- Bom dia! - digo para Matteo que me olhava desconfiado por me ver de pé tão cedo.- Tudo bem com você? - ele me averigua de cima para baixo, notando que eu não estava vestindo o meu pijama habitual e sim minhas roupas normais.Ou melhor, as roupas que ainda cabiam em mim.Passei um bom tempo tentando encontrar alguma roupa que coubesse no meu corpo, eu deveria ter seguido o conselho da Mari e ter comprado roupas de grávidas naquele tempo. Mas não adiantava chorar pelo leite derramado, ou pelas roupas de grávidas não compradas.- Tudo ótimo, hoje combinei de sair com a Giulia - fazia muito tempo em que a gente saiu juntas para passear e falar sobre besteiras.No tempo em que me enclausurei dentro do quarto, ela estava muito ocupada com um novo trabalho dela e só tinha tempo para as sessões de fotos da minha barriga.E digamos que naqueles dias eu não me sentia muito confortável com Luigi por perto e acabava nem conversando muito com a minha...acho que ex-cunhada agora.Naquele tempo a
- Você parece estar ótima! - Giulia diz antes de tomar um gole do seu cappuccino cremoso.Ela tinha acabado de tomar um expresso antes de sair da casa de Luigi e quando entramos nesse bar a primeira coisa que ela pediu foi um cappuccino acompanhado por dois brioches.E depois eu que sou a grávida gulosa...Depois de um tempo você se acostuma com o "ritual" dos italianos, eles são praticamente obcecados por cafés e cigarros. Tive uma ideia de usar uma camisa escrita "não fume perto de mim, morra sozinho" porém o loiro do banheiro me disse que seria ofensivo demais para uma grávida usar uma camisa dessas.O fato é que eu estava animada com a minha gravidez. Bom, acho que estou por causa do que o doutor disse na minha última consulta. Ele me garantiu que a partir da décima sexta semana o bebê pode mexer a qualquer momento. Estou ansiosa e curiosa para saber como é sentir um ser humaninho mexendo dentro de mim. Porém eu já estava com dezessete semanas de gravidez e nada do bebê mexer, is
- Eu vou muito bem, obrigada, já seu irmão...- estava acabado, sua cara de cansado deixava explícito que não dormira á dias. Deve ser remorso...bem feito! - Ele estava bastante cansado e principalmente preocupado com você - Giulia diz e sorrio debochando.- Duvi-d-o dó, a tal preocupação se chama remorso por ter me traído, mas agora é tarde, não adianta ele ficar se lamentando pelos erros do passado - digo ao roubar um pedaço do seu brioche.- Mas eu pensei que as coisas estavam melhores entre vocês, você até deu bom dia pra ele - Guilia não reclama porém me lança um olhar de quem não gostou do meu gesto.- Só foi por educação, eu ainda não o perdoei por ter colocado uma galhada na minha cabeça. Mas não tem problema, um chifre sempre nos torna mais fortes - tomo mais um gole do meu chá.- Quem te disse isso? - minha ex-cunhada me pergunta segurando o riso.- Ninguém, eu vi num documentário sobre viados e animais de chifres - estava deprimida demais para me afundar ainda mais assisti
Alguém do outro lado da mesa pigarreia chamando nossa atenção. Finalmente me dou conta de onde estou.Olho ao redor vendo que algumas pessoas que olhavam curiosas desviaram o olhar assim que passei os olhos nelas.Olho para a pessoa que pigarreou, uma mulher morena de cabelo preto na altura dos ombros. Ela me lembrava alguém mas sua fisionomia não era conhecida. Seu nariz arrebitado e olhos flamejando de raiva estavam vidrados em mim.Ela deve ser a namorada dele! Olho para Marco e rapidamente me levanto ao perceber que estava esse tempo todo sentada em seu colo. Suas mãos deixam meus ombros e ele continua me encarando, o que faz a mulher que o estava acompanhando me lançar mais outro olhar ameaçador.Se olhar matasse...eu tinha caído durinha no chão! - Desculpa, eu não queria ter caído no seu colo - digo percebendo que eu parecia uma daquelas piranhas da qual eu tanto odiava. Me viro para dizer á mulher que acompanhava Marco - desculpa, não queria interromper o encontro de vocês.
- Tem certeza, que não tem nada sobre o ultrassom que decidiu finalmente fazer para me contar? - minha mãe não parecia brava, ela estava mais para aliviada.Que ultrassom? Olho para Giulia pedindo uma explicação e ela começa dizendo:- Sim, sobre o ultrassom que você finalmente decidiu fazer, eu expliquei a sua mãe que você não quis fazer antes porque queria que Luigi estivesse presente e como ele estava trabalhando muito na empresa, você se recusou a fazê-lo antes - Giulia diz pausadamente para que eu consiga entender a mentira que ela tinha inventado.A tela estava virada para mim e eu não podia brigar com a Giulia pela situação que ela me meteu pois minha mãe veria a minha expressão e perceberia que tudo não passava de uma mentira.- Graças à Deus, Carolina! Ainda bem que você decidiu fazer o exame, eu já briguei com você antes por causa disso mas parece que a sua cunhada finalmente te convenceu a fazer o ultrassom. Giulia é um anjo! - minha mãe a elogia.- Sim, um anjo, um anjinh
- Isso só pode ser um milagre! - o Dr.William diz ao me ver entrando no seu consultório e luto contra a vontade de revirar os olhos. Luigi entra primeiro e Giulia entra por último fechando a porta.O médico me pede para sentar e começa a fazer as mesma perguntas frequentes de sempre, com mais um sermão de brinde no final. Ele adorava me dar sermões de como eu deveria ir ao hospital para fazer os exames e quando finalmente venho, ele continua me dar sermões por causa da minha alimentação. - Bom, não quero tomar mais do seu tempo, então vou apresentá-los a nova obstetra - ele diz e na mesma hora fico tensa, pensei que fosse ele que cuidaria por diante da minha gestação.- Pensei que o senhor fosse o meu obstetra - digo assustada e ele me pede para ficar calma enquanto explica que a obstetrícia não era a sua área de atuação.- Mas não se preocupe, tenho uma amiga muito confiável que vai acompanhar a sua gravidez apartir de hoje, já que você pretende vir ao hospital para fazer os exame
- Tudo certo? - Luigi me pergunta assim quando eu saio da sala da Dra.Ellen com os exames na mão.- Sim - respondo e penso no que ela tinha me dito minutos antes sobre ter uma boa convivência com Luigi e o manter perto durante a gravidez sem fingir que nada aconteceu.Você não precisa perdoá-lo, apenas tenha uma boa convivência...- Aconteceu alguma coisa? - ele pergunta preocupado e como hábito coloca a mão na minha cintura. Pela primeira vez não repilo ao sentir seu toque - ela disse alguma coisa?...- Não - forço um sorriso e toco no seu braço - onde a Giulia está? - ele tenta fingir que ainda não está preocupado e diz que a minha ex-cunhada foi conversar com o Dr.William sobre alguma coisa que ela resolveu não dizer a ele, porém garantiu não ser nada grave - eu vou ao banheiro.- Eu vou também- ele diz e eu não consigo segurar a risada que me escapa.- Você não pode entrar no banheiro feminino, Luigi - digo e ele me dá um sorriso tímido.- Mas não seria a primeira vez, se lembra n
As mãos de Luigi pareciam ser mágicas, em menos de minutos eu estava deitada com os pés no colo dele enquanto o mesmo massageava meus pés. O silêncio parecia música para os meus ouvidos, entretanto não perdurou.- O que foi que a Dra.Ellen disse para você depois que a Giulia e eu saímos do consultório? - abro meus olhos e olho para baixo encontrando os seus ansioso por uma resposta - você mudou depois daquela conversa com ela, o que ela disse?- Ela me disse que... - hesito por um momento mas acabo encontrando coragem para continuar - estava visível que a gente não estava se falando e ela me alertou que isso pode afetar o bebê. Então eu quero tentar ter uma boa convivência com você durante a gravidez. É isso - digo deitando minha cabeça no travesseiro novamente.- Eu estava preocupado com isso, ainda bem que você me perdoou mesmo não tendo nada acontecido...- quando ele começa dizendo que eu tinha o perdoado, meu corpo imediatamente se levanta e o interrompo.- Epa! Eu não disse nada