Capítulo 4

Otávio Ferrara

Hoje tinha que buscar o Oliver no treino de futebol, então sair um pouco mais cedo da empresa, mas quando cheguei ele já tinha ido, meu pai não gosta que ele ande de ônibus, mas o meu irmão gosta da liberdade, de poder sair sem motoristas na cola, então voltei para casa assim que cheguei fui direto para o quarto da minha mãe, meu irmão Oliver estava lá ajudando a mamãe a fazer os exercícios, que vão ajudar quando ela acorda.

- Desculpa, fomos liberados, mais cedo hoje - ele falou assim que me viu.

- Relaxe, como ela está? - perguntei

- Na mesma Otávio, se quiser eu saio para você falar com ela - ele falou e fiz que não com a cabeça

- Como você está? - ele sorriu

- Fui transferido para um time misto hoje, e tive que jogar com as meninas, acho que nunca vou conseguir ser um jogar profissional - ele falou e me aproximei

- Olha o lado positivo só assim você conhece alguma garota - ele sorriu

- Só você mesmo, para ficar olhando o outro lado das coisas, mas as garotas não estão interessadas em mim e sim no meu sobrenome, na escola é assim duvido que no futebol seja diferente - ele falou, com uma cara triste e o empurrei na cadeira.

- Mamãe olha o Otávio - ele gritou e começamos a rir tudo que mais queríamos é que ela acordasse.

...

Assim que sair do quarto da minha mãe, a Sabrina, me puxou para o quarto dela.

- Vem, vem eu quero te mostrar uma coisa - ela falou assim que entramos no quarto.

- O que é? - perguntei curioso

- Fecha os olhos - ela pediu e fechei depois de um tempinho ela voltou. 

- Agora sim pode abrir - quando abrir vi ela segurando um vestido, muito bonito, mas com toda certeza não era um desenho da Sabrina. - Não é maravilhoso? - ela perguntou e me levantei.

- É lindo, mas já tenho que ir, fiquei de encontrar o Afonso na oficina, já que o carro dele quebrou e tenho que pegar a roupa que vou usar hoje - falei tentando sair

- Espera Otávio, deixa eu te conto a melhor parte - ela falou me puxando. 

- Só fizeram três destes um foi para Nova York, o outro está em Paris, e eu tenho o modelo exclusivo do Brasil, ele gostou 9.500 dólares - ela falou empolgada, odeio este nível de futilidade da Sabrina.

- Nossa Sabrina, mas é sério eu tenho que ir- falei e ela fez que não e trancou a porta, me empurrando na cama

- Por que você fica me enrolando Otávio? você é muito bonito, eu sou linda, juntos seremos o casal mais bonito, e com a maior fortuna do Brasil, e além do mais nós somos incríveis na cama- ela falou beijando o meu pescoço - Por que não noivamos hoje, está noite mesmo ...

- Sabrina para casar é necessário algo mais que sermos bonitos, sermos ricos ou bons de cama...

- Aí não vai me dizer que necessita de amor - ela fala revirando os olhos

- Sim, Sabrina, necessita de amor...

- Otávio, não, o amor é uma invenção dos pobres, porque não tem nada na vida e precisa de algo para se apegar, o amor não existe- me levantei e peguei a chave

- Eu tenho que ir, você vai ficar linda com o vestido- falei saindo sem esperar ela falar, mas alguma besteira.

Sai e fui encontrar com o Afonso, minha mãe sempre me falou que nós so devemos nos casar, unicamente por amor, e que o amor e a nossa verdadeira busca na vida, nós podemos passar a vida a procura da nossa outra metade.

Assim que cheguei na oficina vejo ele sentado na calçada, o Afonso fez faculdade de direto comigo e viramos amigos desde então.

- Cara eu pensei que não ia vim - o Afonso falou assim que parei o carro.

- A Sabrina, não queria deixar eu sair, acredita que ela colocou na cabeça que nós devemos nos casar- falei e riu.

- Também cara vocês estão neste relacionamento a três anos você tenta terminar e volta, aí ela fica com quem ela quiser e você também, eu não entendo este tipo de amor - ele falou colocando o cinto

- Este é o problema Afonso, nós não nós amamos e a Sabrina não acredita no amor ela acha que é apenas uma invenção - falei revirando os olhos.

- Termina com ela e segue a sua vida, senão você está dando esperança a ela - ele fala e o pior é que ele tem razão.

- Eu sei e vou fazer isto, só não dá para fazer isso hoje, porque não adianta eu terminar e continuamos vivendo debaixo do mesmo teto, mas eu também não quero me afastar da minha mãe, mas tenho que sair do ninho - falei e ele sorriu.

- Já estou vendo o drama da senhora Olga Ferrara - o Afonso falou e eu dei uma risada, parando o carro já frente da boutique Ferrara onde pegamos os nossos looks, era um grande festa para comemorar os 45 anos da marca Ferrara, a festa formal onde a minha avó estará será no sábado, está é algo mais jovem ideia do meu pai, fomos nos arrumar no apartamento dele eram 22:30 quando chegamos o lugar da festa, uma das casas de festas mais famosa de são Paulo, estávamos no bar o Afonso tomava um drinks enquanto bebia água.

- Me diga será que as garotas inteligentes, e boas dançarinas, já saíram de moda? - o Afonso perguntou

- Pode ser, tive um dejavu- falei

- A garota de Paris, como você transa de máscara e não pergunta o nome...

- Eu estava bêbado por causa da Grazi, mas olha aquela garota não para de olhar para você - falei e ele sorriu e saiu.

Foi neste minuto que me virei, e não sei explicar, vi uma mulher parecendo meio perdida, ela é tão linda e só de olha-la fez o meu coração acelerar, me ajeitei e fui me aproximando dela

- Oi - falei mais próximo a ela.

- Oi - ela me respondeu e a sua voz era tão doce e familiar.

- Você parece meio perdida quer ajuda? - perguntei para tentar puxar assunto.

- Está tão na cara assim? - ela falou meio sem jeito. - Eu estou procurando o meu chefe, sou da agência de festas nevada - ela falou com um meio sorriso.

- Qual é o seu nome? - perguntei com um sorriso.

- Jack, e o seu? - ela me perguntou, era estranho aquele nome não combinava com ela, mas o olha era familiar e eu só conseguia sorrir.

- Otávio, é um prazer conhecê-la - falei beijando sua mão. - Você trabalha com festas? - perguntei

- Não, e temporário para cobrir uns gastos, de dia eu trabalho na padaria com o meu avô....

- Você é padeira? - perguntei e ela mexeu no vestido e quando vi qual era é que não acreditaria nesta história mesmo.

- Sim, bom a minha família é de padeiros - ela falou e não poderia acredita no que ela falava

- Eu sou motorista de ônibus de segunda a sexta- falei para entrar na sua brincadeira

- Sim, qual a sua rota? - ela perguntou realmente interessada

- É só uma brincadeira Jack, se você quer que eu vá embora e te deixe trabalhando tudo bem, mas não venha me conta mentiras, de que é padeiras e estas coisas- falei e ela sorriu e seu sorriso era lindo.

- Perdão Otávio, mas eu não estou mentindo eu sou padeira, e vou trabalhar - ela falou saindo, mas segurei os seus braços.

- Espera, e só que uma padeira não estaria vestida com um vestido de 9.500,00 dólares - falei e ela olhou para mim

- E como você sabe que este vestido custa 9.500,00 dólares? - ela me perguntou

- Porque quem o desenhou foi minha avó e até onde eu sabia era um modelo único - ela me olhou surpresa.

- Esperar só um pouquinho, a sua avó é Olga Ferrara?

- Sim

- Você está brincando com a minha cara - ela falou sorrindo

- Não, é sério, e este vestido ficou fantástico em você- falei e ela sorriu meio se graça.

- NÃO POSSO ACREDITA - olhei para onde vinha o grito e vejo a Sabrina com o Otto vindo em nossa direção com o mesmo vestido que a Jack, mesmo, mesmo não eles têm os detalhes diferentes, notei que a Jack ficou sem graças e se afastou de mim.

- DE ONDE VOCÊ TIROU ESTA CÓPIA DO MEU VESTIDO - a Sabrina gritou grossa

- Eu quem fiz- a Jack falou e me aproximei dela sei quem é a Sabrina e não podia deixá-la machucar a Jack.

- Escutem todos, este tipinho fica mandando espiãs, para roubar os desenhos de dona Olga Ferrara, os cópia com toda certeza se dedica a vendê-lo - a Sabrina falava alto para todos ouvirem a Jack olhou para mim e vi a sinceridade no seu olhar a disse que não fazia isso

- Não, não é bem assim, não se equivoque, eu não vendo nenhum desenho alheio, eu desenho, eu até fiz os meus saltos, mas eu quero que fique bem claro que fiz unicamente um vestido, porque minha irmã necessitou, e me perdoa que te fale, mas melhorei bastante o desenho- a Jack falou com firmeza e uma força que fez com que meu coração se acelera mais, já a Sabrina deu uma gargalhada.

- Além de tudo é sínica- os

seguranças se aproximaram. - Levem ela a delegacia - ela falou e os seguranças a seguram

- Soltem ela agora- falei para os seguranças - E você Sabrina está sendo ridícula.

- Eu estou sendo ridícula, está garota está roubando um desenho da sua avó e a pirataria é crime - ela falou indo para cima da Jack, mas a segurei. - Já mandei leva-la, antes que fale com o senhor Castanheira para que não voltem a trabalhar aqui mais nunca - a Sabrina falando e os seguranças já iam tocar na Jack.

- Não encoste um dedo nela - falei firme

- Não precisam me tirar eu mesma saiu - a Jack falou e saiu correndo eu fui atrás dela e só consegui escutar os gritos da Sabrina.

" Otávio, a onde você vai? Otávio"

- Jack, Jack espera - gritei correndo atrás dela vi o seu sapato saindo, do seu pé ela ia volta, mas quando me viu entrou no táxi, eu fiquei ali parado com o sapato na mão vendo o táxi sumir.

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