Capítulo 2

Otávio Ferrara

Cheguei em casa e fui direto para o quarto da minha mãe, aqui era o meu refúgio, minha mãe está em coma a 15 anos, e fazem 15 anos que está é minha rotina, venho ver como ela está, e conto sobre o meu dia, meu pai, minha tia Ofélia e até mesmo o meu irmão Otto, perderam a esperança dela acorda, mas tem algo dentro de mim que me fala que ela vai acorda a qualquer momento, depois de falar com ela foi para sala de jantar assim que cheguei, vi que estavam em uma pequena discussão minha avó falava tentando manter a calma.

- A má sorte não existe, se a empresa anda mal, e porque tirando o Otávio, todos são uns imprestáveis, e não porque Plutão está sobre o sol de gêmeos- minha avó falou deixando todos ainda mais nervosos.

- Mamãe a minha astróloga é uma das melhores do país, ela não erra, se ela disse que algo ruim vai acontecer, é porque algo ruim vai acontecer- minha tia falou e minha avó revirou os olhos.

-A mesma que fala que todos os anos você vai se casar, cadê o casamento? - 

Minha avó falou ríspida.

- Vovô deixa, a minha tia, em paz - falei já sabendo para onde iria o rumo dessa conversa

- Sabe Otávio você já está muito velho para me chamar de vovó, não acha? - ela falou se levantando, mas respirou e voltou a sentar. - De agora em diante todos vão me chamar de Olga não quero ouvir mamãe o vovô apenas Olga -ela falou me convidando a sentar ao seu lado.

- Bom já que estamos falando em casamento eu e o Otávio temos uma notícia para dar... - a Sabrina falou, mas logo a interrompi.

- Sabrina não inventa nós não vamos nos casar - falei um pouco alterado eu e a Sabrina estamos em um relacionamento aberto a 3 anos, eu não a amo, mas a minha avó e a Sabrina dizem que amor e invenção dos pobres, não acredito nisto, mas acabei me acomodando nesta relação

- Aí você não aguenta nenhuma brincadeira - a Sabrina falou forçando um sorriso.

- Sabe Sabrina você deveria ir na astrologia da minha tia vai que essa brincadeira virar realidade - o Otto falou com um sorrisinho brincalhão.

- Eu acredito que ninguém aqui deveria estar falando em noivado, casamento afinal, a Sabrina é praticamente filha da Ofélia então vocês são praticamente primos - a minha babá Helena falou.

- Deixa isso bem claro, aqui ninguém é primo de ninguém, Sabrina é minha afilhada, e para mim vocês fazem o par perfeito seria o casamento do século - tia Ofélia fala suspirando toda entusiasmada.

- Só se for do século 14, quando ainda eram feitos casamentos arranjados - minha avó falou calando a todos.

Depois do jantar fui direto para o meu quarto hoje não estava afim de escutar a Sabrina falando, já está na hora de nos casarmos, eu nem sei porque ainda estou namorando com ela, tomei um banho e fui dormir era o melhor que tinha de fazer.

 

Acordei cedo no dia seguinte minha avó havia marcado uma reunião às 8 horas sobre a nova coleção, assim que entrei na sala todos já estavam lá só faltava a toda poderosa Olga Ferrara, ela entrou parecendo um furacão com uma das peças na mão, e parou na frente da sua cadeira na cabeceira da mesa, e o meu pai estava sentado do outro lado.

- Malha Sabrina, malha - ela falou rasgando a peça - Me responde quando na história da marca Ferrara se usou malha, quando? - minha vó está furiosa e andava pela sala com a peça rasgada na mão

-Me perdoa Olga, mas o Oscar me pediu, para reduzir custos - a Sabrina falou olhando para o meu pai, que negava com a cabeça. -Eu pensei que se trocasse...

- Pensou mal, além dessa falha o desenho desse vestido é patético, um horror total - ela falou jogando o resto do vestido na cara da Sabrina.

- Não precisa jogar na cara dela vovó- falei tentando acalmar a minha avó

- Vovó? - ela falou me olhando com uma cara de raiva

- Olga, me desculpa, mas não precisa tratar ninguém assim - falei calmo ela respirou fundo e olhou para o meu pai

- E você Oscar querido, um verdadeiro prodígio, eu demorei 35 anos para fazer este império, e já você só levou cinco anos para chegarmos no vermelho - minha avó falou com sorriso irônico.

- Bom, mamãe tecnicamente não são números vermelhos...

- Não eles são de um tom de rosa escuro, ou é um cardial? - ela falou com ironia.

- Mãe, é só um momento ruim - ele falou sem jeito e ela se levantou novamente.

- Calado, você é uma imbecil - minha avó falou alterada.

- Calma, acho melhor todos saírem, e me deixem a sós com a Olga - falei e todos saíram.

- Olga o que está acontecendo eu trabalho com você desde os 15 anos e nunca tive de tratar alguém da família desse jeito eu não estou entendendo- falei me aproximando dela.

- Porque antes ninguém tinha me decepcionado tanto, de verdade filho se não fosse você está marca teria sumido - minha avó falou pegando na minha mão.

- Não fala assim - falei sentando e ela sentou a minha frente.

- Mas é a verdade, e também estou decepcionada comigo mesma, eu estou em uma crise criativa, faz anos que a nossa marca não surpreender, nos grandes desfiles.

- É uma fase isso vai passar - falei indo até ela e abraçando ela me soltou

- Precisamos de um diferencial urgente -ela falou pensativa 

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