Luigi RomanoO que ela fez, não tem perdão. A arrogante pensa que meu filho é algum vestido que pode escolher se vai vestir ou não? Vicenzo pode não ter nascido ainda, mas o papai está aqui para garantir os seus direitos.Eu mesmo me encarregarei de deixar as coisas bem claras pra ela. Não quer ser mãe. Não seja. Não preciso dela pra criar meu filho. Mas ela vai ter essa criança, nem que eu tenha que virar seu cão de guarda.Ela anda no quarto perdida dentro da minha camisa, baixinha e gostosa, mas não vale nada. Porque pra mim, uma mulher que mata um ser inocente dentro da barriga é pior do que um criminoso. Essa é uma covardia incomparável, matar um ser que nem mesmo se formou ainda, sem qualquer chance de se defender.Vou para o banheiro e a deixo fazendo seus protestos para as paredes. Ela me xinga e me chama de louco. Vomita suas escroticës sem papas na língua afiada. Minha única preocupação é se isso faz mäl para a criança._ Onde está a chave? – Ela esmurra a porta.Quando perce
Luigi RomanoO celular toca e eu pressiono o botão no volante aceitando a chamada, imaginando se tratar de Matteo. Quando ouvi a voz de Isabela, o corpo logo enrijeceu. Eu tinha dito que jantaria com ela na noite anterior. Passei a mão nos cabelos olhando para o lado e engoli em seco.“Merda!”_ Eu te esperei a noite toda – Ela reclama do outro lado da linha com a voz manhosa, me trazendo de volta._ Tive um imprevisto – Respondo com o corpo tenso. Diana olha pra mim visivelmente interessada na conversa.Diana e eu não tínhamos nada até ontem a noite, mas agora ela está com um filho meu em sua barriga. Não sei exatamente como ficará nossa situação, mas com certeza não posso ficar flertando com outra ao lado dela antes de termos uma conversa e esclarecermos as coisas._ Tô molhadinha Luigi – Isabela fala gemendo do outro lado._ Tudo bem, te ligo assim que puder – Respondo desligando o telefone. Diana está ao meu lado, se ouve a conversa, a situação ficaria estranha.Ela me olha e perc
Diana LizanoEstou de pé na calçada da rua estreita. Bellano é uma cidade turística, com a arquitetura mais voltada para o estilo alemão. As ruas, casa e lojas já estão abarrotadas de enfeites de natal e luzes piscantes. A neve começa a cair e as pessoas andam de um lado para o outro com sorrisos eufóricos. A felicidade no rosto deles é tão linda que me deixa anestesiada. Eu... eu queria tanto, mesmo que por um dia, descobrir como é isso.Não é a primeira vez que me pego parada olhando para os outros. Vendo mães andando de mãos dadas com seus filhos. Irmãos brincando e até brigando. Vendo amigas abracadas cochichando e rindo. Não sei como é isso e nunca vou saber. A única pessoa que tenho semelhante a isso é Marta, mas eu quase não passo tempo com ela por causa do trabalho.Meu peito dói, como se tivesse um buraco dentro dele e meus olhos enchem de lágrimas. Eu tenho pavor dessa data. É a época do ano que mais me machuca, em que mais me sinto sozinha. É como se fosse o momento do ano
Diana LizanoLuigi é louco e a determinação em seu olhar consegue abalar todos os meus nervos. O olhar dele me devora com uma força que faz minhas pernas literalmente fraquejarem._ Luigi – Matteo o chama, me lembrando de que eu preciso respirar._ Depois do almoço vamos conversar – Ele fala antes de ir ao encontro do irmão.Olho para Matteo e seu olhar não é nada caloroso. Imagino que seja por algo que Luigi tenha dito, não sei, mas uma coisa é certa, ele não tem nenhuma empatia por mim e isso me causa uma sensação estranha de desconforto._ A senhora vai nos ajudar a montar a mesa? – Lolita pergunta e eu olho pra ela mais perdida do que tudo. Não sei montar mesas. Na casa de minha mãe são sempre os funcionários quem são os responsáveis por isso._ Como eu posso ajudar? – Pergunto um tanto perdida.A velhinha faz sinal pra que eu a siga, Lolita dá algumas ordens as outras moças e nos segue._ Como ela se chama? – Pergunto a Lolita._ Marietta Romano – Lolita responde e a velhinha faz
Luigi Romano_ Já conversou com ela? – Matteo pergunta assim que entramos no escritório._ Não. Vou fazer isso daqui a pouco. Sampaio deu algum retorno?_ Não e isso está me preocupando._ Você não pode esperar as coisas acontecerem. Vai ter que viajar para Roma ainda hoje e pegar o desgraçadö com a boca na botija._ Eu? – Matteo me olha sério. Ele franze o cenho fechando a cara, apoiado na mesa escura. A mim ele não engana. Conheço meu irmão, cresci junto com ele. Matteo é mole, sempre foi._ Se você não chegar em Roma essa madrugada, você vai perder o domínio que temos lá._ Drug já avisou que se eu pisar lá sou um homem morto. Ele está com sua gangue em peso na cidade e possui o apoio de várias famiglias. Ontem liguei para Vitton, exigi que cuidasse da situação lá e ele fez corpo mole. Sem os Caccini, estaria sozinho em Roma e isso é suicídio._ Se você não pisar lá, é um homem morto de qualquer jeito, ou você acha que se perdermos o domínio de Roma, vai conseguir manter a credibil
Diana LizanoMinhas surpresas não acabam esse dia. A nona levanta e começa a retirar a mesa. Não consigo entender porque está fazendo isso. Uma das copeiras para ao meu lado e espera que eu pegue o prato e o coloque na bandeja que está segurando.Eu nunca fiz isso, nem quando era criança. Lembro que a primeira vez que toquei no prato para ajudar os empregados, ela me repreendeu severamente dizendo que agora eu era sua filha, não a órfã de um orfanato._ O que houve, Diana? – Lolita para ao meu lado e leva a mão ao prato diante de mim._ Não – Eu quase grito. Todos param para nos olhar – Eu faço isso – Digo e uma onda de emoções me atingem. As lágrimas vem e eu não consigo segurá-las. Acho que todos estão vendo, mas ninguém diz nada.Não sei o que está acontecendo comigo. Essa casa é tão estranha e mesmo na ausência de um pai e uma mãe, o que eu sinto aqui, nunca senti em lugar nenhum.Enxugo o rosto e sigo para a cozinha com uma das travessas que estava na mesa. Lolita me segue e depo
Luigi RomanoEncontro uma das funcionárias da casa na sala e pergunto por Diana. Ela me informa que nona a está ensinando a fazer um bolo.Sigo em direção a cozinha, quando sou surpreendido por Isabela. Ela me agarra e impulsiona o corpo nas pontas dos pés, apoiado as mãos em meus ombros, ao mesmo tempo em que alcança a minha boca, em um de seus beijos entusiasmados.Eu a puxo para a primeira sala do corredor, o antigo escritório de Matteo. Não quero que Diana a veja sem que antes tenhamos uma conversa._ Eu deveria estar muito magoada com você, mas você tem sorte. Muita sorte – Ela fala jogando a bolsa no sofá, em seguida me empurrando na poltrona._ Por que? – Pergunto sem o entusiasmo costumeiro. Não é nada divertido pensar que o que tenho para dizer a ela, vai magoá-la._ Por que? Não tem vergonha? Hoje é o aniversário de sua namorada – o orgulho com que enche a boca para dizer isso é como uma punhalada – Como se atreve a fazer essa pergunta? Diz pra mim que está apenas me prepara
Luigi Romano_ A turma quer saber se é pacote completo, ou só confete? – Fabrizio pergunta do outro lado da linha._ Munição pesada._ Você sabe que isso pode acarretar uma guerra?_ Eles também sabiam quando vieram pra cá._ Assim você me deixa louco, Cazzo._ Louco vai ficar amanhã._ Luna e Petta irão cuidar do manejo terrestre. Garantiram que chegarão ao amanhecer do dia._ Perfeito – Luna e Petta são as cabeças de sua casa e nenhum homem canta de galo perto delas._ Os moleques estão com as mãos todas coçando. Fazia tempo que não brincávamos assim – Fabrizio ri chupando o ar. Ele não era louco. Louco era o restante da turma. Os turcos cutucaram o vespeiro errado e logo descobririam isso.Desligo o celular e acelero. O caminho de volta nunca pareceu tão longo. Precisava ver Diana, estar perto dela, com raiva ou não. Lembrei de Dulce dizer que ela tinha feito um bolo pra mim e isso me deixa mäl.Pego o celular para ligar para Matteo, mas os primos não param de ligar. A mobilização