Capítulo 6

 

Maria da Silva

Assim que cheguei em casa todos estavam dormindo tomei um banho, e meus pensamentos me levaram até aqueles olhos verdes que são tão familiares, o seu sorriso gentil, vejo a Beck dormindo com a Paulinha, fui até o quarto das minhas irmãs com o sapato na mão, cento na cama de cima olhando para o meu sapato

- Maria, me conta como foi - a Jack me pediu

Contei tudo pra ela sobre a tal Sabrina a vergonha e sobre o Otávio.

- Foi como um conto de fadas, e imagino que ele era muito bonito - ela falou

Sim ele é bonito- falei

- E ele é rico? - ela me perguntou

Não sei - responde, mesmo sabendo que ele deve ser.

- Talvez este seja um dos golpes de sorte, que a dona Vera falou.

- Sorte vai ser, que não me perdão por sua culpa - falei me deitando.

.....

Acordei atrasada, já eram 5:30 da manhã saí às pressas tomei banho me arrumei, e fui para padaria, mas meu avô já tinha cuidado de tudo, subi e acordei a Beck e a Paulinha, fiz o café da manhã e sair para levar elas na escola, passei a manhã toda pedindo a Deus para que aquela história tenha acabado ontem, e que eles não prestarem queixa, peguei a Paulinha na escola e fui fazer o almoço, a Bernarda, já tinha ido para o treino estávamos só nos três, quando ligaram da padaria para dizer que tinham dois homens procurando a Jack e um deles estava com um sapato.

Minha irmã saiu correndo, pedi para a Paulinha ficar lá dentro de casa que eu já voltava, e fui atrás dela deve ser a polícia.

- Jackeline- gritei e foi quando os meus olhos encontraram os olhos dele.

- Maria, vieram me procurar- a Jack falou, mas não tirava os olhos do Otávio.

- Você é a Jack - ele falou apontando para mim.

- Eu era Jack da Silva - falei meio sem graça. - Meu nome é Maria da Silva, eu estou muito envergonhada pelo que aconteceu com o vestido da sua avó se quiser eu o entrego - falei e ele estava imóvel somente olhando para mim. 

- Eu não quero ter nenhum problema- falei.

- A única responsável sou eu, tecnicamente não foi pirataria, já que a minha irmã deu uma melhorada no desenho - a Jack falou e foi neste momento que ele desviou o olhar.

- Não eu não vim falar do vestido- o Otávio falou.

- Viu Maria, não tem nada para você se preocupar - a Jack falou.

- Então você veio fazer o que? - perguntei

- Podemos conversar? você e eu, a sós - ele pediu

- Vamos lá garotas, já ficou bem claro - a Jack falou tirando todas as garotas do pátio. - Da próxima vez não me dê esperança, porque eu sou Jack da Silva - ela falou indo para padaria.

- Eu vou te esperar no carro - o rapaz que estava com ele falou saindo.

- Você perdeu isso - ele falou me mostrando o sapato.

- Sim, ele é meu - falei descendo nada escada. - Então pode falar? - falei cruzando os braços.

Saber desde os meus treze anos, que não me acontece isso de não saber o que dizer, de ficar nervoso, em poucas palavras, Maria, você me deixa nervoso - ele falou meio sem jeito.

- Muito interessante, porque eu também estou nervosa - falei e ele se aproximou de mim ainda com o meu sapato nas suas mãos. - Você vai me denunciar? - perguntei, porque mesmo estando com as pernas bambas e o coração acelerado estou mais preocupada em ser pressa.

- Não, claro que não - ele falou e vi sinceridade no seu olhar.

- Está certo disso? porque a sua namorada estava com muita raiva - falei e ele se aproximou mais de mim

- É que você tem muito talentosa, e isso pode gerar reações negativas de algumas pessoas da sua área- ele falou na minha frente

- Qual área? - perguntei

- A Sabrina também é estilista de moda, e trabalha com Olga Ferrara, mas voltando ao ponto, eu não vim aqui para te denunciar e sim para te perguntar, se você fez faculdade de moda?

- Bom eu estudei na ESMOD...

- A da França em Paris?

- Sim, mas não terminei, por motivos pessoais tive que trancar o meu curso no último período, mas eu desenho desde muito pequena eu amo desenhar, e meu avô sempre reclamava porque sempre estava desenhando - falei andando de um lado para o outro. - Então eu fazia os meus desenhos durante o dia, vestido para minhas bonecas e a noite eu os costurava com os retalhos que a minha mãe deixa para mim, as vezes colocava lantejoulas, ou o que encontrava, agora a minha parte favorita ...

- Maria, Maria por favor para

- Eu estou contan...

- Não, é para você parar de andar.

- Ah, onde eu parei.

- Você ia me contar a sua parte favorita - ele falou com um sorriso.

- Os botões, mas minha mãe sempre os escondia porque eu e a Jackeline sempre pegávamos escondido- falei e ele sorriu

- Eu adoraria conhecer a sua mãe - ele falou com aquele sorrisinho lindo.

- Infelizmente não poderá conhecê-la, minha mãe morreu a 15 anos - falei e vi no seu olhar uma certa tristeza

- Eu sinto muito - ele falou e ficamos calados por um tempo. - A Olga, amou o seu sapato, ela ficou muito impressionada e isso é muito difícil, porque ela é uma pessoa muito exigente

- Obrigada, para mim isso é muito importante, porque sigo a carreira dela desde que tinha 6 anos, quando ela lançou uma coleção meio hip, e eu também sou muito exigente.

- Maria você aceita trabalhar com a Olga Ferrara?

- E a sua namorada sabe que você está aqui me oferecendo trabalho? - perguntei

Não, Maria ela não sabe

- E você pensa em falar a ela em algum momento?

- Só se for necessário Maria, mas vocês vão trabalhar em espaços diferente - ele falou e balancei a cabeça negativa.

- As coisas ou se faz bem feita ou não se faz - falei me retirando. - Mas obrigada pela oferta - estava prestes a subi as escadas.

- Maria, Maria- eu amava quando ele falava o meu nome, mas foco Maria ele só veio te oferecer um emprego.

- O que é? - me virei e ele olhou bem nos meus olhos

- Não consigo parar de pensar em você, tudo que eu disse aqui é verdade a Olga amou o seu trabalho, e está impressionada com o seu sapato, mas eu estou aqui porque não paro de pensar em você - ele falou e tenho que ser firme

- Contra outra Otávio do tempinho que nos vimos, você não consegue parar de pensar em mim.

- Eu não estou inventado, Maria os minutos que te vi, ficou gravados na minha memória, cada gesto cada palavra, e por isso vim aqui te procurar, porque eu não consigo passar um minuto do meu dia sem pensar em você - ele falou se aproximando de mim estava um de frente para o outro.

- Este é o problema Otávio, o que você faz aqui me procurando, se você tem namorada, e presta bem atenção eu não brinco com os sentimentos das pessoas, porque não quero que brinquem com os meus - falei tentando me afastar, mas ele me colocou entre a parece

- Eu também não gosto de brincar com os sentimentos das pessoas por isso estou aqui, estou falando com você depois eu vou falar com a Sabrina eu prometo

- Não, não me prometa nada, os seus assuntos com Sabrina você resolver com ela - ele me puxou pela cintura 

- Não faça isso -falei tirando a mão dele, mas ele voltou a me puxar, está difícil lida com o meu corpo que queria este beijo e com ele que não me soltava.

- Eu não estou fazendo isso por você Maria, estou fazendo, porque também não gosto de brincar com os sentimentos das pessoas, e quero que você me leve a sério, para que eu possa saber que isso entre nós é sério - ele falou olhando para os meus olhos e depois para minha boca eu olhava para os seus lábios também, nossos lábios estavam quase colados, quando ouvi um grito.

- MAMÃE, MAMÃE - nos afastamos bruscamente, a Paulinha estava no topo da escada. - Mamãe eu estou com fome - ela falou e foi aí que ela reparou e ficou olhando para mim e para ele - Mamãe você está demorando muito e não encontrei nada para comer - a Paulinha falou descendo a escada.

- Eu já estou indo - falei e olhei para o Otávio. - Ela não encontra nada para comer - ele parecia muito surpreso.

-Ela é...? - ele começou a falar.

- Minha filha Ana Paula, mas todos a chamamos de Paulinha.

- Oi e você quem é? - a Paulinha perguntou.

- Oi eu sou o Otávio, é um prazer te conhecer - ele falou todo sem jeito.

- Otávio eu tenho que ir, licença- falei pegando a Paulinha no colo.

- Maria - ele me chamou quando estava abrindo a porta e apenas dei tchau e fechei a porta não queria ouvir mais nada.

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