gastar o que não é meu, ele decidiu descontar no meu salário. Isso me animou. Estava me animando mais fácil desde o ultrassom onde vimos o pequeno Vitor. O meu garoto já conquistou os tios e o avô, o pai nem se fala.Sai de casa com o segurança e fui ao shopping. Quem não gosta de um look novo?Depois de escolher algumas peças legais para trabalhar e algumas para surpreender meu marido, minhas pernas já estavam doendo. Sentei em um banco no shopping e percebi que estava
WillowQuando cheguei em casa, meu marido já estava. Pela milésima vez ele via noticiários sobre a morte do jogador de basquete que esquartejou a mulher e jogou no lixo.Nem preciso perguntar para saber que o suicídio na banheira não foi exatamente um suicídio. Aprendi a entender que ele assiste esses jornais em busca de falhas em seus “serviços”.Ele desliga a TV assim que me vê entrar e vem me beijar. Toma as sacolas das minhas mãos, coloca na mesa de centro e me puxa para o sofá, onde começa uma deliciosa massagem. Minha barriga já aparece bastante, o que o deixa um pouco receoso de machucar o bebê e a mim. É o tempo todo perguntando se estou bem, se o bebê está bem, massageando meus ombros, meus pés, o sexo é quase uma luta, que sempre acabo vencendo. Não vou ficar meses sem transar depois de demorar tanto para descobrir algo tão gostoso. Tirando o sexo, eu já cansei de dizer que não precisa desse cuidado todo. Agora deixo ele com seus exageros.― Alexandre, foi você que deixou me