Sentada num dos bancos de ferro do jardim ao lado de Cassandra, observava os gêmeos brincando no playground com o polenguinho. Ele parecia mais feliz brincando com as crianças do que comigo infornada naquele quarto.
Polenguinho era um filhote muito carinhoso e enérgico, ele brincava com os meninos durante todo o dia e durante as noites dormia comigo na cama. Ele deve ter se acostumado com os dias em que eu e Luigi estávamos brigados.
- Cassandra, vou ser sincera com você - início nossa conversa enquanto encarava os irmãos de Luigi jogarem uma bola para o filhote de labrador buscar do outro lado do pequeno parquinho - não estou justificando o que você fez no passado e não estou perguntando o motivo por você ter abandonado Luigi quando ainda era pequeno. Se pedi para Mariana mandar uma mensagem para você, foi porque estou desesperada - viro meu rosto para encará-la - n&ati
- E foi isso que aconteceu, essa é toda a verdade que não te contaram, se você quiser acreditar ou não, é um direito seu. Fui sincera ao me abrir e contar essa história para mais outra pessoa que não seja o Matteo - ela diz soltando um suspiro de alívio como se um peso á menos tivesse sido removido das suas costas.Agora diante de toda a verdade, estava explicado o porquê daquelas palavras da Bárbara quando nos encontramos no banheiro do hospital. Ela também não se dava bem com o Sr.Benacci e pelas palavras dele no início dessa manhã, quando ele me comparou com a Bárbara e com a Amélia, ficou visível que ele odiava qualquer uma que "poderia" roubar seu filho.Quem sabe depois que Cassandra fugiu num impulso de desespero e deixou o filho e tudo para trás, fez com que o Sr.Benacci abrisse os olhos para a realidade
Saindo do carro e ficando na frente do portão da propriedade dos Benacci, Carolina e eu nos despedirmos da Cassandra, segundo a mesma, ela não entraria dentro da mansão para evitar que haja outro confronto com o Sr. Benacci. Então minha chefe seguiu para o hotel em que tinha se hospedado.Assim que entramos na sala de estar grande repleta de pinturas valiosas e vasos que nem se eu vendesse todos os órgãos do meu corpo no mercado negro conseguiria comprar um, damos de cara com Matteo.Um brilho de esperança surgiu na expressão fria de Carolina quando viu ele parado na frente da lareira. Mantenho a calma enquanto ela andava em passos largos até ele, pela cara de Matteo eu podia saber que a pista que estava seguindo não deu em nada.- Matteo, você conseguiu achar alguma coisa? Conseguiu achar ele? - Carol perguntava ansiosa e Matteo me deu um olhar receoso
E lá estava ela, fugindo novamente pela lateral do jardim da mansão dos Benacci durante a madrugada.No dia depois que vi Mariana fugindo pela primeira vez pelo jardim para ter seu encontro casual escondido, eu fui checar no jardim e descobri que tinha uma passagem lateral que os empregados usavam para levar o lixo para fora, talvez ela tivesse conseguido a chave com uma das empregadas da cozinha ou da faxina, mas isso não importava.O fato era que fazia uma semana que Mari estava escapando de madrugada e pelo que eu percebia, Carolina não sabia de nada assim como Cassandra quando perguntei ocasionalmente durante uma das nossas conversas sobre as buscas por Luigi. Cassandra estava fazendo sua parte ao entrar em contato com seus amigos e aliados para conseguir informações sobre a Bárbara. Uma coisa que não descartamos e temos certeza, era que a irmã mais velha da Raquel estava envolvida no sumi
- Mariana! - ele gritou do corredor me fazendo parar imediatamente e me virar para trás para reclamar.Eu tinha mesmo que mostrar á ele que era de madrugada e todos estávamos dormindo quase no mesmo corredor em que ele está gritando o meu nome? Sério mesmo?- Cala essa boca! - sussurro-grito para ele e um som de maçaneta se abrindo nos deixa em alerta. Antes mesmo de eu pensar numa desculpa razoável para está com Matteo gritando o meu nome no meio do corredor á essa hora da madrugada, o loiro do banheiro me arrasta para dentro de um dos quartos de hóspedes que ficava no outro corredor á direita.Era impressionante o fato de ter tantos quartos e tão poucas pessoas nessa mansão.Eles poderiam abrir um hotel ou pousada nesse lugar!Ficamos em silêncio, prendendo a respiração até ouvir a porta do lado d
Me levanto da cama e ando na ponta dos pés para catar as minhas roupas que foram jogadas no chão. Eu deveria ter ido para o meu quarto quando Matteo adormeceu, porém estava tão boa a posição que nós estávamos deitados que não tive coragem de sair dos seus braços. Hoje de manhã eu teria que torcer para a Carolina não passar no meu quarto e nem esbarrar com alguém quando eu sair do quarto de Matteo.- Você não estava planejando me abandonar depois de passarmos a noite juntos, não né? - me viro para trás encontrando com Matteo sentado na cama, com os lençóis cobrindo a sua nudez e os olhos azuis vidrados em mim - você não seria o tipo de pessoa insensível que me deixaria aqui pelado, enrolado nesses lençóis e iria embora logo depois de pegar as suas roupas e quando nos trombarmos pela casa iria
- Não vai jantar conosco hoje, Matteo? - Giulia pergunta para o italiano que estava pronto para outra viagem, com uma mochila preta e surrada nas costas. Ele havia parado na sala de estar apenas para se despedir de nós e assegurar que mandaria notícias caso encontre algo.- Infelizmente não, preciso ver de perto como anda as buscas por Luigi - ele responde para Giulia passando o olhar em Enrico, que também estava presente no cômodo, e se demorando alguns segundos á mais em mim. Engulo em seco e desvio o olhar, não seria nada bom se todos soubessem da nossa...amizade colorida.Não que houvesse algum impedimento, era apenas pela ocasião fatídica em que todos estamos. Não acho certo ficar de pegação e nem de joguinhos ou provocações na frente dos familiares do noivo da minha amiga que foi sequestrado.V
- Então é aqui o destino das suas escapadas? Com esse cara? - Matteo estava com os braços cruzados e um olhar acusatório furioso em mim.Ele não tinha viajado?!- Eu posso explicar tudo, só peço que você escute e compreenda o motivo de eu ter escondido... - sou interrompida pelo homem brisado do meu lado.- Matteozinho! - ele passa por mim com os braços abertos e abraça o loiro, que logo o empurra para longe - que foi, irmão? Senti sua falta também - como se lembrasse que eu estava ali, se virou e piscou - ele é muito emotivo, só não gosta de demonstrar esse lado.Eles se conhecem? Como? Onde? E principalmente, por quê Matteo o conhecendo e sabendo que é um hacker famoso no ramo não pediu sua ajuda?- Vem, vamos embora, vou te levar para casa e depois penso se quero ouvir sua desculpa - Matteo empurra Will com o ombro e agarra minha mão, me puxando na direção da saída porém eu me livro da sua pegada.- Não, tenho um acordo com ele - me refiro ao cara brisado e sorridente á alguns pass
Okay, talvez não estivesse preparada para ouvir, ou aceitar que um ser humano seria capaz de crescer assim, nesse meio sujo. Temo que Rex trilhe o mesmo caminho ou pior, é quase impossível de não compará-los. Rex assim como Matteo, não possuía família mas a diferença era que matteo tinha sagacidade suficiente para se cuidar e não ser influenciado a se destruir. Diferente do garoto de dezoito anos que entrou no mundo das drogas e sobrevive pela proteção de alguns traficantes a qual servia como informante. Meu coração aperta, ninguém deveria seguir um caminho desses tão jovem. Acredito na mudança, acredito que com ajuda uma pessoa possa se libertar desse meio e principalmente acredito que haja perdão. Mesmo estando nessa vida criminosa desde pequeno, acredito que posso ajudar Matteo. Sua cabeça aprendeu desde menor que não era digno de perdão, de amor fraternal e isso conforme os anos passaram repetindo-se em sua mente, o fez crer que realmente não é digno.Eu poderia muito bem culpá-l