POV AMÉLIA.Depois que Magnos saiu, fiquei um pouco inquieta. Mesmo sabendo que Jake, Cecília e os sentinelas estavam em casa comigo, eu me sentia incompleta sem Magnos por perto. Decidi que uma boa conversa poderia me distrair, e havia algo que eu estava realmente curiosa para saber. Cecília parecia a pessoa perfeita para me esclarecer algumas coisas. Dei uma volta pela casa até os encontrar na sala, e não pude evitar sorrir ao ver Jake e Cecília se beijando no sofá. A conexão entre eles era evidente, e ver esse carinho entre os dois aqueceu meu coração. Me aproximei devagar, sem querer interromper bruscamente, mas o suficiente para notarem minha presença. Cecília foi a primeira a me notar e, com um sorriso suave, afastou-se de Jake, que me olhou com aquela expressão tranquila de sempre. — Desculpa interromper, mas eu precisava conversar com você, Cecília — falei, tentando não parecer muito invasiva.— Claro, Amélia. Sobre o que quer conversar? — respondeu ela, ajeitando-se no sofá
POV MAGNOS.Aurora recuou alguns passos quando me ouviu rosnar. Ela estava acusando um dos meus uivantes de facilitar a entrada de alguma bruxa ou feiticeiro no meu território.— É o que está parecendo, Alfa Magnos. A barreira mágica deixa entrar somente os membros da alcateia e pessoas autorizadas. Os outros, a barreira, ataca com uma descarga elétrica poderosa. Se alguém entrou, foi convidado e autorizado. — falou Aurora, temerosa.— Pois confio nos meus uivantes. Sei que nenhum deles faria isso. — Falei, irritado e confiante de que meus lobos nunca fariam isso. Eles são leais e sabem o que acontece se me traírem.— Então nos resta a segunda opção, um ser poderoso. — comentou Aurora.— É o que está parecendo, alguma bruxa ou feiticeira invadiu meu território. Temos que corrigir isso imediatamente — ordenei.— Vou elevar uma barreira mil vezes mais forte. Ninguém entrará de novo. Teriam que ter o poder da Rainha das Bruxas para conseguir entrar — mencionou Aurora. Ela se levantou e e
POV MAGNOS.Enquanto caminhava pela casa de Aurora, algo começou sutilmente a se revelar. A casa, sempre elegante e moderna, com seu design luxuoso e linhas arrojadas, parecia ter mais a oferecer do que eu havia percebido antes. Agora, sem a ilusão que ofuscava minha percepção, comecei a notar detalhes que haviam passado despercebidos.As paredes de mármore claro, adornadas com peças de arte contemporânea, revelavam mais do que sua beleza. Havia uma leveza no ambiente, mas, ao mesmo tempo, uma sensação de profundidade oculta. Percebi que, ao passar a mão sobre uma parede lisa, um leve contorno se formava, quase imperceptível. Com um toque específico, o painel se moveu silenciosamente, revelando uma passagem estreita que descia para o subterrâneo.— Essa Aurora é uma caixinha de surpresas. — Falou Cosmo.— Eu me perguntava o que ela havia feito no porão dessa casa. — Comentei.A escada que surgiu à minha frente era feita de um metal escovado e iluminada por uma linha contínua de LED em
POV MAGNOS.— Aurora, o que aconteceu? — Perguntei, fixando meu olhar no dela, que ainda parecia um pouco perdida, mas determinada a contar tudo. Ela me encarou por um momento, como se estivesse organizando os pensamentos, e então começou a falar, sua voz baixa e carregada de cansaço.— Eu estava voltando da viagem que fiz ao círculo. Havia acabado de chegar e estava pronta para passar pela barreira quando senti algo estranho… — Ela pausou, passando a mão pelos cabelos, ainda um pouco trêmula. — Uma presença, e então algo poderoso me atingiu, um feitiço de magia negra, algo que eu não esperava. Foi tão rápido que não tive tempo de reagir. Antes que eu pudesse me defender, fui nocauteada. — Contou, bastante nervosa. Minha mandíbula se apertou enquanto ouvia cada palavra. Aurora era poderosa, e para alguém conseguir atacá-la dessa maneira, era preciso um poder considerável. O intruso, disposto a usar magia negra, não estava para brincadeira.— Magia negra? Isso não é bom. Continue. — Or
POV AMÉLIA.A conversa com Cecília estava sendo envolvente, como um bálsamo para minha mente inquieta. Jake voltou logo depois, trazendo suco e frutas frescas para mim. Agradeci com um sorriso caloroso, sentindo o alívio ao perceber que minha fome começava a ser saciada.— Essa conversa foi bastante esclarecedora — disse Ravina, sua voz suave invadindo meus pensamentos como uma brisa reconfortante.— Sim, foi. Só não consigo digerir essa história de nossos filhos nascerem apenas com a presença de Magnos. E se houver uma complicação? — perguntei a Ravina, com uma pontada de apreensão.— Se acalma, Amélia. Eu também sinto um nó de incerteza, mas é assim que eles fazem as coisas aqui. Somos lobas e fortes — respondeu Ravina, com uma confiança que quase me fez acreditar.— Sou metade loba, e essa metade está adormecida. No fundo, somos apenas humanas, frágeis, e não podemos trazer nossos filhos ao mundo sem uma assistência médica ao nosso lado — comentei, a dúvida ainda corroendo minha tr
POV AMÉLIA.Esses três, às vezes, parecem crianças. Eulália se sentou ao meu lado, segurou minha mão e começou a acariciá-la com delicadeza. Eu sabia exatamente o que ela queria. Era sempre assim. Eulália se aproximava, me mimava com carinho até criar coragem para pedir que a deixasse tocar na minha barriga e sentir os bebês.Todos tinham medo de Magnos, que não permitia que ninguém tocasse em meu ventre. Então, quando ele não estava por perto, eles me pediam para sentir meus filhos. Peguei a mão de Eulália e a coloquei sobre meu ventre. Ela não esperava por isso e ficou visivelmente surpresa, mas logo se recompôs e sorriu, acariciando minha barriga com ternura. Meus filhos responderam ao toque da avó, se mexendo suavemente, como se reconhecessem aquele amor.Eu e meu irmão estávamos tomados pela expectativa. Eulália ainda acariciava minha barriga, o toque dela era reconfortante, mas meus pensamentos estavam focados no que seguiria. Eu mal podia esperar para ouvir as histórias que cad
POV AMÉLIA.A sala estava envolta em uma atmosfera de calma, mas, por dentro, eu sentia um turbilhão de emoções. As palavras de Eulália, Cecília e Cassius sobre suas transformações ainda ressoavam em minha mente. Eu estava ansiosa, cheia de expectativas e, ao mesmo tempo, um pouco assustada com o desconhecido. O silêncio que se seguiu às histórias foi quebrado por Eulália, que me olhou com uma expressão séria após o meu comentário sobre me transformar.— Amélia, preciso que você entenda uma coisa muito importante — começou Eulália, sua voz suave, mas carregada de uma gravidade que fez meu coração acelerar. — Você nunca pode se transformar enquanto estiver grávida. A transformação… mataria os filhotes — alertou Eulália.As palavras dela fizeram a minha empolgação perecer. A expectativa que eu sentia deu lugar a uma onda de medo que percorreu meu corpo. Olhei para Eulália, buscando confirmação de que talvez eu tivesse entendido errado, mas a seriedade em seu olhar não deixava espaço par
POV MAGNOS.A cela da prisão subterrânea era fria e escura; as paredes de pedra absorviam a pouca luz que conseguia penetrar pelas pequenas fendas no teto. O cheiro de umidade e o som das correntes ecoavam pelo espaço, criando um ambiente opressor. Não estou aqui para dar hospedagem de luxo para meus queridos hóspedes; aqui, eles recebem o pior tratamento possível.Aquela bruxa nojenta estava sentada no chão, mas mantinha a cabeça erguida, os olhos fixos nos meus. Contudo, eu podia sentir o fedor do seu medo e ver o pavor crescente em seu olhar. Não importava o quanto ela tentasse disfarçar, eu podia ver e sentir o que ela escondia.Eu me aproximei lentamente; o peso da minha presença parecia aumentar a cada passo, e, quando finalmente parei diante dela, pude ver uma gota de suor escorrer por sua testa. Ela sabia que não teria uma saída fácil dessa situação. Héctor deve ter mencionado como eu podia ser cruel com meus prisioneiros.— Você deve estar ciente de que não estou aqui para br