Luigi RomanoLembro que eu costumava jogar quebra-cabeça com Matteo quando éramos crianças. Jogávamos as peças soltas sobre a mesa e passávamos um minuto olhando pra elas sem poder tocar, depois o jogo começava e ganhava quem acabasse primeiro. Eu continuo conversando com meu sogro, enquanto meu cérebro está juntando peças.Eu não sou do tipo pessimista, nem gosto de cultivar possibilidades que me desagradam, mas estou realmente incomodado com as merdas que minha cabeça está desenhando.Diana namorou esse homem por oito anos, mas não tem muito tempo que ela terminou com ele, o que me faz chegar a conclusão de que se ele vinha emprestando dinheiro para o velho, era porque já queria garantir esse casamento desde sempre. Dinheiro não é algo que se dá ou se empresta sem se esperar algo em troca.Observo os depósitos recebidos nos últimos três meses e esses se somam quase quinhentos milhões. Não se trata mais de simples empréstimos de cinquenta mil, como eram antes. Alberto não emprestou m
Luigi RomanoDiana estava arrumando suas coisas enquanto eu descia para o carro com parte delas. Para minha surpresa, ela tinha dito que não comunicaria aos pais sua partida até que tivéssemos em Bellano.Por que estava fazendo isso eu não sabia, mas como o assunto me beneficiava, não seria eu quem a incentivaria a fazer o contrário._ Nona gosta de plantas? – Ela pergunta olhando para uns vasinhos de plantas atrofiadas._ Não – Nego prontamente, não vou levar vaso cheios de terra dentro do meu carro. Eu amava demais a minha Lamborghini pra isso e aqueles vasinhos de lama não preenchiam os critérios de acesso._ Desça eles. Eu vou leva-los – Ela dita a ordem sem esperar ser contestada. Não gosto de mulheres mandonas, mas o tom de voz dela é sempre assim, autoritário. Eu preciso resolver isso ou Fabrizio vai infernizar a minha vida._ Nona não gosta dessas coisas _ Insisto já pensando em como eu poderia me virar com aquilo._ Eu vou levar assim mesmo. Essas plantas são medicinais, são
Diana RomanoLuigi estava nervoso, como eu nunca o tinha visto antes. Ele nem mesmo me consultou a respeito de levar meus pais para a mansão Romano, o que só podia significar que a situação era ainda mais tensa do que demonstrava.Ele me entregou as chaves de seu carro e também a sua arma. Não foi fácil ver ele me dando tudo e ficando praticamente sem nada, mas Luigi era acostumado com aquela vida, certamente saberia se proteger melhor do que eu, mesmo estando sem armas.Peguei sua arma e prestei atenção em tudo o que me disse. Alberto era um psicopata, quem sabe o que tinha acontecido. Depois da surra que levei, eu não duvido de seja capaz de qualquer coisa. Talvez tivesse tentado contratar o serviço de alguns capangas para fazerem algo contra meus pais e a informação chegou aos ouvidos de Luigi.A verdade era que eu estava nervosa e muito assustada, mas mesmo assim, tinha quase certeza de que meu palpite sobre o que estava acontecendo, estava certo, pois não via outra explicação par
Luigi RomanoA cirurgia de Matteo não durou muito. Para nossa sorte, o tiro tinha sido de uma arma pequena. O médico informou que ele precisaria de duas bolsas de sangue, mas liguei para o dr. Nakano e exigi que ele tomasse a frente da situação.Os malditos médicos do lugar começaram a dificultar as coisas. Era sempre assim quando não se estava em seu país. Matteo estava pálido como uma folha de papel, recebendo apenas soro aquecido._ Esses filhas da puta são mesmo um saco! – Bufei inconformado. No nosso meio, só podíamos receber bolsas de sangue em último caso, para não corrermos o risco de desenvolver incompatibilidade sanguínea em algum momento._ O que vai fazer? – Fabrizio pergunta de pé ao meu lado, junto com outros dois seguranças que aguardavam por ordens._ Vamos cair fora dessa porcaria.Mandei meus homens prepararem o transporte. Em meia hora, uma UTI aérea já tinha sido providenciada. Apesar de pálido, Matteo já estava consciente, o que era mais do que bom no meus parâmet
Luigi Romano_ Eu não quero saber o que vai fazer. Se vira – Matteo repuxa o canto da boca em uma careta, me fazendo lembrar de seu estado debilitado._ Veja bem Matteo – Olho para o meu irmão, me deparando com sua carranca armada._ Se vira. Aquele anel tem dona e não é a sua esposa – Ele rosna caminhando para dentro da residência com o apoio de Fabrizio.“Merda!”Passo a mão nos cabelos. Como é que Diana achou aquela porcaria. Abro a porta do carro para verificar a situação de seu interior e vejo o celular dela jogado no banco. Como pode ser tão espertinha? O anel ela enfiou no dedo, o celular deixou jogado. Qual é a lógica disso?Pego o celular dela e fecho a porta do carro._ Droga! – Eu só não chuto o carro porque Diana já tinha causado danos suficientes.Eu tinham vários carros na garagem. Modelos bem mais caros e exclusivos, mas aquela Lamborghini fazia parte de quem eu era. Ela tinha sido montada por mim quando ainda era moleque. Minha nossa! Eu deveria ter explicado melhor pa
Luigi RomanoDroga! Volto para o quarto com uma pulga atrás da orelha. Ela não deve ter engolido o fato de Isabela está lá embaixo berrando que está esperando um filho meu. Mas se ela tivesse mesmo com raiva não teria pagado um oral gostoso daquele pra mim, teria? Sinceramente não sei a resposta.Bom, se for me matar, eu tô ferrado. Não é como se eu pudesse fugir. Que bosta de marido eu seria se a mulher me manda esperar ela na cama e eu saio correndo com medo dela arrancar o meu pau?Ela não demora muito e sai do banheiro com o corpo coberto por um hobby preto. Os cabelos presos em um coque. Parece bem séria como sempre, mas está usando um perfume que me alcança mesmo de longe, cítrico com notas sutilmente adocicadas. Eu a olho da cama, enquanto ela atravessa o quarto e termina de fechar as cortinas.Diana está misteriosa e eu estou começando a gostar disso. Parece que minha esposa é mais safadinha do que imaginei e só de pensar sobre isso meu pau volta a se animar._ Eu vou pedir pa
Diana RomanoAcordo no dia seguinte com o celular de Luigi tocando. Ele pega o aparelho e responde com a voz rouca e baixa, provavelmente para não me acordar, mas acordo, pois tenho o sono bem leve.Ele desliga o telefone e me ajeita na cama com cuidado, acariciando meus cabelos. Estou tão preguiçosa que não tenho nenhuma vontade de soltá-lo._ Você tem mesmo que ir? – Pergunto querendo que ele continue na cama._ Tenho. Ontem Matteo se machucou e hoje terei que resolver alguns assuntos no lugar dele – Ele passa a mão no meu rosto, ajeitando meus cabelos, em seguida beija minha cabeça.Não queria deixa-lo ir e manifesto isso com um resmungo._ Você está bem? – Ele pergunta e eu percebo que está preocupado pela noite anterior. Talvez eu tenha mesmo extrapolado. Talvez...Em resposta a pergunta dele, enfio a mão por baixo do cobertor o massageando. Ele geme quase um grunhido e fecha os olhos. Isso é sexy. Ele é muito sexy.Eu já tinha ouvido falar que a mulher aos trinta anos se tornava
Diana Romano_ Arrume suas coisas – Angelina falou assim que entrei no escritório, onde estava me aguardando junto com Cesar - Eu não vou permitir que estrague sua vida nesse lugar._ A senhora não tem que permitir nada – Respondi em um tom firme – Essa agora é minha casa e eu não vou a lugar nenhum._ Por acaso bateu a cabeça na parede? Como pode cogitar permanecer em um lugar como esse?_ Eu não estou cogitando, mãe. Esse lugar agora é a minha casa._ Isso nunca será a sua casa, não enquanto eu estiver aqui para te impedir de fazer besteiras._ Diga o que quiser, eu não vou embora. Se a senhora não estiver se sentindo confortável aqui, eu posso providenciar seu retorno para sua casa. Claro que por sua conta e risco, afinal, Luigi trouxe vocês dois para cá para protege-los de Alberto._ Proteger? – Ela ergue as sobrancelhas com descaso – Não seja ridícula – O bandido aqui é seu marido. Ele mesmo disse e isso e não demonstrou nenhum constrangimento em fazê-lo._ Então acha certo o que