Saindo com o vestido da casa sua irmã e mãe a veem coberta pela a capa, e logo a questionam.
— Cate, cadê o vestido? Porque você o tampou com essa capa velha?
Perguntava à mãe de Cateline, que sempre a chamou pelo apelido, que estava curiosa para a ver vestindo algo novo.
— Mãe… ele ficou meio apertado…
Disse a jovem timidamente levantando um pouco a capa que cobria quase todo seu corpo.
Lucinda deu uma gargalhada, que fez Cate arregalar os olhos.
— Não está apertado sua boba, é o modelo dele, você precisa mostrar seus dotes para arranjar um pretendente rápido, olha só o tanto de seio pra ficar escondido! Com essa guerra os homens irão acabar e você não terá nenhum se continuar se escondendo assim, sua boba.
Dizia Lucinda tentando tirar a capa de Cateline, que ficou vermelha de vergonha ouvindo sua irmã falando, Lucinda sempre foi ousada, isso sempre deixou a casa alegre, era o jeito dela.
— Você fez de propósito?!
Cateline perguntou já se estressando com a situação, ela não gostava da ideia de ter de se mostrar para chamar atenção, aquilo estava fora de questão.
— Meninas… parem com isso!
Milenna falava se aproximando das duas com o cesto de hortaliças.
— Cateline você está linda, seu pai estaria orgulhoso…
Ela falava com os olhos repletos de lágrimas, ela ainda não havia superado a perda de seu marido.
— Quem diria que o tempo passaria tão rápido… Rezo todos os dias para que vocês sejam felizes, e que Deus nos abençoe com sua graça…
Dizia Milenna olhando para o alto apertando sua mão contra seu peito.
Todos parecem desanimar por um tempo, pensando sobre a situação que o mundo se encontra, mas logo aquele silêncio é quebrado por Lucinda, ela começa a empurrar sua irmã em direção a carroça apressada, a jovem não queria perder tempo com lamentações.
— Vamos, vamos….
Dizia ela enquanto empurrava a irmã.
A mãe das garotas acenava ficando para trás se despedindo das moças.
— Tomem cuidado! E digam a dona Ellen que mandei um abraço…
As garotas acenam de volta e sobem na carroça, quem a puxa é um cavalo velho que era de seu pai, ele era adestrado e muito eficiente, mesmo velho era o melhor cavalo que eles tinham na fazenda.
— Não acredito que estamos indo em uma festa!
Falava Lucinda alegremente, como se nunca tivesse ido a uma festa antes.
— Nós sempre vamos as festas no povoado Luci!
Cateline fala seriamente, tentando segurar a capa que quase voava com o vento, já estava de tarde, e o clima começava a esfriar.
— Mas essa é diferente, né!?
Respondeu Lucinda, sem abaixar o ânimo.
Elas andaram de carroça cerca de duas horas até chegar no povoado, já estava quase anoitecendo quando elas começavam a organizar as mercadorias, do lado de fora da muralha perto do grande portão do castelo continha várias barracas montadas de forma improvisada para a venda de mercadorias, eram agricultores, joalheiros, costureiras e trabalhadores em geral tentando ganhar um trocado vendendo seus itens aos visitantes que viriam de longe festejar o retorno dos filhos do Lorde Sirio.
— Olá garotas!
Elas ouvem uma voz vindo de longe, ao olharem veem que era dona Ellen, uma senhora dona de uma das estalagens do povoado.
— Como vai dona Ellen? Mamãe mandou um abraço.
Respondeu Lucinda correndo em direção a ela, dando um grande abraço.
Cateline vai logo em seguida, dando outro abraço.
— Vejo que estão bem arrumadas hoje…
Diz Ellen, olhando para as garotas as admirando.
— Vocês cresceram tão rápido.
Ela fala pegando nas mãos das garotas.
— Porquê a capa Cate?
Ela perguntava se dirigindo a Cateline.
— E apenas fri-...
Cateline tenta mentir para não ter de explicar, mas sua irmã a interrompe e fala na sua frente.
— Ela está com vergonha dos peitos dela!
Lucinda fala caindo na risada e logo Ellen a acompanha dando gargalhadas, a senhora se aproxima de Cateline para falar mais próxima vendo que a mesma estava envergonhada olhando assustada ao redor com medo de alguém ter ouvido sua irmã.
— Não seja boba, você é linda, não tenha vergonha de nada. Ah! Quase ia me esquecendo, irei deixar dois quartos vagos para vocês na estalagem, como é dia de festa deve lotar logo, tome aqui as chaves, espero que não se importam de ficar na parte de trás. Diga à sua mãe que mandei um abraço também.
Dona Ellen diz dando tapinhas nas costas de Cateline, e saindo logo em seguida.
Os quartos que ficavam na parte traseira da estalagem eram de frente para a floresta, eram os menos usados por não terem movimentação nenhuma, era raro alguém usá-los.
Como a estadia era de graça, as garotas não ligavam muito por serem quartos velhos e escondidos.
— Você tem que parar de fazer piadas sobre mim!
Cateline falava para Lucinda logo após Ellen retornar para a estalagem, Luci fazia uma careta como resposta, se dirigindo às mercadorias para terminar de arrumar.
As duas organizam tudo na entrada, do lado de outros vendedores, como escurecia todos já começavam a acender lamparinas e tochas.
De longe eles ouviam o som dos cavalos galopando, todos puderam ver os cavaleiros, generais e os filhos do Lorde chegando.
Suas aparências e expressões estavam tristes e esgotadas, muitos machucados e entristecidos.
Eles seguiam entrando pelo portão central, onde as garotas e os outros comerciantes estavam, muitos moradores gritavam glórias e riam comemorando a vitória, mesmo que fosse temporária.
Um dos cavalos puxava algo na carroça, estava coberto com um pano sujo, ninguém conseguia ver oque era, parecia ser algum tipo de gaiola gigante.
Era tanta a animação que as pessoas nem prestavam muita atenção.
As garotas estavam perplexas vendo a quantidade de pessoas que chegavam, se animando cada vez mais com as vendas, haviam visitantes de vários locais do reino e até mesmo estrangeiros.
Algo que as entristeceu foi a falta de crianças, infelizmente não viram nenhuma na festa, apenas jovens e velhos.
As pessoas nem se importavam mais, não estava no controle deles, muitos apenas focaram em viver e deixar a vida seguir.
Logo após todos os cavaleiros adentrarem pelos portões se pode ouvir um grito vindo de um dos filhos do Lorde.
Os olhos de Lucinda brilhavam ao vê-lo.
— Olha! que lindo Cate!
Ela falava para Cateline, que não prestava atenção, e focava nas vendas.
— Sim, sim! aqui seu troco senhor…
Cateline dava atenção aos compradores vendendo alguns doces.
— Já vendemos tudo?
Perguntava Lucinda euforicamente a Cateline, na esperança de ser liberada para a festança, a jovem não desgrudava os olhares da fila de estrangeiros e comerciantes que chegavam e adentravam ao castelo.
— Começamos a vender as coisas agora Luci…
Cateline respondeu seria, tudo que ela queria era vender tudo logo de uma vez para ir ao quarto na estalagem tirar aquele vestido apertado, ela segurava o tempo todo a capa se cobrindo envergonhada, com medo que os outros vissem seu busto.
— Mas o filho do Lorde….
Falava Lucinda fazendo bico enquanto olhava para ele de longe.
— Sem MAIS!
Cateline olha pra ela como se fosse gritar a qualquer momento, ela já não aguentava mais tanta confusão.
Os músicos começaram a tocar, pessoas corriam bêbadas pelas ruas, haviam brigas e namorados se abraçando, uma verdadeira bagunça.
— Podemos pelo menos beber?
Perguntava Lucinda quase implorando cruzando os dedos das mãos.
— Nós estamos trabalhando Luci…
Ainda com o tom sério, Cateline respondeu a Lucinda, que se emburrou na hora.
— Podíamos pelo menos beber, já que não podemos entrar…
Lucinda repete baixinho, virando-se de costas para Cateline, que a responde.
— Certo… só um pouquinho hein, temos que vender tudo ainda..
Lucinda se virava como se já esperasse tal resposta vinda de sua irmã, dando um abraço forte sem falar nada e saindo correndo em direção ao portão, a jovem entrava e sumia de vista entre todas aquelas pessoas.
Cateline suspirava fundo, tentando manter a calma, tudo que ela queria era voltar logo para casa.Enquanto organizava alguns cestos a jovem ouviu um grupo de homens saindo de uma taberna que ficava próxima ali, ela ouve eles falando algo sobre um refém, mas não dá muita bola, a barraca que montou com sua irmã estava lotada de clientes e ela não estava conseguindo prestar muita atenção a sua volta.Após alguns minutos, sua irmã volta, ela traz duas garrafas de vinho cheias.— Onde você conseguiu essas bebidas?Cateline olha abismada, sua irmã já parecia ter bebido um pouco, Lucinda estava muito pra baixo, parecia desanimada com algo.— Ele não quis falar comigo….Dizia Lucinda abraçando as duas garrafas, enquanto segurava o choro.— Quem Luci?Cateline perguntou preocupada.— O filho mais velho do Lorde…Lucinda senta na cadeira que haviam colocado atrás da barraca e se debruça sobre a mesa improvisada.— Ele acabou de chegar de uma guerra, tenho certeza que deve ter muitas questões a
— Você tem lugar pra ficar?Felix pergunta a Cateline que dava um gole na bebida, a jovem acaba se assustando com a proximidade do homem, derramando um pouco em seu vestido branco, seu busto ficou molhado e sua roupa manchada.Cateline tentava passar a mão na tentativa de limpar, mas sem sucesso, seu vestido era claro, provavelmente a mancha não iria sair, ela se sentiu com raiva por ter sujado a roupa feita por sua irmã com tanto carinho.— Irei ficar no quarto à frente, aqui no fundo da estalagem.Ela falava pegando a chave, e nesse momento o homem se aproximava mais, ficando com seu rosto quase colado no dela.Félix ao olhar para Cateline tentava se controlar, parecia que a mulher ali o fazia perder a cabeça, o homem tinha medo de a agarrar naquele momento, ele não entendia o porquê disso, era como se os lábios dela o atraíssem e seu corpo o chamasse.Cateline ficava paralisada sem entender, porém, ela sente algo da mesma forma, ele era um completo desconhecido mas não passava nenh
— Estou te… Tocando, nunca fez isso?Felix parou de imediato de tocar a mulher… Cateline negou com a cabeça com mais vergonha ainda.O homem então, se sentou na cama, com receio de continuar, ela era pura, uma parte dele não queria tirar isso dela, mas ele estava duro por aquela mulher, ele a queria intensamente.— Nunca me toquei, eu sou…Virgem. Eu não entendo essas coisas.Cateline dissera com receio de olhar nos olhos do homem, mas ela sentiu as mãos dele segurar seu rosto, para que ela lhe olhasse nos olhos, ele sorriu para ela, dizendo devagar.— Não fique com vergonha.Félix conversa olhando de forma meiga para a mulher à sua frente.— Olha, eu te desejo muito, mas se não quiser que…façamos algo, eu saio agora.Cateline não sabia o que responder, mas não queria que o homem fosse embora, ela também o desejava, ela o queria mais que tudo naquele momento, ninguém além deles saberia sobre aquela noite de qualquer forma, sentindo as mãos quentes do homem ali, Cateline sorriu para ele
— Cate?! Já acordou?Era Lucinda, animada e energética como sempre, batendo fortemente a porta como se pretendesse abri-la à força.— Estou indo! Apenas pare de bater ou a porta irá cair!Cateline grita para sua irmã que para imediatamente de bater, após alguns segundos Cate permite a entrada de sua irmã, ao abrir a porta Lucinda franze as sobrancelhas ao ver o estado que encontrava a cama e sua irmã.— Cateline? o que aconteceu? Por acaso dormiu com algum animal?Diz Lucinda, indo saltitante até a cama, se sentando ao lado de sua irmã, que segurava a cabeça, seus cabelos estavam desleixado.— O que tinha naquele vinho?Pergunta Cateline, se virando para sua irmã, seu rosto estava vermelho, ela ainda sentia o efeito em seu corpo, talvez por isso o desejo por aquele homem misterioso não tinha passado.Lucinda começa a gargalhar alto se levantando, ela vê uma das garrafas ao chão vazia e logo pensa que havia entendido a situação.— Então foi isso! você bebeu tudo e ficou louca no quart
Tribo FireFélix havia sido aprisionado pelos filhos do Lorde Sírio, o senhor de Aftermoom, Joaquim e Helton Brown são seus nomes.Os Lordes trabalham para o rei Isau, o todo poderoso que governa diversas áreas ao redor dos reinos, ele sempre manda suas tropas de soldados e os filhos dos Lorde para as batalhas, o Rei insiste que as bestas viventes dos reinos vizinhos querem destruir tudo, com isso ele ordenou que os Lordes dessem investidas aos reinos do Norte para buscar e aniquilar qualquer ser que não fosse humano… Uma das feras capturadas foi o lobo Félix que vem de uma alcateia muita antiga, muito antes dos humanos pisarem ali os lobos caminhavam sobre aquelas terras.A terra natal de Félix e um reino distante de Aftermoon, foram dias de viagem a cavalo para ele ser transportado para as terras do Lorde Sirio após ser capturado, mas por sorte ao chegar no castelo de seus inimigos Félix conseguiu fugir, correndo para a floresta próxima, nesse mesmo dia ele teve relação com uma huma
Família Forth.Após retornar para casa, Martin não deixava as irmãs em paz, o garoto ficava em volta das jovens fazendo diversas perguntas e lhes tirando a paciência querendo saber sobre presentes.Lucinda estava estressada, infelizmente a festa da noite anterior não havia sido como ela queria, ela nem mesmo conseguiu cortejar o filho do Lorde, ele parecia desinteressado e isso a magoou completamente.Naquele momento tudo que ela queria era costurar um vestido mais lindo que o anterior, com esperanças de finalmente chamar a atenção do homem.— Martin…por favor, não fique atrapalhando…eu tenho coisas a fazer!Lucinda diz já sem paciência para o pequeno garoto, que entristece com sua resposta e logo sai dali, indo para dentro de sua casa.— Se acalme Luci… o garoto só está com saudades..Cateline fala na tentativa de amenizar aquele clima, Lucinda parecia mais calma antes de sair do povoado, foi só chegar em “casa” que ela enraiveceu, Luci odiava morar no meio da floresta, ela sempre pr
Família Forth...Após receberem a carta do Lorde Sírio, Lucinda age como se houvesse um milagre acontecendo.Todos voltam para dentro de casa, sem acreditar ainda.Milenna, mãe das garotas, sem saber o que fazer pensa em ir ao povoado para ver o que realmente está acontecendo, talvez conseguisse saber se outras garotas haviam recebido aquela carta.Ela estava muito feliz pelas garotas, porém um pouco preocupada.Cateline, não estava animada como sua irmã, há ideia de se casar com alguém apenas para ter filhos não a agradava, não haveria amor em seu casamento e teriam muitas outras mulheres envolvidas pois era comum que os lordes tivessem uma única esposa Real, e várias concubinas.Os filhos do Lorde Sirio ainda não haviam se casado, eles estavam em busca de uma esposa oficial também, Lucinda estava de olho em Helton a muito tempo, ele era o filho mais velho do Lorde e também o próximo a suceder o reino.— Não acredito! Eu fui convidada para ir até o palácio! Finalmente poderei sair da
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