Esquecimentos e Fragmentos Perdidos Miguel acordou com a luz do sol invadindo o quarto, o corpo pesado e uma estranha sensação de vazio na mente. Ele piscou algumas vezes, tentando se situar, mas não havia nada específico na memória. Apenas o cansaço familiar e uma leve dor na têmpora. Ele se levantou da cama lentamente, caminhando até o banheiro. Depois de lavar o rosto, olhou seu reflexo no espelho e sentiu uma sensação de inquietação. Havia algo que ele deveria se lembrar, mas não sabia o que. Ele sacudiu a cabeça e respirou fundo, como se pudesse afastar essa sensação desconfortável. Enquanto Miguel descia para a cozinha, o cheiro de café recém-passado preenchia o ar. Sua mãe, Isabel, estava sentada à mesa, folheando uma revista. Ao vê-lo, ela sorriu com doçura e fez um gesto para que ele se juntasse a ela. — Bom dia, filho. Dormiu bem? — ela perguntou, observando-o com atenção. Miguel deu de ombros, ainda meio confuso. — Eu acho... — ele murmurou, esfregando os olhos. — Na
Ligações Perdidas Isabel respirou fundo antes de responder. — A recuperação é um processo longo e doloroso, Cecília. Ele já está aqui há dois anos, e mesmo assim ainda temos um longo caminho pela frente. O Dr. Edmunds está tentando ajustar as medicações, mas às vezes os tratamentos causam mais confusão do que alívio. Cecília rolou os olhos com desprezo. — Dois anos? Então ele vai ficar preso aí? Que maravilha. Isabel fechou os olhos por um momento, tentando manter a paciência. — Ele está lutando para recuperar as memórias, Cecília. — disse calmamente. — E eu preciso voltar para o Brasil em breve. A saúde dele ainda exige acompanhamento, mas ele vai ter que seguir aqui por mais algum tempo. Cecília deu uma risadinha sarcástica. — Então é isso. O príncipe encantado vai ficar fora de cena por mais um tempo. Ótimo. Isabel manteve a calma, mas havia uma firmeza em sua voz. — Sim, Cecília. Ele vai continuar aqui o tempo que for necessário. Porque isso é o que as pessoas fazem quan
A voz da Memória. A enfermeira tentou acalmá-lo. — Senhor Miguel, por favor, você precisa ficar calmo. O doutor já está vindo. Mas Miguel continuava a lutar para sair. A situação saiu do controle, e a enfermeira chamou reforços. Dois homens fortes entraram na sala, prontos para contê-lo. — Não! Eu não vou ficar aqui! — Miguel gritou, tentando escapar. Os homens o seguraram firmemente, enquanto a enfermeira preparava uma nova dose de sedativo. — Vai ficar tudo bem, senhor Miguel. — disse ela calmamente, aplicando a injeção. Miguel lutou por alguns segundos mais, mas logo seus movimentos começaram a enfraquecer, e ele desabou nos braços dos homens, adormecendo novamente. Pouco depois, o Dr. Edmunds entrou no quarto e encontrou Isabel sentada ao lado do filho, enxugando as lágrimas com as mãos trêmulas. Ela parecia exausta, consumida pela dor de ver Miguel sem lembranças dela. — Doutor... — Isabel começou, com a voz fraca. — Ele não se lembra de mim. Dr. Edmunds assentiu, com
Um Baile de Princesa e Novas ResponsabilidadesValentina estava sentada à mesa de reuniões da sede da família Moretti, cercada por papéis e relatórios. Os negócios herdados do pai prosperavam, mas exigiam atenção constante. A Moretti Enterprises era um império diversificado, com investimentos em hotéis de luxo, arte, e vinícolas renomadas. Além disso, coleções de arte valiosas e participações em eventos culturais ao redor do mundo faziam parte do portfólio. A gestão desses ativos era um desafio diário, e Valentina se orgulhava de manter o legado intacto.Ela sabia que a irmã mais nova, Clara, sempre preferira a simplicidade e a vida longe dos holofotes, mas, desta vez, precisaria dela ao seu lado. Valentina digitou uma mensagem rápida e clara: "Precisamos conversar. Encontro-me com você na sede amanhã."No dia seguinte, Clara entrou no escritório de Valentina, carregando a habitual leveza que contrastava com o ambiente formal da empresa. Luna, agora com 14 anos, terminava os últimos m
A Transformação de LunaLuna chegou ao salão sem desconfiar do que a esperava. A tia Valentina a conduziu para uma sala reservada, com espelhos e cadeiras de veludo. A atmosfera era de mistério e expectativa.Valentina segurou as mãos de Luna e, com um sorriso gentil, falou:— Agora você vai me prometer uma coisa, minha querida.Luna sorriu, curiosa.— O que é, tia?Valentina apertou levemente as mãos dela.— Você vai fazer exatamente o que eu pedir, sem desobedecer, tá bom?Luna assentiu, sem reclamar.— Tá bom, tia. Eu prometo.Valentina sorriu satisfeita.— A partir de agora, nós vamos vendar você. E você não vai tirar essa venda até eu mandar, combinado?Luna riu, mas concordou.— Combinado.Com a venda nos olhos, Luna foi conduzida até a cadeira do cabeleireiro. Ele trabalhou com precisão, criando uma obra de arte em forma de penteado. Cabelos cuidadosamente presos em um coque elegante, adornados com pequenas flores e cristais que brilhavam à luz.— Pronto, agora a venda pode sa
A Redação que Mudaria TudoFábio não conseguia tirar Luna da cabeça desde o baile. Os olhos dela brilhando de alegria e a doçura de sua presença o encantaram profundamente. Mas Luna, com sua inocência, não notava o impacto que causava nele. Para ela, a noite mágica havia sido apenas isso: uma celebração inesquecível.Na manhã de segunda-feira, o clima da escola era agitado. Todos ainda comentavam sobre o baile de debutante de Luna. Os colegas de classe elogiavam o vestido, a festa, e como ela parecia uma princesa. Fábio, que estudava na mesma escola, a observava de longe, tentando encontrar coragem para se aproximar.Durante a aula, o diretor entrou na sala, atraindo a atenção dos alunos.— Bom dia a todos! — começou ele, sorrindo. — Tenho uma notícia muito interessante. Várias empresas estão oferecendo vagas de jovem aprendiz, e essa é uma oportunidade excelente para quem quer se destacar desde cedo em suas áreas de interesse. Cada aluno interessado deve escrever uma redação explican
A Primeira VitóriaLuna entrou em casa com um sorriso radiante, os olhos brilhando de felicidade. Ao ver o entusiasmo da filha, Clara deixou o que estava fazendo e foi ao seu encontro, com um sorriso carinhoso no rosto.— Mãe, eu consegui! — exclamou Luna, jogando a mochila no chão e correndo para abraçá-la.Clara a envolveu nos braços, sentindo a felicidade contagiante da filha.— Eu sabia que você conseguiria, meu amor. — disse Clara, beijando o topo da cabeça dela. — Estou muito orgulhosa de você.Luna se afastou um pouco, os olhos ainda brilhando.— Vou começar um estágio! Eu não vejo a hora de começar!Clara sorriu, observando a empolgação sincera da filha.— Tenho certeza de que você vai se sair muito bem, Luna. Você é dedicada e capaz. Vai ser uma experiência incrível.Luna a abraçou mais uma vez.— Obrigada, mãe. Obrigada por sempre acreditar em mim.Clara apertou a filha em seus braços.— Eu sempre estarei aqui, torcendo por você.Luna se afastou com um sorriso e subiu as esc
Memórias no HorizonteMiguel estava na porta de uma escola, com o coração acelerado e as mãos suadas. Atrás das costas, segurava um pequeno buquê de flores que ele havia improvisado, arrancando-as de um jardim ali perto. Parecia uma coisa boba, mas, para ele, era um gesto importante. Aguardava alguém especial sair.Quando as portas da escola se abriram, ele a viu: uma menina sorridente, rodeada por algumas amigas. Seu sorriso parecia iluminar o fim de tarde, e Miguel ficou completamente encantado. Ela se aproximou, e ele, nervoso, estendeu as flores para ela.— São para você. — disse, um pouco tímido.Ela aceitou o buquê com um sorriso caloroso e deu um beijo suave na bochecha dele.— Obrigada! — respondeu, com o olhar doce.Miguel respirou fundo, criando coragem.— Posso te acompanhar até em casa?— Claro! — respondeu ela, despedindo-se das amigas. — Vamos!Os dois começaram a caminhar lado a lado. O silêncio inicial logo foi substituído por um diálogo leve e descontraído, típico da