Zara Miller Minha empolgação era palpável enquanto aceitava o convite. Clark chamou o motorista, e seguimos juntos para a editora Collins. Durante o trajeto, conversamos sobre as histórias da família Collins, e ele me contou sobre como a editora foi criada pelo avô dele e como se tornou uma parte fundamental do legado da família.Assim que chegamos à editora, fiquei encantada. Clark, mesmo sendo o CEO, fez questão de me mostrar cada canto do lugar com entusiasmo, explicando cada detalhe. Vi paredes repletas de capas de livros, fotos antigas dos primeiros autores e uma equipe que parecia apaixonada pelo que fazia. Era um ambiente inspirador, e eu me senti grata por estar ali.— Aqui estão alguns dos nossos livros e uns brindes. — disse Clark, entregando-me uma sacola com vários livros e mimos da editora. Agradeci, sentindo um calor no peito por estar cercada de histórias que, de certa forma, faziam parte da vida de João.Depois da visita à editora, Clark me levou a um restaurante char
Zara Miller A Alemanha me recebeu com o clima cinzento e úmido de sempre, como se até o tempo estivesse alinhado com a incerteza e o aperto que eu sentia no peito. Eu estava determinada, mais do que nunca, a encontrar João. Com o nome do hospital em mãos, segui direto para lá, tentando manter a calma e o foco. Cada batida do meu coração parecia mais forte, como se me lembrasse da importância daquele momento. Tudo o que eu tinha era a esperança de que finalmente o reencontraria.Cheguei à recepção do hospital, o ar estéril e silencioso ao meu redor, enquanto enfermeiras e médicos passavam apressados. Fui até o balcão e, tentando soar confiante, perguntei:— Olá, estou procurando o doutor João Collins. Ele trabalha aqui?A recepcionista olhou para mim por um segundo, surpresa, antes de verificar o sistema.— Me desculpe, mas não temos nenhum doutor com esse nome aqui no hospital.Essas palavras caíram sobre mim como um balde de água fria. A pequena chama de esperança que eu carregava s
Alexander MullerO toque do telefone interrompeu o silêncio da minha sala, e quando vi que era Lars, já imaginava o que ele diria. Atendi, tentando manter a calma.— Alexander, tenho boas notícias. A esposa de aluguel aceitou a reunião. Vou te passar o endereço, o horário e o local em que vão se encontrar. — A voz de Lars soou confiante.— Ótimo, estou dentro. Me mande os detalhes e estarei lá. — Desliguei a chamada, mas, assim que li o nome da esposa de aluguel fiquei pensando na Zara e naquela noite, consegui dormir um pouco imaginando se essa esposa de aluguel seria ela.No dia seguinte o sol da manhã atravessava as grandes janelas da minha sala, jogando luzes douradas sobre os móveis escuros. Eu estava sentado à mesa, revisando alguns documentos, mas minha mente estava longe. O telefonema de Lars na noite anterior não saía da minha cabeça. Zara. Seria mesmo a mesma Zara que eu conhecia? Eu balancei a cabeça, tentando afastar as memórias. Aquela Zara, a que eu conhecia no passado
Zara Miller Eu sempre acreditei que o amor verdadeiro era como nos contos de fadas, algo que transcende o tempo e o espaço, uma força inabalável que une duas almas destinadas a ficarem juntas. Era esse tipo de amor que eu imaginava enquanto crescia, e foi com essa esperança que eu me preparei para o dia mais importante da minha vida: o meu casamento. O vestido branco, que havia sido cuidadosamente escolhido, parecia brilhar com a luz suave da manhã. Cada detalhe da cerimônia tinha sido planejado com carinho. Ao olhar meu reflexo no espelho, sorri, sentindo uma onda de felicidade pura. Este era o momento que eu havia aguardado por tanto tempo, o início de um novo capítulo ao lado do homem que eu acreditava ser o meu príncipe encantado. Mas a vida, com sua cruel ironia, tinha outros planos para mim. Antes de sairmos do cartório, enquanto eu segurava a mão de Victor com um misto de nervosismo e excitação, uma mulher se aproximou de nós, com passos decididos e um olhar carregado de de
Zara Miller Desde que cheguei à Alemanha, me casei sete vezes. Sete cerimônias diferentes, sete histórias distintas, e, em cada uma delas, um propósito específico para o homem que me contratava. Algumas vezes era por status, outras por cidadania ou para impressionar alguém no trabalho. No final, todos esses casamentos terminaram exatamente como começaram: de maneira calculada e sem sentimentos. Agora, estou diante do meu oitavo cliente, um neurocirurgião renomado. Dr. Alexander . Assim que ele entrou no café onde havíamos marcado nosso primeiro encontro, soube que ele seria diferente de todos os outros. Não apenas por causa de sua presença imponente. alto, com cabelos loiros que pareciam esculpidos à mão, e olhos claros que pareciam enxergar através de mim. Quando Alexander se aproximou, seu sorriso era contido, quase profissional. Não havia dúvidas de que ele sabia o que queria. Eu estava acostumada a pedidos excêntricos, mas o que ele me propôs deixou-me completamente perplexa.
Zara Miller Desde que saí daquele café, minha mente não parava de rodar. A proposta de Alexander era tão diferente, tão pessoal, que eu não conseguia parar de pensar nela. Andava pelas ruas de Berlim perdida em meus pensamentos, tentando entender o porquê de tudo isso me incomodar tanto. Foi então que tudo aconteceu muito rápido. Um barulho alto, gritos e, de repente, senti meu corpo sendo puxado violentamente para trás. Antes que eu pudesse reagir, estava no chão, nos braços de Alexander. O impacto da queda me deixou tonta, e por um momento, tudo ao meu redor ficou em silêncio. Quando meus olhos finalmente focaram, os dele estavam bem ali, me encarando com uma intensidade que me deixou sem fôlego. — Você está bem? — ele perguntou, e sua voz soou distante, como se viesse de algum lugar muito longe. Tentei me levantar, mas minha cabeça doía. — Acho que sim — respondi, sem muita convicção. — Você bateu a cabeça. Vou levá-la ao hospital — ele disse com uma firmeza que não deixava
Alexander Muller Fischer Quase um ano se passou desde o dia em que minha vida desmoronou. Às vezes, parece que foi ontem; outras, sinto que se passaram décadas. Não importa quanto tempo tenha passado, a dor nunca desaparece completamente. Ela apenas muda, se transforma em algo que você aprende a carregar, mesmo que não queira. Eu me lembro daquele dia como se fosse agora. Estava no hospital, como sempre. Meu foco estava em uma cirurgia complexa, a sala estava silenciosa, exceto pelo som das máquinas monitorando o paciente. Então, meu pager tocou, mas eu ignorei. Não era incomum ser chamado durante uma operação, e meu trabalho sempre vinha primeiro. Quando finalmente terminei, horas depois, fui informado sobre o que havia acontecido. Um acidente de carro. Minha esposa e meu filho, estavam voltando para casa depois de um passeio. Uma colisão na estrada, o impacto fatal. Eu estava a quilômetros de distância, no meio de uma cirurgia, enquanto minha família morria sem que eu pudesse f
Zara Miller Estava no meu quarto, cercada por roupas espalhadas na cama e uma mala aberta no chão. A situação parecia quase cômica, considerando que eu estava arrumando minhas coisas para passar a noite na casa de Alexander. "Passar a noite" tinha uma conotação completamente diferente dessa vez, e o fato de que tudo se tratava apenas de dormir não tornava as coisas menos estranhas. Enquanto separava alguns pijamas e itens de higiene, ouvi passos leves atrás de mim. Não precisei me virar para saber quem era. — Zara, sério, você não precisa de maquiagem se vai só dormir — Stefan disse, a voz carregada de provocação. Ele se encostou na porta, cruzando os braços, com aquele sorriso maroto que sempre me desarmava. — Muito engraçado, Stefan — revirei os olhos, mas não pude evitar sorrir. — Eu só estou tentando me preparar. Não quero parecer um completo desastre na minha primeira noite como "esposa de aluguel do doutor Alexander. Ele deu uma risadinha e se aproximou, pegando um batom da