POV MAGNOS.— Aurora, o que aconteceu? — Perguntei, fixando meu olhar no dela, que ainda parecia um pouco perdida, mas determinada a contar tudo. Ela me encarou por um momento, como se estivesse organizando os pensamentos, e então começou a falar, sua voz baixa e carregada de cansaço.— Eu estava voltando da viagem que fiz ao círculo. Havia acabado de chegar e estava pronta para passar pela barreira quando senti algo estranho… — Ela pausou, passando a mão pelos cabelos, ainda um pouco trêmula. — Uma presença, e então algo poderoso me atingiu, um feitiço de magia negra, algo que eu não esperava. Foi tão rápido que não tive tempo de reagir. Antes que eu pudesse me defender, fui nocauteada. — Contou, bastante nervosa. Minha mandíbula se apertou enquanto ouvia cada palavra. Aurora era poderosa, e para alguém conseguir atacá-la dessa maneira, era preciso um poder considerável. O intruso, disposto a usar magia negra, não estava para brincadeira.— Magia negra? Isso não é bom. Continue. — Or
POV AMÉLIA.A conversa com Cecília estava sendo envolvente, como um bálsamo para minha mente inquieta. Jake voltou logo depois, trazendo suco e frutas frescas para mim. Agradeci com um sorriso caloroso, sentindo o alívio ao perceber que minha fome começava a ser saciada.— Essa conversa foi bastante esclarecedora — disse Ravina, sua voz suave invadindo meus pensamentos como uma brisa reconfortante.— Sim, foi. Só não consigo digerir essa história de nossos filhos nascerem apenas com a presença de Magnos. E se houver uma complicação? — perguntei a Ravina, com uma pontada de apreensão.— Se acalma, Amélia. Eu também sinto um nó de incerteza, mas é assim que eles fazem as coisas aqui. Somos lobas e fortes — respondeu Ravina, com uma confiança que quase me fez acreditar.— Sou metade loba, e essa metade está adormecida. No fundo, somos apenas humanas, frágeis, e não podemos trazer nossos filhos ao mundo sem uma assistência médica ao nosso lado — comentei, a dúvida ainda corroendo minha tr
POV AMÉLIA.Esses três, às vezes, parecem crianças. Eulália se sentou ao meu lado, segurou minha mão e começou a acariciá-la com delicadeza. Eu sabia exatamente o que ela queria. Era sempre assim. Eulália se aproximava, me mimava com carinho até criar coragem para pedir que a deixasse tocar na minha barriga e sentir os bebês.Todos tinham medo de Magnos, que não permitia que ninguém tocasse em meu ventre. Então, quando ele não estava por perto, eles me pediam para sentir meus filhos. Peguei a mão de Eulália e a coloquei sobre meu ventre. Ela não esperava por isso e ficou visivelmente surpresa, mas logo se recompôs e sorriu, acariciando minha barriga com ternura. Meus filhos responderam ao toque da avó, se mexendo suavemente, como se reconhecessem aquele amor.Eu e meu irmão estávamos tomados pela expectativa. Eulália ainda acariciava minha barriga, o toque dela era reconfortante, mas meus pensamentos estavam focados no que seguiria. Eu mal podia esperar para ouvir as histórias que cad
POV AMÉLIA.A sala estava envolta em uma atmosfera de calma, mas, por dentro, eu sentia um turbilhão de emoções. As palavras de Eulália, Cecília e Cassius sobre suas transformações ainda ressoavam em minha mente. Eu estava ansiosa, cheia de expectativas e, ao mesmo tempo, um pouco assustada com o desconhecido. O silêncio que se seguiu às histórias foi quebrado por Eulália, que me olhou com uma expressão séria após o meu comentário sobre me transformar.— Amélia, preciso que você entenda uma coisa muito importante — começou Eulália, sua voz suave, mas carregada de uma gravidade que fez meu coração acelerar. — Você nunca pode se transformar enquanto estiver grávida. A transformação… mataria os filhotes — alertou Eulália.As palavras dela fizeram a minha empolgação perecer. A expectativa que eu sentia deu lugar a uma onda de medo que percorreu meu corpo. Olhei para Eulália, buscando confirmação de que talvez eu tivesse entendido errado, mas a seriedade em seu olhar não deixava espaço par
POV MAGNOS.A cela da prisão subterrânea era fria e escura; as paredes de pedra absorviam a pouca luz que conseguia penetrar pelas pequenas fendas no teto. O cheiro de umidade e o som das correntes ecoavam pelo espaço, criando um ambiente opressor. Não estou aqui para dar hospedagem de luxo para meus queridos hóspedes; aqui, eles recebem o pior tratamento possível.Aquela bruxa nojenta estava sentada no chão, mas mantinha a cabeça erguida, os olhos fixos nos meus. Contudo, eu podia sentir o fedor do seu medo e ver o pavor crescente em seu olhar. Não importava o quanto ela tentasse disfarçar, eu podia ver e sentir o que ela escondia.Eu me aproximei lentamente; o peso da minha presença parecia aumentar a cada passo, e, quando finalmente parei diante dela, pude ver uma gota de suor escorrer por sua testa. Ela sabia que não teria uma saída fácil dessa situação. Héctor deve ter mencionado como eu podia ser cruel com meus prisioneiros.— Você deve estar ciente de que não estou aqui para br
POV MAGNOS.Entrei na cela novamente e me aproximei da bruxa jogada no chão. Eu sabia que ela talvez ainda não tivesse revelado nada a Héctor, o que significava que os segredos de Amélia estariam seguros por enquanto. Mas, se ela estiver trabalhando com o espião, essa maldita pode ter passado informações para ele. Ela me olhou com olhos cheios de medo e submissão, claramente ciente de que seu tempo estava se esgotando. Eu precisava arrancar cada pedaço de informação antes de decidir o que fazer com ela.— Quer dizer, a maneira de matá-la. — Corrigiu-me Cosmo, rindo.— Exatamente. Ainda não resolvi como matarei essa maldita. — Comentei e comecei meu interrogatório.— Héctor não recebeu suas informações, não é? — Perguntei, minha voz baixa e ameaçadora. Ela balançou a cabeça rapidamente, sua respiração acelerada. Eu a observei por um momento, permitindo que o silêncio se tornasse insuportável antes de continuar.— Então me diga, o que ele queria que você descobrisse? Por que ele arrisca
POV MAGNOS.Enquanto saía da prisão subterrânea, recebi um chamado mental de Hélio. Ele deve querer falar sobre Aurora.— Alfa Magnos. — Chamou.— Sim, doutor Hélio. — Respondi mentalmente.— Examinei Aurora e ela está bem. Só teve algumas escoriações que logo vão se curar. O ataque que ela sofreu não afetou nenhum órgão. Lhe dei apenas um medicamento para dor. Ela foi drogada também; coletei o sangue dela para descobrirmos o que foi dado à Aurora. — Comentou Hélio.— Mais alguma observação a ser feita? — Perguntei.— Não, alfa, isso é tudo. — Respondeu.— Ótimo, agora quero falar sobre Amélia. — Comentei, entrando no meu SUV preto.— Aconteceu alguma coisa com Amélia? — Perguntou Hélio, preocupado.— Não, ela está bem. Ela amanhã tem consulta contigo. E está ansiosa para saber se os filhotes estão bem. Ela também está preocupada, pois agora sabe que é metade loba. Amélia quer ter certeza se a gestação dela é lupina ou humana. — Falei, enquanto dirigia para a casa de Aurora.— Entendo
POV MAGNOS.— Impossível, ninguém pode entrar onde ela está sendo mantida — comentei.— Mas o espião não precisaria chegar tão perto, basta estar próximo e lançar um feitiço de esquecimento específico — explicou.— O que está pensando? — perguntei, querendo ouvir sua teoria. Eu estava preocupado, se isso for verdade. Se for, quer dizer que esse espião é muito poderoso.— Acredito que o espião tenha te seguido até minha casa e apagou a memória do coração de Lys da mente da bruxa, quando os guardas levaram-na. Estou pensando que ele esteja usando um feitiço de ocultação e algum feitiço poderoso que o deixa invisível. Dessa maneira, ele está andando livremente pela alcateia — mencionou Aurora. Eu senti um frio na espinha. Se for verdade, significa que meus filhotes e Amélia não estão seguros.— Se você estiver certa, precisamos de uma maneira de descobrir quem é esse indivíduo e de algo para nos proteger dele — falei apreensivo.— Posso fazer um feitiço individual para ser usado na sua c