Diana LizanoEntrevistei todas as moças e somente uma me agradou. O problema era que a garota que escolhi era a única que não tinha nenhuma experiência como cuidadora, contudo se mostrou muito disposta, comprometida e paciente._ Será apenas um período de experiência. Se conseguir demonstrar uma boa eficiência em seu trabalho, nona se encarregará de contratá-la._ Sim senhora e quando eu posso começar?_ Amanhã mesmo. Sua primeira missão será conquistar a confiança de Giorgina._ Certo._ Como não tem experiência e não estarei aqui para orientá-la, preste bastante atenção para não cometer erros. Giorgina é uma adolescente e assim que você tiver a confiança dela, irá trata-la como uma amiga próxima, então tenha muito cuidado com o que dirá a ela. Não deve encorajá-la, ou acovarda-la, tão pouco aconselhá-la. Sua função será lhe fazer companhia, ouvi-la, passear com ela, estar junto, ajudá-la a interagir com outras crianças e acompanha-la nas consultas com o psicólogo. Não quero que inte
Diana LizanoSentei naquela poltrona com minhas pernas bambas e minhas mãos geladas. Não tinha tido grandes problemas com enjoos, contudo parecia ter uma bola de chumbo esquecida em estômago. A sensação era estranha, dolorosa e sufocante. Eu não sabia como colocar para fora a minha indignação.Cesar Lizano tinha destruído a vida de Angelina e agora destruiria a minha. Cobri o rosto e segurei o choro. Eu odiava chorar. Chorar não resolvia nada, mas lá estava eu novamente mergulhada na minha insignificância, chorando como uma pobre coitada que não tinha aprendido nada com a vida. Trinta anos nas costas e um diploma que me levou do nada a lugar nenhum.Por mais que eu trabalhasse e me dedicasse, eu ainda estava longe de ter minha independência financeira, o que significava que eu precisaria trabalhar se quisesse pagar as minhas contas, manter minhas despesas e ajudar Angelina com as suas, que por sinal, não eram baixas.Eu tinha um apartamento e um bom carro, ambos financiados. O carro,
Fui descartada como um objeto sem valor, mas o pior foi a sensação de injustiça. Eu tinha feito cinco anos de residência naquele hospital, somado a mais três anos de trabalho árduo, para agora receber um “sinto muito”.Sai daquela sala de cabeça erguida, mas só eu sabia como estava meu coração. Aquele não era o único hospital da cidade em que poderia conseguir emprego. Era horrível e humilhante ser tirada do meu local de trabalho daquela forma, mas não seria isso que iria me derrubar.Liguei para um outro colega que já tinha me convidado para trabalhar com sua equipe. Agora seria a hora de recomeçar._ A vaga que tínhamos já foi ocupada – Ele respondeu assim que falei sobre o meu interesse._ E quem está ocupando a vaga? – Perguntei sem conseguir acreditar que aquilo realmente estava acontecendo._ Desculpa Diana – Ele pediu permanecendo um silêncio constrangedor._ Tudo bem – Falei sem saber com precisão o que aquele “desculpa Diana” realmente significava, contudo não era difícil con
Luigi RomanoParo diante da porta do escritório de Matteo. Estou fervendo de raiva. Não consigo aceitar que Diana foi embora. Não posso acreditar que quando finalmente achei que estávamos nos entendendo, ela simplesmente pegou um carro e foi embora. Não. Tem que ter uma explicação lógica pra isso. Essa casa deve ser amaldiçoada. O problema deve estar aqui. Isso não tem como ser normal.Meu telefone volta a tocar e a vontade que tenho e de o arremessar contra a parede com força suficiente para que não se salve nada, mas em vez disso, entro no escritório sem me dar ao trabalho de disfarçar meu mau-humor._ Que bom que chegou – Matteo fala com notável alívio. Isabela se levanta, mas seu pai ergue a mão, exigindo que continue sentada no lugar em que estava.Macello e Luciano estavam de pé, ao lado do pai, como dois cães de guarda. Eu os fitei com impaciência, sentindo minha irritação crescer um pouco mais._ Qual é o motivo da reunião de família? – Pergunto olhando para o velho ministro.
Diana LizanoEsperei que Alberto saísse da minha frente, para só então soltar o ar que prendia. Sentada naquele sofá, eu me senti um lixo. Minha boca, meu corpo, era como se eu estivesse recoberta de merda.Meu deus! Eu nunca me perdoaria por ter me relacionado com aquele verme por quase oito anos da minha vida. Por ter sido sua. Meu queixo tremia, meu corpo se contorcia, meu estômago revirava._ Diana – Angelina apareceu na minha frente e sua presença me encheu de nojo. Eu levantei e ela veio em minha direção._ Querida, nós daremos um jeito nisso. Seu pai… - Ela tentou tocar o meu braço e eu me afastei enojada.Atravessei a sala em direção a toca do verme desgraçado que tinha acabado com a minha vida e o encontrei sentado na frente de seu computador de mesa. Eu caminhei até ele sem conseguir usar a boca para falar, tamanha a raiva que sentia. Peguei seu computador e o joguei no chão com toda a minha força. Ele pulou da cadeira para longe e eu peguei seu notebook e o joguei contra a
Luigi RomanoEntro naquela sala de jantar e não acredito no que vejo. O capanga que tinha deixado de olho em Diana garantiu que aquela era a casa de Alberto Burk, mas eu não podia acreditar. Qual era o maldito problema daquela mulher? Como, inferno, ela podia estar de pé ao lado daquele trapo? Eu via, mas não cria._ Será que estou perdendo alguma coisa aqui? – Pergunto ao ver o filha da puta mostrar um anel de noivado.A cena me causa tanta raiva que meus músculos parecem estar pinicando. Raiva do que vejo, raiva do desgraçado e ainda mais raiva dela. Já vi muita gente fazendo merda, mas Diana realmente me surpreende com suas atitudes desequilibradas. O que diabos ela tem na porra da cabeça?Todos na mesa me olham como se eu fosse uma aberração, quando a esquisitice está toda na palhaçada que estou presenciando._ Desculpe senhora – Uma das empregadas apareceu ao meu lado apressada – Falei que precisaria esperar para ser anunciado, mas ele entrou sem o meu consentimento._ Não há nec
Luigi RomanoEntreguei as chaves do carro de Diana para um dos meus homens e eles se encarregaram de levar os pais dela. A sogrinha me lançou um olhar duro, mas entrou no carro calada. Percebi que o pai de Diana não tirava os olhos de Alberto. Eu não sabia o que estava rolando, mas era evidente que ali tinha coisa.Abri a porta do carro e Diana entrou ainda em silêncio. Ela não tinha me dirigido a palavra desde que atrapalhei o jantarzinho de merda. Dei partida no carro e acelerei em marcha ré, dando um giro que fez os pneus cantarem. Matteo e Fabrizio, nos seguiram em outro carro._ Dá pra dirigir com decência? – Ela fala já a mostrando suas garrinhas._ Decência seria você contar o que diabos estava fazendo aqui. Não me diga que sentiu falta de uns tapas?_ Você me respeita – Ela bufa – O que eu faço ou deixo de fazer da minha vida, não é da sua conta – Ela fala como se quisesse me esganar._ Está enganada amore mio – Puxo o porta luvas do carro e jogo a bolsa de documentos no colo
Luigi é louco. Ele aparece do nada dentro da casa de Alberto, se senta à mesa e joga água em todos os meus planos. Como se isso fosse pouco, entra no meu apartamento, rouba minha certidão de nascimento, documentos originais e agora diz que sou sua esposa, se comportando como meu dono.Ainda estou tentando digerir o que está acontecendo e percebo que meu celular está tocando. Angelina já está ligando pela quinta vez. Ela está mais louca do que eu._ Quem é esse sujeito? Esses caras são bandidos. Eles usam armas e estão vigiando a nossa casa. Como teve coragem de se meter com esse tipo de gente?_ Por favor, fique calma, vá descansar. Amanhã cedo eu vou resolver isso – Tento acalmá-la e vejo duas viaturas da polícia parar no estacionamento do prédio._ O que é isso? A polícia já chegou aí? – Angelina pergunta ao ouvir o barulho das sirenes._ Eu não acredito que a senhora chamou a polícia! – Digo pasma._ Esses caras são bandidos Diana – Ela fala em seu tom histérico – Deixe que polícia