Cateline suspirava fundo, tentando manter a calma, tudo que ela queria era voltar logo para casa.
Enquanto organizava alguns cestos a jovem ouviu um grupo de homens saindo de uma taberna que ficava próxima ali, ela ouve eles falando algo sobre um refém, mas não dá muita bola, a barraca que montou com sua irmã estava lotada de clientes e ela não estava conseguindo prestar muita atenção a sua volta.
Após alguns minutos, sua irmã volta, ela traz duas garrafas de vinho cheias.
— Onde você conseguiu essas bebidas?
Cateline olha abismada, sua irmã já parecia ter bebido um pouco, Lucinda estava muito pra baixo, parecia desanimada com algo.
— Ele não quis falar comigo….
Dizia Lucinda abraçando as duas garrafas, enquanto segurava o choro.
— Quem Luci?
Cateline perguntou preocupada.
— O filho mais velho do Lorde…
Lucinda senta na cadeira que haviam colocado atrás da barraca e se debruça sobre a mesa improvisada.
— Ele acabou de chegar de uma guerra, tenho certeza que deve ter muitas questões a resolver.
Falava Cateline voltando a seriedade após ver que sua irmã já estava bêbada falando coisas sem sentido.
— Mas… mas ele estava tão próximo de mim, ele nem me olhou, sabe? Eu estou tão bonita, Cate, me arrumei toda…
Dizia Lucinda virando a garrafa para dar mais alguns goles, a jovem parecia bem triste pelo ocorrido.
Rapidamente Cateline pega as bebidas vendo que sua irmã já estava no limite.
— Olha, acho que você pode ir descansar, eu cuido das coisas aqui, estou quase acabando de vender mesmo.
Cateline levantava Lucinda a segurando pelo braço.
— Vou ficar olhando daqui, a estalagem é logo a frente, entre pela porta principal e fale com dona Ellen que você precisa ir deitar, aqui está sua chave.
Dizia Cateline dando alguns passos com Lucinda que sem falar nada vai andando até o local.
Cateline ficava olhando de longe, vendo a irmã entrar na estalagem, após alguns minutos dona Elen sai com Lucinda para a levar ao quarto que fica na parte de trás do comércio.
Após ver que ela estava segura, conseguiu relaxar um pouco.
Faltavam apenas alguns itens para vender, doces, conservas e um resto do pão.
Cateline olhava para as garrafas de vinho, pareciam boas e a cada momento que ela olhava, mais deliciosas elas aparentavam.
Depois de alguns segundos de hesitação, ela cede e dá alguns goles.
No primeiro momento, o gosto não estava tão bom como ela imaginou, mas após beber um pouco parecia melhorar.
Cateline vendia alguns potes, e bebia um pouco, vendia novamente alguns pães e tornava a beber, quando ela percebeu, já havia tomado uma garrafa inteira, seu corpo estava esquentando ao ponto dela se perguntar se tirava a capa ou não.
Cateline decide ir a carroça que estava em um estábulo perto da estalagem, ela caminhava vagarosamente para não cambalear, a jovem olhava dentro da carroça e já não havia mais mercadorias, ela suspirava aliviada e voltava para a barraca, sons de estalos de galhos quebrando vem de alguns dos arbustos da floresta, estava muito escuro e o barulho havia sido baixo, Cate decide ignorar achando que poderia ser só algum gato ou animal dos moradores, ela vai até a barraca e organiza suas coisas para poder se retirar.
Ainda estava um pouco cedo, mas após beber seu corpo pareceu ficar sonolento.
Cateline pega a segunda garrafa e decide beber só um pouquinho mais, parecia um desperdício deixar aquela garrafa de lado.
Bebendo o vinho após organizar todas suas coisas, ela anda até a estalagem, ainda há muitas pessoas festejando nas ruas, então está tudo muito barulhento, ela decide ir direto ao quarto.
Seu corpo esquenta mais com a segunda garrafa, Cateline já não suportava mais aquela capa velha cobrindo todo seu corpo, estava a sufocando, a jovem olha ao redor e tudo que havia ali na parte detrás da estalagem era a floresta, não havia ninguém por perto, ela decide tirar a capa e aquilo foi um alívio, finalmente Cate pode sentir a brisa batendo em seu corpo e a refrescando.
No momento em que ela para e tira a capa, a jovem ouve o barulho novamente entre as árvores e os arbustos.
Sem entender, ela se aproxima um pouco, andando vagarosamente, está muito escuro e o álcool não colabora com sua visão.
Cateline vê algo parecido com uma silhueta, alguém muito alto.
Ela força a visão, mas não conseguiu enxergar no meio a escuridão.
— Olá?...
Cateline perguntava bem baixinho como se não quisesse ser respondida.
Mas aquela enorme silhueta se aproxima, saindo daquele breu.
Era um homem forte e muito alto, ele tinha o cabelo um pouco longo que batia em seus ombros e estavam bem bagunçados, sua pele era clara, Cate não conseguia ver direito mas ela tinha certeza que aquele homem não era dali, ela reparava em suas vestes e as características que pareciam ser de um estrangeiro, ele estava meio sujo e parecia machucado, será que ele havia caído de um cavalo ou algo assim?
Cateline nunca havia visto alguém como ele, com certeza devia ser um estrangeiro que veio por conta da festa, muitos aliados estavam se reunindo para comemorar.
Ele ficou parado olhando fixamente para ela, sem nem mesmo piscar.
Cateline ficou um pouco envergonhada, tentando cobrir os seios com as mãos, as partes a mostra de seu corpo com a capa.
Ele se aproxima vagarosamente, parecia mancar.
Cateline então consegue ver com mais clareza, ele está ferido, com marcas de cortes em seu corpo como também algumas cordas amarradas que pareciam ter sido arrebentadas.
Sua vergonha some na hora que vê os ferimentos do homem, ela anda cambaleando até ele, que permanece calado, apenas olhando fixamente para ela.
Cateline tem dificuldades para ficar em pé, e se segura no homem, ele era muito grande, mesmo para Cateline que era uma moça alta.
Ela segura na camisa do homem, e usa a capa para cobri-lo, os cortes pareciam dolorosos e Cateline queria ajudar.
— Você está bem?
Ela fala com a voz embargada, porém com um tom preocupado.
Cateline não entende o porquê, mas olhando para o homem ela se sente atraída de alguma forma, como se já se conhecessem a muito tempo, e uma sensação estranha que Cate não consegue descrever.
Mesmo ferido ele parecia bem, pelo menos era isso que ele passava imovel a frente da jovem.
— Qual o seu nome?
O homem perguntou, sua voz era forte e sem hesitação.
— C-Cateline… e o seu?
Cateline responde devagar, seu corpo já não respondia tão bem a sua mente por conta do álcool.
Os corpos dos dois estavam muito próximos, Cateline ao perceber se afasta um pouco timidamente.
— Me chamo Felix.
Após dizer seu nome ele permanece calado, apenas observando Cateline, que volta a se sentir envergonhada quando ele foca em seus seios.
De alguma forma, ela consegue sentir algo vindo dele, como se a atraísse, seu corpo esquenta cada vez mais.
Cateline lembrou que havia deixado a garrafa no chão quando foi levar a capa a Félix, e vai até ela para beber mais um pouco, a jovem não sabia como reagir àquela situação.
Quando ela vai dar um gole, é surpreendida pelo homem, que chegou rapidamente ao seu lado, sem que ela percebesse, ele havia ficado parado logo atrás, não tinha como ele simplesmente ter aparecido do nada daquela forma.
— Você tem lugar pra ficar?Felix pergunta a Cateline que dava um gole na bebida, a jovem acaba se assustando com a proximidade do homem, derramando um pouco em seu vestido branco, seu busto ficou molhado e sua roupa manchada.Cateline tentava passar a mão na tentativa de limpar, mas sem sucesso, seu vestido era claro, provavelmente a mancha não iria sair, ela se sentiu com raiva por ter sujado a roupa feita por sua irmã com tanto carinho.— Irei ficar no quarto à frente, aqui no fundo da estalagem.Ela falava pegando a chave, e nesse momento o homem se aproximava mais, ficando com seu rosto quase colado no dela.Félix ao olhar para Cateline tentava se controlar, parecia que a mulher ali o fazia perder a cabeça, o homem tinha medo de a agarrar naquele momento, ele não entendia o porquê disso, era como se os lábios dela o atraíssem e seu corpo o chamasse.Cateline ficava paralisada sem entender, porém, ela sente algo da mesma forma, ele era um completo desconhecido mas não passava nenh
— Estou te… Tocando, nunca fez isso?Felix parou de imediato de tocar a mulher… Cateline negou com a cabeça com mais vergonha ainda.O homem então, se sentou na cama, com receio de continuar, ela era pura, uma parte dele não queria tirar isso dela, mas ele estava duro por aquela mulher, ele a queria intensamente.— Nunca me toquei, eu sou…Virgem. Eu não entendo essas coisas.Cateline dissera com receio de olhar nos olhos do homem, mas ela sentiu as mãos dele segurar seu rosto, para que ela lhe olhasse nos olhos, ele sorriu para ela, dizendo devagar.— Não fique com vergonha.Félix conversa olhando de forma meiga para a mulher à sua frente.— Olha, eu te desejo muito, mas se não quiser que…façamos algo, eu saio agora.Cateline não sabia o que responder, mas não queria que o homem fosse embora, ela também o desejava, ela o queria mais que tudo naquele momento, ninguém além deles saberia sobre aquela noite de qualquer forma, sentindo as mãos quentes do homem ali, Cateline sorriu para ele
— Cate?! Já acordou?Era Lucinda, animada e energética como sempre, batendo fortemente a porta como se pretendesse abri-la à força.— Estou indo! Apenas pare de bater ou a porta irá cair!Cateline grita para sua irmã que para imediatamente de bater, após alguns segundos Cate permite a entrada de sua irmã, ao abrir a porta Lucinda franze as sobrancelhas ao ver o estado que encontrava a cama e sua irmã.— Cateline? o que aconteceu? Por acaso dormiu com algum animal?Diz Lucinda, indo saltitante até a cama, se sentando ao lado de sua irmã, que segurava a cabeça, seus cabelos estavam desleixado.— O que tinha naquele vinho?Pergunta Cateline, se virando para sua irmã, seu rosto estava vermelho, ela ainda sentia o efeito em seu corpo, talvez por isso o desejo por aquele homem misterioso não tinha passado.Lucinda começa a gargalhar alto se levantando, ela vê uma das garrafas ao chão vazia e logo pensa que havia entendido a situação.— Então foi isso! você bebeu tudo e ficou louca no quart
Tribo FireFélix havia sido aprisionado pelos filhos do Lorde Sírio, o senhor de Aftermoom, Joaquim e Helton Brown são seus nomes.Os Lordes trabalham para o rei Isau, o todo poderoso que governa diversas áreas ao redor dos reinos, ele sempre manda suas tropas de soldados e os filhos dos Lorde para as batalhas, o Rei insiste que as bestas viventes dos reinos vizinhos querem destruir tudo, com isso ele ordenou que os Lordes dessem investidas aos reinos do Norte para buscar e aniquilar qualquer ser que não fosse humano… Uma das feras capturadas foi o lobo Félix que vem de uma alcateia muita antiga, muito antes dos humanos pisarem ali os lobos caminhavam sobre aquelas terras.A terra natal de Félix e um reino distante de Aftermoon, foram dias de viagem a cavalo para ele ser transportado para as terras do Lorde Sirio após ser capturado, mas por sorte ao chegar no castelo de seus inimigos Félix conseguiu fugir, correndo para a floresta próxima, nesse mesmo dia ele teve relação com uma huma
Família Forth.Após retornar para casa, Martin não deixava as irmãs em paz, o garoto ficava em volta das jovens fazendo diversas perguntas e lhes tirando a paciência querendo saber sobre presentes.Lucinda estava estressada, infelizmente a festa da noite anterior não havia sido como ela queria, ela nem mesmo conseguiu cortejar o filho do Lorde, ele parecia desinteressado e isso a magoou completamente.Naquele momento tudo que ela queria era costurar um vestido mais lindo que o anterior, com esperanças de finalmente chamar a atenção do homem.— Martin…por favor, não fique atrapalhando…eu tenho coisas a fazer!Lucinda diz já sem paciência para o pequeno garoto, que entristece com sua resposta e logo sai dali, indo para dentro de sua casa.— Se acalme Luci… o garoto só está com saudades..Cateline fala na tentativa de amenizar aquele clima, Lucinda parecia mais calma antes de sair do povoado, foi só chegar em “casa” que ela enraiveceu, Luci odiava morar no meio da floresta, ela sempre pr
Família Forth...Após receberem a carta do Lorde Sírio, Lucinda age como se houvesse um milagre acontecendo.Todos voltam para dentro de casa, sem acreditar ainda.Milenna, mãe das garotas, sem saber o que fazer pensa em ir ao povoado para ver o que realmente está acontecendo, talvez conseguisse saber se outras garotas haviam recebido aquela carta.Ela estava muito feliz pelas garotas, porém um pouco preocupada.Cateline, não estava animada como sua irmã, há ideia de se casar com alguém apenas para ter filhos não a agradava, não haveria amor em seu casamento e teriam muitas outras mulheres envolvidas pois era comum que os lordes tivessem uma única esposa Real, e várias concubinas.Os filhos do Lorde Sirio ainda não haviam se casado, eles estavam em busca de uma esposa oficial também, Lucinda estava de olho em Helton a muito tempo, ele era o filho mais velho do Lorde e também o próximo a suceder o reino.— Não acredito! Eu fui convidada para ir até o palácio! Finalmente poderei sair da
Tribo Fire..Mais tarde, após Félix ter descansado um pouco e ter tomado um bom banho com ervas para ajudar com alguns ferimentos que ainda não cicatrizaram devido a pedra Ônix, o homem de cabelos longos decide ir se juntar ao seu pai na reunião que está prestes a começar…O lobo anda lentamente olhando para os lados, os criados do castelo andam apressados, pelo ao ver de Félix parecem ansiosos por algo.O homem ignora isso por um breve momento e segue pelo corredor até a sala de reuniões.Ao passar por vários corredores, Félix vira a direita e olha de relance para a porta que está encostada, ele respira profundamente e abre a porta entrando no local, ao olhar ao redor ele vê todos da alcateia, alguns de seus amigos e colegas e seu pai que já o observa de longe, o filho assente a cabeça para o pai e se senta no seu lugar, uma cadeira bem próxima ao Alfa.A reunião começa…— Todos devem saber, que o Lorde Sírio, aquele descarado, quer todos nós mortos, e tentou sequestrar, torturar e a
Família ForthApós algumas horas aguardando sua irmã Lucinda chegar, Cateline acorda assustada com o barulho da porta de seu quarto abrindo.Eram Lucinda e Zebeu, eles pareciam cansados da rápida viagem que tiveram que fazer repentinamente.— Graças a Deus você está bem! Fiquei preocupada o caminho todo!Sua irmã se aproxima, colocando a mão em sua testa verificando sua temperatura.Cateline ainda estava um pouco quente, mesmo após se recuperar um pouco.Zebeu, era um senhor já de idade, usava uma longa vestimenta que representava seu status dentro do templo, ele era um curandeiro religioso, sempre era chamado para fazer cirurgias e receitar remédios, por isso era complicado achá-lo na maioria das vezes pela alta procura que tinha por seus trabalhos.Ele carregava consigo uma bolsa onde trazia remédios e utensílios para fazer exames e cirurgias, assim como alguns instrumentos "mágicos" pelo menos era isso que todos pensavam.Zebeu se aproxima de Cateline que estava deitada e puxa uma