- Mariana! - ele gritou do corredor me fazendo parar imediatamente e me virar para trás para reclamar.
Eu tinha mesmo que mostrar á ele que era de madrugada e todos estávamos dormindo quase no mesmo corredor em que ele está gritando o meu nome? Sério mesmo?
- Cala essa boca! - sussurro-grito para ele e um som de maçaneta se abrindo nos deixa em alerta. Antes mesmo de eu pensar numa desculpa razoável para está com Matteo gritando o meu nome no meio do corredor á essa hora da madrugada, o loiro do banheiro me arrasta para dentro de um dos quartos de hóspedes que ficava no outro corredor á direita.
Era impressionante o fato de ter tantos quartos e tão poucas pessoas nessa mansão.
Eles poderiam abrir um hotel ou pousada nesse lugar!
Ficamos em silêncio, prendendo a respiração até ouvir a porta do lado d
Me levanto da cama e ando na ponta dos pés para catar as minhas roupas que foram jogadas no chão. Eu deveria ter ido para o meu quarto quando Matteo adormeceu, porém estava tão boa a posição que nós estávamos deitados que não tive coragem de sair dos seus braços. Hoje de manhã eu teria que torcer para a Carolina não passar no meu quarto e nem esbarrar com alguém quando eu sair do quarto de Matteo.- Você não estava planejando me abandonar depois de passarmos a noite juntos, não né? - me viro para trás encontrando com Matteo sentado na cama, com os lençóis cobrindo a sua nudez e os olhos azuis vidrados em mim - você não seria o tipo de pessoa insensível que me deixaria aqui pelado, enrolado nesses lençóis e iria embora logo depois de pegar as suas roupas e quando nos trombarmos pela casa iria
- Não vai jantar conosco hoje, Matteo? - Giulia pergunta para o italiano que estava pronto para outra viagem, com uma mochila preta e surrada nas costas. Ele havia parado na sala de estar apenas para se despedir de nós e assegurar que mandaria notícias caso encontre algo.- Infelizmente não, preciso ver de perto como anda as buscas por Luigi - ele responde para Giulia passando o olhar em Enrico, que também estava presente no cômodo, e se demorando alguns segundos á mais em mim. Engulo em seco e desvio o olhar, não seria nada bom se todos soubessem da nossa...amizade colorida.Não que houvesse algum impedimento, era apenas pela ocasião fatídica em que todos estamos. Não acho certo ficar de pegação e nem de joguinhos ou provocações na frente dos familiares do noivo da minha amiga que foi sequestrado.V
- Então é aqui o destino das suas escapadas? Com esse cara? - Matteo estava com os braços cruzados e um olhar acusatório furioso em mim.Ele não tinha viajado?!- Eu posso explicar tudo, só peço que você escute e compreenda o motivo de eu ter escondido... - sou interrompida pelo homem brisado do meu lado.- Matteozinho! - ele passa por mim com os braços abertos e abraça o loiro, que logo o empurra para longe - que foi, irmão? Senti sua falta também - como se lembrasse que eu estava ali, se virou e piscou - ele é muito emotivo, só não gosta de demonstrar esse lado.Eles se conhecem? Como? Onde? E principalmente, por quê Matteo o conhecendo e sabendo que é um hacker famoso no ramo não pediu sua ajuda?- Vem, vamos embora, vou te levar para casa e depois penso se quero ouvir sua desculpa - Matteo empurra Will com o ombro e agarra minha mão, me puxando na direção da saída porém eu me livro da sua pegada.- Não, tenho um acordo com ele - me refiro ao cara brisado e sorridente á alguns pass
Okay, talvez não estivesse preparada para ouvir, ou aceitar que um ser humano seria capaz de crescer assim, nesse meio sujo. Temo que Rex trilhe o mesmo caminho ou pior, é quase impossível de não compará-los. Rex assim como Matteo, não possuía família mas a diferença era que matteo tinha sagacidade suficiente para se cuidar e não ser influenciado a se destruir. Diferente do garoto de dezoito anos que entrou no mundo das drogas e sobrevive pela proteção de alguns traficantes a qual servia como informante. Meu coração aperta, ninguém deveria seguir um caminho desses tão jovem. Acredito na mudança, acredito que com ajuda uma pessoa possa se libertar desse meio e principalmente acredito que haja perdão. Mesmo estando nessa vida criminosa desde pequeno, acredito que posso ajudar Matteo. Sua cabeça aprendeu desde menor que não era digno de perdão, de amor fraternal e isso conforme os anos passaram repetindo-se em sua mente, o fez crer que realmente não é digno.Eu poderia muito bem culpá-l
- Não me interessa saber das suas atualizações, não vamos trabalhar com você - Matteo vocifera para Will.- Não me inclua - digo olhando para o loiro ao meu lado e levando minha atenção até o homem de dreadlocks atrás do balcão - e não estamos tendo DR nenhuma, quais são as atualizações? Conseguiu achar alguma pista?- Espera, o que? Vai trabalhar com ele mesmo depois de saber que não é confiável? - ele cruza os braços, ficando na frente do balcão e tampando minha visão do Will.- Não temos mais escolhas, não vou perder mais tempo e nem esperar sentada por você e pelo Sr. Giovanni - digo o nome do pai de Luigi quase num sussurro enquanto enxugo as lágrimas no rosto, seria perigoso falar sobre ele nesse território - Carolina precisa do Luigi, n&
- Ele é impossível! - sussurro-grito comigo mesma enquanto ando pelo corredor a passos duros. Quem aquele loiro do banheiro achava que era para me dar ordens ou pior, me proibir de algo? Ele por acaso achava que era meu pai? Meu protetor?Alguém precisa enfiar na cabecinha dele que quem precisa de um guarda-costas é a Carolina e não eu. Irei naquele jantar com Will, cumprirei com a minha parte do acordo e sem ele no meu calo!Quando entro no quarto, onde estava hospedada, tomo um susto ao ver uma figura mexendo-se no breu em que se encontrava o cômodo. Sou rápida em acender a luz e ponho a mão no coração suspirando de alívio. Carolina havia sentado na beira da cama, continha o controle da TV nas mãos e o rosto baixo. A camisola que usava, deixava aparente seu barrigão, logo completaria seis meses.- Não queria te assustar - ela diz c
- Não mesmo, ela está grávida! Não pode se envolver com nada desse tipo, precisa de repouso total desde que saiu do hospital - Mariana só poderia estar ficando louca quando aceitou que Carolina participasse da busca por Luigi. Durante as reuniões tudo bem, mas nas buscas? Ela não aguentaria ouvir que cada pista que encontrarmos não seria totalmente verídica, seria desgastante demais - você viu o estado em que ela ficou, tiveram que sedá-la! - Eu sei! Mas sabe como a Carolina é, poderia muito bem fazer algo pior se eu recusasse - Mari prende os cabelos em um rabo-de-cavalo, notei que sempre fazia isso quando estava tensa e precisava tomar decisões. Em parte entendo sua preocupação e também entendo o desespero da Carolina por notícias de Luigi, entretanto colocar a própria saúde em risco e até a do bebê não seria nada prudente. Ela precisaria estar bem para quando eu trouxesse meu amigo de volta para casa. Eu lhe tinha feito uma promessa e por mais que não seja um homem de princípios,
Dois meses haviam se passado sem nenhuma pista que nos levasse ou direcionasse para o paradeiro de Luigi. No primeiro mês foi tudo muito caótico, o Sr. Giovanni mandou vasculhar todos os hospitais, emergências e médicos que operavam sem licença no submundo da máfia. Chegou a invadir territórios inimigos, ameaçar começar guerras e até colocar algumas cabeças á prêmio se não encontrassem alguma informação útil. Ele estava desesperado, subornando para que a notícia do seu primogênito sequestrado não vazasse, entrando em contato com seus informantes na polícia para ver se conseguia alguma pista, qualquer coisa que trouxesse conforto para sua alma.E por ele estar se descontrolando cada dia mais, fiquei encarregado de mantê-lo na linha e conter seus ataques de raiva. Nunca havia visto o pai de Luigi deixar seu lado emocional se sobressair do seu lado racional e calculista, nem nos seus piores momentos ele parecia tão perturbado quanto estava.No segundo mês, conseguimos obter algumas info