- Você é algum vidente ou feiticeiro? - ela me pergunta enquanto andamos de braços dados pela rua.Apesar de não ser muito afetivo, ela precisava de um ombro amigo, não era sempre que você presencia uma tentativa de assassinato contra sua melhor amiga.- Não sou nenhum vidente e muito menos feiticeiro. Por que está me perguntando isso? - Mariana evita me olhar enquanto conversamos, ela deveria ser muito tímida ou não estava acostumada a falar sobre si mesma.E isso me admira vindo dela, que se arriscou para proteger e encobrir Carolina.- É que antes ninguém tinha me dito o que você me disse - ela parecia envergonhada, acanhada e chego até em dizer com receio, como se pisasse em ovos ao falar sobre ela mesma. E isso me chamou mais atenção.- E o que eu disse? - ela finalmente me olha e sorri um pouco mais distraída agora. Tenho que dizer que o seu sorriso é lindo, mas também não é a única coisa bela nela.Controle-se Matteo, você não vai levar a amiga da mulher por quem você está supo
Meu primeiro ato pensando em mim. O corpo tonificado de Matteo estava por cima do meu, quente e sem fôlego.Não pensei em nada, nem em consequências que o meu ato poderia trazer e nem nas intenções dele, apenas pensei em mim em primeiro lugar e gostei.Ele beija lentamente a minha pele, subindo pelo meio entre meus seios até chegar na minha boca. Seus lábios se fundem aos meus, o beijo desleixado porém provocante me tira o fôlego. Num ato arriscado eu troco de posição ficando por cima dele, Matteo sorri e me deixa conduzir. Eu apenas me encaixo e me movimento, subindo e descendo mesmo sem força meu corpo agi por si só. Consigo senti-lo mais e mais fundo em mim, me proporcionando a liberdade e o prazer que nunca havia sentido antes, ou que talvez eu nunca me permitir sentir. Me entregar dessa forma, me dar tal liberdade deveria ser um perigo que não deveria passar, mas eu me permiti. E o culpado disso estava bem embaixo de mim.Matteo me puxa para me deitar em cima dele, suas mãos se
Ando pelo corredor dos quartos e não vejo nem sinal de Luigi. Agradeço por essa casa ser grande o suficiente para eu não ter que trombar com ele em algum cômodo. Hoje estava fazendo um mês que eu não falava com ele.Esse tempo todo estive o evitando, fazendo minhas refeições no quarto e apenas saindo quando fosse dia de tirar foto da barriga. Naqueles dias eu simplesmente seguia o rumo da sessão e não trocava nem olhares e muito menos palavras com ele. Ainda não consigo acreditar na traição de Luigi, sempre pensei que ele fosse diferente dos outros crápulas, sempre acreditei que ele fosse um achado no meio daquela raça triste que era os homens. Mas pelo visto, eu estava enganada, fui chifrada antes mesmo de me casar.E eu pensando que era o meu cabelo que estava pesando na minha cabeça, mal sabia eu que era chifre. Agora tudo o que me restava era raiva e dor, não sabia o que seria da minha vida daqui para frente. Estava sonhando alto, encantada achando que a minha vida seria mais fá
- Luigi? Pensei que a Holga tivesse tirado o lixo de casa - digo descendo as escadas e olhando para a cenoura de feira - pelo visto, me enganei. - Carolina, eu... - meu italiano gato abre a boca para dizer mais mentiras porém não deixo. Estou farta de mentiras. - Se não for para me dar uma explicação do porquê você trouxe a sua amante até aqui, não abra nem a boca - me aproximo e paro na frente dos dois sem-vergonha - até que vocês combinam, fazem um casal bonitinho - debocho. - Carolina, isso tudo é um grande mal entendido, eu não fui e não sou amante do Luigi - ela começa dizendo e tenho vontade de voar em cima dessa cenoura de feira. - Não estou pedindo explicações á você, não me interessa nem um pouco saber sobre sua relação com Luigi - me viro para o mesmo e continuo - a pessoa que me devia explicações era outra, mas pelo que eu tenho visto até agora, a pessoa nunca foi sincera comigo. - Carolina, eu tentei falar com você para explicar as coisa mas você não quis me ouvir, sai
- Bom dia! - digo para Matteo que me olhava desconfiado por me ver de pé tão cedo.- Tudo bem com você? - ele me averigua de cima para baixo, notando que eu não estava vestindo o meu pijama habitual e sim minhas roupas normais.Ou melhor, as roupas que ainda cabiam em mim.Passei um bom tempo tentando encontrar alguma roupa que coubesse no meu corpo, eu deveria ter seguido o conselho da Mari e ter comprado roupas de grávidas naquele tempo. Mas não adiantava chorar pelo leite derramado, ou pelas roupas de grávidas não compradas.- Tudo ótimo, hoje combinei de sair com a Giulia - fazia muito tempo em que a gente saiu juntas para passear e falar sobre besteiras.No tempo em que me enclausurei dentro do quarto, ela estava muito ocupada com um novo trabalho dela e só tinha tempo para as sessões de fotos da minha barriga.E digamos que naqueles dias eu não me sentia muito confortável com Luigi por perto e acabava nem conversando muito com a minha...acho que ex-cunhada agora.Naquele tempo a
- Você parece estar ótima! - Giulia diz antes de tomar um gole do seu cappuccino cremoso.Ela tinha acabado de tomar um expresso antes de sair da casa de Luigi e quando entramos nesse bar a primeira coisa que ela pediu foi um cappuccino acompanhado por dois brioches.E depois eu que sou a grávida gulosa...Depois de um tempo você se acostuma com o "ritual" dos italianos, eles são praticamente obcecados por cafés e cigarros. Tive uma ideia de usar uma camisa escrita "não fume perto de mim, morra sozinho" porém o loiro do banheiro me disse que seria ofensivo demais para uma grávida usar uma camisa dessas.O fato é que eu estava animada com a minha gravidez. Bom, acho que estou por causa do que o doutor disse na minha última consulta. Ele me garantiu que a partir da décima sexta semana o bebê pode mexer a qualquer momento. Estou ansiosa e curiosa para saber como é sentir um ser humaninho mexendo dentro de mim. Porém eu já estava com dezessete semanas de gravidez e nada do bebê mexer, is
- Eu vou muito bem, obrigada, já seu irmão...- estava acabado, sua cara de cansado deixava explícito que não dormira á dias. Deve ser remorso...bem feito! - Ele estava bastante cansado e principalmente preocupado com você - Giulia diz e sorrio debochando.- Duvi-d-o dó, a tal preocupação se chama remorso por ter me traído, mas agora é tarde, não adianta ele ficar se lamentando pelos erros do passado - digo ao roubar um pedaço do seu brioche.- Mas eu pensei que as coisas estavam melhores entre vocês, você até deu bom dia pra ele - Guilia não reclama porém me lança um olhar de quem não gostou do meu gesto.- Só foi por educação, eu ainda não o perdoei por ter colocado uma galhada na minha cabeça. Mas não tem problema, um chifre sempre nos torna mais fortes - tomo mais um gole do meu chá.- Quem te disse isso? - minha ex-cunhada me pergunta segurando o riso.- Ninguém, eu vi num documentário sobre viados e animais de chifres - estava deprimida demais para me afundar ainda mais assisti
Alguém do outro lado da mesa pigarreia chamando nossa atenção. Finalmente me dou conta de onde estou.Olho ao redor vendo que algumas pessoas que olhavam curiosas desviaram o olhar assim que passei os olhos nelas.Olho para a pessoa que pigarreou, uma mulher morena de cabelo preto na altura dos ombros. Ela me lembrava alguém mas sua fisionomia não era conhecida. Seu nariz arrebitado e olhos flamejando de raiva estavam vidrados em mim.Ela deve ser a namorada dele! Olho para Marco e rapidamente me levanto ao perceber que estava esse tempo todo sentada em seu colo. Suas mãos deixam meus ombros e ele continua me encarando, o que faz a mulher que o estava acompanhando me lançar mais outro olhar ameaçador.Se olhar matasse...eu tinha caído durinha no chão! - Desculpa, eu não queria ter caído no seu colo - digo percebendo que eu parecia uma daquelas piranhas da qual eu tanto odiava. Me viro para dizer á mulher que acompanhava Marco - desculpa, não queria interromper o encontro de vocês.