- Eu vou muito bem, obrigada, já seu irmão...- estava acabado, sua cara de cansado deixava explícito que não dormira á dias. Deve ser remorso...bem feito! - Ele estava bastante cansado e principalmente preocupado com você - Giulia diz e sorrio debochando.- Duvi-d-o dó, a tal preocupação se chama remorso por ter me traído, mas agora é tarde, não adianta ele ficar se lamentando pelos erros do passado - digo ao roubar um pedaço do seu brioche.- Mas eu pensei que as coisas estavam melhores entre vocês, você até deu bom dia pra ele - Guilia não reclama porém me lança um olhar de quem não gostou do meu gesto.- Só foi por educação, eu ainda não o perdoei por ter colocado uma galhada na minha cabeça. Mas não tem problema, um chifre sempre nos torna mais fortes - tomo mais um gole do meu chá.- Quem te disse isso? - minha ex-cunhada me pergunta segurando o riso.- Ninguém, eu vi num documentário sobre viados e animais de chifres - estava deprimida demais para me afundar ainda mais assisti
Alguém do outro lado da mesa pigarreia chamando nossa atenção. Finalmente me dou conta de onde estou.Olho ao redor vendo que algumas pessoas que olhavam curiosas desviaram o olhar assim que passei os olhos nelas.Olho para a pessoa que pigarreou, uma mulher morena de cabelo preto na altura dos ombros. Ela me lembrava alguém mas sua fisionomia não era conhecida. Seu nariz arrebitado e olhos flamejando de raiva estavam vidrados em mim.Ela deve ser a namorada dele! Olho para Marco e rapidamente me levanto ao perceber que estava esse tempo todo sentada em seu colo. Suas mãos deixam meus ombros e ele continua me encarando, o que faz a mulher que o estava acompanhando me lançar mais outro olhar ameaçador.Se olhar matasse...eu tinha caído durinha no chão! - Desculpa, eu não queria ter caído no seu colo - digo percebendo que eu parecia uma daquelas piranhas da qual eu tanto odiava. Me viro para dizer á mulher que acompanhava Marco - desculpa, não queria interromper o encontro de vocês.
- Tem certeza, que não tem nada sobre o ultrassom que decidiu finalmente fazer para me contar? - minha mãe não parecia brava, ela estava mais para aliviada.Que ultrassom? Olho para Giulia pedindo uma explicação e ela começa dizendo:- Sim, sobre o ultrassom que você finalmente decidiu fazer, eu expliquei a sua mãe que você não quis fazer antes porque queria que Luigi estivesse presente e como ele estava trabalhando muito na empresa, você se recusou a fazê-lo antes - Giulia diz pausadamente para que eu consiga entender a mentira que ela tinha inventado.A tela estava virada para mim e eu não podia brigar com a Giulia pela situação que ela me meteu pois minha mãe veria a minha expressão e perceberia que tudo não passava de uma mentira.- Graças à Deus, Carolina! Ainda bem que você decidiu fazer o exame, eu já briguei com você antes por causa disso mas parece que a sua cunhada finalmente te convenceu a fazer o ultrassom. Giulia é um anjo! - minha mãe a elogia.- Sim, um anjo, um anjinh
- Isso só pode ser um milagre! - o Dr.William diz ao me ver entrando no seu consultório e luto contra a vontade de revirar os olhos. Luigi entra primeiro e Giulia entra por último fechando a porta.O médico me pede para sentar e começa a fazer as mesma perguntas frequentes de sempre, com mais um sermão de brinde no final. Ele adorava me dar sermões de como eu deveria ir ao hospital para fazer os exames e quando finalmente venho, ele continua me dar sermões por causa da minha alimentação. - Bom, não quero tomar mais do seu tempo, então vou apresentá-los a nova obstetra - ele diz e na mesma hora fico tensa, pensei que fosse ele que cuidaria por diante da minha gestação.- Pensei que o senhor fosse o meu obstetra - digo assustada e ele me pede para ficar calma enquanto explica que a obstetrícia não era a sua área de atuação.- Mas não se preocupe, tenho uma amiga muito confiável que vai acompanhar a sua gravidez apartir de hoje, já que você pretende vir ao hospital para fazer os exame
- Tudo certo? - Luigi me pergunta assim quando eu saio da sala da Dra.Ellen com os exames na mão.- Sim - respondo e penso no que ela tinha me dito minutos antes sobre ter uma boa convivência com Luigi e o manter perto durante a gravidez sem fingir que nada aconteceu.Você não precisa perdoá-lo, apenas tenha uma boa convivência...- Aconteceu alguma coisa? - ele pergunta preocupado e como hábito coloca a mão na minha cintura. Pela primeira vez não repilo ao sentir seu toque - ela disse alguma coisa?...- Não - forço um sorriso e toco no seu braço - onde a Giulia está? - ele tenta fingir que ainda não está preocupado e diz que a minha ex-cunhada foi conversar com o Dr.William sobre alguma coisa que ela resolveu não dizer a ele, porém garantiu não ser nada grave - eu vou ao banheiro.- Eu vou também- ele diz e eu não consigo segurar a risada que me escapa.- Você não pode entrar no banheiro feminino, Luigi - digo e ele me dá um sorriso tímido.- Mas não seria a primeira vez, se lembra n
As mãos de Luigi pareciam ser mágicas, em menos de minutos eu estava deitada com os pés no colo dele enquanto o mesmo massageava meus pés. O silêncio parecia música para os meus ouvidos, entretanto não perdurou.- O que foi que a Dra.Ellen disse para você depois que a Giulia e eu saímos do consultório? - abro meus olhos e olho para baixo encontrando os seus ansioso por uma resposta - você mudou depois daquela conversa com ela, o que ela disse?- Ela me disse que... - hesito por um momento mas acabo encontrando coragem para continuar - estava visível que a gente não estava se falando e ela me alertou que isso pode afetar o bebê. Então eu quero tentar ter uma boa convivência com você durante a gravidez. É isso - digo deitando minha cabeça no travesseiro novamente.- Eu estava preocupado com isso, ainda bem que você me perdoou mesmo não tendo nada acontecido...- quando ele começa dizendo que eu tinha o perdoado, meu corpo imediatamente se levanta e o interrompo.- Epa! Eu não disse nada
- Por nada! - digo e tento abrir a porta porém Luigi a bloqueia colocando as duas mãos impatando que a porta se abrisse.- Por que está aqui, Carolina? - me viro para ficar na frente dele, meus olhos vão da sua boca para o corpo defino e sem camisa.Deveria ser pecado esse italiano dormir assim tão pelado, tudo bem que ele estava vestindo uma calça porém precisava usar ela no limite do quadril, mostrando as entradinhas? Acho desnecessário! - Você está surdo ou quê? - digo atropelando as palavras e forçando meus olhos á focarem no seu rosto, entretanto fracasso miseravelmente e continuo admirando aquele tanquinho que há muito tempo não arranho com minha unhas - eu já disse que não é nada.- Meu rosto é um pouco mais para cima, Carolina - ele diz segurando meu queixo e o levantando na mesma altura que o seu rosto. Posso sentir minhas bochechas ficando quentes - eu vou perguntar mais uma vez, o que está fazendo aqui?Luigi inclina o pescoço para frente, descansando seu rosto colado ao
- Você tem notícias da Mari? - ela me pergunta depois de um tempo calada.Olho através do espelho retrovisor do carro, Carolina estava sentada no banco traseiro e parecia um pouco angustiada.Eu não tinha notícias da Mariana desde que a deixei naquela noite. Sei que fui um pouco insensível de tê-la deixado depois de transar com ela, mas foi melhor assim. Mariana merece alguém especial, alguém que a ame e cuide dela da forma apropriada. E eu não sou o mais indicado.Nem de longe! O que fiz naquela noite, na verdade, o que fizemos naquela noite foi um mero desejo carnal cheio de interesses secundários. Ela queria se sentir ousada pela primeira vez e eu apenas queria tentar ferir de alguma forma a mulher grávida que eu não conseguia tirar da cabeça e que por consequência estava sentada no banco traseiro do carro.Me senti péssimo depois daquilo, praticamente um frangalho humano. Tentei diversas vezes tirar Carolina da minha mente e também do meu coração. Porém não estava dando certo, ob