Primeiramente, vocês merecem desculpas pela minha parada repentina e pelo meu sumiço nas redes. Sei querem uma explicação mais detalhada do que me ocorreu, porem acho que não será tão interessante a vida de uma jovem ansiosa com problemas. Enfim, voltei meus amores e é isso que importa. Muito obrigada a todas que esperaram esperançosas pelo desfecho dessa história, prometo dar meu melhor para atingir suas expectativas e boa leitura♡
- Não me interessa saber das suas atualizações, não vamos trabalhar com você - Matteo vocifera para Will.- Não me inclua - digo olhando para o loiro ao meu lado e levando minha atenção até o homem de dreadlocks atrás do balcão - e não estamos tendo DR nenhuma, quais são as atualizações? Conseguiu achar alguma pista?- Espera, o que? Vai trabalhar com ele mesmo depois de saber que não é confiável? - ele cruza os braços, ficando na frente do balcão e tampando minha visão do Will.- Não temos mais escolhas, não vou perder mais tempo e nem esperar sentada por você e pelo Sr. Giovanni - digo o nome do pai de Luigi quase num sussurro enquanto enxugo as lágrimas no rosto, seria perigoso falar sobre ele nesse território - Carolina precisa do Luigi, n&
- Ele é impossível! - sussurro-grito comigo mesma enquanto ando pelo corredor a passos duros. Quem aquele loiro do banheiro achava que era para me dar ordens ou pior, me proibir de algo? Ele por acaso achava que era meu pai? Meu protetor?Alguém precisa enfiar na cabecinha dele que quem precisa de um guarda-costas é a Carolina e não eu. Irei naquele jantar com Will, cumprirei com a minha parte do acordo e sem ele no meu calo!Quando entro no quarto, onde estava hospedada, tomo um susto ao ver uma figura mexendo-se no breu em que se encontrava o cômodo. Sou rápida em acender a luz e ponho a mão no coração suspirando de alívio. Carolina havia sentado na beira da cama, continha o controle da TV nas mãos e o rosto baixo. A camisola que usava, deixava aparente seu barrigão, logo completaria seis meses.- Não queria te assustar - ela diz c
- Não mesmo, ela está grávida! Não pode se envolver com nada desse tipo, precisa de repouso total desde que saiu do hospital - Mariana só poderia estar ficando louca quando aceitou que Carolina participasse da busca por Luigi. Durante as reuniões tudo bem, mas nas buscas? Ela não aguentaria ouvir que cada pista que encontrarmos não seria totalmente verídica, seria desgastante demais - você viu o estado em que ela ficou, tiveram que sedá-la! - Eu sei! Mas sabe como a Carolina é, poderia muito bem fazer algo pior se eu recusasse - Mari prende os cabelos em um rabo-de-cavalo, notei que sempre fazia isso quando estava tensa e precisava tomar decisões. Em parte entendo sua preocupação e também entendo o desespero da Carolina por notícias de Luigi, entretanto colocar a própria saúde em risco e até a do bebê não seria nada prudente. Ela precisaria estar bem para quando eu trouxesse meu amigo de volta para casa. Eu lhe tinha feito uma promessa e por mais que não seja um homem de princípios,
Dois meses haviam se passado sem nenhuma pista que nos levasse ou direcionasse para o paradeiro de Luigi. No primeiro mês foi tudo muito caótico, o Sr. Giovanni mandou vasculhar todos os hospitais, emergências e médicos que operavam sem licença no submundo da máfia. Chegou a invadir territórios inimigos, ameaçar começar guerras e até colocar algumas cabeças á prêmio se não encontrassem alguma informação útil. Ele estava desesperado, subornando para que a notícia do seu primogênito sequestrado não vazasse, entrando em contato com seus informantes na polícia para ver se conseguia alguma pista, qualquer coisa que trouxesse conforto para sua alma.E por ele estar se descontrolando cada dia mais, fiquei encarregado de mantê-lo na linha e conter seus ataques de raiva. Nunca havia visto o pai de Luigi deixar seu lado emocional se sobressair do seu lado racional e calculista, nem nos seus piores momentos ele parecia tão perturbado quanto estava.No segundo mês, conseguimos obter algumas info
Nunca pensei que estaria só nesse momento. Depois de tanto tempo sozinha na vida é difícil deixar alguém entrar, participar, ter um lugar ativo nela mas Luigi me fez questionar essa teoria. Ele chegou tão melindroso na minha vida, ganhando espaço na minha agenda e no meu coração. Arquivando memórias inesquecíveis na minha mente e memórias corporais indescritíveis em minha pele.Cada beijo era como se assinassemos um contrato irrevogável de que eu era dele e ele era meu. Cada abraço era como se nos contagiássemos de amor e cada risada era a verdade explícita em nós, estávamos apaixonados e sempre estaríamos.Aquele italiano, o mesmo que esbarrei duas vezes naquele casamento, o mesmo que foi atrás de mim no aeroporto com rosas, o mesmo que não conseguia desgrudar os lábios dos meus e nem me deixar tomar um único banho sem me pedir para repetir a dança que me viu fazer naquela bendita chamada de vídeo. O meu Luigi, que tanto me fez derramar lágrimas com suas mentiras, o mesmo que me fazi
- Você não pode...- Eu devo cumprir com a minha parte, Matteo! - me exalto, fazendo com que a máscara de cílios borre sobre a pálpebra maquiada. Droga, já havíamos conversado e brigado diversas vezes sobre o meu jantar com Will. Pensei que ele já tivesse dado por vencido, eu era uma jornalista, meu trabalho assim como o dele era perigoso, bom não tanto comparado ao dele mas arriscado também. E era a minha obrigação cumprir com o acordo, já que Will descobriu o local para onde levaram Luigi.- Você já cumpriu com a sua parte, já serviu como intermediadora e pagou pelos serviços dele, não precisa ir nesse jantar - lanço um olhar ameaçador para ele através do espelho - ao menos não se arrume tanto, está parecendo que quer chamar ainda mais a atenção daquele merdinha.- Você se ouve? Realmente, se ouve quando fala esse tipo de coisa para mim? - me levanto da cadeira, indo na sua direção. Parado perto da cama me observando da cabeça até a unha do pé, Matteo parecia enfeitiçado, devo admit
- Ele parece que vai me matar a qualquer instante - Will comenta, levantando o cardápio grande na frente do rosto para se esconder da visão do loiro do outro lado do restaurante, onde mantinha a atenção em nós. Não sei como ele conseguiu desatar aquele nó, apenas sei que vou prosseguir com o jantar até o final e não será a cara feia de Matteo que me interromperá.- É só fingir que ele não está lá - digo, escolhendo um prato de massa com frutos do mar e entregando o cardápio ao garçom - obrigada - voltando a minha atenção á Will, decido ser evasiva e bastante cautelosa, com sorte eu consigo um último favor - como você está?- Estava bom, mas melhorei agora na sua companhia - forço um sorriso amigável porém não dura mais que três segundos - mas não precisa de toda essa enrolação para me pedir um último favor, ambos sabemos que você não está à vontade jantando comigo e não precisa se forçar á andar de gôndola no final. Pode pedir, perguntar e falar o que quiser.- Tá bom - suspiro alivi
- Um mês, muitas das vezes se passa rapidamente quando estamos nos divertindo e vivendo a melhor fase. O tempo corre rapidamente, consumindo nossa felicidade, muito diferente de quando estamos no hospital. O tempo parece nos castigar impiedosamente, cada minuto parece uma eternidade, posso sentir minha vontade de viver sendo sugada pelas paredes brancas e sem graça, minha beleza e juventude se esvaindo... - mais um suspiro - e como se não pudesse piorar, a comida horrível fez com que minhas glândulas salivares secassem para sempre e agora não sinto mais o gosto de nada - ela dobra a folha - isso é uma carta ou um pedido de socorro?- Os dois - admito, me deitando novamente na cama hospitalar gelada. Logo terminaria o inverno e logo eu sairia dessa prisão disfarçada de quarto junto com meus bebês.- Mas não tem remetente - ela diz, virando o papel e o envelope.- Um pedido de socorro não precisa de remetente, basta uma alma boa e caridosa encontrar.- Está sendo dramática, uma alimenta