14 - Ascensão

A perspectiva de inércia era um privilégio. Todos os meus membros - braços, pernas, tornozelos, cotovelos, mãos, pés, dedos - estavam em constante movimento, estralando como o ruído de um avalanche em desmoronamento, embora com uma intensidade dez vezes maior. Era como se meus ossos estivessem se deslocando de seus lugares, quebrando-se por conta própria, para dar lugar a novas estruturas que se formavam a partir do que havia se rompido dentro de mim. O som era tão avassalador que os meus gritos agudos soavam como meros sussurros. Eu estava em plena transformação e a dor era tão intensa quanto haviam me advertido.

Ao ganhar consciência visual, eu não conseguia discernir o local onde me encontrava. Movimentos involuntários do meu corpo me arremessavam contra uma parede robusta. Ainda havia terra em meu corpo e um pouco de sangue nos orifícios, mas certamente não estava mais em uma cova. Alguém havia me resgatado — ou sequestrado. Tentava compreender se estava estático ou em movimento,
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