A voz da Memória. A enfermeira tentou acalmá-lo. — Senhor Miguel, por favor, você precisa ficar calmo. O doutor já está vindo. Mas Miguel continuava a lutar para sair. A situação saiu do controle, e a enfermeira chamou reforços. Dois homens fortes entraram na sala, prontos para contê-lo. — Não! Eu não vou ficar aqui! — Miguel gritou, tentando escapar. Os homens o seguraram firmemente, enquanto a enfermeira preparava uma nova dose de sedativo. — Vai ficar tudo bem, senhor Miguel. — disse ela calmamente, aplicando a injeção. Miguel lutou por alguns segundos mais, mas logo seus movimentos começaram a enfraquecer, e ele desabou nos braços dos homens, adormecendo novamente. Pouco depois, o Dr. Edmunds entrou no quarto e encontrou Isabel sentada ao lado do filho, enxugando as lágrimas com as mãos trêmulas. Ela parecia exausta, consumida pela dor de ver Miguel sem lembranças dela. — Doutor... — Isabel começou, com a voz fraca. — Ele não se lembra de mim. Dr. Edmunds assentiu, com
Um Baile de Princesa e Novas ResponsabilidadesValentina estava sentada à mesa de reuniões da sede da família Moretti, cercada por papéis e relatórios. Os negócios herdados do pai prosperavam, mas exigiam atenção constante. A Moretti Enterprises era um império diversificado, com investimentos em hotéis de luxo, arte, e vinícolas renomadas. Além disso, coleções de arte valiosas e participações em eventos culturais ao redor do mundo faziam parte do portfólio. A gestão desses ativos era um desafio diário, e Valentina se orgulhava de manter o legado intacto.Ela sabia que a irmã mais nova, Clara, sempre preferira a simplicidade e a vida longe dos holofotes, mas, desta vez, precisaria dela ao seu lado. Valentina digitou uma mensagem rápida e clara: "Precisamos conversar. Encontro-me com você na sede amanhã."No dia seguinte, Clara entrou no escritório de Valentina, carregando a habitual leveza que contrastava com o ambiente formal da empresa. Luna, agora com 14 anos, terminava os últimos m
A Transformação de LunaLuna chegou ao salão sem desconfiar do que a esperava. A tia Valentina a conduziu para uma sala reservada, com espelhos e cadeiras de veludo. A atmosfera era de mistério e expectativa.Valentina segurou as mãos de Luna e, com um sorriso gentil, falou:— Agora você vai me prometer uma coisa, minha querida.Luna sorriu, curiosa.— O que é, tia?Valentina apertou levemente as mãos dela.— Você vai fazer exatamente o que eu pedir, sem desobedecer, tá bom?Luna assentiu, sem reclamar.— Tá bom, tia. Eu prometo.Valentina sorriu satisfeita.— A partir de agora, nós vamos vendar você. E você não vai tirar essa venda até eu mandar, combinado?Luna riu, mas concordou.— Combinado.Com a venda nos olhos, Luna foi conduzida até a cadeira do cabeleireiro. Ele trabalhou com precisão, criando uma obra de arte em forma de penteado. Cabelos cuidadosamente presos em um coque elegante, adornados com pequenas flores e cristais que brilhavam à luz.— Pronto, agora a venda pode sa
A Redação que Mudaria TudoFábio não conseguia tirar Luna da cabeça desde o baile. Os olhos dela brilhando de alegria e a doçura de sua presença o encantaram profundamente. Mas Luna, com sua inocência, não notava o impacto que causava nele. Para ela, a noite mágica havia sido apenas isso: uma celebração inesquecível.Na manhã de segunda-feira, o clima da escola era agitado. Todos ainda comentavam sobre o baile de debutante de Luna. Os colegas de classe elogiavam o vestido, a festa, e como ela parecia uma princesa. Fábio, que estudava na mesma escola, a observava de longe, tentando encontrar coragem para se aproximar.Durante a aula, o diretor entrou na sala, atraindo a atenção dos alunos.— Bom dia a todos! — começou ele, sorrindo. — Tenho uma notícia muito interessante. Várias empresas estão oferecendo vagas de jovem aprendiz, e essa é uma oportunidade excelente para quem quer se destacar desde cedo em suas áreas de interesse. Cada aluno interessado deve escrever uma redação explican
A Primeira VitóriaLuna entrou em casa com um sorriso radiante, os olhos brilhando de felicidade. Ao ver o entusiasmo da filha, Clara deixou o que estava fazendo e foi ao seu encontro, com um sorriso carinhoso no rosto.— Mãe, eu consegui! — exclamou Luna, jogando a mochila no chão e correndo para abraçá-la.Clara a envolveu nos braços, sentindo a felicidade contagiante da filha.— Eu sabia que você conseguiria, meu amor. — disse Clara, beijando o topo da cabeça dela. — Estou muito orgulhosa de você.Luna se afastou um pouco, os olhos ainda brilhando.— Vou começar um estágio! Eu não vejo a hora de começar!Clara sorriu, observando a empolgação sincera da filha.— Tenho certeza de que você vai se sair muito bem, Luna. Você é dedicada e capaz. Vai ser uma experiência incrível.Luna a abraçou mais uma vez.— Obrigada, mãe. Obrigada por sempre acreditar em mim.Clara apertou a filha em seus braços.— Eu sempre estarei aqui, torcendo por você.Luna se afastou com um sorriso e subiu as esc
Memórias no HorizonteMiguel estava na porta de uma escola, com o coração acelerado e as mãos suadas. Atrás das costas, segurava um pequeno buquê de flores que ele havia improvisado, arrancando-as de um jardim ali perto. Parecia uma coisa boba, mas, para ele, era um gesto importante. Aguardava alguém especial sair.Quando as portas da escola se abriram, ele a viu: uma menina sorridente, rodeada por algumas amigas. Seu sorriso parecia iluminar o fim de tarde, e Miguel ficou completamente encantado. Ela se aproximou, e ele, nervoso, estendeu as flores para ela.— São para você. — disse, um pouco tímido.Ela aceitou o buquê com um sorriso caloroso e deu um beijo suave na bochecha dele.— Obrigada! — respondeu, com o olhar doce.Miguel respirou fundo, criando coragem.— Posso te acompanhar até em casa?— Claro! — respondeu ela, despedindo-se das amigas. — Vamos!Os dois começaram a caminhar lado a lado. O silêncio inicial logo foi substituído por um diálogo leve e descontraído, típico da
Flores do PassadoMiguel acordou com uma energia diferente. Pela primeira vez em anos, ele não se sentia confuso ao despertar de um sonho. As memórias permaneciam intactas, como se uma névoa tivesse começado a se dissipar. Levantou-se apressado, sorrindo, e desceu as escadas com a leveza de quem finalmente encontrou uma parte importante de si mesmo.Na cozinha, sua mãe, Isabel, estava preparando o café da manhã. O cheiro de café fresco e pão tostado invadia o ambiente. Miguel entrou com um sorriso largo, pegou uma xícara e se sentou à mesa.— Mãe! — exclamou ele, quase sem conter a animação. — Você não vai acreditar no que eu sonhei!Isabel sorriu para ele, surpresa com a alegria no rosto do filho.— E o que você sonhou, meu filho?Miguel tomou um gole de café, respirou fundo e começou a contar.— Eu sonhei que estava na porta de uma escola. Tinha umas flores nas mãos, sabe? Como quando a gente é criança e arranca qualquer flor que encontra pelo caminho pra fazer um buquê.Isabel riu
Coincidências. Miguel chamou a secretária novamente e explicou que Fábio seria apresentado ao seu tutor na área de Recursos Humanos.— Carla, por favor, leve o Fábio até o departamento de RH e apresente-o ao Gabriel. Ele será o tutor dele e o guiará nas atividades do setor. — pediu Miguel.Fábio agradeceu e se despediu de Miguel e Luna, acompanhando Carla com um sorriso confiante.— Boa sorte, Luna. — disse ele antes de sair, piscando discretamente para a amiga.Miguel observou Fábio sair e, então, voltou-se para Luna.— Agora vamos ao tour. Quero que você conheça cada canto da empresa e entenda o nosso funcionamento desde o primeiro dia. — disse ele com um sorriso, indicando a porta para começarem a caminhada.Enquanto caminhavam pelos corredores amplos e modernos, Miguel não conseguia afastar a curiosidade. A jovem ao seu lado carregava uma energia especial, algo que parecia conhecido, mas ao mesmo tempo inatingível. Ele não sabia ainda, mas as peças de suas memórias começavam lent