Hoje, Apenas Nós DoisClara despertou primeiro, com os primeiros raios de sol entrando pela janela e iluminando o quarto. Ela olhou para Miguel, ainda adormecido ao seu lado, o rosto dele tranquilo, como se o peso dos anos finalmente tivesse se dissipado. Com um sorriso suave, ela deslizou para fora da cama, caminhando descalça até o banheiro. O som da água do chuveiro ecoou pelo quarto enquanto ela tomava um banho revigorante.Após vestir um vestido leve e confortável, Clara desceu até a cozinha, os cabelos ainda molhados caindo sobre os ombros. O aroma de café fresco logo começou a encher a casa, trazendo uma sensação de aconchego. Enquanto colocava o café na xícara, ouviu passos leves descendo as escadas.Miguel surgiu, descalço, vestindo apenas um roupão, com os cabelos úmidos do banho. Ele parou por um momento, observando Clara na cozinha, e sorriu. Aproximou-se silenciosamente, puxou os cabelos dela para o lado e beijou suavemente seu pescoço.— Que cheirinho gostoso de café — e
Conversas, Promessas e Momentos InesquecíveisMiguel colocou a mão no queixo, fingindo pensar, e depois respondeu com um sorriso travesso:— Além da senhora Alencar? Quem sabe um bife acebolado com batata frita e um arroz à grega?Clara riu, balançando a cabeça enquanto separava os itens necessários.— Perfeito. Então vamos de bife acebolado com batata frita e arroz à grega.Enquanto ela colocava os ingredientes na mesa, Miguel abriu a geladeira e encontrou uma garrafa de vinho.— Hum, tem vinho. Onde ficam as taças? — perguntou, ainda explorando a casa.Clara apontou para um armário acima do balcão.— Ali, senhor Alencar. Ainda está conhecendo a casa, né?Miguel pegou duas taças, serviu o vinho e entregou uma a Clara. Ela levantou a cabeça de repente e falou em voz alta:— Alexa! Música Torneró!O som suave da música começou a preencher o ambiente, e Miguel parou por um momento, surpreso.— Eu amo essa música! Você sabia que eu escutava ela pensando: “Onde será que ela está?”Clara o
Miguel fez uma expressão pensativa, colocando a mão no queixo. — Olha, a gente faz o seguinte: das oito às onze, você é senhora Alencar na minha empresa. Depois a gente sai para almoçar juntos. Da uma às cinco, eu deixo você trabalhar só um pouquinho. E, às dezoito horas, eu te busco, e você é toda minha. O que acha? Clara estreitou os olhos, segurando o riso. — E o que vamos fazer das dezoito até a meia-noite? Miguel segurou-a pela cintura, puxando-a para mais perto. — Nós vamos nos amar muito. Toda hora, todo instante. Quero recuperar todos esses anos perdidos com você. Clara passou os braços ao redor do pescoço dele, com um sorriso provocador. — Hum… vou cobrar. Mas, Miguel, eu só quero uma coisa. — O quê? — perguntou ele, curioso. — Fazer de você o homem mais feliz do mundo. Miguel segurou o rosto dela com as duas mãos e respondeu, com um sorriso cheio de amor: — E eu quero te fazer a mulher mais feliz do mundo. Clara sorriu, emocionada. — Combinado. Eles se beijaram,
Paz não se compra, se conquista.— Oi, minha princesa linda! Que bom ver você aqui.Luna correu até ela, dando-lhe um abraço apertado e caloroso.— Estava com saudade de você, vovó.Isabel sorriu, acariciando o rosto da neta.— Nossa, como é gostoso ouvir isso. Entra, Ana. Entra, Fábio.Eles entraram, e Isabel fechou a porta, olhando para todos com entusiasmo.— Que tal fazer um lanchinho comigo? — perguntou Isabel.Ana sorriu, balançando a cabeça.— Eu acabei de convidar a Luna para jantar lá em casa.Isabel, com um ar travesso, respondeu:— Um lanchinho não vai tirar o apetite para o jantar. Vamos?Ana riu, aceitando a ideia, e Fábio concordou com um sorriso. Todos seguiram para a cozinha. Isabel abriu a geladeira e pegou uma refratária com salada de frutas, colocando-a na bancada.— Vocês gostam? — perguntou Isabel.Luna arregalou os olhos, animada.— Uau, eu amo salada de frutas!— Hum, que bom! Está bem fresquinha — respondeu Isabel.A governanta trouxe taças e as colocou sobre a
Fragmentos de Memória A manhã chegou, e Miguel entrou no escritório do Grupo Alencar com determinação. Era o momento de desvendar o que Henrique havia feito e como ele havia se infiltrado na vida de sua família e da empresa. Com Clara ao seu lado, ele sentia que estava mais forte, mas sabia que não seria fácil reviver alguns dos momentos mais obscuros de seu passado.Miguel sentou-se na grande cadeira de couro e abriu a pasta de documentos que Ana havia separado. Clara estava ao lado, observando atentamente, pronta para ajudar. Ao abrir o primeiro envelope, ele percebeu algo estranho. As assinaturas de Rodolfo Alencar, seu pai, em alguns contratos importantes, estavam marcadas por pequenas rasuras.— Isso é estranho — disse Miguel, mostrando os papéis para Clara. — Meu pai era extremamente cuidadoso. Ele jamais deixaria algo com rasuras passar despercebido.Clara pegou os papéis, franzindo a testa.— Pode ser uma pista. Talvez Henrique tenha forçado ou manipulado seu pai de alguma fo
Descobertas DevastadorasMiguel ficou em choque, levantando-se abruptamente.— Você só pode estar brincando! Eu não vou fazer isso! Amo a Clara, pai. Vou voltar para ela, como prometi.Rodolfo fechou os olhos por um momento, como se esperasse por essa resposta. Quando os abriu, sua expressão era dura.— Se você for atrás dessa pobretona, esqueça nossa riqueza. Nenhum centavo será seu. Vai ter que se virar sozinho, sem o apoio da família, sem o nome Alencar. É isso que você quer?Miguel encarou o pai, o rosto ardendo de raiva e desespero.— Prefiro perder tudo do que me casar com alguém que não amo! Eu já decidi, pai. Vou voltar para a Clara!A porta do escritório abriu-se repentinamente, e Henrique entrou com um sorriso debochado.— Que bela declaração, Miguel. Então, você ama uma tal de Clara, hein? — disse ele, com um tom de sarcasmo.Miguel virou-se para Henrique, furioso.— Isso mesmo. Eu amo a Clara. E nada do que vocês fizerem vai me impedir de voltar para ela!Henrique deu uma
Verdades Ocultas e o Começo de uma InvestigaçãoIsabel, embora relutante, levantou-se e foi até um armário no canto da sala. Após alguns minutos, voltou com um envelope e entregou-o a Miguel.— Aqui está, filho. Mas não sei por que isso é tão importante para você agora.Miguel pegou o envelope com cuidado, abriu-o e examinou o documento. As palavras “infarto agudo do miocárdio” estavam claramente escritas como causa da morte. Mas algo não parecia certo. Ele olhou para Isabel.— Obrigado, mãe. Eu preciso investigar isso.Ela o observou com preocupação, mas assentiu.— Tudo bem, Miguel. Só tome cuidado. Não quero que isso te consuma.Miguel saiu da casa de Isabel e foi direto ao escritório do detetive Tenente Roberto Almeida, que já havia ajudado na investigação do sequestro de Clara. Ao entrar, foi recebido com um cumprimento cordial.— Miguel, o que traz você aqui?Miguel colocou o envelope na mesa do detetive.— Preciso que você investigue isso. É o atestado de óbito do meu pai. Quer
A insistência Almeida respirou fundo antes de responder.— Tudo indica que sim. O ângulo da batida sugere que ele veio direto na sua direção. E considerando as circunstâncias e tudo o que sabemos agora, parece que o objetivo era tirar você do caminho.Miguel ficou em silêncio, as palavras ecoando em sua mente. Finalmente, ele perguntou:— Por quê? Por que ele faria isso?Almeida olhou para ele com seriedade.— Acho que Henrique queria garantir que você não voltasse para Clara. Pelo que me contou, você deixou claro que iria atrás dela. Ele sabia que, se você voltasse, seus planos de casar você com Cecília e manter o controle das ações não se concretizariam. Essa parece ser a única explicação.Miguel sentiu a raiva crescer dentro de si, misturada com a tristeza e a decepção.— Ele tentou me matar… para proteger os próprios interesses. E conseguiu destruir minha vida no processo. Eu perdi Clara, minha memória, tudo…Almeida assentiu, solidário com a dor de Miguel.— Ainda estou analisan