As mãos de Luigi pareciam ser mágicas, em menos de minutos eu estava deitada com os pés no colo dele enquanto o mesmo massageava meus pés. O silêncio parecia música para os meus ouvidos, entretanto não perdurou.- O que foi que a Dra.Ellen disse para você depois que a Giulia e eu saímos do consultório? - abro meus olhos e olho para baixo encontrando os seus ansioso por uma resposta - você mudou depois daquela conversa com ela, o que ela disse?- Ela me disse que... - hesito por um momento mas acabo encontrando coragem para continuar - estava visível que a gente não estava se falando e ela me alertou que isso pode afetar o bebê. Então eu quero tentar ter uma boa convivência com você durante a gravidez. É isso - digo deitando minha cabeça no travesseiro novamente.- Eu estava preocupado com isso, ainda bem que você me perdoou mesmo não tendo nada acontecido...- quando ele começa dizendo que eu tinha o perdoado, meu corpo imediatamente se levanta e o interrompo.- Epa! Eu não disse nada
- Por nada! - digo e tento abrir a porta porém Luigi a bloqueia colocando as duas mãos impatando que a porta se abrisse.- Por que está aqui, Carolina? - me viro para ficar na frente dele, meus olhos vão da sua boca para o corpo defino e sem camisa.Deveria ser pecado esse italiano dormir assim tão pelado, tudo bem que ele estava vestindo uma calça porém precisava usar ela no limite do quadril, mostrando as entradinhas? Acho desnecessário! - Você está surdo ou quê? - digo atropelando as palavras e forçando meus olhos á focarem no seu rosto, entretanto fracasso miseravelmente e continuo admirando aquele tanquinho que há muito tempo não arranho com minha unhas - eu já disse que não é nada.- Meu rosto é um pouco mais para cima, Carolina - ele diz segurando meu queixo e o levantando na mesma altura que o seu rosto. Posso sentir minhas bochechas ficando quentes - eu vou perguntar mais uma vez, o que está fazendo aqui?Luigi inclina o pescoço para frente, descansando seu rosto colado ao
- Você tem notícias da Mari? - ela me pergunta depois de um tempo calada.Olho através do espelho retrovisor do carro, Carolina estava sentada no banco traseiro e parecia um pouco angustiada.Eu não tinha notícias da Mariana desde que a deixei naquela noite. Sei que fui um pouco insensível de tê-la deixado depois de transar com ela, mas foi melhor assim. Mariana merece alguém especial, alguém que a ame e cuide dela da forma apropriada. E eu não sou o mais indicado.Nem de longe! O que fiz naquela noite, na verdade, o que fizemos naquela noite foi um mero desejo carnal cheio de interesses secundários. Ela queria se sentir ousada pela primeira vez e eu apenas queria tentar ferir de alguma forma a mulher grávida que eu não conseguia tirar da cabeça e que por consequência estava sentada no banco traseiro do carro.Me senti péssimo depois daquilo, praticamente um frangalho humano. Tentei diversas vezes tirar Carolina da minha mente e também do meu coração. Porém não estava dando certo, ob
- Sigo não acreditando que você comprou essa fofura! - Giulia ergue o filhote de labrador de apenas um mês com suas mãos e depois o encosta contra seu peito, igual fazem com os recém-nascidos - Já pensou em um nome? - Ainda não, acabei de comprá-lo e não consigo parar de admirar essa coisinha linda! - digo fazendo uma voz doce e acariciando a cabecinha do meu novo pet. - Eu não estava falando do cachorrinho, estava falando do meu sobrinho ou sobrinha - ela estica uma mão por cima da mesa para tocar na minha barriga e já me sinto acostumada com o seu toque.Não sei que mania estranha desse povo de que sempre quando ver uma grávida, vai logo botando a mão na barriga da pessoa como se tivesse alguma intimidade, por sorte a Giulia não é uma dessas pessoas.- Ainda não pensei nisso - e realmente não havia pensado, como pude esquecer de algo tão crucial como o nome do meu bebê?Ai Carolina, você é um fiasco de mãe!Mas também com tudo o que estava acontecendo na minha vida nesse momento,
- Mas voltando para o que é importante, a rixa entre nossas famílias - ela enfatiza enquanto come outro pedaço de bolinho - antes mesmo de Luigi ser levado para morar no exterior, uma tragédia mudou a vida dos Ferraza. Um acidente de carro acabou matando os pais de Bárbara e Raquel, fazendo assim as duas ficarem na custódia dos tios que humildemente moravam na Cecília, Raquel como era muito menor que a sua irmã ficou morando com os tios enquanto a Bárbara ficou morando na Suíça com Luigi. Elas perderam quase tudo, a cada dia que se passava perdiam mais dinheiro por não saberem cuidar muito bem, seus tios não sabiam mexer e não souberam muito bem proteger os bens então alguns inimigos dos Ferraza acabaram tomando as terras, algumas propriedades enquanto elas não poderiam fazer nada. E mesmo se tentassem, seria arriscado demais colocar a vida de todos em risco. Os Ferraza po
- Não sei como ele conseguiu sobreviver depois de tudo, foi praticamente um milagre ele reagir - Giulia diz acariciando a cabeça do cachorrinho que por sinal estava adorando o carinho.- O que aconteceu com ele depois de tudo isso? - pergunto e Giulia me lança um olhar cheiro de dor. Por ela ser, dos irmãos, a mais próxima de Luigi, ela deveria ter sofrido junto com ele na mesma intensidade - me desculpa, se você não quiser falar está tudo bem... - tento dizer que não era obrigatório ela reviver lembranças tão dolorosas mas ela insiste em continuar.- Tudo bem, você merece saber a verdade - ela me entrega o cachorrinho e é a minha vez de pegá-lo no colo. O cachorrinho se encolhe e deita com a cabecinha por cima do meu ombro para começar a cochilar - depois que tudo se acalmou, Luigi foi procurar a Bárbara porém nã
- Você acha que Carol vai gostar, Matteo? - pergunto mostrando a caixa de veludo preto que continha dentro uma pulseira de ouro branco e esmeraldas - pensei em comprar algo básico, não quis arriscar comprar um colar e brincos de uma só vez, isso talvez a deixasse pensando que estou tentando comprá-la.- E não está? - meu amigo diz olhando para a pulseira e erguendo uma sobrancelha ao voltar a me olhar, sua cara estampava a pergunta: não acha que está forçando demais dando um presente tão caro como esse?- Não - digo com convicção, tenho noção do quanto Carolina ama acessórios e notei que ela não tinha usado tantas joias ultimamente, claramente deve ser por conta dos seu corpo está mudando e os anéis e o colares não estão se adequando muito bem as mudanças.As roupas que ela tinha comprado antes também não estavam dando mais no seu corpo, por isso ela saiu com a Giulia para comprar roupas novas. Pedi para Matteo que as acompanhasse e fizesse a segurança das duas, ele reclamou desde que
- Luigi! - Carol estava no meio da sala gritando e olhando para todos os lados. Atordoada, como se estivesse procurando por algo.Mas acho que a pergunta deveria ser por quem?- Carolina? - Luigi invade a sala, inspecionando cada canto que os olhos de Carolina haviam passado. Procurando por alguma ameaça que a deixasse nesse estado desesperado.Eu estava logo atrás, procurando por algo perigoso também. Não acredito que as Ferrazas tentariam um ataque tão cedo, e ainda por cima, na casa de Luigi.Como elas conseguiram passar pela segurança e pelo alarme?Pego a arma guardada cuidadosamente no bolso interno do meu terno e me preparo para qualquer que fosse o truque da vez.- Carolina, o que aconteceu? - Luigi se aproxima de Carol preocupado, mas então seus olhos baixaram para a roupa que ela vestia. Meus olhos também se prendem no vestido de tricô em cores em tons pastéis, a peça parecia se adaptar muito bem á barriga redonda de cinco meses, um sobretudo marfim cobria seus ombros e suas