- Os bebês - ela tenta disfarçar, porém é tarde demais - vi sim...- Não estamos falando dos bebês agora, Giulia, você sabe bem de quem estou perguntando - tento ignorar o máximo que posso o nó se formando em minha garganta e prossigo - não negue, percebi há um tempo o seu comportamento distraído e errático, a sua falta de preocupação nas buscas e o nervosismo quando me olha nos olhos. Desde quando está em contato com ele, hm? A quantos meses está escondendo isso de todos?!- Me desculpa, Carol... eu não queria, juro por Deus que...- Não jure por Deus, ele não tem nada com isso tudo o que você fez - avanço para o portão aberto mas ela me segura pelo antebraço - me solta, Giulia, você não tinha o direito de esconder isso de mim! Você viu o e
- Não pode me obrigar a comer isso - olho com aversão para o mingau de aveia na mão da minha melhor amiga. Eu amava Mari, mas se me obrigasse a colocar mais uma colher daquilo na boca, serei obrigada a cortar nossa amizade.- Posso sim, é o seu castigo por fugir - ela deixa a colher cair no prato - sinceramente Carolina, antes como grávida fujona e agora paciente fujona, linda fama pra sua cara. - Vai me dar outra bronca? Devo lembrá-la que ainda sou uma paciente e que você não é a minha mãe - ergo o queixo, orgulhosa pelo rebate, mas logo minha confiança murcha.- Não sou e nem gostaria de ser você quando levar uma bronca dela.- Espera, você contou sobre a minha fuga? - meu olhos se arregalam tal como o sorriso escancara no rosto da Mari.- Sim, se eu não contasse, seria eu quem levaria a bronca - ela retira a mesinha de cima de mim, colocando-a no chão com o mingau - Você ficou desacordada por um dia inteiro, claro que eu deveria informar a tia. Aliás, ela deve ligar daqui a pouco
Era ele e ao mesmo tempo não era, estava mudado além da barba crescida. Até mesmo o sorriso estava diferente, não era o mesmo sorriso brilhante que me fazia derreter igual picolé. Aquele Luigi por trás da tela da TV, dando entrevista para aquela repórter xereta na frente da mansão, era outro.Ele foi muito bom em arrumar uma desculpa para seu sumiço nos negócios e nos eventos, aproveitou para apresentar um novo projeto que dissera estar desenvolvendo nesse período que ficou ausente.Mariana e eu ficamos paradas em frente a TV até Matteo desligar, fazendo nos acordar do choque. A surpresa foi tão grande que eu não sabia o que dizer ou sentir, simplesmente estava estagnada, perdida.Tinha quase certeza que vi Luigi no meu quarto, dizendo para cumprir a promessa que fiz diante da porta fechada da mansão. Mas como fiquei desacordada por um dia inteiro, devido á febre alta e a convulsão que acabei tento quando cheguei no hospital, provavelmente foi um delírio. Ele não me diria aquilo, ele
- Pode engolir o seu dinheiro e o seu sobrenome, os meus filhos não vão precisar de nada de você. Te garanto que não seremos uma distração na sua vida tão ocupada - me aproximo para falar bem na sua cara, a visão embaçada pelas lágrimas que acumulavam cada vez mais nos meus olhos, me impediam de ver seu rosto nitidamente. Enxergava-o apenas como um borrão do que foi um dia, do que era antes do maldito sequestro - Por que não admite que isso tudo não passa de um castigo? De uma lição que você quer me dar? Por que não pergunta de uma vez?! Por que não faz a maldita pergunta que está rondando sua cabeça, Luigi?! Me acusa logo, porra!- Ver o quanto você está histérica com essa questão, só me faz pensar que a Raquel estava certa de algo. Escondendo tudo aquilo de mim, o que você pensava que eu iria achar?! Tantos sinais, estavam todos piscando na minha cara, entretanto me fiz de cego, a confiança que eu tinha naquele cara e em você me cegaram!- Assim como você mentiu tantas vezes para me
Não podia interferir, não podia cobrar nada dela, a tinha mandado embora e quebrado seu coração. Não podia mas mesmo assim não consegui me segurar, e quando dei por mim estava dentro do jatinho á caminho do Brasil. Carolina teria que me explicar por que justamente o Matteo? O que ela teria aceitando casar com ele?Se pretendia me enlouquecer e me fazer repensar em tudo o que foi dito naquele maldito dia, se o seu objetivo era me enganar esse tempo todo e me fazer pensar que eles realmente eram amantes, conseguiu.Estava cego pela raiva, como ela tinha capacidade de se envolver com ele, mesmo depois de tudo entre nós. A deixei ir para ter uma nova chance e ela se casa com o desgraçado do Matteo??Ligação on:- Onde você está? - minha irmã pergunta, seu tom de preocupação me sufoca. Amo a Giulia e tenho consciência que sem ela estaria sendo tudo mais difícil, porém eu não precisava de uma grávida guarda-costas pemdurada no meu pescoço.- Atravessando o oceano Atlântico.- O QUE?! Luigi
Droga de trânsito, droga de hotel distante, droga de despertador que não tocou. Como toda a confusão de ontem á noite, nem acabei tendo uma boa noite de sono. Tive que ajudar Matteo, mesmo ele dizendo que resolveria pondo gelo e ainda os gêmeos acharam melhor fazer competição de choro de madrugada, para minha sorte tinha Matteo do meu lado.Entro no prédio com passadas apressadas, apertando rapidamente o botão do elevador. Por mais que Cassandra tenha me dado outra chance e soubesse da minha condição, não seria bom abusar da sua generosidade e chegar atrasada todos os dias. Agora, sou diretora assistente, o salário e as responsabilidades aumentaram.Saio as pressas do elevador, arrumando a gola da camisa social preta, verificando o look uma última vez no espelho antes de continuar andando rumo á sala de reunião. Sou muito grata á Deus por ter meu corpinho de volta como era antes, agora poderia usar todas as roupinhas que comprei na Itália. Quase chorei de emoção quando entrei nessa ca
O odor de sangue invadiu minhas narinas, a visão turva e uma tontura sufocante me fizeram depender das correntes que me erguiam em pé no meio da escuridão. A letargia dominou minha mente quando o vi.O garotinho agora tinha seus cabelos loiros melados de sangue, as roupas alvas manchadas do mais puro carmesim, a cena tão irreal parecia tão real quanto sentir suas mãozinhas agarrando meus tornozelos. Os olhinhos verdes derramando lágrimas, o queixo tremendo era de partir o coração.- Por que me matou, papa? - o choro ecoava na minha cabeça mais e mais alto - você prometeu que me protegeria com a mama. Por que deixou que eu morresse, papa? - sua doce voz se misturava com o choro e os gritos iniciavam - POR QUE ME MATOU, PAPA?!***Acordo num susto, me sentando rapidamente na cama e ligando o abaju na mesinha de canto. Suor cobria meu corpo todo, causando várias manchas na camisa e meu cabelo pingava, alertando que precisava de um banho gelado.Tinha virado minha nova rotina após os pesa
Não segurei e entrei dentro da suíte, estava preocupado demais com ela e como imaginava, estava chorando no banho, nem mesmo o barulho do chuveiro abafou seu choro.Trago a toalha que devia ter esquecido na cama e adentro o banheiro, o vidro do box embaçado pelo vapor quente desenhava sua silhueta nua do outro lado. Não conseguia ouvir mais o seu sofrimento, abri o box e Carol virou surpresa, cobrindo o corpo. Se não fosse seus olhos vermelhos, eu riria da cena.- Vem cá - desenrolo a toalha, abrindo os braços para abraçá-la quando saísse do box, sua desconfiança era compreensível mas agora não estava com vontade de agarrá-la e fodê-la até eliminar cada parte ruim do seu dia. Mentira, sempre sinto vontade de enchê-la de prazer até transbordar, mas agora não era o momento para isso.Ela estava frágil e precisando de uma folga. Após um breve momento, Carol decide aceitar minha ajuda, enrolo a toalha no seu corpo junto com os meus braços, aconchegando seu corpo quente e molhado.- Você